segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

PRÉMIO COSME DAMIÃO - Os melhores de 2007

1 - Vanessa Fernandes, uma campeã à Benfica.
2 - Nélson Évora, um campeão à Benfica.
3 - Ricardinho, o jogador de futsal que é um dos melhores do mundo.
4 - Aleksander Donner, com ele o andebol do Benfica voltou a brilhar.
5 - Rui Costa, regressado às grandes exibições e elevado a candidato presidencial.~
6 - Camacho, voltou em grande e a estrela não empalidace.
7 - Luís Filipe Vieira, passou incólume à falta de resultados.
8 - Simão, saiu por grande verba e continua desejado.
9 - Shéu, Chalana, João Alves, Rui Águas, Pietra, a mística de volta (e Bento, que saudades!)
10 - Eusébio, o rei está de volta.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Ser Presidente do Benfica

José Ferreira Queimado, antigo presidente do Benfica, faleceu no passado domingo, tinha 94 anos. Não foi um presidente carismático como Borges Coutinho ou Vale e Azevedo. Não foi um populista (no bom sentido) como Luís Filipe Vieira ou, em certo sentido, também Vale e Azevedo. Não foi um empreendedor como Fernando Martins ou, também, Luís Filipe Vieira. Não foi um presidente de “transição”, para lideranças mais musculadas, como Manuel Damásio ou Manuel Vilarinho. Não foi um “mecenas” como Jorge de Brito, nem um “hiato” como João Santos. Não foi um histórico como Maurício Vieira de Brito ou Joaquim Bogalho, nem um campeão europeu como Fezas Vital.
Mas foi um presidente que encarnou, como nenhum, uma característica fundamental para se ser líder: o bom senso. Além do mais, Ferreira Queimado era um benfiquista puro, um homem bom, um aglutinador de vontades. Talvez seja o primeiro nome que vem à cabeça de muitos benfiquistas quando nos queremos lembrar de um presidente do Benfica, antes até do de Borges Coutinho. E isso quer dizer alguma coisa.
Vem isto a propósito não só da homenagem que aqui se presta a José Ferreira Queimado mas também acerca do futuro presidente do Benfica. Quem para suceder a Luís Filipe Vieira? E esta pergunta só passou a ser pertinente porque foi o próprio Vieira que atirou a sua sucessão para cima da mesa, ao, inadvertidamente, elevar Rui Costa à categoria de presidenciável.
Tem razão Leonor Pinhão, hoje na “A Bola”, quando diz que no Benfica quem escolhe os presidentes são os sócios, numa tradição democrática que faz parte da matriz genética do clube. Claro que esta tendência democrática nem sempre produziu bons resultados, mas isso só foi comprovado “a posteriori” e os sócios sempre souberam emendar a mão. Não tememos, portanto, a vontade popular. Ao contrário de outros clubes, com outras tradições, arriscamos errar porque sabemos que nada pode substituir o sufrágio directo e universal.
Por isso, cara Leonor, o presidente do Sporting pode dizer o que quiser, não pode é alterar a realidade. Tem razão também António-Pedro Vasconcelos ao criticar o presidente do Benfica pelo périplo realizado à América Latina para contratar reforços (que, pelos vistos, falharam). Das duas, uma: ou Vieira coloca um director desportivo (figura que não existe no organigrama do clube) a fazer esse papel, como fazem os grandes clubes europeus; ou vai ele, mas não se expõe. Divulgar uma tal iniciativa é erro de palmatória.
Voltando à liderança. Mais do que discutir nomes na praça pública, é preciso definir um perfil de líder. A característica fundamental, incontornável, única exigível para se ser presidente do Benfica é só uma: bom senso.

Camacho pede tempo...

A entrevista que José António Camacho deu ao jornal “O Jogo”, publicada no dia de Natal, é elucidativa por quaisquer ângulos que se queira analisar. Diz Camacho, numa frase que o jornal puxa para manchete, que “renovo para ser campeão europeu”. O que quer o treinador espanhol dizer?
Conhecido pela sua avareza em emitir frases grandiloquentes, Camacho, por uma vez, quebrou essa regra. Foi para fazer as pazes com os adeptos, depois daquela “boutade”: “Benfica tem de ser grande como o Porto”, nas véspera do último jogo da “Champions” contra o Shaktar? Foi para entreabrir as portas da saída, sabendo que elevando a fasquia até ao limite sempre poderá argumentar que não tem “ovos” para atingir a meta proposta? Foi para pressionar a Direcção a abrir os cordões à bolsa? Foi para forçar a renovação com um argumento psicológico de peso em cima da mesa?
Qualquer resposta a estas questões é susceptível de explicar a afirmação de Camacho. O que é certo é que o treinador espanhol, em quase 6 páginas, fala de quase tudo. Se meias palavras, como é seu timbre, explica os ocasos de Cardozo, as intermitências de Di Maria e Freddy Adu, a época de Rui Costa, o “caso” Mantorras e do “caso” Léo, o atraso pontual face ao FC do Porto, as arbitragens.
Mas, curiosamente, não fala de José Veiga e do seu livro. E, mais do que este tabu, o que é de realçar mais na entrevista são dois facto evidentes: a amizade a Luís Filipe Vieira e o pedido, subliminar, de tempo. Leram bem, Camacho pede tempo…

sábado, 22 de dezembro de 2007

Feliz Natal

O "O INFERNO DA LUZ" deseja aos seis milhões de benfiquistas um Feliz Natal (vá lá... e para os outros também) e um Ano de 2008 cheio de golos "nacionais".

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Não voltes a um lugar onde foste feliz?

“Não voltes a um lugar onde foste feliz”, diz a sabedoria popular. O que se está a passar com Camacho neste seu regresso à Luz apenas serve para confirmar este conselho. Depois de uma primeira passagem, em 2002/2003, onde conseguiu levar o Benfica ao segundo lugar, e, no ano seguinte, a novo segundo lugar na Liga, a que juntou a vitória na Taça de Portugal, derrotando na final do Jamor o então todo-poderoso FC do Porto de Mourinho por 2-1, Depois de 11 anos, este era o primeiro título nacional conquistado pelo Benfica. O treinador espanhol voltou com a aura de um D. Sebastião.
A bordo de um avião particular aterrou em Tires e o seu primeiro treino foi presenciado por mais pessoas que o recente jogo do Benfica no Restelo para a Superliga. Para trás tinha deixado o banco do Real Madrid, por não aceitar submeter-se aos caprichos das estrelas merengues, os “galácticos”: Zidane, Figo, Beckam, Ronaldo, Roberto Carlos, entre outros. Ao bater com a porta na cara de Florentino Perez, o então visionário presidente do Real Madrid, Camacho aumentou mais a sua imagem de homem com mão de ferro, impertubável aos ditames presidenciais.
Na Luz, entretanto, passavam Giovanni Trapattoni, que foi campeão, Ronald Koeman e Fernando Santos. Nenhum durou mais de um ano. Camacho regressou. “Não voltes a um lugar onde foste feliz?”. Cabe ao espanhol contrariar a sabedoria popular.

Foto em http://www.mundolusiada.com

Um jogo com 45 minutos

Nuno Gomes, autor do 3º golo, é o melhor marcador do Benfica. (foto em www.slbenfica.pt). Benfica - 3, Estrela da Amadora - 0 (14ª jornada).


Desta vez, as palavras de Camacho surtiram efeito ao intervalo. O Benfica da segunda parte do jogo contra o Estrela da Amadora nada teve a ver com a equipa abúlica, sem chama e sem alma, dos primeiros 45 minutos, que parecia estar a fazer um “remake” do encontro no Restelo contra o Belenenses.
O 0-0 ao intervalo espelhava essa nulidade. Onze jogadores equipados de vermelho, mais pareciam pais natais antecipados do que as gloriosas “papoilas saltitantes”. Surpreendentemente, para a segunda parte não vem Rui Costa nem Nélson, e para os seus lugares entram Di Maria e Nuno Gomes. O Benfica é outro. Um golo a abrir, de Christian Rodriguez, outro a seguir, de Cardozo, mais um a fechar, de Nuno Gomes. E mais alguns podiam ter entrado, como aquele que Cardozo teve nos pés, sobre a hora de terminar a partida.
Onze jogadores que durante os primeiros 45 minutos pareciam que apenas estavam à espera do táxi que os levasse ao aeroporto para partirem para prolongadas férias de Natal, acharam por bem encherem-se de brios e fazer uma segunda parte mais condizente com a camisola que envergam.
O “man of the match”, como dizem os ingleses, foi, calculem, Binya, o jogador camaronês que Fernando Santos queria emprestar, curiosamente, ao Estrela da Amadora, e que Camacho, em boa hora, resolveu manter na Luz. Pelo menos esse crédito, deêm ao espanhol. Bom Natal.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

"Call Girl"

António-Pedro Vasconcelos e Soraia Chaves: "Call Girl" tem tudo para ser um campeão de bilheteira - um realizador "campeão" (ou não fosse benfiquista) e um elenco de luxo. (foto em
http://www.iol.pt/cinema/
Foi ontem a ante-estreia do filme de António-Pedro Vasconcelos (A-PV), "Call Girl", com Soraia Chaves no papel principal. O "O INFERNO DA LUZ" deseja que este filme seja, como tudo indica, um campeão de bilheteira, como aliás foram todos os realizados por A-PV, como "Oxalá", "O Lugar do Morto", "Jaime", "Os Imortais" .
O engraçado e curioso é que no actual panorama cinematográfico português estejam dois realizadores benfiquistas em compita pelo primeiro lugar. António-Pedro Vasconcelos, com "Call Girl", e João Botelho, com "Corrupção", apesar deste último não ter assinado o filme.
Um campeonato da Segunda Circular unicolor. Tivesse o Benfica esta "performance" nos relvados e, se calhar, nem os "apitos dourados" nos paravam.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Crónica do Peão: Carta aberta a Beckenbauer *

Caro Franz:
Tenho guardado, religiosamente, o artigo que escreveste em 28 de Dezembro de 2006, já lá vai quase um ano, publicado no jornal Record. Reli-o depois daquela sabotagem feita pelo árbitro Olegário Benquerença, num célebre Benfica – FC Porto, ao não validar o golo de Petit, depois da bola entrar na baliza de Baía. Voltei a lê-lo agora, depois de uma reportagem sobre as bolas com “chip”. Li-o sempre com o interesse devido às opiniões de um Kaiser do futebol. Retenho-me sempre numa passagem, assaz curiosa. Dizes tu que sempre que vais a Londres és confrontado com a dúvida sobre se no célebre terceiro golo inglês da final do Mundial de Inglaterra, em 66, a bola transpôs, ou não, a linha de baliza. E dizes mais: que um jornalista inglês te confidenciou que recentes métodos de alta sofisticação provam que a bola não entrou mesmo.Neste ponto, tens a frase que me suscitou esta reflexão: a derrota alemã nessa final foi “uma dor que superei há muito tempo”. Que dor, Franz? Não foi à dor física de um braço ao peito, com que jogaste parte daquela final, a que te referias. Foi a uma “dor” mais forte que transportaste durante anos – a derrota com um golo “fantasma”.Mas, pensa bem. O que foi essa “dor”, comparada com a de Eusébio, banhado em lágrimas, agarrado a Manuel da Luz Afonso, a sair de Wembley, nesse mesmo Mundial de 66. Lembras-te Franz, da “batota” inglesa de obrigar Portugal a viajar 400 quilómetros de comboio para disputar a meia-final com a Inglaterra? Achas que Eusébio já superou essa “dor”? Ele, o Pantera Negra, que, ao contrário de ti, nunca mais teve outra oportunidade para se sagrar campeão do Mundo, como um campeão como ele merecia.E que me dizes da “dor” de Cruyff, em 74, lembras-te? Como te poderias esquecer daquela louca final do Mundial da Alemanha? Um Olímpico de Munique boquiaberto com o banho de futebol que a tua selecção, Franz, levou de uma Holanda, mágica “laranja mecânica” que assombrou o Mundo. Ganhaste, mas foi como se tivesses perdido. Achas que Cruyff já superou essa “dor”, ele, o mágico da camisola 14, que nunca ergueu a “Jules Rimet”?E a “dor” de Sócrates, naquela maravilhosa “canarinha” do Mundial de Espanha de 82, que “morreu” às mãos da cínica Itália de Paolo Rossi? E a “dor” de Maradona, afastado pela FIFA do Mundial de 94 nos EUA, ao ser apanhado no controlo anti-doping?O que foi a tua “dor” comparada com as de Eusébio, Cruyff, Sócrates ou Maradona? O que foi a tua “dor” comparada com a nossa, os que amam o futebol-arte? Nós, os que nunca superamos a “dor” da derrota dos “Magriços”, em 66, da “Laranja Mecânica”, em 74, do “Escrete”, em 82, da “Celeste”, em 94. Podes perceber, Franz, a diferença entre esta “dor” e a dúvida sobre uma bola que entrou, ou não?

* Publicado, por mim, em http://mestresdofutebol.blogspot.com

domingo, 16 de dezembro de 2007

Imperdoável

Rui Costa comandou o jogo, mas a sua voz nunca foi ouvida dentro do campo. O que mais se pode dizer? (foto em www.slbenfica.pt)

Se o que aconteceu ontem à noite no Restelo não tiver consequências na vida interna do Benfica, então Artur Jorge tinha razão quando disse há uns largos anos atrás, numa célebre entrevista ao "Expresso", que "o Benfica é um circo". Nem sabem o que me custa dizer isto, mas, mais do que a derrota por 1-0 frente ao Belenenses, foi o falta de brio, de carácter, de profissionalismo da generalidade dos jogadores que equiparam de encarnado que é imperdoável.
Petit bem pode vir pedir desculpas; Camacho bem pode dizer que falhou na mensagem, tudo o que vierem agora acrescentar é inútil e escusado. A impunidade não pode continuar e cabeças vão ter de rolar no imediato.
Quando se fala na dificuldade da renovação de Léo, é de rir como não se fala na falta de um lateral-direito minimamente razoável. O que sabemos é que a culpa não pode morrer solteira. Guardem os milhões dos reforços para mais tarde e tratem é de arrumar a casa. Um último desabafo: onde está o Camacho enérgico, o verdadeiro "sargentão", a que todos nós estávamos habituados?

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Mourinho no Liverpool: vai uma aposta?

Rafael Benitez e José Mourinho: um novo duelo em perspectiva, agora pelo lugar no banco dos "red devils", em Anfiel Road.
Fabio Capello, despedido do Real Madrid, apesar de campeão, vai treinar a Selecção de Inglaterra. Avram Grant renovou o contrato, por 4 anos, com o Chelsea. Carlo Ancelotti parece de pedra e cal no AC Milan. O Inter de Milão fez uma prova quase imaculada na Liga dos Campeões e vai na frente isolado do Cálcio – Mancini intocável.
O Manchester de Ferguson e o Arsenal de Wenger, nem pensar – os ingleses são demasiado conservadores para se desfazerem assim dos seus treinadores – e que treinadores!
O Barcelona está, de novo, imparável – apesar de Ronaldinho. Rijkaard pode dormir descansado. O Real Madrid também vai de vento em popa: 1º no grupo da Liga dos Campeões; 1º no campeonato espanhol. Que mais se pode pedir a Schuster?
E na Alemanha? O Bayern, esse colosso escondido na Taça UEFA, está na frente do campeonato – os teutónicos não vão muito em chicotadas psicológicas. Ottmar Hitzfeld está para durar.
Ironia do destino, não há nenhum grande clube europeu que se possa dizer que esteja a passar um mau bocado, como acabamos de ver. Quem sobra? Alguns emblemas poderosos mas sem historial, como Roma, Werder Bremen, Sevilha, Lyon, Valência. Ou seja, ninguém à medida de José Mourinho. Ninguém? Bom, se virmos melhor, faltam na lista dois clubes cuja dimensão corresponde ao estatuto e à ambição do treinador português: Liverpool e Juventus.
A Juventus, a famosa “Vecchia Signora”, ainda recupera do cataclismo que foi a descida de divisão, envolvida no escândalo do “Totocalcio”, mas está a fazer um bom campeonato, e depois de Didier Deschamps, um dos mais geniais meio-campistas da história da Selecção francesa, e que continua a impor-se como um treinador da nova geração, a ter levado de novo à divisão máxima do calcio, é agora comandada por outro proscrito do Chelsea, Cláudio Ranieri.
Sobra o Liverpool. O clube inglês, treinado por Rafael Benitez, um inimigo de estimação de Mourinho, tornou-se na “besta negra” do Chelsea na Liga dos Campeões, enquanto Mourinho foi o treinador dos “bleus”.
O Liverpool vem de fazer uma sofrível fase de grupo da “Champions”, tendo-se apurado “in extremis”, e na Premier League está num modesto lugar, já afastado do título. Se os “reds” de Anfield Road forem eliminados nos oitavos-de-final da “Champions”, quem sabe? E seria sempre caso para dizer que quem ri por último ri melhor…

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Fica!!!

Léo.............. FICA !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! (foto em www.fintaeremata.blogspot.com)

Ainda, Léo...

"Concordo. Infelizmente parece que o Camacho não gosta muito dele. A confirmar-se a saida, será um (mais um) erro tremendo. Na minha opinião, precisamos é de um defesa direito. Só espero que, se ele sair não acabe no Porto... "

Cumprimentos Gloriosos,

Vitor Esteves

comentário enviado por email

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

O INFERNO nos Jornais

In "Jornal de Notícias" de 12 de Dezembro de 2007

Crónica do Peão: Lindos, mas vazios...

Estádio da Luz, domingo às 20.45 h, Benfica – Académica – 12.000 espectadores (jornal O JOGO); 10.000 espectadores (jornal A BOLA). Pode um jogo de futebol disputar-se a um Domingo às 20.45 horas?Num estádio com capacidade para 65 mil pessoas, com menos de 45 mil, a Luz torna-se um local confrangedor, um monstro de cimento, frio e vazio. O contrário do que foi e deve ser sempre o Estádio da Luz: um Inferno.Depois do jogo com o FC do Porto, de triste memória, ouvi diversos comentários de benfiquistas e não benfiquistas, com um denominador comum: a Luz não mais vai encher até final da época.Permito-me discordar. Se a equipa conseguir ultrapassar as próximas duas eliminatórias da Taça UEFA, estou certo que a Luz voltará a encher para os quartos-de-final e, assim o espero, para as meias-finais.Porém, há que garantir uma afluência média constante, acima das 50 mil pessoas, ao longo de toda a época. Tal objectivo traz vantagens não só financeiras como competitivas. Não é a mesma coisa jogar num estádio quase vazio ou numa Luz fervilhante e infernal. A força anímica que injecta nos nossos jogadores é proporcional ao temor que provoca nos nossos adversários.O que fazer? Desde logo, terminar com a ditadura das televisões, chamem-se elas Sport TV, SIC, TVI ou RTP. Ninguém convence famílias a irem ao estádio com jogos ao domingo à noite.Depois, praticar preços competitivos – um assunto que devia merecer a atenção da direcção da Liga de Clubes, agora que está preocupada com a situação financeira dos clubes.Pergunto-me: que receita terá feito o Benfica (bilheteira + “cachet” televisivo)? Essa verba não seria superior se o jogo tivesse sido no domingo à tarde, sem transmissão televisiva, e com, provavelmente, 50 mil nas bancadas?Eu sei que esta é uma velha questão. Mas, apesar de velha, está longe de estar resolvida. Não aprendemos com os erros e, pior, nem sabemos copiar o que de bem feito se faz lá fora, principalmente em Inglaterra. Assim, continuaremos a caminhar alegremente para o abismo. Lembrem-se dos estádios de Leiria, de Aveiro, de Coimbra e do Bessa. Lindos, mas vazios…

Publicado, por mim, no blogue http://mestresdofutebol.com

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Não deixem sair o Léo

O último grande defesa-esquerdo do Benfica chamou-se Veloso, um jogador raçudo, nada técnico, competitivo. Tem um recorde notável: foi o jogador que mais vezes vestiu a camisola vermelha em jogos da 1ª Divisão, como então se dizia. Esteve 15 anos na Luz, de 1980/81 a 1994/95. Veio do Beira-Mar, onde era “trinco”, mas no Benfica recuou para defesa-direito – no lado esquerdo jogava outro jogador lendário, Pietra.
Em 1981, chegou ao Benfica um jogador chamdo Álvaro, vindo da Académica de Coimbra. Como júnior, tinha sido campeão nacional por uma equipa chamada Cracks de Lamego, sua terra natal. Era como Veloso, raçudo, nada técnico, competitivo. Jogador de antes quebrar que torcer, pegou de estaca, o actual técnico do Olhanense. Formou uma ala esquerda memorável e inesquecível com Chalana, o “pequeno genial”, tanto no Benfica como na Selecção, cujo momento alto foi o Euro 84, em França. Nunca saiu de Portugal, como Veloso.
Quando saiu para o Estrela da Amadora, Veloso teve de ir ocupar a esquerda, ele que era jogador de um só pé, o direito. Depois de Álvaro (e depois de Veloso, apesar de não ser o seu “habitat” natural), muitos laterais-esquerdos se sucederam no Benfica, a quem perdemos a conta, o nome e o destino.
Anos a fio, ninguém conseguiu colmatar essa pecha, com notórias desvantagens competitivas, e no Terceiro Anel, suspirava-se por Álvaro. Até que, em 2005/06, vindo do Santos (Brasil), chegou Léo. Um jogador como Álvaro e como Veloso, raçudo, com um pouco mais de técnica, competitivo. Quase três anos depois, pode dizer-se que o Benfica encontrou um lateral-esquerdo “à Benfica”, profissional honesto e competente, jogador de equipa, lutador incansável. Como Álvaro e Veloso. Não deixem sair o Léo.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Cardozo + 2

A homenagem que se impõe (www.ojogo.pt)

Camacho resolveu ontem à noite frente à Académica, na Luz, para a Taça de Portugal, experimentar um sistema táctico que permitisse a colocação de dois homens na frente. Cardozo apareceu, assim, com o apoio de Nuno Gomes, numa versão apenas experimentada a espaços pelo treinador espanhol. Renitente a grandes variações tácticas, Camacho criou a si próprio uma grande dor de cabeça.
Apostando sistematicamente em apenas um homem na frente – Nuno Gomes ou Cardozo – apoiado por dois falsos extremos, mais concretamente, dois “interiores” (na gíria dos anos 70), Christian Gonzalez e Maxi Pereira, Camacho rompeu com a tradição e ganhou, dando razão a quem defendia que o paraguaio “Tacuara” rendia mais com um homem ao lado.
E na verdade assim foi, com Cardozo a assinar dois golos e uma mão cheia de momentos de finalização. O paraguaio sentiu-se como peixe na água neste sistema táctico, com muitos remates e também assistência, estando permanentemente em jogo.
Agora, Camacho vai ter de pensar o que fazer para a próxima jornada, no Restelo, frente ao Belenenses: ou voltar ao seu sistema preferido, com um homem na frente, ou assumir que as características do ponta de lança Óscar Cardozo rendem mais com o apoio de um outro avançado. Um conselho a Camacho: não se muda o que está bem…
Taça de Portugal: Benfica - 3, Académica - 1
(Estádio da Luz, 9 de Dezembro de 2007)

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Coluna D´Águias Gloriosas

Quarta-feira, 5 de Dezembro de 2007

Introdução: O blogue "Coluna D´Águias Gloriosas", http://colunadaguiasgloriosas.blogspot.com/, fez o favor de transcrever o "post" que aqui deixei sobre a reacção de João Pinto, o ex-nº 2 do FCP, ao "desentendimento entre Nuno Gomes e Jesualdo Ferreira, no final do jogo de sábado entre o Benfica e o FCP. Registo e agradeço. Sou dos que pensam que todos não somos demais para defender o Sport Lisboa e Benfica, seja em que circunstâncias for. "E Pluribus Unum".

Os truques, incongruéncias e manhas do FCP
O Número Dois - O desaguisado entre Nuno Gomes e Jesualdo Ferreira, no túnel de acesso aos balneários da Luz, no final do encontro de sábado, é um mero “fait divers”, cuja importância foi hoje exponenciada por João Pinto, o ex-nº 2 e actual treinador-adjunto do FC do Porto.Disse João Pinto que “Nuno Gomes não joga no clube que gostaria” (jornal “O Jogo”); “Foi um garoto” (jornal “A Bola”) “Foi um malcriadão e um cobarde” (jornal “A Bola). Recapitulemos, sábado, no final do Benfica – FC do Porto, segundo os jornais desportivos, o treinador do FC do Porto, Jesualdo Ferreira, reagiu mal a algumas “bocas” vindas da bancada. Nuno Gomes, testemunha do momento, ter-lhe-á dito: “Não cuspas no prato onde comeste”, numa alusão ao facto de Jesualdo ter trabalhado na Luz vários anos.João Pinto resolveu agora prolongar a novela, dando voz a uma nova estratégia portista que passa agora por arranjar pretextos conflituais pós-jogos, incomodados, se calhar, com o clima de acalmia que reinou na semana que antecedeu o clássico.João Pinto, que viveu tantos e tão gratificantes momentos de elevação, civismo e boa educação, no célebre “túnel das Antas”, sentiu-se indignado com as palavras de Nuno Gomes. Fica o aviso e o alerta: cuidado com as palavras que se usam próximo dos delicados ouvidos de João Pinto.

posted by O INFERNO DA LUZ @ 12/03/2007
Post retirado com a devida vénia do http://oinfernodaluz.blogspot.com/

É que como não vi ninguém do Benfica falar nisto, e quando digo Benfica falo da SAD e Clube, achei por bem dar o devido realce a esta resposta dum benfiquista. É este tipo de resposta que eu refiro dois e três "posts" abaixo, em que digo que o Benfica hoje é anjinho e tenho saudades dos tempos de José Veiga na Luz. É que o tipo que disse uma vez "prognósticos só no fim do jogo" e ficou famoso porque correu mais atrás do José Pratas, na Supertaça em Coimbra para o aviar, do que da Taça dos Campeões Europeus, em Viena, de certeza absoluta que não ficaria sem uma resposta dura com Veiga no Benfica. Em que este talvez dissese que João Pinto tém mais Chá que Nuno Gomes, pois nos seus tempos de defesa-direito do FCP tomou muito Chá.....de Camomila claro está.....


Publicada por Coluna D'Águias Gloriosas

http://colunadaguiasgloriosas.blogspot.com

O prato, o livro, o escritor e a história dele



“Não cuspas no prato onde comestes”. A frase serve como uma luva para classificar o comportamento de José Veiga, ex-presidente da casa do FC do Porto no Luxemburgo, ex-agente FIFA, ex-administrador da Superfute, ex-administrador do Estoril-Praia, ex-accionista (?) do Estoril-Praia, ex-assessor da Administração da SAD do Benfica, ex-director-geral do Benfica, ex-indiciado por fuga ao Fisco (?), ex-empresário de Figo, ex-director-geral (?) do Swindon Town, actualmente escritor de novelas de ficção.
“Não dê lições de organização quem não sabe organizar a própria vida”, disse o Presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, referindo-se, sem o nomear, ao nóvel romancista. E ponto final.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Fé e paixão

Quando Figo, 10 nas costas da camisola branca madridista, subiu ao relvado do Camp Nou, e recebeu a mais violenta vaia ouvida num estádio de futebol (talvez só comparada à que Durão Barroso ouviu na inauguração do Estádio da Luz), isso quer dizer alguma coisa. “Pesetero” lhe chamaram, e ele, dedos tapando os ouvidos, desejou esconder-se nos braços da sua Helen.Quando em Madrid, no Santiago Bernabéu, os “Ultra Sur”, assobiam o génio de Ronaldinho, isso quer dizer alguma coisa. Ou em Barcelona, os “Boixos Nois” vituperavam a magia nos pés de Zidane, isso queria dizer alguma coisa.E em Ibrox Park, quando os adeptos do Glasgow Rangers aplaudem as derrotas do Celtic, sejam elas contra o Dundee ou contra o Benfica – e nem lhes falem em Henrik Larsson – isso quer dizer alguma coisa. E no Celtic Park, os católicos do Celtic entoam cânticos em delírio quando os protestantes dos Rangers saiem do estádio de cabeça baixa – isso quer dizer alguma coisa. “You w´ll never walk alone”.E em Milão, no S. Siro, (para uns), Giuseppe Meazza, (para outros), algum dia se viu os “interistas” saudar o estilo único de Altafini, ou de Mazzola, de Baresi, Van Basten ou Rijkaard? E os “milanistas”, heresia das heresias, nunca se atreveriam a levantar-se perante qualquer sublime jogada de Fachetti, Bergomi ou Recoba. Isso quer dizer alguma coisa…Talvez só em Anfield, os adeptos do Kop tenham assistido conformados às cavalgadas de Best, de Cantona ou de Giggs. E em Old Trafford, os indefectíveis dos “red devils” não tenham lançado cadeiras a Dalgish, Souness ou, agora, a Gerrard.Será que só em Inglaterra se gosta de futebol? Será que em Madrid, Barcelona, Milão ou Glasgow esse maravilhoso jogo não é apreciado devido à cega fé clubística/religiosa/política? Que ideia!!!Quando em S. Siro o perfume do futebol de Platini era insultado, isso não significava que os “milanistas” não adorassem o espectáculo. O que eles não suportavam era a invencibilidade da “Vecchia Signora”, a então inacessível Juventus.Nem em Turim, quando espetavam o dedo do meio na direcção de Maradona, os adeptos eram contra o genial “el pibe”. Não consentiam era que o modesto Nápoles, do pobre Sul, se guindasse ao primeiro plano do Calcio, por obra e graça do pequeno “cebollita”.Em Madrid e Barcelona, raízes mais fundas, de carácter político, justificam a animosidade, ódio mesmo, entre os “blancos” e os “azul grená”. Mas esse sentimento não destrói o amor ao futebol-espectáculo. Se assim fosse, como explicar que no Bernabéu esse mago careca, D. Alfredo Di Stéfano, vindo das Ramblas, fosse parar onde ainda hoje mora, ao coração madridista. E Figo? Ou, em sentido inverso, Samuel Eto´o?Não concebo, assim, que, quando estou no meu lugar na Catedral da Luz me digam que ali estou unicamente pela fé e não pelo futebol. Claro que estou pela fé. E pelo futebol. Pela magia que nasce dos pés de Rui Costa, como nasceu dos pés de Chalana. Uma magia que eu prefiro à de Quaresma, seja vestido de azul às riscas ou envergando a camisola das quinas. Quem disse que o futebol tem Pátria

"Crónica do Peão", publicada por mim no blog http://mestresdofutebol.blogspot.com/ - onde só se respira futebol.

Um Benfica à Benfica

Óscar Cardozo, o herói do jogo, com dois golos. (Foto em www.slbenfica.pt)


Foi um Benfica à Benfica que hoje à noite fez-nos recordar as grandes noites europeias. Na Ucrânia, com cerca de 10 graus negativos, contra um Shaktar Donetz que já não tem nada a ver com as antigas equipas de Leste, mais técnico que físico, dada a equipa estar recheada de jogadores brasileiros de classe, o Benfica respondeu “à Benfica”. É certo que o resultado de 1-2, que nos leva à Taça UEFA, foi melhor do que a exibição, mas à luz deste pragmático futebol de índole resultadista, é um momento de alegria.
E de descompressão. Depois da derrota frente ao FC do Porto, este resultado, arrancado com muito querer e muita raça, veio na melhor altura. Camacho, como disse no texto anterior, soube liderar a equipa, embora se espera que não repita a frase lamentável que proferiu.
Foi um Benfica grande, como nos grandes momentos. E não escondemos uma pontinha de nostalgia quando vimos, no final do jogo, no relvado, Chalana e Shéu a abraçar os jogadores vermelhos. Estes sabem, de cor e salteado, o que é ser grande.
Um palavra de enorme satisfação para todos os jogadores, que deram tudo. Uma nota especial para Óscar Cardozo – como ele já merecia esta felicidade; para Rui Costa – quem sabe nunca esquece. Agora, todos os sonhos são possíveis…

Importa-se de repetir...!?

“Temos de ser grandes como o Barcelona”. Era impensável esta frase sair da boca de um madridista, mesmo que ele se chamasse José António Camacho, “el macho”. Era impensável que algum treinador do Real Madrid ousasse pronunciar tal dislate, mesmo que ele se chamasse José António Camacho, um homem de “cojones”, como o demonstrou na passagem pelo banco “blanco” quando bateu com a porta do Santiago Bernabéu, opondo-se à “louca” gestão de activos (como agora se diz) do presidente Florentino Perez.
Mas Portugal é um país de brandos costumes e Camacho resolveu “pisar o risco”. “Temos de ser grandes como o Porto”, disse o espanhol – uma frase que, sintomaticamente, o jornal “O Jogo”, “puxa” para manchete.
Ou Camacho não aprendeu nada da última vez que esteve no Benfica, ou há algo de muito misterioso por detrás destas declarações. Aliás, o treinador espanhol nem precisava de vir conhecer a realidade deste clube “in loco”, bastava fazer um apelo à sua memória de jogador mítico do Real Madrid, em que chegou a defrontar o Benfica numa final da Taça dos Clubes Campeões Europeus, para nunca se deixar cair em afirmações estúpidas.
É com erros como este, glosados à exaustão por opinadores “engagés”, que as derrotas se começam a desenhar antes de subir ao relvado. Esperemos que Camacho se redima deste lapso, chamemos-lhe assim, e que lidere a equipa, como ele sabe fazer, em mais uma gloriosa noite europeia, hoje na Ucrânia.

O INFERNO nos Jornais

in jornal "O JOGO", de 4 de Dezembro de 2007

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

O Número Dois

O desaguisado entre Nuno Gomes e Jesualdo Ferreira, no túnel de acesso aos balneários da Luz, no final do encontro de sábado, é um mero “fait divers”, cuja importância foi hoje exponenciada por João Pinto, o ex-nº 2 e actual treinador-adjunto do FC do Porto.
Disse João Pinto que “Nuno Gomes não joga no clube que gostaria” (jornal “O Jogo”); “Foi um garoto” (jornal “A Bola”) “Foi um malcriadão e um cobarde” (jornal “A Bola). Recapitulemos, sábado, no final do Benfica – FC do Porto, segundo os jornais desportivos, o treinador do FC do Porto, Jesualdo Ferreira, reagiu mal a algumas “bocas” vindas da bancada. Nuno Gomes, testemunha do momento, ter-lhe-á dito: “Não cuspas no prato onde comeste”, numa alusão ao facto de Jesualdo ter trabalhado na Luz vários anos.
João Pinto resolveu agora prolongar a novela, dando voz a uma nova estratégia portista que passa agora por arranjar pretextos conflituais pós-jogos, incomodados, se calhar, com o clima de acalmia que reinou na semana que antecedeu o clássico.
João Pinto, que viveu tantos e tão gratificantes momentos de elevação, civismo e boa educação, no célebre “túnel das Antas”, sentiu-se indignado com as palavras de Nuno Gomes. Fica o aviso e o alerta: cuidado com as palavras que se usam próximo dos delicados ouvidos de João Pinto.

sábado, 1 de dezembro de 2007

A assobiadela a Rui Costa

A assobiadela a Rui Costa na Luz, contra o FC Porto, é a imagem mais forte de uma primeira parte em que os "andrades" subjugaram o Benfica, através de um meio-campo que sabia o que estava a fazer. Com um portista caído, Rui Costa resolveu atirar a bola para fora, depois de os responsáveis do clube nortenho terem tornado público que, em situações semelhantes, não o fariam. O "fair play" tem, na verdade, muitas cores. Em 1995, numa Luz também cheia, Rui Costa, com a camisola da Fiorentina, foi aplaudido depois de marcar um golo ao seu clube de sempre. Os tempos mudaram, também na Luz.
A primeira parte do embate contra os portistas pôs a nu as debilidades do plantel do Benfica. Restava acreditar que a segunda parte trouxesse uma equipa de raça, à Camacho. Mas não houve raça, houve atabalhoamento. Não houve discernimento, houve ansiedade. Uma quantidade incrível de passes falhados e, mais uma vez, oportunidades de golo perdidas, principalmente por Nuno Gomes. Luís Filipe é uma nulidade. Que saudades de João Pereira, agora que fez mais uma excelente exibição pelo Braga frente ao Bayern de Munique!...
Camacho tardou nas mudanças e, agora, resta aguardar pelo mercado de Janeiro. O árbitro do Porto, Jorge Sousa, na dúvida beneficiava os azuis.

Foto: Nacho Doce (Reuters)

O dérbi de Portugal

Faz hoje 100 anos que se disputou o primeiro Benfica-Sporting, o dérbi eterno. Um dérbi de paixão e emoção; um dérbi de Portugal ou não fossem as cores das duas equipas as cores da bandeira nacional.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Azar, dizemos nós...

Um golão sul-americano para a Europa admirar. (Foto em www.slbenfica.pt)

O jogo de hoje à noite do Benfica contra o AC Milan, no Estádio da Luz, para a Liga dos Campeões (1-1) foi o espelho do que se passou em todos os outros jogos desta fase de grupos. Muito ataque, muitos remates à baliza, muitas oportunidades de golo, muitos golos falhados. Seguindo o douto critério de Miguel Sousa Tavares, tivemos muito, mas mesmo muito, azar. É certo que cada um vê do ângulo que quer, para uns sorte ou azar, para outros mérito ou demérito.
Assentemos, portanto, que ao evidente azar, algum demérito também existiu. Desde logo, demérito de Nuno Gomes, que em duas excelentes ocasiões para disparar à baliza, preferiu endossar a bola a um companheiro. De um ponta-de-lança exige-se mais confiança, mais personalidade e um “killer instinct” que Nuno Gomes notoriamente não tem. Sem desprimor para a sua abnegada e esforçada exibição, sozinho na frente até sair a 15 minutos do fim.
Demérito também para Óscar Cardozo, que entrou a substituir Nuno Gomes. O paraguaio demora a adaptar-se e a sua entrada nada veio acrescentar. Perto do fim, não segurou um passe de morte de Rui Costa que o colocaria cara a cara com Dida, o guarda-redes do AC Milan. Além do mais, o “fácies” de Cardozo desmoraliza qualquer um, mas vamos acreditar que guardado está o melhor bocado do paraguaio, para sábado.
Dir-me-ão, então o Benfica faz uma exibição de encher o olho, coloca o AC Milan, campeão europeu em título e considerada a melhor equipa do Mundo, lá trás durante a maior parte da partida e só falas em demérito? Calma, insisto que foi muito azar (espero que o MST não vá ler isto). O mérito vai todinho para Maxi Pereira, um Super Maxi, não só por causa do golão que marcou mas também pelo jogão que fez. Depois da exibição pela Selecção do Uruguai frente ao Brasil (também Christian Rodriguez se exibiu a alto nível), Maxi voltou a mostrar credenciais.
Mérito ainda para Petit, um jogador que enche qualquer campo e para quem os elogios são já um lugar comum, e para Luís Filipe, a melhor exibição ao serviço do Benfica – esperemos que não perca a veia. Muito bem também David Luiz e Katsouranis. Menos bem Rui Costa, muito tapado, e Luisão, algo lento.
Camacho talvez pudesse ter sido mais ousado na recta final, se mantivesse Nuno Gomes e Óscar Cardozo juntos no ataque. Di Maria foi um desastre. O argentino é muito jovem mas tem de começar a aprender que o futebol de alta competição na Europa não se compadece com “brincas na areia”. Adu podia ter entrado muito mais cedo. “Se” e “talvez” são palavras tão inócuas como “sorte” e “azar”. Servem apenas quando não temos argumentos válidos. O que é certo é que ficamos de fora da próxima fase da Liga dos Campeões, mas podemos ainda ir à Taça UEFA, se ganharmos na última jornada ao Shaktar Donetz, na Ucrânia. Vamos acreditar que vai acontecer. Basta ter, mais uma vez, o coração e a raça que tivemos hoje – imagem de marca – e menos azar…

OBS: Em Anfield Road, o Liverpool esmagou o FC do Porto por 4-1. É o que tem jogar contra equipas que vestem de vermelho…

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Sorte, disse ele... !? *

Sorte, diz ele. Sorte? O autor de “Equador” e de “Rio das Flores”, Miguel Sousa Tavares, à falta de melhor argumento, diz, e passo a citar, “acho que nunca, em tantos anos a ver futebol e a seguir campeonatos, vi uma equipa com tanta sorte como este Benfica de 2007/8” (in jornal “A Bola” de 27 de Novembro de 2007, rubrica “Nortada”).
O celebrizado escritor, jornalista e comentador, conhecido pela sua coragem opinativa é, no entanto, sobre este assunto bem cauteloso. Vejam bem: “acho que…”, defende-se ele. Acha mal. E tem memória selectiva.
Miguel Sousa Tavares chamou “sorte” ao golo de calcanhar de Luisão, no Académica-Benfica, de sábado passado. Pois bem: e o golo de Madjer, em 87, no Bayern-FC do Porto, final da Taça dos Campeões Europeus, no Prater de Viena? Lance genial, claro…E o golo de Ademir, lembra-se, a 7 minutos do fim, em 1978, em pleno Estádio das Antas, num épico FC do Porto-Benfica, cujo empate final de 1-1 acabou com o jejum portista de 18 anos sem ganhar o campeonato? Falta mal assinalada à entrada da área do Benfica, Ademir remata, a bola bate na barreira e trai Fidalgo. Lance estudado, sem dúvida…E o FC do Porto-Benfica do ano passado? 2-2 já nos descontos, lançamento de linha lateral para os portistas, confusão na área do Benfica e Bruno Morais (que é feito dele?) a tocar ao de leve para dentro da baliza. Justiça tardia, com certeza…Exemplos como estes e outros são aos milhões, meu caro Miguel Sousa Tavares. Por um motivo bem simples: um jogo de futebol é imprevisível, aleatório. Um golo com um remate de longe, a 30 metros, pode ser para mim um golo de sorte e para si um golo memorável. Um jogo de futebol é assim: há a sorte, claro, mas a sorte não explica tudo.
“Acho que nunca, em tantos anos a ver futebol e a seguir campeonatos, vi uma equipa com tanta sorte como este Benfica de 2007/8” é uma afirmação infeliz e absurda. Podia confrontá-la com outra, talvez, também, inverosímel: “Acho que nunca em tantos anos a ver futebol e a seguir campeonatos, vi uma equipa com tanta raça como este Benfica de 2007/8”. Dito assim, nenhum de nós tem razão. Porque em futebol não é possível ter afirmações definitivas.Voltando à “sorte”. Lembra-se do campeonato de 1987/88? Benfica campeão, treinado por Toni? “Acho que nunca em tantos anos a ver futebol e a seguir campeonatos, vi uma equipa marcar tantos golos nos últimos minutos como esse Benfica de 1987/8”. Coincidência?

* "Crónica do Peão", publicada por mim no blog http://mestresdofutebol.blogspot.com - onde só se respira futebol.

Como se diz "sistema" em inglês?

Graham Pool, considerado o melhor árbitro inglês, não está imune aos erros, mas se Vítor Pereira, Presidente da Comissão de Arbitragem da Liga, o pudesse nomear para a Luz, era um alívio, para ele e para todos os que gostam de futebol "limpo".

Mais cedo ou mais tarde era inevitável regressar ao tema da nomeação de árbitros estrangeiros para os jogos entre os grandes clubes do nosso futebol. Foi Rui Santos quem retomou essa proposta, lançada pela primeira vez, se bem me lembro, há quase 20 anos por Gaspar Ramos (corrijam-me se errei, sff), então homem-forte do futebol benfiquista e inimigo de estimação de Pinto da Costa. Estávamos na altura em vésperas de mais um “quente” Benfica-FC Porto (ou FC Porto-Benfica). Como agora.
Retomar esta proposta é um claro sinal de que nada de muito significativo e substancial mudou no futebol português nestas duas últimas décadas. Nem mesmo o advento do “Apito Dourado” parece estancar a onda de suspeição que tem sido a imagem de marca do nosso campeonato principal (para já não falar dos escalões inferiores e dos pequenos e grandes escândalos que por lá abundam).
Uma célebre canção de Paulo de Carvalho dizia que 10 anos era muito tempo. No futebol português, 20 anos não é nada, tudo parece ter parado no tempo: as mesmas situações, as mesmas personagens, as mesmas afirmações, as mesmas suspeições, os mesmos protagonistas – figurinhas e figurões de um “circo” onde a impunidade é traço genético… até ver.
Árbitros estrangeiros no Benfica – FC Porto? Porque não? Vítor Pereira, esse ex-árbitro internacional de imagem imaculada, está prestes a sentir o sabor a fel. Já ninguém o livra de ser considerado um erro de “casting”, tendo perdido a oportunidade de avançar com corajosas reformas no sector de arbitragem. A esperança transformou-se em desilusão. Por isso, o melhor é recuar na máquina do tempo e voltar a exigir, como Rui Santos, a nomeação de uma equipa de arbitragem estrangeira para o clássico de sábado.
Qualquer que seja a escolha de Vítor Pereira, ela não estará nunca livre de interpretações ao sabor das tendências dos mais diversos protagonistas. Antes da “revolução” anunciada da introdução dos meios tecnológicos na arbitragem (que Vítor Pereira bem podia vir a liderar), que venham os “Graham Pool” lá de fora. Como se diz “sistema” em inglês?

sábado, 24 de novembro de 2007

Paciência, Domingos!

Vitória por 1-3 em Coimbra reforça cavalgada em busca da liderança. Agora que venha o FC do Porto. (Foto em www.slbenfica.pt)
O sorriso, meio trocista, meio de satisfação, de Domingos Paciência, o treinador da Académica, a 10 minutos do fim do jogo contra o Benfica, em Coimbra, com o resultado em 1 – 1, rapidamente se transformou num esgar de desespero, olhos no chão e cabeçada na parede plastificada do banco de suplentes. É verdade, Domingos voltou a baixar os olhos em direcção ao chão, tal como o fez no ano passado durante um célebre União de Leiria – FC do Porto. Nessa altura, Domingos, treinador da União, estava vergado à vergonha de contribuir para a derrota do “seu” FC do Porto, e nem ousava ver o que se passava no relvado, deixando os seus jogadores entregues à sua sorte. Ontem à noite, os olhos no chão indiciaram impotência para travar o Benfica e, assim, dar uma pequena ajuda ao “seu” FC do Porto. Paciência, Domingos!
Aliás, a equipa da Académica tinha a lição bem estudada, ou não fosse Coimbra terra de doutores. Domingos Paciência sabia que o Benfica tem uma semana terrível pela frente, com jogos com o AC Milan e o FC do Porto, nos quais é preciso que os jogadores estejam na plenitude da sua forma física e psíquica. Não foi, por isso, de estranhar a forma excessivamente aguerrida com que os jogadores da Briosa entravam aos lances, certamente cumprindo as preciosas indicações de Domingos Paciência. Resultado: lesão de Nuno Assis aos 5 minutos de jogo, e mais não se seguiram por mero acaso, tal a impetuosidade dos homens de negro.
Agora, a um ponto do FC do Porto, que só joga hoje à noite com o V. Setúbal, a esperança é total para os jogos com o AC Milan e os dragões. Camacho é um pé quente, como dizem os brasileiros. Mais uma vez o Benfica decide o jogo nos últimos minutos, sintoma de uma força psicológica que em muito se deve à presença e ao trabalho do treinador espanhol.

De pequenino se torce o pepino...


A polémica em torno do jovem jogador de 8 anos, Bruno Silva, do Bragafut, pretendido pelo Benfica e pelo Sporting, tem-se pautado pela discussão do acessório e não do essencial. Colunistas de ocasião e opinadores de pacotilha viram nesta polémica mais um pretexto fácil para atacar o Presidente do Benfica.
No meio desta trapalhada, já se identificaram os bons e os maus da fita. Os bons são o Bragafut, os pais do atleta e o Sporting, os maus, o Benfica e o seu Presidente. O Bruno serve apenas para tornar mais odioso aos olhos da opinião pública o comportamento de Luís Filipe Vieira e do Benfica, qual “Esmeralda” de chuteiras.
Ora, se é lamentável aquilo que está a acontecer ao miúdo de Braga, mais lamentável é o aproveitamento da situação para fins inconfessáveis. Neste processo não há virgens puras, mas apenas uma vítima inocente, o Bruno Silva. O essencial, que é escamoteado, passa por discutir se é razoável vigorar uma legislação desportiva que permite que se negoceie uma criança de 8 anos como se de um sénior se tratasse. A isto, o senhor Madaíl, presidente da Federação, nada diz, mais preocupado que está em divulgar os seus delírios grotescos como o de organizar o campeonato do mundo de futebol, sonhando, talvez, com a construção de mais 10 OTAs, quais “elefantes brancos” à imagem do aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto. E o silêncio do secretário de Estado do Desporto, Laurentino Dias, também não deixa de ser confrangedor.
O essencial, que é escamoteado, é questionar como é possível que um pequeno clube de futebol de sete, o Bragafut, coloque “no mercado” uma criança de 8 anos. E como é possível que os pais do Bruno Silva, vendo no filho talvez a resolução de todos os problemas financeiros, presentes e futuros, aceitem este negócio, como se se tratasse de uma mera mercadoria.
Luís Filipe Vieira, neste quadro, limitou-se a aceitar as regras do jogo e a disputar um jogador “no mercado”, defendendo, como lhe compete, os interesses do Benfica. Aos moralistas de última hora, aconselho-os a não utilizarem o jovem Bruno Silva como arma de arremesso, pretendendo retirar deste triste episódio dividendos mais apetecíveis no mundo dos adultos.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Zero + Zero


Portugal está apurado para a fase final do Euro 2008 a realizar na Suiça e na Áustria, depois de um descolorido empate sem golos contra a Finlândia, no último jogo de apuramento realizado ontem à noite no Estádio do Dragão, no Porto. A precisar apenas de um empate para se apurar, Portugal mostrou-se uma equipa desinspirada e amorfa contra uma Selecção claramente inferior. E se fosse preciso ganhar?

Foto em www.maisfutebol.iol.pt

O INFERNO nos Jornais

In "Jornal de Notícias" de 21 de Novembro de 2007

terça-feira, 20 de novembro de 2007

O anjo branco

O texto que aqui publico foi o primeiro que "postei" no blogue http://mestresdofutebol.blogspot.com, para o qual fui simpaticamente convidado a escrever. Porque é um blogue que vale a pena consultar, resolvi falar daquele que foi, talvez, a primeira estrela global do futebol: Di Stéfano, para uns, D. Alfredo, para outros, "saeta rubia" para os radialistas, anjo branco para os amantes do bom futebol.


Vi-o a sair de cadeira de rodas da unidade hospitalar onde lutou pela vida. É uma imagem que fica na minha memória. Vi-o curvado, sob o peso de 79 anos bem vividos e sob as sequelas de uma “revienga” causada por um enfarte de miocárido que o atirou para uma cama de hospital durante um mês.
Querem falar de bom futebol? Querem escrever sobre o bom futebol? Então, esqueçam Ronaldinho, o Gaúcho, esqueçam Beckam, o “old Spice”, esqueçam Zidane, o marselhês, esqueçam Cristiano Ronaldo, o libertino.
Recuemos uns anos, uns largos anos, é certo. Segunda metade da década de 50, o Real Madrid dominava a Europa e o Mundo do futebol. De 56 a 60 ergueu a então denominada Taça dos Clubes Campeões Europeus.
Naquela assombrosa equipa, de Gento e Puskas e Del Sol, sobressaía uma figura imponente, careca como Bobby Charlton, a quem apelidavam de “saeta rubia”, para lembrar a sua origem argentina.
Antes de chegar à Europa, no país das pampas, representou outro clube mítico, o River Plate, arqui-rival do Boca Juniors, de Maradona, El Pibe.
Depois, o destino era Barcelona, mas acabou em Madrid, para glória dos “blancos”. Ironia do destino: também Eusébio, o Rei, estava para vir para Alvalade e acabou na Luz. É assim que se faz a história dos maiores clubes do Mundo.
Voltemos à “saeta rubia”. Descobriram? Claro, D. Alfredo. Hoje, qualquer um tem o nome estampado na camisola. Naquele tempo, apenas o 9 na camisola branca, como apenas o 10 na camisola vermelha de Eusébio, como o 14 na laranja de Johann Cruyff, como o 10 na azul de Platini e na celeste de Maradona. Só o número. O nome, esse nome, Alfredo Di Stéfano, estava debruado a ouro nos corações madridistas.
Esses milhões de corações bateram, desde a Praça Cólon à La Castellana, num frémito de emoção quando D. Alfredo assomou à porta do hospital. Vergado, como nunca o tinham vergado nos relvados. Mas, ali. O anjo branco.

domingo, 18 de novembro de 2007

Vergonha nacional !



A imagem que os jogadores da Selecção portuguesa deixaram ontem à noite no jogo contra a Arménia, em Leiria, de apuramento para o Euro 2008 devia envergonhar todos aqueles que gostam de futebol e gostam da selecção.
O que se viu durante os 90 minutos, entre a 8º selecção mais forte da Europa e a que ocupa o 32º lugar, segundo o ranking da UEFA, devia fazer envergonhar em primeiro lugar o senhor Gilberto Madaíl, presidente da Federação Portuguesa de Futebol.
O problema é que nem Madaíl nem muitas daquelas primas donas que envergaram o novo jersey nacional merecem que as dezenas de milhares de pessoas que arrostaram o frio sintam vergonha, apenas desprezo.
Desprezo por quem parece vir fazer um frete para jogar pela Selecção. Desprezo por quem não tem respeito por quem pagou bilhete, deslocou-se de longe, vibrou com a chegada do autocarro pintado com as cores de Portugal.
Madaíl, para dar o exemplo, devia fazer suas as palavras de Paulo Bento, quando, no final do Braga-Sporting, disse que os jogadores leoninos não dignificaram a camisola. Os jogadores da Selecção não dignificaram as cores nacionais. Mas Madaíl, fazendo jus a uma filosofia de liderança que passa por não fazer muitas ondas para ir mantendo o poleiro, nada vai dizer e nada vai fazer.
Portugal ganhou por 1-0, depois do árbitro ter fechado os olhos a uma grande penalidade cometida por Ricardo sobre um jogador arménio, que podia, até, ter redundado em explusão para o guarda-redes português.
Quarta-feira, contra a Finlândia, no Estádio do Dragão, Portugal precisa apenas de empatar para se apurar para o Euro. Esperemos que os jogadores dispam o fato de gala e vistam o fato de macaco. Vão precisar. Até lá, um puxão de orelhas ao que aconteceu hoje à noite podia ser pedagógico.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Árbitros e Juízes




Rui Santos revelou, recentemente, que, ainda jornalista de “A Bola”, chegou a propor que a apreciação aos árbitros nas crónicas dos jogos fosse eliminada, em defesa da transparência do futebol e de um ambiente mais urbano e civilizado. A proposta foi rejeitada. Segundo Rui Santos, em virtude de existir já um patrocínio contratado para o espaço editorial de apreciação da arbitragem.
Enquanto ouvia o comentador da SIC Notícias e colunista do "Record" e do "Correio da Manhã" reflectia sobre o objectivo dessas apreciações com atribuição de notas aos árbitros, hoje a merecer lugar de destaque no espaço dedicado à crónica do jogo.
Julgo que nada de positivo se ganha com essa orientação editorial. Apenas e só se criam mais pretextos de discórdia, conflitualidade, polémica gratuita. Como dizem os entendidos e os especialistas, um árbitro, sendo parte do jogo não deve ser parte do espectáculo – quanto mais despercebido, mais competente e eficaz.
Se assim é, porquê, então, esta necessidade de dar visibilidade à análise feita à arbitragem pelos jornalistas encarregues da cobertura do jogo? Nos últimos anos, uma nova rubrica surgiu no jornalismo desportivo: os “tribunais” arbitrais. Ex-árbitros analisam à segunda-feira, em meia dúzia de linhas, os lances mais polémicos.
No jornal “O Jogo”, o naipe de analistas é composto por Jorge Coroado, Soares Dias, Rosa Santos e António Rola. Independentemente do que pensarmos do seu passado como árbitros, que contributo dão estas análises para a pacificação do futebol português? Nenhum, pelo contrário.
Comentadores e “paineleiros” utilizam-nas, até, como armas de arremesso e para justificar o injustificável. E qual a ética a destes ex-árbitros que colocam em xeque o trabalho dos seus colegas, quando têm várias horas para ver todas as repetições televisivas dos lances e tecer o seu comentário? Como Rui Santos, pergunto: E não é possível expurgar os jornais destes corpos estranhos?


OBS: A manchete de hoje do jornal "A Bola", que revelava a provável ida de José Veiga para director-geral da SAD da União de Leiria, faz-me pensar nos critérios que devem presidir à escolha das pessoas para trabalharem nos clubes. Se a cor da camisola não deve substituir o mérito e a competência, o único critério válido será assim escolher quem junte as duas componentes. Quanto a Veiga, apenas uma nota: Quem sai aos seus...

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Cartas do Diabo (7)

"Fico admirado por ninguém comentar o que o Jaime Pacheco disse na entrevista (no final do Benfica-Boavista).
Será que ele viu o mesmo jogo?
Não vê que o Zé Kalanga devia vir para rua na primeira parte, quando em plena área da baliza do Benfica joga a bola com a mão?
Não vê que num cruzamento extremamente perigoso para a área do Benfica, a bola chegou a estar fora do campo?"

email enviado por Raul Vilas Boas (raulvilasboas@iol.pt)

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Não se esqueçam do José Torres!

Uma das mais maravilhosas e eternas equipas do Benfica de todos os tempos, que disputou a final da Taça dos Campeões Europeus de 67/68 contra o Manchester United, em Wembley. Aqui fica a sua constituição e a minha deferência e vénia a www.slbenficaimagensretro.blogspot.com: José Henrique; Adolfo, Humberto, Jacinto e Cruz; José Augusto, Jaime Graça, Coluna e Simões; Eusébio e Torres.

Uma instituição como o Benfica tem um passado de que se orgulha, um presente construído em bases sólidas, e um futuro risonho e determinado em regressar aos êxitos da década de 60. Falar do passado não é saudosismo. É ali, sempre ali, que vamos buscar energias para "esquecer" os "apitos dourados" e todo um estendal de escândalos que percorreram (e que, apesar de mais dissimulados, ainda percorrem) o futebol português nas últimas décadas. Nós não nos esquecemos do passado. Não nos esquecemos de José Águas, de Eusébio, de Simões, de Torres, de José Augusto, de Coluna, de Cavém, de Jaime Graça, de Humberto Coelho e Vítor Martins, de Chalana e Shéu, de Toni e Néné. Oh, meu Deus, de tantos e tão fenomenais jogadores. Nós também não nos esquecemos das malfeitorais que nos fizeram nos últimos anos. Mas nós somos o Benfica. E, por isso, peço à Direcção do Sport Lisboa e Benfica que não se esqueça de José Torres, o Bom Gigante. Nós não nos esquecemos.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Goleada à moda antiga


Desta vez, a bola entrou. Uma, duas, três… seis vezes. E podiam ter sido mais. Foi uma goleada à moda antiga. Depois de um jogo amargo no Celtic Park de Glasgow, contra o Celtic para a Liga dos Campeões, a equipa de Camacho estava a precisar de um jogo destes. E até calhou bem ser contra o Boavista, que muitos consideram ser o quarto grande.
Não houve ninguém que se destacasse. A vedeta foi a equipa. Agora, uma paragem de 15 dias para ver jogar a Selecção Nacional, vai servir para recarregar baterias e colocar em pleno jogadores que estão há muito lesionados, como Petit, David Luiz, Nélson, Mantorras.
Com 4 pontos de atraso para o FC do Porto, e com a visita desta equipa à Luz dentro de três semanas, o campeonato está mais que relançado. Quem diria, há 15 dias atrás?

OBS: O que diriam se fosse Binya a ter as entradas que ontem se viram por parte de Tonel sobre João Pinto (vá lá que o árbitro mostrou o vermelho directo), ou de Bruno Alves sobre Anselmo, do Estrela da Amadora, que nem amarelo mereceu?

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Em defesa de Binya

Ricardo Lemos, jornalista de “O Jogo”, não podia ser mais claro. Em comentário hoje publicado intitulado “Terrorismo mediático”, diz a determinado passo: “É claro que Binya ultrapassou os limites, vai ser punido (a UEFA, mesmo sem entrevistas dos árbitros, não costuma ser branda), mas dar ao lance tanto espaço mediático soa a perseguição. Binya é um jovem, está a entrar agora no futebol europeu, tem margem de progressão e sabe que errou – não vale a pena crucificá-lo”.
Meu caro Ricardo Lemos, como estou de acordo com o que escreveu. Agora que até no Parlamento se fala no “Canal Memória”, aproveito para aconselhar todos os que zurziram em Binya que refresquem a dita memória e visualizem imagens não muito antigas, de lances de ex-jogadores, em confrontos que ficaram célebres, que culminaram com narizes partidos (e outros envolvendo, por exemplo, actuais treinadores no desemprego). O historial é fértil e a máquina do tempo tem um arquivo inesgotável. Não é preciso, por isso, recuar ao tempo de Nobby Stiles.
Faço só estas perguntas: qual o estado físico de Figo, depois da entrada de Nedved (um jogador exemplar)? Qual o estado físico de Scott Brown, o jogador do Celtic, envolvido no lance com Binya?
O futebol é um jogo viril, duro, de contacto físico. Há lances propositados, é certo, mas a esmagadora maioria joga leal. Binya, quero crer, é um jogador leal. Cometeu um erro, fruto do excesso de vontade, de alguma imaturidade, de uma juventude que quer rapidamente mostrar serviço.
Quem nunca errou, que atire a primeira pedra. Binya tem um largo futuro pela frente, vai aprender com os erros, mas não queira agora armar-se em moralista, quem nunca apontou o dedo a piores infracções.
OBS: O secretário de Estado do Desporto, Laurentino Dias, sugeriu que o presidente da Comissão de Árbitros, Vítor Pereira, era a pessoa ideal para "dar já" a classificação final do campeonato. Alguns "media" apressaram-se a, de imediato, garantir que as palavras do governante foram ditas "em jeito de brincadeira".
Seja como for, algo vai mal quando um membro do Governo se dá a essas informalidades perante a comunicação social. Ou terá sido o subconsciente a falar? O que sabe Laurentino Dias que nós não sabemos?

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Cartas do Diabo (6)

"Se fosse o Fernando Santos, havia um motim à chegada"
Não podia estar mais de acordo contigo. Para Camacho deve ser fácil chegar ao fim e dizer que "nosotros intentamos salir a ganar mas a bola non quiere entrar" mas para mim que passo 24 horas a pensar no Benfica é mais dificil perceber aquela porcaria daquelas substituições. Não sou gajo de estar sempre a criticar as opções dos treinadores porque são eles que treinam os jogadores e convivem com eles diariamente, mas ontem a questão foi outra: medo e estupidez. O Benfica precisava de vencer ou empatar, no mínimo! Então só tinha que tirar o Edcarlos, descer um pouco o Katso e meter o Nuno Gomes ao lado do Cardozo. Ou tirar o Bynia e meter o Nuno Gomes. Para além disso, a conversa com os jogadores ao intervalo deve ter sido uma porcaria, já que na primeira parte controlamos o jogo, jogamos bem e criamos oportunidades, tudo a jogar a bola de pé para pé. E na 2ª parte andamos a despejar bolas na área para os centrais deles aliviarem...que chatice! Se fosse o Fernando Santos, havia um motim à chegada...Ainda por cima o Benfica com tantas e boas opções: Di Maria, Adu, Nuno Assis, Nuno Gomes...Porra, estou desolado!



email enviado por Tiago Pinto (www.footballdependent.blogspot.com ), em comentário ao post "Erro de Camacho"!


"Não se lembra que em Celtic Park, com Fernando Santos, levamos 3?"

Oh Sr. Tiago Pinto, então não se lembra que com Fernando Santos levamos 3 em Braga e no Bessa? E que no mesmíssimo Celtic Park também levamos 3?Lembra-se que com Fernando Santos em Glasgow jogou Alcides em vez de Nélson porque "precisávamos de altura" e sofremos 3 golos todos oriundos do nosso corredor direito (parece sina)? Não se lembra que só descobrimos David Luiz depois do desespero em Paris? Não se lembra que sofríamos demasiados golos ao cair do pano, porque insistia em defender o resultado mínimo? Eu JAMAIS me sentirei triste pela saída do Fernando Santos e congratulo-me com o Presidente por ter rescindido com ele. Camacho tem os seus defeitos, que não esperava que tivesse, tais como: - Parece que está-se a deixar-se levar pela imprensa no que respeita à convocação de Luís Filipe;- Parece que Adu não lhe caiu no goto, apesar de ser notoriamente um bom jogador;- Parece que Rui Costa tem um peso excessivo no balneário, que transporta para o relvado, condicionando (para o bem e para o mal) todo o futebol da equipa. Segurando em demasia a bola quando no futebol moderno tudo é feito em rapidez - veja-se o Manchester, o Barça, o Lyon - e o Benfica tem jogadores para isso (Rodriguez no Uruguai jogava no meio, Di Maria e Adu são rápidos (e não me venham com tretas que são jovens porque Nani, Ben Harfa e Bojan também são). Passa quando e como quer a bola e ralha com todos menos consigo mesmo, porque a ele tudo é perdoado. E tem de jogar sempre. Giggs jogou sempre em Manchester (Rui Costa esteve muito tempo em Itália) mas nem sempre joga. Ontem jogou (e bem) Nani e mesmo se não corresse bem ninguém lembraria o "estatuto" de Giggs, Porque é que no Benfica é diferente?Como dizia, não esperava isso do Camacho, mas ele poderá dizer que não fez a pré-época. Depois de Janeiro, tirarei as minhas ilações, mas NUNCA desejarei Fernando Santos e POUCOS Benfiquistas desejariam a sua continuidade. Quanto ao Sr. A-PV, só se lembra do Fernando Santos quando o Benfica perde e para mim é um péssimo comentador e não percebe NADA de futebol (aliás o Benfica é pessimamente representado nos forum deste tipo). Ainda me lembro de um programa onde este mesmíssimo A-PV, perguntado por Carlos Daniel sobre quem achava que seria revelação afirmou...Vukcevic! Mas não é só isso. Os comentadores do Benfica fazem sempre um enormíssimo esforço para agradarem aos rivais, querendo passar a ideia de que são menos clubistas quando o que se lhes pede é exactamente que sejam clubistas, que defendam os interesses do Benfica. Ele também engoliu a ideia errada que o Benfica tinha 7 extremos esquerdos. Para mim esta gente não representa o Benfica, pelo menos eu não me revejo nas suas ideias reaccionárias. Para terminar (e já disse muito), para quando uma equipa com Quim (ou Butt, tanto me faz)-Nélson-David Luiz, Katsouranis e Léo; Petit e Romeu Ribeiro; Cristian Rodriguez, Adu e Di Maria; Cardozo?? Acho que seria um espectáculo de futebol. Muitos diriam que seria demasiado jovem, mas já viram o Arsenal? Um muito obrigado para este blog porque presta um excelente serviço a nós que somos adeptos do Benfica e que SEMPRE desejamos sucesso ao nosso clube que é a instituição mais DEMOCRÁTICA que conheço!!


email de José Casimiro de Pina (Cabo Verde), em comentário ao post "Carta aberta a António-Pedro Vasconcelos"

Benfica ou Sporting?

Ultimamente, tem-se falado muito na comunicação social de um gestor de topo do Benfica, Domingos Soares de Oliveira. É «acusado» de ser do meu clube, o Sporting. Eu já tinha ouvido falar no assunto, mas nunca liguei muito. Tanto se me dá que ele seja de um ou de outro clube, ou de um terceiro, ou que nem tenha clube. Mas agora, com o que tenho lido e ouvido, lembrei-me de uma coisa… Na revista que dirijo («Pessoal»), publiquei há pouco mais de dois anos (Verão de 2005), um perfil de Domingos Soares de Oliveira. O texto é da jornalista Ana Margarida Pedro, a quem Domingos Soares de Oliveira confessou então ser adepto e sócio do Benfica. A foto com a águia foi tirada pelo fotógrafo João Andrés. Pode ler-se o texto a seguir…
António Manuel Venda
Domingos Soares de Oliveira: Um gestor no ninho da águia

(…)
Assim como sofrem os adeptos, de cada vez que a bola bate na trave ou teima em não ultrapassar o guarda-redes, assim sofre igualmente Domingos Soares de Oliveira, adepto e sócio do clube. «Sofro pelo Benfica, mas de maneira diferente do normal torcedor, porque se este fica satisfeito quando a bola entra e insatisfeito quando a bola não entra, eu penso nisso e no quanto fico satisfeito por ver o estádio cheio e muitas camisolas do novo modelo vendidas e insatisfeito com o inverso. É impossível para mim ver um jogo de uma maneira simplesmente apaixonada, sem a perspectiva financeira, até porque uma coisa está associada à outra.» E o que responde a quem ainda levanta a voz para questionar o seu clubismo? «Sou do Benfica, e mesmo que não fosse, depois de cá chegar não há outra hipótese senão vestir a camisola.»Trocar o futebol por outro desporto, só mesmo pelo golfe, que pratica com amigos, «pelo menos uma vez por semana», em Belas. O resto do tempo divide-o com a família, a mulher e três filhos, cujo clube do coração não nos foi revelado.

In Floresta do Sul (http://floresta-do-sul.blogspot.com/2007/11/do-benfica-do-sporting.html) Blog de António Manuel Venda

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Erro de Camacho!

Um erro táctico monumental de Camacho impediu o Benfica em Glasgow de, nos últimos 15 minutos, encostar o Celtic às cordas e garantir pelo menos o empate.
Ao retirar Rui Costa, mantendo dois médios defensivos, Katsouranis e Bynia, Camacho não leu bem o jogo e esvaziou a equipa do seu grande municiador do ataque. Sem o 10, o Benfica nunca mais conseguiu chegar com a bola jogável perto da área do Celtic. O passe curto, de pé para pé, bem à portuguesa, e que era a forma mais eficaz de ultrapassar a defesa escocesa, deixou de existir. Sem Rui Costa, privilegiou-se o pontapé para a frente, fácil para os jogadores do Celtic, mestres no jogo aéreo.
O erro de Camacho produziu, ainda, outras desgraças. Ao manter Bynia, de todo em todo contraproducente naquela altura, aumentou as possibilidades de jogar com dez nos últimos minutos – o que veio a acontecer.
Não está em causa o jogador, útil e combativo, mas, naquelas circunstâncias, era claramente uma unidade dispensável. Camacho não o entendeu. Como não percebeu que sem alguém que colocasse a bola no chão, de nada serviria colocar homens na frente. As entradas de Di Maria, Nuno Gomes e Bergessio foram inoperantes, porque a equipa já não sabia como jogar.
É certo que o golo do Celtic, em cima do intervalo, foi um bambúrrio de sorte. Mas não é menos verdade que esperar pelo último quarto de hora para mexer na equipa, quando se via a olho nu que Bynia estava a mais e que Cardozo necessitava de mais apoio, foi algo de inexplicável.
Más decisões todos os treinadores as têm, mas sempre gostava de saber qual o poder de influência que Fernando Chalana tem junto de Camacho. Sem colocar em causa a confiança pessoal em Carcelen, gostava de saber que o treinador espanhol ouvia com frequência as ideias e os conselhos do “pequeno genial”. Se não o faz, faz mal. Chalana sabe de futebol como poucos e a sua experiência deve ser utilizado em benefício do Benfica.
Com esta derrota por 1-0 em Glasgow, o Benfica fica em maus lençóis, mas ainda nada está perdido. Vamos acreditar!

Carta aberta a António-Pedro Vasconcelos


O prestigiado cineasta português e “notável” benfiquista, António-Pedro Vasconcelos (A-PV) enviou-me 2 emails, na sequência de uma interpelação que lhe fiz, também através de email, para o programa “Trio de Ataque”, na RTP, na semana passada.
Não revelando o conteúdo dos emails de A-PV, sendo quem é, não posso deixar de, publicamente, redigir algumas reflexões que eles me suscitaram.
1º Tenho de A-PV a ideia de uma pessoa de carácter e, por isso, sinto-me reconfortado por ver o Benfica por ele representado num programa desportivo. Nem sempre foi (é) assim;
2º Há mais de 10 anos, A-PV foi a única voz que ousou censurar a troca de Toni por Artur Jorge feita pelo então presidente do Benfica Manuel Damásio, depois da vitória no campeonato. Contra o apoio geral em torno da figura do Rei Artur, no qual me incluía, A-PV disse e escreveu que aquela aposta iria ser trágica, como foi. Foi o único a olhar mais além.
Por ter tido razão antes do tempo, foi “atacado meses e anos por toda a gente”. Mas, meu caro A-PV, também lhe deu a autoridade moral para, hoje, quando emitir qualquer opinião pedir mais atenção para o que diz. Depois de Artur Jorge, olhe que eu dou muita importância às suas palavras;
3º Nunca gostei de Fernando Santos como treinador. Sendo uma pessoa, ao que me dizem e eu acredito, espectacular, tem, ainda, uma qualidade incontornável – é benfiquista.
Mas como treinador, Santos não serve para o “meu” Benfica. Por ser péssimo a treinar? Por nada perceber de táctica? Por “ler” mal o jogo? Por preparar mal a equipa? Por fazer mal as substituições? Por não ter resultados? Nada disso. Quem sou eu para o avaliar como treinador?!!
Apenas e só porque para se ser treinador do Benfica é preciso mais, muito mais. Nos tempos de hoje exige-se para ocupar um lugar de tanta exposição, além das qualificações técnicas, perfil de liderança, carisma, perfeito domínio das ferramentas comunicacionais. Como José Mourinho, é preciso saber utilizar os “mind games”. Para além de saber “ler” bem o que se passa no relvado, é preciso saber “ler” bem uma conferência de imprensa;
4º Por último, algumas questões para reflectir: será Mourinho melhor treinador do que Manuel José? E Toni será pior do que Camacho? E porque é que Jesualdo já não é o “cinzentão” que era? E porque é que Peseiro falhou e Paulo Bento também vai falhar? E o que tem Mourinho que Benitez não tenha?
OBS: Hoje à noite, contra o Celtic, pedimos mais uma grande noite europeia. Força rapazes! Em frente, Glorioso!

domingo, 4 de novembro de 2007

Os profissionais da intriga

Luís Filipe Vieira sabe do que fala e sabe de quem fala, quando diz que os “intriguistas”, os “invejosos” e os “incompetentes” têm de ser corridos do Benfica. Todas as lideranças fortes convivem mal com os pequenos poderes que gravitam na sua órbita. Muitos deles medram nessa intriga, nessa inveja e nessa incompetência. Vieira não apontou o dedo para fora, lançou a acusação para dentro. É aí, nos corredores do poder, ou próximo do poder, que circulam os intriguistas. É aí que traficam influências, informações, benesses.
Baseiam o seu poder numa complexa teia de equilíbrios, cuja manutenção assegura a sobrevivência do topo da pirâmide. É, por isso, que os poderes fracos temem estes profissionais da intriga.
Escondem a sua incompetência através de “recados” que passam para os seus amigos nos jornais, em troca de uma “cacha”, ou de qualquer outro bem mais ou menos comercializável.
Geralmente são pessoas não eleitas, que fogem ao sufrágio dos sócios, mas garantem ordenados de estrelas. São cristãos-novos, sem eira nem beira, mercenários da bola, sem paixão por um clube, apenas pela sua carteira. Gostam de se fazer fotografar junto ao relvado, em dias de treino, falando com jogadores ou com treinadores. Gostam de mostrar que controlam aquele pequeno mundo.
Vestem “fatos” de directores desportivos, gestores de activos, managers, chefes de gabinete. Disputam o palco com as mais cintilantes estrelas dos relvados e quanto mais ausente for um presidente, mais espaço de manobra têm.
É neles que está a origem da turbulência interna nos clubes. Luís Filipe Vieira sabe disso, topa-os à distância. E, por isso, não hesita em chamar os bois pelos nomes. Noutros clubes, a história é outra – lança-se a atoarda contra os comentadores de domingo ou editores de blogues. Nesses clubes, pouco habituados à livre expressão democrática das ideias, protege-se quem mina, quem intriga, quem causa a instabilidade.
Sem coragem para por ordem na casa, ataca-se quem desmascara a fraude. O intriguista percebe o perigo de quem escreve que ele comprou gato por lebre e arranja dois ou três amigos, sem talento nem ideias, para defenderem a gamela.

OBS: Um clube como o Benfica só continuará a ser o que sempre foi se conservar e estimar pessoas como Shéu Han, benfiquista de sempre, íntegro, eficiente, competente, educado, discreto, um dos poucos que transporta a mística. Ou ainda: Fernando Chalana, Rui Águas, Néné, Peres Bandeira, entre muitos outros.
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