O texto que aqui publico foi o primeiro que "postei" no blogue http://mestresdofutebol.blogspot.com, para o qual fui simpaticamente convidado a escrever. Porque é um blogue que vale a pena consultar, resolvi falar daquele que foi, talvez, a primeira estrela global do futebol: Di Stéfano, para uns, D. Alfredo, para outros, "saeta rubia" para os radialistas, anjo branco para os amantes do bom futebol.
Vi-o a sair de cadeira de rodas da unidade hospitalar onde lutou pela vida. É uma imagem que fica na minha memória. Vi-o curvado, sob o peso de 79 anos bem vividos e sob as sequelas de uma “revienga” causada por um enfarte de miocárido que o atirou para uma cama de hospital durante um mês.
Querem falar de bom futebol? Querem escrever sobre o bom futebol? Então, esqueçam Ronaldinho, o Gaúcho, esqueçam Beckam, o “old Spice”, esqueçam Zidane, o marselhês, esqueçam Cristiano Ronaldo, o libertino.
Recuemos uns anos, uns largos anos, é certo. Segunda metade da década de 50, o Real Madrid dominava a Europa e o Mundo do futebol. De 56 a 60 ergueu a então denominada Taça dos Clubes Campeões Europeus.
Naquela assombrosa equipa, de Gento e Puskas e Del Sol, sobressaía uma figura imponente, careca como Bobby Charlton, a quem apelidavam de “saeta rubia”, para lembrar a sua origem argentina.
Antes de chegar à Europa, no país das pampas, representou outro clube mítico, o River Plate, arqui-rival do Boca Juniors, de Maradona, El Pibe.
Depois, o destino era Barcelona, mas acabou em Madrid, para glória dos “blancos”. Ironia do destino: também Eusébio, o Rei, estava para vir para Alvalade e acabou na Luz. É assim que se faz a história dos maiores clubes do Mundo.
Voltemos à “saeta rubia”. Descobriram? Claro, D. Alfredo. Hoje, qualquer um tem o nome estampado na camisola. Naquele tempo, apenas o 9 na camisola branca, como apenas o 10 na camisola vermelha de Eusébio, como o 14 na laranja de Johann Cruyff, como o 10 na azul de Platini e na celeste de Maradona. Só o número. O nome, esse nome, Alfredo Di Stéfano, estava debruado a ouro nos corações madridistas.
Esses milhões de corações bateram, desde a Praça Cólon à La Castellana, num frémito de emoção quando D. Alfredo assomou à porta do hospital. Vergado, como nunca o tinham vergado nos relvados. Mas, ali. O anjo branco.
Fue salvado por atentísimos médicos y enfermeras del Hospital La Fe de Valencia......
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