Em 66 tinha 3 anos, mas conheço todos os pormenores do jogo mais histórico da Selecção como se lá tivesse estado, nessa tarde épica de 23 de Julho, no Goodison Park, de Liverpool, mas a casa do rival da cidade dos Beatles, o Everton.
Mesmo que assim não fosse, os últimos dias obrigavam-me a saber de cor os minutos dos 4 golos de Eusébio, na inesquecível “remontada”, como dizem os espanhóis, contra a Coreia do Norte. Foi um verdadeiro serviço público, aquele que a comunicação social portuguesa fez, evocando o Mundial de 66 na Inglaterra.
Há quem não goste de ver e rever vezes sem conta o mítico jogo do Mundial de 66 contra a Coreia do Norte, que está desde há muito como que guardado no Panteão Nacional das nossas memórias, para onde querem levar o corpo de José Saramago.
A esses, que lhes chamam “memórias prejudiciais”, talvez lhes custe engolir que aquela epopeia dos verdadeiros e únicos navegadores foi realizada com jogadores como Eusébio, Simões, Torres, Coluna, Germano, José Augusto, Jaime Graça, que vestiam e vestiram a camisola gloriosa do Benfica.
Esses, mesmo para quem gosta de reescrever a história, são imortais.
Amanhã, a história será outra. Com Eusébio e Simões na bancada, todos teremos a tentação de recuar 44 anos, até aquela tarde de Goodison Park, em Liverpool. Vamos a ver quem fica, desta vez, com os olhos em bico…
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