
O futebol limpo, de novo um espectáculo para as famílias, um jogo não de vida ou de morte mas um jogo em que o melhor ganhe, sem subterfúgios, sem artimanhas, sem esquemas, sem “quinhentinhos”, sem “fruta”, sem “café com leite”. A decisão que a UEFA toma hoje, embora atingindo a imagem de um clube português, tem um significado muito especial: o futebol é para ser jogado dentro das quatro linhas.
Aqui, em Genebra, onde a Selecção continua a fazer um Euro de grande nível, a nódoa negra que atingiu o FC Porto não passou despercebida aos adeptos estrangeiros. Ontem à noite, um irlandês, camisola da Holanda vestida, de nome Sean, quando nos perguntou de onde vínhamos e ouviu “Porto”, disse de repente: “Ah, o clube que paga aos árbitros”.
Esta “má fama” não tem diminuído a festa portuguesa. Depois do jogo com a República Checa, uma vitória memorável por 3-1, o centro de Genebra, onde quase 20% dos habitantes são portugueses, fez mais uma festa de arromba, que se prolongou pela noite dentro.
Entre eles, Nelo, um benfiquista a viver há mais de 10 anos em Genebra, que nos confidenciou haver 20 mil benfiquistas nesta cidade suíça, e que se propôs recuperar a Casa do Benfica, a viver tempos conturbados.
Enquanto aguardam pela decisão da UEFA, os responsáveis máximos do clube da Luz não descansam. Luís Filipe Vieira e Rui Costa vieram dar apoio à Selecção, que no domingo vai ter um jogo para cumprir calendário, com a Suiça.
O processo dos reforços está longe de estar concluído, mas acredita-se que a confirmação do Benfica na terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões vai trazer desenvolvimentos acelerados. Hoje pode ser o Dia 1, do novo futebol português!