quinta-feira, 31 de março de 2011

Duarte Gomes? Lembram-se de Bellushi?


Vítor Pereira nomeou Duarte Gomes, da AF Lisboa, para arbitrar o Benfica – FC Porto de domingo. O jogo já não conta muito para as contas da Liga mas conta para as contas dos recordes e das paixões. E são contas sérias.
Fosse um jogo com as contas do título em jogo e talvez Vítor Pereira fosse mais cuidadoso. Assim, Duarte Gomes parece a solução de menor risco e sabe-se como Vítor Pereira é avesso ao risco.
Um dia far-se-á a história da influência de Vítor Pereira neste campeonato. Uma influência influenciada, como são todas as influências. Seja como for, é com Duarte Gomes que temos de contar.
Espera-se, contudo, que o árbitro lisboeta, bancário de profissão, não aceite de ânimo leve mais ousadias dos jogadores do FC Porto. É que ainda está bem presente na memória de todos (se não de todos, pelo menos na de Duarte Gomes) o encosto, qual assédio (sexual?), que Bellushi lhe deu (fez?) no jogo Braga – FC Porto da 19ª jornada. Numa altura em que todas as contas ainda estavam em aberto.

segunda-feira, 28 de março de 2011

O fim (de um grande) anunciado

A decadência do Sporting – melhor dizendo: a tomada de consciência pelos sportinguistas da real dimensão do clube – é um facto inelutável e irreversível. É-o desde sempre. Apenas dissimulado durante décadas por se tratar do clube do Estado Novo, cuja intenção de o promover a único clube nacional (e da União Nacional) é o filme-emblemático dos anos 40 “O Leão da Estrela”.
A propaganda fez, então, o seu caminho. E o regime sentiu-se confortável com um clube-bandeira cuja cor era o verde, cor das camisas da Legião Portuguesa, guarda pretoriana de António de Oliveira Salazar.
A génese aristocrata também servia às mil maravilhas a um país liderado por um homem da província, mas que precisava de dar imagem de cosmopolitismo (e precisava, como hoje, dos grandes grupos económicos e financeiros).
Ajudado por este empurrão do Estado Novo, a que não é estranho a fuga de mais de meia equipa do Benfica para Alvalade, o Sporting dominou as décadas de 40 e 50, e de alguma forma conseguiu afirmação nacional. Depois veio o Ultramar, sempre o Ultramar, e um “colored” chamado Eusébio da Silva Ferreira aterrou em Lisboa e rumou à Luz. A história, a partir daqui, é conhecida.
O Sporting nunca mais se recompôs. Até hoje. Confrontado com a dimensão mundial do Benfica, seu vizinho, e com a ascensão do FC Porto, a norte, remeteu-se a um plano secundário, de que nunca mais irá sair.
Sem uma identidade que lhe permita alargar a base social de apoio, isolado voluntária e voluntariamente, o Sporting assume a imagem de fidalgo arruinado, inadaptado aos tempos modernos.
O que se passou nas eleições do Sporting é, simplesmente, a revolta do choque com a realidade. O clube já não é sequer de Lisboa, quando muito é capaz de liderar as simpatias em metade da Av. de Roma e metade do Campo Grande.
Acresce a ausência de títulos no futebol e no resto. O ecletismo, tão propagandeado pela imprensa do regime (que ainda há) é um mito: onde está o voleibol? Onde está o basquetebol? O hóquei patins está na 3ª divisão. O andebol luta a meio da tabela.
A bipolarização faz o seu caminho. Inexorável. Por muito que lute contra ela alguma comunicação social e alguns “opinion makers”. A “culpa” não foi de Jorge Gonçalves, nem de Sousa Cintra ou Roquette ou Bettencourt. Nem será de Godinho Lopes.
O Sporting de hoje e também de muitos “ontens” merece tanto as capas dos jornais e as aberturas dos noticiários televisivos como o Braga ou o Guimarães. Não passa de um clube de simpatias muito localizadas.
O choque com a realidade é duro e quase sempre violento. Mas às vezes é melhor assim…

Um craque a caminho


Pretendido pelo FC Porto e uma das promessas do candidato ao Sporting Bruno de Carvalho, o brasileiro ex-Corinthians Bruno César vai vestir nas próximas 4 épocas a camisola do Benfica. Bruno César é um ilustre desconhecido em Portugal, é certo, fez uma época extraordinária o ano passado com a camisola do Timão, tendo sido considerado o 2º melhor jogador do campeonato brasileiro e conseguindo ser o 3º melhor marcador (1º do Corinthians), algo fantástico para quem actua na sua posição.
Dizem que vem para substituir Pablo Aimar, mas o que quero sublinhar nesta contratação é a foram eficaz como o Benfica suplantou a concorrência e garantiu um jogador que, podemos dizê-lo sem receio, é um reforço de peso.
Com a época a caminhar para o fim, o Benfica começa a organizar o plantel. Evitar cometer os mesmos erros do início da actual época é algo que não se pede, exige-se. Jorge Jesus certamente não irá cair no logro do ano passado.
Com a pré-eliminatória da Champions no horizonte, definir o quadro de jogadores é algo de essencial. Há casos para resolver, como Nuno Gomes, Pablo Aimar e Óscar Cardozo, mas a eficácia demonstrada na contratação de Bruno César deve ser utilizada nas alterações que tiverem de ser feitas no seio do plantel: sigilo e celeridade.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Um silêncio ensurdecedor

Já passaram quatro dias desde que o autocarro onde seguia a equipa do Sport Lisboa e Benfica e o carro onde viajava o Presidente do Sport Lisboa e Benfica sofreram um verdadeiro atentado, uma "intifada", uma emboscada, perpretada por bárbaros, e que podia ter tido consequências bem mais graves e trágicas. Porém, estes três senhores, detentores de cargos públicos com ligação directa e tutelar com o Desporto e com o Futebol ainda não se pronunciaram sobre o caso. É um silêncio ensurdecedor... para todos reflectirmos.

terça-feira, 22 de março de 2011

"Simulações"

Ontem, já noite cerrada, uma(s) pessoa(s) “simuladas” de energúmenos, “simularam” atirar um saco “simulado” de pedras. Para dar mais realidade à “simulação”, o saco “simulado” de pedras, atirado por pessoa(s) “simuladas” de energúmenos e (dis)simuladas na noite cerrada, “simulou” ter atingido o autocarro do Benfica, que fazia a viagem de Paços de Ferreira para Lisboa, depois de uma vitória muito real, na Mata Real.
Mas como a ficção muitas vezes ultrapassa a própria realidade, a “simulação” foi bem mais longe, tendo sido considerada até uma “simulação” a 3 dimensões. Não é que o saco “simulado” de pedras também “simulou” ter atingido o carro onde seguia o Presidente do Benfica.
O problema é que de “simulação” em “simulação”, acabou-se por ter de “simular” a existência de ferimentos na mão do Presidente do Benfica, causados pelo saco “simulado” de pedras, atirado por pessoa(s) “simuladas” de energúmenos.
Enquanto isso, os ideólogos das “simulações” continuam cantando e rindo das impunidades à portuguesa. À espera de uma próxima “simulação”. Que bem pode ser a última…

Foto: A Bola

segunda-feira, 21 de março de 2011

Bagão Félix para Presidente da FPF

A recente qualificação de 3 equipas portuguesas para os quartos-de-final da Liga Europa, levanta várias reflexões/perguntas. A primeira é: onde poderia o futebol português chegar se tivesse dirigentes e árbitros à altura?
A resposta é impossível; a reflexão necessária. Olho para o quadro dos quartos-de-final da Liga dos Campeões e vejo Tottenham, Schalke 04, Shaktar Donetz. A equipa inglesa é inferior ao Benfica ou ao SC Braga? A resposta tem de ser peremptória: NÃO É.
O Schalke 04, que em nada foi superior ao Benfica (antes pelo contrário), na fase de grupos, está, na liga alemã, apenas 3 pontos à frente do Estugarda, que foi cilindrado por 4-1 na anterior eliminatória da Liga Europa.
O Shaktar, que apanhou o Braga desprevenido no primeiro jogo, mas no segundo, em Donetz, já sentiu a capacidade da equipa portuguesa, teria hoje poucas hipóteses de levar de vencida tanto bracarenses como o Benfica.
Onde é que eu quero chegar? Simples: Jorge Jesus não estava a delirar quando apontou a fasquia alta em matéria de Liga dos Campeões. Hoje, qualquer das equipas da Liga Europa caberia no quadro dos “quartos” da Liga dos Campeões.
O nosso problema tem nome e tem rostos: dirigentes e árbitros. Como é possível manter uma novela durante meses para a actualização dos estatutos da Federação, mesmo com o cutelo de sanções graves por parte da UEFA e da FIFA para a selecção e as equipas portuguesas nas provas europeias?
Resposta: irresponsabilidade e impunidade. O Governo, através do secretário de Estado Laurentino Dias, assobiou para o ar, e só não houve consequências mais negativas porque depois de um enxovalhamento da imagem do futebol português no Mundo, foi possível, à última da hora, colocar bom senso nalgumas cabeças (e mesmo assim ainda há coisas por decidir).
Quanto aos árbitros, a reflexão é fácil e documentada: eles são mais responsáveis que vítimas. São muito responsáveis por travar o crescimento da liga portuguesa e também por as equipas portuguesas, às vezes, não irem tão seguras para os desafios europeus.
Os árbitros, a esmagadora maioria medíocre, sobrevive à custa da suspeição, da intriga, do bas-fond, instalado no futebol português. É preciso começar a mudar o futebol português. Para que as equipas portuguesas não apareçam nos quartos-de-final da Liga Europa, mas nos quartos-de-final da Liga dos Campeões – e com frequência.
Temos agora um momento único e decisivo: as eleições para a Federação Portuguesa de Futebol. É preciso remover Gilberto Madaíl. E o Benfica tem de apostar num nome acima de qualquer suspeita; um homem que adora futebol mas esteve sempre longe e fora do “sistema futeboleiro”, inquinado e trapaceiro.
Eu sei que Fernando Seara, competente e idóneo, já se disponibilizou, mas penso que António Bagão Félix é a personalidade melhor colocada para dar ao futebol português a imagem de credibilidade de que ele tanto necessita.

quarta-feira, 16 de março de 2011

MST, as encomendas e a teoria da conspiração

Miguel Sousa Tavares abriu a sua época de caça aos comentadores e/ou “opinion makers” do Benfica. Devo dizer, eu que o leio há décadas nos mais variados jornais (e com algum prazer, reconheço), que é a fase em que lhe acho mais graça (sem qualquer ironia).
Terminada a “caça” a Ricardo Araújo Pereira, por imposição de “A Bola”, MST ficou, como dizer, com comichão no dedo que prime o gatilho. Sílvio Cervan é um dos “clientes” habituais, e lá se vai safando como pode, umas vezes ignorando, outras respondendo através de sintéticos post-scriptum.
O problema é que MST não se contenta. Está habituado a longas caçadas, calcorreando pradarias em busca do animal, em esperas pacientes até que o sol se põe. O bom do Sílvio não está para aí virado. Quando ele aparece, de espingarda em riste, vira-lhe as costas e embrenha-se na selva.
RAP dava mais luta. Era mais sanguíneo. Animava a peleja e um caçador que se preze gosta deste jogo de vigiar a presa, os seus movimentos, estudar os ataques e resguardar-se quando for caso disso. Com RAP a música era outra.
MST já tinha falta desta adrenalina. Os arranhões e muitas vezes a carne dilaceradacom que saía das pelejas com RAP eram troféus bem recebidos. Enquanto que a caçada continuasse, quem vai à guerra dá e leva.
Vai daí, já que ninguém se chegava à frente (estava para escrever, já que ninguém lhe ligava), MST resolveu abrir as hostilidades. Ontem, na Bola, foi a dose foi dupla: António-Pedro Vasconcelos e Bagão Félix.
Para MST, os comentadores do Benfica “não o defendem, só o prejudicam”, escrevia ele. Eu, pela parte que me toca, benfiquista desde sempre e para sempre, fico contente por ler esta crítica de MST.
De um portista encartado, ficaria bem preocupado se achasse que os comentadores do Benfica “não o prejudicam, só o defendem”. Sem o perceber, MST certificou a excelência das prestações de A-PV, Bagão Félix, Sílvio Cervan, entre outros, em defesa do Benfica.
MST acha estranho que Bagão Félix (“um ex-ministro da nação”, exclama) tenha achado estranho um árbitro ter aceite arbitrar o Benfica em Braga, ao contrário de outros. Meu caro MST, eu também acho estranho que esse árbitro fosse Carlos Xistra, auxiliado por um fiscal de linha chamado José Cardinal, que por acaso (ou estranho) é fiscal de linha de Benquerença, que por acaso (ou estranho) fez a exemplar arbitragem do Guimarães – Benfica. Não acha tudo isto estranho MST. E não acha estranha a arbitragem de Xistra?
Depois, A-PV. MST diz que já não via o “Trio”, desde que, e cito, “Rui Moreira se cansou de aturar as encomendas de A-PV”. Que eu saiba, ao A-PV apenas lhe “encomendam” filmes, e eu lamento que em Portugal o nosso Ministério da Cultura não lhe “encomendem” mais filmes, para que ele continue a mostrar que é o único realizador português que consegue encher as salas de cinema.
Nem vale a pena questionar MST sobre se ele acha que os comentadores do FC Porto recebem ou não “encomendas”, que na sua escrita criativa deve significar falar com pessoas, ouvir versões, investigar situações, documentar-se e manter-se actualizado – ou seja, fazer tudo aquilo que um comentador deve fazer, para não fazer figura de parvo e não falar (ou escrever) sobre o que não sabe.
Um exemplo: diz MST que o FC Porto lidera todas as modalidades, ele elenca apenas 4 (as que o FC Porto apenas pratica) – futebol, andebol, basquetebol, hóquei em patins. Para além de voluntariamente esconder que no hóquei a liderança é repartida com o Benfica, desafio-o, aqui e agora, a retomar o mesmo argumento no final dos respectivos campeonatos.
E lá está MST, basta um pouco de atenção e documentação para não ignorar a bárbara agressão do hoquista do FC Porto, Pedro Gil, a um hoquista do Benfica, dentro da área, na última jornada, e que influenciou o resultado do jogo. Mas, se calhar isso são “paranóias” e “absurdos”, não são? Ou talvez, “encomendas”…

terça-feira, 15 de março de 2011

Boa e má notícia

Uma boa notícia: Carole é defesa-esquerdo de qualidade. Com Jesus, o francês pode pegar de estaca na próxima época, dando por adquirido que Fábio Coentrão fará render algumas dezenas de milhões de euros. Uma má notícia: Nuno Gomes não fará parte do plantel da próxima época. O capitão tem sido pouco utilizado. Mesmo em jogos-treino, como o que ocorreu domingo com o Portimonense, Nuno Gomes não é primeira opção. Também não ficará na Luz em qualquer outra função. A notícia é má porque Nuno sempre exibiu dotes de liderança de balneário; uma liderança aceite e não imposta; é um jogador respeitado por todos e sabe-se como isso é importante num grupo de jogadores de futebol de alta competição.
O seu lugar será e bem ocupado por Luisão, que deverá acabar a sua carreira na Luz. Nos próximos textos vamos projectar a próxima época, com dispensas, saídas, reforços e os que se manterão. É tempo de começar a preparar o "assalto" de novo ao título. Roubados outra vez, não!

domingo, 13 de março de 2011

Um atentado à liberdade de expressão

As últimas 48 horas deram-nos um cenário apocaliptico do que é hoje viver em Portugal. Ontem, por todo o país, centenas de milhares de pessoas protestaram contra a crise, contra o desemprego, a austeridade e a falta de expectativas.
Devo dizer que pelos directos das televisões, visualizei ali, nas praças e nas avenidas do país inteiro, o fermento de um novo PREC, mas também estou convencido de que os nossos governantes estão a avaliar mal a convulsão social que germina.
Na vèspera, um incidente insólito fez a capa do jornal "A Bola" de ontem. Sem que nada o fizesse prever, Rui Gomes da Silva, vice-presidente do Benfica, comentador desportivo do programa "Dia Seguinte" na SICN, foi agredido ao sair de um restaurante no Porto, por supostos adeptos do fc porto.
Em causa esteve, vamos directos ao assunto, uma questão de liberdade de expressão. Segundo "A Bola", foi dito a Rui Gomes da Silva: "Isto é para aprenderes a não dizer mal do FC Porto".
O mais grave - da mesma gravidadade da agressão - é que hoje quase 36 anos passados sobre o 25 de Abril estamos a regredir em todos os campos, desde as questões sociais, às questões da liberdade de expressão. E o que se passou com Rui Gomes da Silva foi um atentado à liberdade de expressão.
Do lado do Benfica, o clube agiu como devia - formal e informalmente, com todos os instrumentos ao dispor. Do lado do FC Porto, optou-se por ironias e metáforas, de palhaços a palhaçadas. Há uma coisa que eu sei de ciência certa: a esmagadora maioria dos adeptos do FC Porto; a totalidade dos portuenses, repudia este incidente, esta agressão, e gostaria que o clube mais representativo da cidade tivesse uma palavra formal de distanciamento e de censura.
Estamos à beira de algo novo no país e no futebol português. Eu gostaria que fosse para melhor, para muito melhor. Não tenho a certeza de que isso será assim, mas não perco o optimismo. No meio da locura que parece instalar-se, há-de aparecer uma luz ao fundo do túnel.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Bruxedos e coisas afins

E regressaram os bruxos e as bruxarias, esta noite. Confesso que no que diz respeito a bruxos prefiro os nacionais aos estrangeiros. É uma questão patriótica. Sei que outros preferem os oriundos das terras de Vera Cruz, sejam mães ou pais de santo, sejam mais evoluídos academicamente, vulgo parapsicólogos.
Essa predilecção pelos bruxos do Brasil deve ter a ver com coisas do Cosmos, sim, das estrelas, mesmo que sejam estrelas cadentes. Nunca vi um bruxo andar de bicicleta, mas já vi bruxos, ou seriam parapsicólogos?, nadarem altas horas da madrugada nas águas frias das praias do Norte. Bruxos acompanhados por papas, vejam lá a heresia…
Dizem até que faziam macumba, com galinhas depenadas e tudo, mas isso, confesso, nunca li nas estrelas. Talvez o bruxo Calheiros, nas suas viagens ao Cosmos tenha escrito nelas alguma coisa…
Outra vez, contaram-me, havia amuletos nas calças de treinos dos jogadores. Diziam que eram indicações do bruxo, ou seria do parapsicólogo – um tal de Delane.
Seja como for, foram engraçados esses tempos de bruxarias. Tempos imemoriais, que ficaram nos compêndios mais raros que por aquelas bandas foram escritos. Até hoje, ninguém os conseguiu traduzir, nem os mais proeminentes juristas do reino.
Inebriado que estou por estas coisas do oculto, quase me esqueci que houve jogo internacional na Luz. Ganharam os nossos, por 2-1 ao PSG, a mesma conta que despachou os alemães do Estugarda. Ia escrever a conta que Deus fez, mas tive receio de algum mau olhado de bruxos e bruxarias.
Em frente Benfica, à conquista de Paris e depois lá estaremos em Dublin. Vão ver se não sou bruxo!!!

quarta-feira, 9 de março de 2011

Carnaval e bruxarias

Não é dos mais famosos mas está a conseguir-se impor. O Carnaval de Braga quer competir com Loulé e a Mealhada. O ano passado foi o que se viu, com Jorge Sousa disfarçado de árbitro. Este ano, a máscara mais vistosa foi a de Carlos Xistra.
Sabia-se há muito que estes dois eram entusiastas do corso. Gostam de se disfarçar, de regressar por momentos à infância e às infantilidades. São dois cromos, mas perigosos. E, neste caso, não serve dizer que “é Carnaval, ninguém leva a mal”.
Ontem como hoje, o Carnaval tem assentado arraiais no futebol português. A muitos servem a máscara dos Irmãos Metralha. A estes dois, Jorge Sousa e Carlos Xistra, serve na perfeição.
Os erros graves e clamorosos já foram mais que dissecados. Tudo, mas tudo, premeditado. Carlos Xistra foi a Braga para prejudicar o Benfica. Fê-lo sem tibiezas, como quem tem as costas quentes.
O Benfica não pode deixar impunes arbitragens deste jaez. Mas tem de começar a cravar bem fundo a sua “faca de indignação”. Jorge Jesus bem avisou a navegação, ao dizer que Xistra era muito querido em Braga. Mas ficou a meio caminho. Nem condicionou, nem assustou.
O que devia ter dito, ou alguém por ele, é que o historial de Carlos Xistra não augurava nada de bom e o Benfica tinha razões suficientes para duvidar de uma arbitragem de um senhor que há muito devia estar impedido de arbitrar. E ponto final.
Lamentos depois do jogo pouco servem e só desgastam. Esta era uma altura cirúrgica para parar o Benfica. O “sistema” tem o calendário bem estudado. “Matar” a cavalgada imparável do Glorioso em Braga era essencial para deixar o fcporto ir descansado a Moscovo e criar uma pressão acrescida no Benfica para o jogo com o PSG.
Até o sempre sóbrio, competente e idóneo Vítor Serpa, director de "A Bola", saiu do seu registo moderado mas incisivo, para escrever em editorial. "Ponto essencial: Xistra - o árbitro - foi infelizmente decisivo num jogo decisivo". (...o erro decisivo que cometeu foi demasiado óbvio e demasiado grosseiro).
Daqui a 3 jornadas há o Benfica – fcporto na Luz, se como tudo indicava o Benfica ficasse a 5 pontos, as últimas 5 jornadas iam ser de cortar à faca, com o porto a ter de receber o Sporting e a deslocar-se a Setúbal e à Madeira.
Xistra entregou o campeonato ao porto – não há que ter medo das palavras. E tem de pagar por isso. O Benfica tem de começar a estar mais atento e a ser mais ladino – vocês sabem do que é que eu estou a falar, como diria o Octávio Machado.

Post-Scriptum: Pinto da Costa diz que não é especialista em bruxarias. Confirma-se: PC está a perder qualidades, pelo menos a memória. Ajudemo-lo: foi PC quem contratou Delane Vieira, o bruxo brasileiro, para o fcporto, com funções de acompanhar de perto a equipa, não fosse dar-se alguma quebra mística.
E depois, quem não se lembra dos célebres banhos de mar, em plena madrugada, junto à capela do Senhor da Pedra, para afugentar os maus espíritos? PC pode não ser um especialista em bruxarias, mas pelo menos as noções básicas não devem ter esquecido…

sexta-feira, 4 de março de 2011

O Zé e a santa aliança

Eles são uns “cromos”. A santa aliança entre fcporto e sportingcp, que conduziu este último ao que se sabe e vê, revela-se nos sítios mais imprevisíveis. Vejam, por exemplo, José Couceiro. O ex-treinador do fcporto, acabado de iniciar o seu purgatório à frente da equipa (?) do sportingcp, não teve melhor argumento para justificar a derrota com o Benfica para a meia-final da Taça da Liga, na Luz, com a arbitragem.
E o que disse o Zé, como carinhosamente Jesus o tratou? Indignou-se com penáltis não marcados a favor do sportingcp? Acusou o árbitro de assinalar penálti inexistentes a favor do Benfica? Criticou a arbitragem por ter anulado golos limpos ao sportingcp? Censurou o árbitro por ter validado golos ilegais ao Benfica?
Nada disso. O Zé disse que cortar contra-ataques e não mostrar o respectivo cartão amarelo ao infractor é influenciar o resultado. Como?, perguntam vocês estupefactos. É verdade, o Zé disse isto e não corou.
Jorge Jesus ouviu e não calou. Disse o treinador do Benfica: “Se ele começa assim, começa mal”. Errado, meu caro Jorge Jesus. O Zé começa assim e começa bem. Ele já vestiu a pele do leãozinho, um clube menor no panorama nacional.
Se dúvidas houvessem, o Zé aproveitou a sua primeira conferência de imprensa após um jogo para esclarecer a malta do futebol: o sportingcp não só joga um futebol de clube menor, não só tem resultados de clube do meio da tabela; o sportingcp tem também um discurso de clube que aposta em assegurar a manutenção na Liga principal.
Afinal, o Zé acabou por dar um enorme contributo à turba do sportingcp – lutámos, conseguimos aguentar, estivemos a ganhar durante alguns minutos, e fomos prejudicados porque o árbitro não mostrou amarelo a um jogador benfiquista que cortou um contra-ataque nosso.
Assim sim Zé, isso é que é falar, o fcporto agradece o empenho. E os “verdes” ficam sossegadinhos, não vá alguém em alvalade ainda ter a mania das grandezas…

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...