terça-feira, 29 de junho de 2010

Prá frente é o caminho

Começou a nova época no Benfica, com a fasquia muito elevada. Elevou-a o Presidente e o treinador. Jorge Jesus apontou forte à Liga dos Campeões. Ontem, no pontapé de saída da nova temporada, Luís Filipe Vieira, em entrevista à Benfica TV, não teve papas na língua: investir é o caminho, para ser de novo campeões e surpreender na Europa.
O discurso de Vieira e de Jesus realça a forte união de propósitos e de objectivos comuns. Quando assim é, na cúpula, é mais de meio caminho andado para o sucesso final. A força da liderança de Vieira, nas palavras e nos actos, não pode deixar nenhum benfiquista indiferente.
Em tempo de vacas magras e de discursos assustadiços, sabe bem ouvir quem olha os desafios de frente, assume com coragem as responsabilidades e arrisca ganhar e ganhar sempre – com a fasquia muito elevada.
Com lideranças assim, no clube e na equipa, o futuro é risonho, promissor e será repleto de vitórias internas e externas. No Benfica não há discursos miserabilistas, nem estratégias medrosas, nem “velhos do Restelo”.
À frente do Benfica há quem perceba o destino de um clube único no Mundo: ganhar, cá dentro e lá fora.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

A terrível vingança da bola quadrada

A primeira e única vez que Brasil e Portugal se encontraram em mundiais foi pela Copa de 66 (Liverpool, 19-7-66), quando os Magriços venceram por 3-1. Depois da derrota que afastou a canarinha da Copa de Inglaterra, os jornalistas brasileiros, incrédulos, curtiam a maior fossa na sala de imprensa, tentando encontrar uma explicação e uma justificativa para tão surpreendente vexame. Faziam uma pequena autópsia da derrota.
...O consenso, porém, foi estabelecido: acima de tudo e simplesmente, o Brasil perdera porque faltou futebol à selecção.Enquanto os brasileiros discutiam na sala de imprensa - cada um com o seu diagnóstico - levantou-se da secretária na qual escrevia as suas notas, o jornalista português Carlos Pinhão, de A Bola. Com passos firmes, bem determinado, Pinhão foi até à cabine telefónica para passar sua matéria. No final, Pinhão, sobranceiro, olhando em seu redor, ditou em voz alta e bem soletrado, para que todos os brasileiros ouvissem, o título da matéria, que foi este: A TERRÍVEL VINGANÇA DA BOLA QUADRADA."

In "Meu Brasil Brasileiro" de Duda Guennes

terça-feira, 22 de junho de 2010

Memórias benéficas

Quando Eusébio era insuperável


por SANTIAGO SEGUROLA, director-adjunto da Marca
As pessoas da minha geração - finais dos anos 50 - recordam o choque que causou o esmagador começo da Coreia do Norte frente a Portugal no Mundial de 1966. Em Espanha tínhamos acabado de tornar o Benfica num mito, porque terminara com a hegemonia do Real Madrid na Taça dos Campeões Europeus. Era uma Espanha de exilados, emigrantes, pobres, uma ditadura, um país que só podia orgulhar-se das vitórias da aquela equipa inesquecível, encabeçada por Di Stéfano e Puskas. Só os ricos tinham televisão. Para a nossa geração, o futebol aprendia-se na rua e na rádio. A minha memória infantil evoca nomes míticos, jogadores que não via mas que pareciam omnipresentes nos relatos radiofónicos. Eusébio foi o primeiro deles. Os comentadores espanhóis mudavam o tom de voz quando pegava na bola. Produzia uma sensação imediata de ameaça, logo captada pelo narrador, atormentado pelas diabruras do jogador do Benfica. Para muitas crianças espanholas, Eusébio era o verdadeiro Pelé. A estrela brasileira representava um mito longínquo, um estrangeiro. Eusébio era um vizinho, um Deus fulgurante que só encontrava antídoto no Barça e no Real Madrid.
O seu nome regressa agora à lembrança, depois da nova esmagadora vitória de Portugal sobre a Coreia do Norte, num jogo que não teve, contudo, nenhuma das situações épicas do duelo de 1966. Naquela tarde, nós, os jovens, escutámos estupefactos os golos da inquietante equipa asiática. Nada menos que três marcados à equipa de Coluna, José Augusto, Torres, Eusébio e Simões. Para quem associava essa linha avançada ao melhor do futebol, era impossível compreender a magnitude da tragédia. Desse tipo de situações só se sai se tiveres um herói nas tua fileiras. Foi assim que chegaram, um a um, os golos de Eusébio. Marcou quatro num dos jogos mais memoráveis da história dos Mundiais. Para Portugal significou a felicidade e a consagração daquela maravilhosa equipa. Em Espanha, uma criança decretou que nenhum jogador podia comparar-se com Eusébio. Nem sequer Pelé.

artigo publicado na edição de hoje do Diário de Notícias

domingo, 20 de junho de 2010

Melhor é impossível

Em 66 tinha 3 anos, mas conheço todos os pormenores do jogo mais histórico da Selecção como se lá tivesse estado, nessa tarde épica de 23 de Julho, no Goodison Park, de Liverpool, mas a casa do rival da cidade dos Beatles, o Everton.
Mesmo que assim não fosse, os últimos dias obrigavam-me a saber de cor os minutos dos 4 golos de Eusébio, na inesquecível “remontada”, como dizem os espanhóis, contra a Coreia do Norte. Foi um verdadeiro serviço público, aquele que a comunicação social portuguesa fez, evocando o Mundial de 66 na Inglaterra.
Há quem não goste de ver e rever vezes sem conta o mítico jogo do Mundial de 66 contra a Coreia do Norte, que está desde há muito como que guardado no Panteão Nacional das nossas memórias, para onde querem levar o corpo de José Saramago.
A esses, que lhes chamam “memórias prejudiciais”, talvez lhes custe engolir que aquela epopeia dos verdadeiros e únicos navegadores foi realizada com jogadores como Eusébio, Simões, Torres, Coluna, Germano, José Augusto, Jaime Graça, que vestiam e vestiram a camisola gloriosa do Benfica.
Esses, mesmo para quem gosta de reescrever a história, são imortais.
Amanhã, a história será outra. Com Eusébio e Simões na bancada, todos teremos a tentação de recuar 44 anos, até aquela tarde de Goodison Park, em Liverpool. Vamos a ver quem fica, desta vez, com os olhos em bico…

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Di Maria = 35 milhões + Rodrigo


O diário desportivo Marca, com fortes ligações ao Real Madrid, anuncia hoje em grandes parangonas (como aqui se pode ver) a “fichaje” de Di Maria pelo clube “blanco”. O problema é que a Marca se engana nas contas, embora o faça com o objectivo de preservar Florentino Perez, cuja gestão tem sido fortemente criticada pelos sócios do Real Madrid.
É por isso que a Marca fala em 25 milhões, trocando voluntariamente o 2 pelo 3. Como se pode ler nos comentários à notícia, nem os próprios adeptos merengues acreditam em tal número. O jornal já é mais assertivo quando junta o jovem avançado espanhol Rodrigo ao negócio. Já devidamente informado da “transferência do ano”, que juntou ontem, em cimeira presidencial no Bernabéu, Luís Filipe Vieira e Florentino Perez, Di Maria foi um dos homens do jogo, na goleada da Argentina por 4-1 frente à Coreia do Sul, para o Mundial 2010, na África do Sul. Não há nada como a tranquilidade de espírito.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Roberto, mãos mágicas


Enquanto os nossos rapazes evoluem em terras africanas, por cá o plantel do Benfica começa a ganhar forma definitiva. Depois de Gaitán, Jara e Fábio Faria, tudo está encaminhado para “fichar” Roberto Jiménez, o “portero” do Real Zaragoça, ex-Atlético de Madrid.
Os elogios à capacidade de Roberto têm inundado as páginas dos jornais, e o próprio Jorge Jesus já fez saber – ele que não é pródigo em referência individuais – que o jovem guarda-redes espanhol o impressionou nos jogos contra o Barcelona e o Real Madrid.
Certo que é Roberto, dizem, foi o principal responsável pela manutenção do Saragoça na Liga principal espanhola. E, no último jogo do campeonato, a “afición” zaragocista gritou bem alto o seu nome, pedindo para ficar.
Roberto é nome ainda algo desconhecido, mas já cresce a expectativa para o ver actuar com a camisola do Benfica. No entanto, ele já pisou relvado português em jogo da Liga dos Campeões.
No ano passado, na fase de grupos, o então “portero” do A. Madrid defrontou o fc porto, no dragão. Uma imprevista lesão no início do jogo fê-lo ser substituído por De Gea, também um jovem guardião que parece ter pegado de estaca. Ironias do futebol.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Campeões + Campeões


Duplamente campeões: em basquetebol, pela 22ª vez, e em futebol na categoria de iniciados, fazendo aquilo que os séniores não conseguiram, ganhar, golear e arrecadar o título na casa do fc porto. A equipa de basquetebol faz lembrar os tempos áureos de Carlos Lisboa, Guimarães, Jean Jacques, Mike Plwoden e, claro, Henrique Vieira, o nosso actual treinador (e Lisboa é o director-geral). As vitórias fazem-se desta junção entre glórias do passado e craques do presente.
Os "putos" da Luz deram uma lição inesquecível ao fc porto, agora só falta os juniores garantirem o título que lhes roubaram no ano passado (os juvenis têm a tarefa mais complicada, depois de terem sido também roubados).
E vamos todos torcer para que o futsal ganhe pela 4ª vez consecutiva o título, para juntar ao título europeu. Esta é a prova concludente de um clube de dimensão ímpar, um Benfica Global. Fotos: www.slbenfica.pt

segunda-feira, 7 de junho de 2010

A tradição já não é o que era



Por estes dias, nos últimos largos anos, o cenário era sempre o mesmo: capas e capas de jornais com as novas contratações do Benfica, as novas coqueluches que iriam reanimar o Inferno da Luz. Tal tornou-se tão vulgar, tão frequente, tão crónico, que os nossos adversários, em jeito de ironia, passaram a dizer que o Benfica era sempre o campeão do defeso.
Ora, parece que a tradição já não é o que era. É certo que estamos em época de Mundial; é certo que por muito que na Luz travem esse tipo de notícias, é impossível secar a fonte da especulação gratuita, porque os jornais vivem de notícias da Luz. Mas o que se vê, actualmente, é um cenário completamente diferente.
As novas contratações já são "velhas contratações" - Gaitán, Jara e Fábio Faria - e do que se fala mesmo é das contratações falhadas do sporting, e do novo "benjamim" do dragão.
Capas do Benfica, só se for para colocar Gaitán a falar já com o "manto sagrado" vestido - boa política. Ou para noticiar que os jogadores do Benfica não estão em saldo - excelente gestão a de Luís Filipe Vieira, ao recusar vender Cardozo e qualquer outro ao desbarato.
A conclusão é só uma, e positiva: o Benfica não se está a distrair com o título e mostra organização e profissionalismo ao mais alto nível. Agora, é tempo de gozar merecidas férias e preparar com precisão a Supertaça, a 7 de Agosto. Ou muito me engano ou vai haver novela sobre o local do jogo. Que ninguém na Luz se distraia...

Post-Scriptum: Eu sei que já estão a afiar os dentes para falar de Leto, do Panatinaikos. Pois bem, vamos falar sobre ele amanhã, estão de acordo?
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