sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Estar onde é preciso

Os líderes não podem nem devem estar em todo o lado. Devem estar onde é preciso. Durante muito anos, o futebol português habituou-se a ver um líder clubístico sentado no banco de suplentes, junto ao seu treinador. Diziam, na altura, que essa era uma forma de pressão sobre os árbitros.
Outros líderes, de outros clubes, fazem gala em se fazer fotografar nos casinos e nos hotéis de luxo da linha de Cascais. O problema destes líderes é que nunca estão onde é preciso. Um clube, como uma qualquer instituição, não precisa de líderes de fachada, precisa de lideranças activas e não reactivas; eficazes e não omnipresentes; com poder de decisão e não demagogas.
Por muito que isto custe a boa gente, Luís Filipe Vieira é um líder activo, eficaz e com poder de decisão. Três exemplos recentes:
1 – Depois da desistência do BES em patrocinar o futebol dos 3 grandes, o Benfica foi o único que não ficou a carpir mágoas, nem deitou as mãos à cabeça. Luís Filipe Vieira e Alberto da Ponte, presidente da Sagres, acordaram uma nova parceria, que permitirá um encaixe invulgar ao Benfica – liderança activa, eficaz e com poder de decisão;
2 – A polémica suscitada pelos jogos das modalidades transmitidos pela Benfica TV (de cujas transmissões os clubes visitantes queriam beneficiar monetariamente), foi solucionada por Luís Filipe Vieira com a concretização de um acordo entre a Benfica TV e a Sport TV, cortando pela raiz o evoluir da polémica, e não precisando de rasgar contratos – liderança activa, eficaz e com poder de decisão;
3 – As modalidades são uma prova concludente de que o Benfica é o único clube verdadeiramente eclético em Portugal – até temos paintball, pasme-se!. Os resultados permitem prever grandes alegrias no final desta época, no basquetebol, no futsal, no andebol, mesmo no hóquei e no voleibol. Apesar de alguma turbulência recente, Luís Filipe Vieira respondeu como um líder: renovou com Vanessa Fernandes, com Ricardinho, com Carlos Carneiro – três símbolos do atletismo/triatlo, do futsal e do andebol. Além disso, as contratações de Elvis Évora, para o basquetebol, ou do internacional cubano, Reidel Toiran, para o voleibol, é a prova provada de que o Presidente do Benfica não se distrai, nem anda distraído.
Mas, como tudo na vida, são os resultados que ditam os julgamentos finais. Que os jogadores do Benfica saibam estar à altura do desempenho de quem tem de tomar decisões dentro dos gabinetes.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Bem-vindos ao Circo

A suspensão por um jogo de Katsouranis por, segundo a Liga, ter proferido palavras insultuosas sobre o árbitro Pedro Henriques, após o Benfica – Nacional, dava para rir, se não fosse mais um grave sinal do estado comatoso em que definha o futebol nacional.
Katsouranis, segundo relatos públicos (como o relatório do árbitro), terá dito: “Penso que eles nos roubaram dois pontos”. O “eles” foi entendido pelo Conselho de Disciplina da Liga como dirigido aos árbitros, pelo que está fora de causa o jogador grego estar a referir-se aos jogadores do Nacional.
Mas, o mais engraçado, é que hoje ficou também a saber-se que o CD da Liga mandou arquivar uma queixa do árbitro Artur Soares Dias relativa a palavras, também consideradas insultuosas, de Derlei. O avançado do Sporting, segundo o árbitro, disse “isto é uma palhaçada”, mas o CD da Liga apenas deu como provado que a frase foi “isto é uma brincadeira”.
Tem razão Derlei, na versão CD da Liga: “Isto é uma brincadeira”. Paulo Bento, o acusador- mor dos árbitros, que chegou ao ponto de pedir ambientes hostis em Alvalade, continua impune. Jesualdo Ferreira e o seu adjunto José Gomes, que não se cansaram de criticar o árbitro no final do FC Porto – Trofense, e pasme-se do árbitro do Benfica – Braga, continuam impunes. Jorge Jesus, António Salvador e Mesquita Machado, depois das violentas e justas afirmações no final do Braga – FC Porto (e o mesmo se passou no final do Benfica – Braga), continuam impunes.
O bode expiatório foi Katsouranis. Porque será? Citando Derlei: “isto é uma palhaçada/brincadeira”. O problema é que qualquer dia o circo tem de encerrar por falta de palhaços.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Ele lá sabe porquê...

Jesualdo Ferreira definiu uma nova maneira de avaliar os erros dos árbitros. Se beneficiarem o FC Porto, os lances são duvidosos; se beneficiarem outro candidato ao título (o Benfica), são erros graves.
O treinador do FC Porto demorou quase 48 horas a pronunciar-se sobre as decisões polémicas do árbitro Paulo Costa no SC Braga – FC Porto. Ainda em Braga, na conferência de imprensa no final do jogo, Jesualdo disse não ser avaliador de árbitro, nem membro da Comissão de Arbitragem. Ontem, avaliou os lances, à sua maneira.
Para este lapso de tempo, também eu tenho as minhas dúvidas. O que terá motivado Jesualdo para este moderado rebate de consciência? Para responder a esta questão, é preciso reflectir sobre o actual caldo de cultura do futebol português.
Tenho, para mim, que esta condescendência de Jesualdo, invulgar na doutrina portista, terá sido devida a uma avaliação interna sobre os danos futuros como consequência da escandalosa (pela evidência dos erros) arbitragem de Paulo Costa.
Com uma deslocação, na próxima jornada, ao Restelo, para defrontar o Belenenses, o FC Porto teme começar a pagar a factura de mais uma arbitragem que notoriamente o favoreceu. O ruído que se fez à volta dos tremendos erros de Paulo Costa, aliado ao facto de Elmano Santos também ter ajudado, com o prejuízo do Benfica no jogo com os azuis do Restelo, mais ajuda a esta convicção portista.
Admitir, portanto, que poderá ter sido beneficiado, alivia um pouco a pressão da opinião pública sobre os árbitros “contra o FC Porto”, porque lhe retira algum do odioso. E faz com que, ingenuamente, se pense que Paulo Costa foi um mero erro de casting – o homem errado, à hora errada.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Biba o futebol português!

Não está mal visto não senhor. Esta capa de "O Jogo" de hoje merece entrar para o anedotário nacional do jornalismo. Era como se depois de um acidente de autocarro com 100 pessoas e 50 mortos, a manchete fosse "Podia ser pior".
Diz o "O Jogo" que o 1º golo foi em fora-de-jogo e ficaram dois penáltis por assinalar contra o FC Porto, e se o "O Jogo" o diz é porque a coisa foi mesmo descarada. E foi. Já Jorge Coroado, que é o presidente da AG do Belenenses, em comentário no "Tribunal d´O Jogo" tinha defendido que o Benfica foi prejudicado em dois penáltis por assinalar contra a "sua" equipa. Portanto, aqui temos dois testemunhos insuspeitos.
O problema é que os tempos estão maus e os ventos não sopram de feição para a comunicação social. O 1º golo do FC Porto foi em fora-de-jogo? Foi. Ficaram por assinalar 2 penáltis contra o FC Porto? Ficaram. Mas, diz o "O Jogo", foi... justo. Ora aqui está um invulgar conceito de justiça.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Viva o futebol português!

Um manto de vergonha cobre todo o futebol português. Já ninguém consegue esconder a “máfia” que se esconde nos bastidores, onde se acobertam todos aqueles que o processo do “Apito Dourado” e do “Apito Final” ainda não conseguiu apanhar. Razão tinha José Mourinho quando há tempos aterrou no Porto: “Acabo de chegar a Palermo”, disse o actual treinador do Inter de Milão. E sabia do que falava.
Portugal transformou-se numa verdadeira Sicília. A única diferença é que na “máfia” siciliana há alguma honra. No futebol português, a honra é coisa que anda pelas ruas da armagura – e o carácter das pessoas também.
O Braga – FC Porto de hoje à noite é o paradigma mais notório e evidente da podridão que grassa entre os árbitros e alguns responsáveis de clubes. Prejudicado à antiga portuguesa, ou seja sem qualquer tipo de benefício de dúvida, o Sporting de Braga comeu e calou.
Onde estava o Jorge Jesus do final do jogo na Luz? E onde está António Salvador, presidente do Braga, que lançou violentos ataques em todas as direcções na semana que passou? E Mesquita Machado, presidente da AG da Federação, que pediu a intervenção da Procuradoria? E Jesualdo, que no final do jogo com o Trofense falou de “coisas estranhas” noutro campo? O treinador do FC Porto até fugiu, com vergonha, na flash-interview para não comentar os escandalosos benefícios ao FC Porto.
Paulo Costa não é nome de gente séria, nem competente. O árbitro do Braga – FC Porto estava “treinado” para a função. Mas a sua incompetência é tanta que em vez de praticar um “assalto” pela calada da noite, fez um “roubo à mão armada em plena luz do dia”.
O problema é que a impunidade é total no futebol português. Paulo Costa não quis ver (nem o seu assistente) o fora-de-jogo gritante que deu o primeiro golo ao FC Porto. Nem quis ver o penálti por mão de um jogador do FC Porto dentro da área. Nem o penálti por falta de Helton sobre Meyong. Nem o penálti sobre Alan. Nem a agressão de Hulk. (Aqui fica para a história dos maiores roubos do futebol português - veja e delicie-se ou core de vergonha).Foram “assaltos” a mais. Não sabemos se o “sistema” vai gostar de tanta exposição. E por isso é natural que Paulo Costa passe uns dias à sombra, para ver se tudo se esquece. Eu espero que o Benfica não deixe esquecer este escândalo. A somar ao escândalo da arbitragem de Elmano Santos, da Madeira, que perdoou 3 grandes penalidades ao Belenenses, no jogo contra o Benfica.
Não sabemos se Elmano Santos é parente de António Henriques, o homem da Madeira, envolvido no “Apito Dourado” que, por mera coincidência, é compadre de Pinto da Costa. Agora digam lá se isto é ou não é uma verdadeira “famiglia”?
Post - Scriptum: O poster que aqui publicamos é o nosso pequeno contributo - uma simples ideia - para a promoção do futebol português no estrangeiro, com vista à campanha para o Mundial de 2018!

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Tudo bons rapazes

O jogo de sábado em Braga vai definir muito do que pode ser o campeonato até ao fim. Velhos inimigos, agora aliados circunstanciais vão-se defrontar num Braga – FC Porto envolto em grande expectativa.
A semana decorreu debaixo das afirmações de responsáveis bracarenses, entre os quais o seu presidente, António Salvador. A ajudar à missa, surgiu Mesquita Machado, um “dinossauro” da política.
O que levou Salvador e Mesquita Machado a saírem à liça para se atirarem a Paulo Batista, o árbitro do Benfica – Braga, é algo ainda não clarificado, embora se levantem algumas explicações. As palavras de Salvador foram lidas à luz das suas mais recentes amizades, entre elas o presidente do FC Porto e o seu braço direito, Reinaldo Teles. Quanto a Mesquita, há quem diga que tal foi devido a dificuldades eleitorais internas. Para ajudar nestas explicações, publicamos a fotografia acima. 

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

O regresso ao futebol

Benfica – 1; Belenenses – 0 (Taça da Liga, fase de grupos). O Benfica está nas meias-finais da Taça da Liga, depois de derrotar o Belenenses por 1-0, com golo de Katsouranis. A partida foi marcada pela hora a que foi realizada, no sábado às 16 horas. Pouca gente já se lembrava de um jogo na Luz à luz do sol.
As bancadas, que tratando-se de um jogo em que praticamente nada havia para resolver (ao Benfica bastava um empate para seguir em frente) estariam com reduzida afluência, a exemplo do que aconteceu em Alvalade (6 mil pessoas) ou no Dragão (15 mil), foram preenchidas por mais de 35 mil benfiquistas – um recorde nesta Taça da Liga, cuja média pouco ultrapassa as 2 mil pessoas.
Este facto vem, assim, dar razão ao Presidente do Benfica. Luís Filipe Vieira defendeu recentemente que gostaria (e tudo iria fazer para isso) de passar a ver os jogos na Luz disputarem-se ao sábado ou domingo à tarde – uma promessa feita a seu pai.
Está certo o Presidente do Benfica. Numa indústria e num negócio cada vez mais ao sabor de interesses particulares, Vieira é o único que tem uma visão lúcida e esclarecida para não deixar morrer o futebol.
Tivesse o jogo da Luz contra o Belenenses sido melhor promovido (ou tivesse sido para o campeonato) e estamos certos de que mais de 50 mil pessoas estariam nas bancadas. A Luz esgotada seria assim uma realidade quase permanente, a bem do futebol e a bem do espectáculo.
As imagens das bancadas são elucidativas. Famílias inteiras, pais e filhos, jovens, crianças, casais de namorados, avós e netos, regressaram ao futebol. Será que ninguém, na Liga e/ou na Federação vê isto?
Luís Filipe Vieira foi, mais uma vez, visionário. Os jogos à tarde, como se faz em Inglaterra, são talvez a única forma de fazer regressar tanta e tanta gente ao futebol. O Presidente do Benfica tem aqui uma das suas bandeiras para o futuro. Os benfiquistas mostraram, no sábado à tarde, que querem o futebol na Luz para as famílias.
Mais do que o jogo, mais do que o resultado, mais do que as exibições de Aimar (a subir, e de que maneira, de forma), o sol radioso que encharcou a Luz, vibrante e feliz de gente, foi o facto mais relevante.
É pena que enquanto o Presidente do Benfica pensa na defesa do futebol, outros, com responsabilidades alargadas, percam o tempo a pensar em fantasias e em projectos de novo-riquismo.
Mais tarde ou mais cedo, na Luz e noutros estádios do país, o futebol à luz do sol vai ser uma realidade. E talvez se comece a perceber melhor porque é que Luís Filipe Vieira tanto se empenhou na criação da Benfica TV. É que para o Presidente do Benfica, as casas não se começam a construir pelo telhado. (Foto: Estela Silva/Lusa)

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Como funciona o "sistema"

As últimas jornadas têm sido pródigas em “casos” de arbitragem. Depois do escândalo que foi a arbitragem de Pedro Henriques, no Benfica – Nacional, que poderia ter colocado o Benfica em primeiro lugar, com 4 pontos de avanço, o que não aconteceu, tendo-se verificado um empate a zero, depois de um golo invalidado a Cardozo, já nos descontos, o país desatou a comentar a arbitragem de Paulo Baptista, no Benfica – 1; Braga – 0.
Independentemente de comentar estas estratégias manhosas, protagonizadas por quem conhece como ninguém os meandros e os “timings” do sistema, vale bem a pena reflectir sobre o fora-de-jogo de David Luiz, no tal Benfica – Braga, e de Vuckevic, no Rio Ave – Sporting: entre um e outro, “quilómetros” de diferença.
O que é preciso é o Benfica perceber, de uma vez por todas, estas movimentações, que já metem presidentes de Assembleia Geral da Federação (Mesquita Machado) e treinadores de clubes alheios ao jogo em questão (Jesualdo Ferreira).
É o desespero a agitar os tentáculos do sistema. Jesualdo, num involuntário deslize linguístico, disse que o campeonato se resolver nas próximas 5/6 jornadas, onde entram FC Porto – Benfica; Sporting – Benfica e FC Porto – Sporting. O treinador do FC Porto mais não quis do que chamar a atenção de quem decide (alguns bem próximos de si) de que não se pode facilitar mais – agora é para prejudicar o Benfica com toda a força.
Para os espíritos menos atentos, e para as consciências menos tranquilas, aqui vai umresumo do que se passou até agora. Digam lá se não temos de ganhar contra tudo e contra todos? (LEGENDA: lance que beneficiou; lance que prejudicou).

Sport Lisboa e Benfica
1ª Jorn. (Rio Ave – f) (1-1) - Prejudicado (- 2 Pontos)
Com 1-1, penalty não assinalado sobre Aimar.
2ª Jorn. (Porto – c) (1-1) - Igual
Com 0-0, expulsão perdoada a Luisão & sumaríssimo
Com 0-1, penalty não assinalado sobre Di Maria;
Com 1-1, expulsão perdoada a Rodriguez por entrada por trás sobre Nuno Gomes & sem sumaríssimo.
3ª Jorn. (Paços Ferreira – f) (3-4) - Prejudicado
Golo 2-3 do Paços através de uma falta sobre Sidnei, que foi assinalada ao contrário;
Expulsão perdoada a Filipe Anunciação, do Paços, por entrada de pitons sobre Reyes (se Filipe Anunciação tivesse sido expulso, Nuno Gomes já não teria tirado desforço sobre o mesmo jogador no lance seguinte, com 2-4).
4ª Jorn. (Sporting – c) (2-0) - Prejudicado
Com 0-0, expulsão perdoada a Rochemback por entrada por trás e de pitons sobre Reyes;
Com 0-0, penalty não assinalado sobre Yebda.
5ª Jorn. (Leixões – f) (1-1) - Prejudicado (- 2 Pontos)
Com 0-0, 3, expulsão perdoada a Vasco Fernandes, do Leixões, por entrada por trás e de pitons sobre Di Maria;
Com 0-0, penalty não assinalado (mão na bola do jogador do Leixões dentro da área);
Golo mal anulado (seria o 2-0) a Yebda (N. Gomes e Yebda nunca fizeram falta durante o lance).
6ª Jorn. (Naval - c) (2-1) - Igual
Com 0-0, penalty não assinalado por falta sobre Ruben Amorim;
Com 0-0, fora-de-jogo mal assinalado a jogador da Naval.
7ª Jorn. (Guimarães - f) (1-2) - Prejudicado
Com 0-0, penalty não assinalado por falta sobre Aimar;
Com 0-2, fora-de-jogo mal assinalado a Suazo;
Com 1-2, expulsão de Reyes em apenas 2 minutos por acumulação de amarelos;
Com 1-2, expulsão perdoada a F. Meireles por cotovelada na cara de Aimar;
Com 1-2, expulsão perdoada a Nuno Assis por entrada de karaté com os pitons sobre Katsouranis;
Com 1-2, expulsão perdoada a Andrezinho por entrada de pitons na cara de Suazo.
10ª Jorn. (Setúbal - c) (2-2) - Prejudicado (- 2 Pontos)
Com 2-1, expulsão perdoada a Sandro, do Vitória de Setúbal, por entrada por trás sobre Reyes e golo mal anulado ao Benfica no mesmo lance.
11ª Jorn. (Marítimo - f) (0-6) Prejudicado
Expulsão perdoada a Olberdam (pisou 2 jogadores do Benfica: David Luiz e Yebda);
Expulsão perdoada a Bruno (Deu uma joelhada na cara a Reyes);
Expulsão perdoada a Van der Linden (Atingiu Aimar nas costas com os pitons);
Três simulações não admoestadas a jogadores do Marítimo (que custaram 2 amarelos a jogadores do Benfica).
12ª Jorn. (Nacional - c) (0-0) Prejudicado (- 2 Pontos)
Golo mal anulado a Nuno Gomes, após Miguel Vitor ser derrubado e a bola ter ressaltado no jogador do Benfica.
14ª Jorn. (Benfica - c) (1-0) Beneficiado (+ 3 Pontos)
Penalty de Luisão. Golo irregular de David Luiz..

Futebol Clube do Porto
1ª Jorn. (Belenenses – c) (2-0) - Beneficiado
Com 1-0, expulsão errada (de Carsiano, do Belenenses)
2ª Jorn. (Benfica – f) (1-1) - Igual
Com 0-0, expulsão perdoada (a Luisão) & sumarissimo;
Com 0-1, penalty perdoado por falta sobre Di Maria;
Com 1-1, expulsão perdoada a Rodriguez & sem sumaríssimo.
3ª Jorn. (Rio Ave – f) (0-0) - Prejudicado (- 2 Pontos)
Com 0-0, penalty não assinalado a Gaspar, do Rio Ave;
com 0-0, expulsão perdoada a Lucho.
5ª Jorn. (Sporting – f) (1-2) - Beneficiado (+ 2 Pontos)
Golo do 1-0 foi irregular. Falta de Tomás Costa sobre Grimi;
Com 1-2, expulsão perdoada a Tomás Costa por acumulação de amarelos.
6ª Jorn. (Leixões - c) (2-3) Beneficiado
Com 0-2, penalty duvidoso assinalado sobre Hulk;
Com 2-2, golo mal anulado ao Leixões.
7ª Jorn. (Naval - f) (1-0) Beneficiado
Com 1-0, expulsão perdoada a Bruno Alves.
8ª Jorn. ( Guimarães - c) (2-0) - Beneficiado
Com 0-0, penalty perdoado a Bruno Alves sobre Flávio Meireles.
12ª Jorn. (Marítimo - c) (0-0) - Beneficiado (+1 Ponto)
Expulsão perdoada por falta de Lisandro, sobre Miguelito, do Marítimo;
Penalty perdoado a Rolando, empurrando um adversário na área;
Penalty perdoado a Bruno Alves, muda a trajectória da bola na pequena área, de forma intencional;
Expulsão perdoada (a Cardozo, do Marítimo, sobre Rolando) & sumaríssimo.
14ª Jorn. (Trofense - f) (0-0) - Beneficiado
Expulsão perdoada a Bruno Alves, por agressão a adversário.

Sporting Clube de Portugal
1ª Jorn. (Trofense – c) (3-1) - Prejudicado
Com 3-0, penalty mal assinalado a Polga.
2ª Jorn. (Braga – f) (0-1) - Beneficiado (+ 2 Pontos)
Com 0-1, penalty perdoado por falta sobre Meyong, do Braga;
Com 0-1, expulsão perdoada a Izmailov.
3ª Jorn. (Belenenses – c) (2-0) - Beneficiado
Golo 1-0 irregular em fora de jogo de Postiga;
Com 2-0, expulsão perdoada a Postiga.
4ª Jorn. (Benfica – f) (0-2) - Beneficiado
Com 0-0, expulsão perdoada a Rochemback por entrada por trás sobre Reyes;
Com 0-0, penalty não assinalado sobre Yebda.
5ª Jorn. (Porto - c) (1-2) - Prejudicado (- 2 Pontos)
Golo do 0-1 foi irregular. Falta de Tomás Costa sobre Grimi;
Expulsão perdoada a Tomás Costa por acumulação de amarelos.
7ª Jorn. (Rio Ave - f) (0-1) - Prejudicado
Com 0-1, Golo mal anulado a Liedson
8ª Jorn. (Leixões - c) (0-1) - Beneficiado
Com 0-1, penalty não assinalado de Abel sobre Wesley, do Leixões.
9ª Jorn. (Naval - f) (0-1) - Igual
Com 0-1, expulsão perdoada a Carlitos, da Naval, por entrada sobre Derlei;
Com 0-1, penalty não assinalado de Polga sobre Marcelinho.
10ª Jorn. (Guimarães - c) (2-0) Prejudicado
Com 0-0, penalty de João Alves, do Guimarães, sobre Izmailov;
Com 2-0, Golo mal anulado a Postiga.
11ª Jorn. (E. Amadora - f) (3-1) Beneficiado
Com 1-1, Golo da vantagem marcado em fora-de-jogo por Liedson.


CONCLUSÃO
SL Benfica: 1 Beneficiado, 8 Prejudicado, 2 Igual, 3 Nada a Assinalar.
(- 5 PONTOS)

FC Porto: 7 Beneficiado, 1 Prejudicado, 1 Igual, 5 Nada a Assinalar.
(+ 1 PONTO)

Sporting CP: 5 Beneficiado, 3 Prejudicado, 1 Igual, 5 Nada a Assinalar.
( = )

O INFERNO nos Jornais


in "Jornal de Notícias", de 17 de Dezembro de 2008

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Di Maria imita Maradona

Angel Di Maria, finalizando um golo fabuloso, à Maradona. (Foto: João Henriques/Reuters)

Angel Di Maria, o golo e a dedicatória para El Pibe: a selecção albi-celeste à tua espera, Angelito (Foto: João Henriques/Reuters)
Pablo Aimar e Diego Armando Maradona: Luz de Estrelas (Foto: João Henriques/Reuters)
Rui Costa e Diego Armando Maradona: Luz de Estrelas (Foto: Nacho Doce/Reuters)

Benfica - 4; Olhanense - 1 (Taça da Liga, fase de grupos): Angel Di Maria marcou um golo “à Maradona”, para deleite dos espectadores que estiveram na Luz a assistir ao Benfica – Olhanense, para a Taça da Liga (Carlsberg Cup). Quem mais vibrou foi, porém, um espectador muito especial, chamado Diego Armando Maradona, que veio directamente de Buenos Aires para assistir ao jogo e para ver Angelito.
El Pibe, sempre muito bem disposto, como o comprovam as imagens televisivas, aplaudiu euforicamente o golo do menino das pampas. Sempre podemos dizer, nós benfiquistas, que Dieguito, um Deus do futebol, vibrou com um golo do Benfica. E Di Maria pode ter carimbado definitivamente o seu passaporte para a Selecção principal da Argentina, um das principais candidatas ao título mundial de 2010, na África do Sul.
Não deixa por isso de ser estranho que Quique Flores tenha deixado Di Maria no banco de suplentes até aos 60 minutos. Sabendo que Maradona estava na bancada para ver o “20” da Luz, Quique devia ter colocado o jovem jogador argentino desde o início, respeitando a presença e o motivo do seleccionador da Argentina.
Se calhar, o jantar vai ter de ficar para outra vez, não é Quique? Di Maria é que não pareceu afectado com esta situação. Jogou 30 minutos, o que bastou para marcar um golo absolutamente genial – o quarto.
No mais, um Olhanense, líder da Liga Vitalis, desinibido e atrevido, bem comandado por Jorge Costa, e um Benfica algo permeável na defesa, onde Miguel Vítor foi adaptado à lateral direita, e um Reyes em alta rotação.

Post-Scriptum: O Sporting ganhou hoje à noite ao Rio Ave, para a Taça da Liga, com um golo “quilómetros” fora-de-jogo – um lance em que não estava um, mas três jogadores leoninos plantados na área só com o guarda-redes vila-condense pela frente . À beira deste golo falso, o de David Luiz, contra o Braga, é uma brincadeira de crianças. Estou à espera da indignação nacional à volta deste escândalo em Vila do Conde. E fico ainda à espera das reacções de outros clubes. Aplaudo a honestidade de Paulo Bento, ao afirmar que o golo é irregular, (mas sempre gostaria de saber se diria o mesmo se o jogo fosse contra, por exemplo, o Benfica, para a Liga Sagres?).

Salvé, Diego!

Diego Armando Maradona, El Pibe, vai estar hoje à noite na Luz. Chamam-lhe Deus – “God” também apelidaram Eric Clapton nas paredes de Londres. Num e noutro caso, talvez seja exagerado.
Mas Maradona, actual seleccionador argentino, está em Portugal para ir à Luz, ver o Benfica - Olhanense, para a Taça da Liga. Há dias foi noticiado que a sua primeira paragem seria o Dragão, para ver Lisandro e Lucho. Não se confirmou, Maradona não apareceu.
Quique, nessa altura, afirmou que gostaria de conversar e, se possível, jantar com Dieguito. Hoje, na Luz, acompanhado por Luís Filipe Vieira, de regresso de Cabo Verde, e por Rui Costa, Maradona vai estar na Catedral para observar Angel Di Maria, de quem disse que com ele à frente da Selecção da Argentina seria titular.
Será bem-vindo e vai merecer todas as honras devidas a um autêntico Chefe de Estado. E não podemos jamais esquecer que não apareceu no Dragão, mas vai marcar presença na Luz. Maradona sabe sempre dar prioridade aos “maiores”, como ele “grande entre os grandes”. E pode ser que Quique ganhe um jantar. Salvé, Diego!

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Na frente, outra vez

Uma equipa a jogar sobre brasas. Ansiedade a rodos. A vitória em Guimarães não sossegou ainda todos os espíritos. Rui Costa – vi-o na tribuna – estava com cara fechada, antes do jogo. Sinal da responsabilidade que o jogo com o Sporting de Braga acarretava para o futuro próximo da equipa na Liga. O director desportivo merece ser feliz e fazer-nos felizes.
Os adeptos compareceram em número apreciável, cerca de 33 mil, depois de uma semana algo turbulenta e após um violento soco no estômago que consistiu na derrota na Trofa.
De apoio, mais uma vez, não se pode queixar a equipa. Quique, como prometeu, esteve sempre em pé junto da lateral. Activo, sempre activo. Instruções e mais instruções para dentro do relvado.
De pé como os generais a comandar os soldados em combate, na frente de combate. E de um combate se tratou o jogo com o Sporting de Braga. Não porque o jogo tenha sido viril, apesar dos 7 cartões amarelos, mas porque foi um jogo de raça, de carácter, de homens de barba rija.
O Sporting de Braga, de Jorge Jesus, jogou na Luz, cara a cara com o Benfica. Não é impunemente que a equipa arsenalista ultrapassou a fase de grupos da UEFA e tem todas as possibilidades para chegar ainda mais longe – o Standard de Liége, que lhe coube em sorte nos oitavos-de-final, é adversário ultrapassável.
Com um plantel recheado de bons jogadores, onde emergem atletas emprestados pelo FC Porto, como Luís Aguiar, Renteria e Alan, o Sporting de Braga foi uma equipa “grande”, jogando no campo todo, o que não fazem na Luz FC Porto nem Sporting.
O Benfica entrou no jogo com medo de falhar. A defesa esteve bem, com Miguel Vítor imperial, mas a transição para o ataque continua a ser lenta e atabalhoada. Falta um box-to-box e um organizador de jogo, que não pode ser Aimar, a jogar em terrenos excessivamente adiantados.
Seja como for, a vitória foi importante e coloca-nos, mais uma vez, em primeiro lugar. Exige-se que a equipa mostre mais tranquilidade e mais capacidade de controlo do jogo. Em muitas alturas do jogo, a voz de comando de Quique foi importante.
Reyes é, como se viu, indispensável, e Di Maria parece estar a aprender que tem de ser um jogador mais colectivo se quiser voar bem alto. Moreira mereceu o voto de confiança, depois do falhanço na Trofa.
Agora vem uma pausa para a Taça, depois uma saída difícil ao Restelo. Se, como dizia ontem Jesualdo Ferreira, o campeonato se decidir nas próximas 5/6 jornadas (e nisso o FC Porto costuma estar bem informado), então temos de estar todos os unidos, vigilantes e concentrados. Foto: Hugo Correia (Reuters)

Ficha do jogo
14ª Jornada
Estádio da Luz
Benfica – 1; Braga – 0
Árbitro: Paulo Baptista (AF Portalegre)
Benfica: Moreira; Maxi, Luisão Miguel Vítor e David Luiz; Yebda, Katsouranis, Ruben Amorim e Di Maria; Aimar e Suazo.
Golo: David Luiz (45 min.)

domingo, 11 de janeiro de 2009

Os papagaios

Com a derrota na Trofa, apareceram os papagaios. Nem a desastrosa época do ano anterior, com um 4º lugar, lhes aguçou tanto o apetite. Então, porquê agora? A derrota e a exibição da equipa fora miserável com o Trofense, convenhamos. Mas uma tão concertada orquestra de críticas por parte de alguns ditos notáveis era coisa que já não se via há alguns anos.
Por detrás desta vozearia está uma, e só uma, justificação: 2009 é ano de eleições. Lá para finais de Outubro o Benfica escolhe o seu Presidente. E nos clubes de futebol, os resultados desportivos são um argumento não negligenciável.
Jaime Antunes, Gaspar Ramos, Fernando Seara, Bagão Félix. A ordem é arbitrária, ou talvez não. O economista, candidato esmagadoramente derrotado por Luís Filipe Vieira, nas eleições de 2003, não desaproveitou a hora má da equipa para aparecer à boca de cena.
Antunes, que não se congratulou com as vitórias sobre o Nápoles ou sobre o Sporting, “leu”na derrota da Trofa o descalabro do clube, sem liderança, sem rumo, sem futuro. Não lhe ocorreu pensar que um clube dividido é um clube mais fraco?; que quando fala mal do Benfica está a prestar um bom serviço aos nossos adversários?; que os benfiquistas já lhe mostraram quanto vale?
Gaspar Ramos é o crítico de plantão da comunicação social quando é preciso dizer mal do Benfica. O antigo chefe de departamento de futebol tem vindo, nos últimos anos, a desrespeitar o seu passado e a dar de si uma triste imagem. É pena.
Gostava de continuar a recordar-me do Gaspar Ramos, figura controversa do futebol português nos anos 80, a primeira a confrontar Pinto da Costa e o FC Porto. Numa altura em que Pinto da Costa e o FC Porto começavam a montar o seu célebre “sistema”, responsável por muitos e decisivos êxitos desportivos, Gaspar Ramos foi o único que se lhes opôs. Admirei-lhe sempre a coragem. Sozinho, muitas vezes mesmo no seio do seu clube de sempre, o antigo chefe do departamento de futebol percebeu a armadilha e, em defesa dos superiores interesses do Benfica, tentou desmontá-la. Ficou isolado e imolado.
Talvez porque nunca lhe tenham feito justiça, agora demonstre o seu ressabiamento. Talvez porque lide mal com o afastamento de cena, agora nunca perca uma oportunidade para aproveitar os holofotes. O certo é que Gaspar Ramos não é uma consciência crítica do Benfica, nem uma reserva moral, nem uma eminência parda. Não se deu ao respeito e perdeu o respeito dos benfiquistas. E é pena.




Fernando Seara não é propriamente um crítico. Nem podia sê-lo. Mandatário de Luís Filipe Vieira nas eleições de 2006, Seara tem uma imagem desgastada junto dos benfiquistas. O seu estilo no programa “O Dia Seguinte”, na SIC Notícias, é pouco consensual. Mas não passa de um estilo, embora ineficaz, é certo.
Não comungo da sua opinião sobre o jogo da Trofa, nem me pareceu apropriado o ataque a Quique Flores, mas foi apenas uma opinião e Seara tem direito a tê-la. Grave foi quando defendeu o sumaríssimo a Luisão, após o jogo com o FC Porto.
O presidente da Câmara de Sintra já deve ter perdido todas as ambições de ser Presidente do Benfica. O clube permite-lhe a ocupação de um espaço público, que Seara não aproveita da melhor forma. A página n´”A Bola”, que, segundo ouvi da boca de um dos seus mais próximos, não é escrita por ele, é um longo e inócuo bocejo. Neste contexto, Seara é irrelevante.


Bagão Félix. Confesso que o ex-ministro das Finanças me surpreendeu pela negativa. Não estava a vê-lo envolvido nesta mera intriga palaciana. Félix é um ilustre e respeitado benfiquista, cujos recentes elogios à gestão financeira de Luís Filipe Vieira, o tornavam numa forte hipótese para candidato à Presidência da Assembleia Geral nas listas do actual Presidente do Benfica.
Momentos maus todos têm, até a equipa de futebol. O que é incompreensível é que num homem da honorabilidade de Bagão Félix, respeitável e respeitado, ilustre e notável, se lhe tolde a clarividência e desate a criticar os jogadores, um por um.
Bagão Félix, Jaime Antunes, Gaspar Ramos, Fernando Seara, prestaram um mau serviço ao Benfica. De Jaime Antunes e de Gaspar Ramos já nada mais se espera do que o destilar de veneno quando as coisas correrem mal. Nada de positivo dali se pode esperar.
De Fernando Seara espera-se que arranje algum suplemento de alma para defender mais eficazmente o seu clube do coração. Porque será que para criticar Seara é bem mais acutilante do que para aplaudir?
Estamos convencidos que Bagão Félix já se deve encontrar arrependido das declarações que fez. Acreditamos que se vai redimir e que tudo não tenha passado de um equívoco. A equipa vai dar-lhe ainda grandes alegrias.

Post-Scriptum: Carlos Quaresma, que se auto-intitula empresário português radicado na Suécia, é um homem sempre muito procurado por alguma comunicação social para falar sobre o Benfica. Em 2003, tentou ser candidato à Presidência, mas os processos irregulares perseguem-no. As últimas entrevistas que deu só podem ter um resultado: ser expulso de sócio (se o for…).

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Enfim, felizes!

V. Guimarães – 0; Benfica – 2 (Taça da Liga). A manchete da “A Bola” de hoje diz tudo: “Enfim, felizes”. Como um suspiro de alívio, a vitória de ontem em Guimarães, para a Taça da Liga, foi um bálsamo para a alma. Enfim, felizes. Depois de uma noite de pesadelo, domingo. De um acordar pesado, segunda. De uma conversa de homens para homens. De um agitar de consciências e uma assumpção de responsabilidades. Enfim, felizes.
Esta felicidade não pode ser esporádica. Tem de ser duradoura. A mensagem dura mas leal, porque carregada de razão e dita olhos nos olhos, foi interiorizada pelos jogadores. Os homens têm carácter. Demonstraram-no no relvado do D. Afonso Henriques. Unidos, solidários, dignos do manto sagrado que envergavam. Finalmente, dignos. E nós, enfim, felizes.
Que a lição tenha sido aprendida, por uma vez. Que tudo não tenha passado de um sonho mau. Porque ninguém respeita quem não se dá ao respeito. Porque a Direcção, que lhes paga bem e a tempo e horas, não merece. Porque o director desportivo que os acompanha de perto, todos os dias, e que os estima, não merece. Mas, principalmente porque os adeptos que os apoiam ao frio, à chuva, onde quer que seja, nos momentos bons e menos bons, não merecem.
Carlos Martins disse o que precisava de ser dito – esta vitória é dedicada aos adeptos. Tudo está bem? Não. Mas até domingo, enfim, felizes. E domingo ao final da tarde, na Luz, contra o Sporting de Braga, queremos ver mais carácter, mais união. E sempre o respeito pelos adeptos. Vamos encher a Luz! Legenda da Foto: Katsouranis, o homem do jogo (João Relvas/LUSA)

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

A culpa não pode ser sempre do electricista

Hoje à noite, em Guimarães, o Benfica disputa um jogo mais crucial do que o facto de estar integrado na fase de grupos da Taça da Liga faria prever. A derrota na Trofa ainda agita os corredores da Luz. E a pergunta que se coloca neste momento é: e se a coisa der para o torto, como, na normal imprevisibilidade do futebol, pode acontecer?
Uma coisa é certa. Se o murro na mesa de segunda-feira, durante a conversa de balneário mais pública de que há memória, tiver sido entendido por todos e tiver tido um efeito mais pedagógico do que castigador, então teremos Benfica.
Se os jogadores demonstrarem que a qualificação de “falta de carácter” lhes assenta que nem uma luva, então é preciso procurar a Luz ao fundo do túnel. E, meus amigos benfiquistas, a culpa não pode ser sempre do electricista…

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

A importância do adjunto

Quique Flores conferencia sempre com Pako Ayesteran, adjunto e preparador físico, antes de fazer qualquer substituição. A situação é conhecida. As imagens do banco de suplentes do Benfica durante os jogos revelam-nos essa proximidade funcional e dialéctica.
Até aqui, nada de mais. Há treinadores para todos os gostos e feitios. Há-os mais ou menos interventivos; mais ou menos inseguros; mais ou menos individualistas. Há os que gostam de andar permanentemente ao longo da linha lateral, de cá para lá, como Jorge Jesus; os que preferem estar de pé encostados ao banco, como Paulo Bento; os que se penduravam no banco, como Camacho; os que olham o jogo de braços cruzados, de pé, com uma das mãos na cara, como Jesualdo Ferreira. Quique fala com Pako e este faz desenhos para mostrar, no papel, a nova configuração do sistema de jogo (julguei que as suas aptidões e méritos se situassem unicamente no campo da preparação física).
O problema começa quando este diálogo emperra a tomada de decisões que devem ser imediatas. No futebol moderno, as vitórias decidem-se, a maior parte das vezes, em fracções de segundo – o tempo que demora uma decisão.
Na segunda jornada da Liga, na Luz, contra o FC Porto, a entrada de Sidnei para equilibrar a equipa depois da expulsão de Katsouranis, demorou 6 minutos. Uma eternidade. Na altura, a máquina ainda perra do futebol portista não soube aproveitar esta e outras debilidades.
Na Trofa, domingo à noite, a conferência prolongou-se por tempo demais e, enquanto o diabo esfrega um olho, Bynia (o substituído) viu o segundo amarelo e correspondente vermelho. O Benfica ficou a jogar com 10 ainda com 30 minutos de jogo pela frente.
Não me interessa aqui abordar os métodos ou o estilo de Quique Flores no banco. Nem se faz bem ou mal em se aconselhar previamente com Pako antes de tomar decisões (diz o povo que duas cabeças pensam melhor do que uma).
Esta metodologia, chamemos-lhe assim, leva-me a reflectir sobre o papel do(s) adjunto(s) numa equipa de futebol. Parece-me instituída no futebol português a fórmula que permite ao treinador principal escolher os seus adjuntos, que, na maioria dos casos, o acompanham ao longo da carreira – os seus homens de confiança.
Lembro-me que foi por causa de um adjunto que José Mourinho não ficou no Benfica, quando rejeitou a imposição de Jesualdo Ferreira pelo clube. No FC Porto, a regra é que não há regra: Jesualdo já teve Carlos Azenha e agora tem José Gomes.
Quando chegou a Chelsea, Mourinho, que tinha impostos os seus adjuntos no FC Porto, aceitou como braço direito um homem da casa, Steve Clark. E agora no Inter, privilegia outro “nacional”, Guiseppe Baresi.
Voltemos ao Benfica. Quique tem Pako, mas também tem Diamantino e Fernando Chalana, em lugares bem discretos (e Fran Escrivá). E a pergunta que se põe é a seguinte: deve o Benfica continuar a aceitar que o treinador principal traga consigo os seus “homens de confiança”, ou deve caber ao clube a responsabilidade de indicar o adjunto (inevitavelmente, português)?
Voltemos a recuar no tempo e a lembrar quem era o adjunto de Giovanni Trappatoni, no último título de campeão, em 2004/05 – Álvaro Magalhães, esse mesmo. E, porque não, Diamantino?

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Farto de desculpas

Pode um erro monumental do árbitro Jorge Sousa (sempre um artista) desculpar uma derrota, pior do que uma derrota, uma exibição deplorável, indesculpável, vergonhosa? Resposta: não pode.
O que se passou ontem à noite no estádio do Trofense está longe de não ter explicação, tem muitas explicações. A primeira e mais grave, displicência. Displicência quer dizer desinteresse, falta de profissionalismo, alheamento.
Quique chamou-lhe falta de carácter. Pois eu discordo. Não é falta de carácter, é “sem” carácter. A falta pode ser sempre suprida, mais cedo ou mais tarde. Eu acho que há jogadores do Benfica que não têm qualquer carácter.
Pausa e vou beber um copo de água. E se o cabeceamento de Suazo, logo no primeiro minuto tem entrado? E se Aimar não tem falhado escandalosamente a abertura do marcador? E se Jorge Sousa (esse grande palhaço, sem menosprezo para os palhaços) tem visto o fora-de-jogo de quilómetros do jogador do Trofense, que dá o 1º golo?
Pois, se, se, se… Se Quique tem colocado mais cedo Cardozo junto de Suazo, ou se Di Maria fizesse jus ao interesse do Real Madrid? Tudo suposições. Os factos são os seguintes: derrota por 2-0 frente ao último classificado e perda do primeiro lugar.
E o que resta perguntar é: que consequências é que esta derrota encerra para o futuro? É que já não há mais margem de manobra para desculpas… Foto: Paulo Duarte (AP Photo)

Ficha do jogo
Trofense – 2; Benfica – 0
Estádio do Trofense
Árbitro: Jorge Sousa (AF Porto)

Benfica: Moreira; Maxi, Luisão, Sidnei e Jorge Ribeiro; Bynia, Carlos Martins, Ruben Amorim e Di Maria; Aimar e Suazo.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Quem vê, TV...

O Benfica joga hoje à noite na Trofa. O jogo com o primodivisionário Trofense, no concelho mais jovem de Portugal e, como o clube, em franca expansão e desenvolvimento, encerra dificuldades várias: a pressão de continuar líder, as dimensões mais reduzidas do terreno, a motivação extra dos jogadores do Trofense.
Não será por falta de apoio que o Benfica não irá ganhar, como se espera, como todos esperamos. Com uma lotação estimada em 6 mil lugares, o estádio do Trofense está já completamente esgotado. Destes 6 mil, não é arriscar muito se dissermos que 2/3 serão adeptos do Benfica, até porque o Trofense não chega aos 3 mil associados e, como é público, muitos dos bilhetes para sócios foram vendidos a não-sócios.
Esta não é uma realidade invulgar. O Benfica joga sempre em casa, fora da Luz, exceptuando Dragão e Alvalade (e, neste último, com a falta de militância assumida, a coisa se calhar vai dar ela por ela). A noite histórica que o Trofense vai hoje viver, com a maior assistência de sempre, já a viveram todos os clubes que marcaram presença na I Divisão e os que afortunadamente tiveram o Benfica, em sua casa, para a Taça de Portugal.
João Vieira Pinto, num momento de grande lucidez e felicidade, resumiu isto há uns anos numa célebre conferência de imprensa: “São 6 milhões de benfiquistas”. O que quero realçar é que o Benfica é o “abono de família” de praticamente todos os clubes portugueses, e, por isso, o preço dos bilhetes faz jus a esse “momento histórico”.
Vem isto a propósito de um trecho da entrevista de Luís Filipe Vieira ao jornal “A Bola”, onde o Presidente do Benfica assumia que o clube tinha de ser recompensado proporcionalmente à dimensão de mercado que detém. Estamos a falar, claro, das verbas pagas pelos direitos televisivos.
É que não é só nas bancadas que o Benfica é maioritário. Também no conforto dos sofás, nas mesas de café ou dos restaurantes, ou em qualquer parte onde exista uma “caixinha que mudou o Mundo”, os jogos do Benfica são maioritariamente vistos. E isto, que faz reverter para as operadoras televisivas centenas de milhões de euros, tem de ter um retorno justo e correcto.
Sem rasgar contratos, nem rejeitar compromissos, o que Luís Filipe Vieira deixou bem vincado é que a marca Benfica, que, ainda segundo notícias recentes, vale 25 milhões de euros/ano em merchandising só em Portugal, não pode ser só o “abono de família” das operadoras televisivas mas receber aquilo que a sua dimensão planetária exige.
Não é possível continuar a receber o mesmo que um clube do fundo da tabela recebe na Liga espanhola. 2009 vai ser um ano importante no que a este assunto diz respeito, e no qual a Benfica TV tem um papel decisivo. Muito dos sucessos desportivos na Europa do futebol também passam pelo sucesso desta estratégia.
Para os mais distraídos, aqui fica o ranking das maiores audiências e shares televisivos dos jogos transmitidos pela RTP1(canal aberto) na Liga 2008/2009. Veja e reflicta:

1º Benfica-Naval 18% (Audiência) 47,2% (Share)
2º Leixões-Benfica 17% / 40,8%
3º P.Ferreira-Benfica 16,1% / 36,7%
4º Benfica-V .Setúbal 16% / 37,6%
5º Sp. Braga-Sporting 14,8% / 34,4%
6º Marítimo-Benfica 14,6% / 38,1%

Dá para reflectir, não dá?

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Voz de comando

A entrevista que Luís Filipe Vieira deu ao jornal “A Bola” tem muitos significados. O Presidente do Benfica reservou o primeiro dia “oficial” de 2009 para enviar um sinal claro aos benfiquistas e ao futebol português: podem contar com ele para todos os combates em defesa dos mais altos interesses do Sport Lisboa e Benfica.
Quando se avizinham jogos importantes e decisivos para a definição da Liga, Vieira não poupou nas palavras: “Espero que nos deixem ganhar a Liga dentro do campo”. O “timing” para este aviso à navegação não podia ter sido mais oportuno.
A última arbitragem de 2008, o já tristemente célebre desempenho de Pedro Henriques no Benfica – Nacional, foi a gota que entornou um copo já cheio das más arbitragens que têm prejudicado o clube.
Face a este panorama, que mete Olegários, Xistras e Lucílios, Vieira coloca a responsabilidade nas mãos de Vítor Pereira, o presidente da Comissão de Arbitragem da Liga, ao referir que “quer continuar a manter a confiança nele”. Cabe agora a Vítor Pereira saber merecer essa confiança.
Paladino da luta pela verdade desportiva, com Dias da Cunha, Luís Filipe Vieira tem a autoridade moral para exigir mais respeito e critérios mais transparentes na arbitragem dos jogos do Benfica. A dimensão do eco destas palavras, só o tempo a mostrará.
A menor exposição mediática no segundo semestre de 2008 não significou da parte de Luís Filipe Vieira um menor acompanhamento dos assuntos do Benfica. Pelo contrário, o recuo conjuntural e estratégico permitiu um maior envolvimento em áreas muito sensíveis, como ainda e sempre a consolidação financeira, e o lançamento de projectos pioneiros e emblemáticos, de que a Benfica TV é o expoente máximo.
2009 será assim decisivo no retorno a que o Benfica tem direito por ser uma espécie de “galinha dos ovos de ouro” do panorama televisivo português. Principal marca nacional e líder absoluto de audiências, o Benfica exige receber a justa contrapartida pelos milhões que faz entrar em muitos outros bolsos.
Sem o desgaste da gestão quotidiana do futebol profissional, Vieira continua a pautar o dia-a-dia do clube. O momento das modalidades amadoras, cuja imposição de rigor financeiro não impede desempenhos vitoriosos, como são exemplo o basquetebol, o andebol e o futsal; as renovações com jogadores, como Reyes e Suazo; e, claro, o papel de Rui Costa – mereceu uma análise lúcida e rigorosa.
O fervilhar do coração benfiquista obrigou-o a garantir que “quer dar a maior satisfação aos benfiquistas: o título em 2009”, mas isso não o faz enveredar pelo facilitismo, pela demagogia, pelas vãs ilusões.
À pergunta sobre se vai recandidatar-se, responde sem subterfúgios: “Só os benfiquistas são insubstituíveis”. Mas o sonho que o anima de um Benfica cada vez maior e de continuação de um projecto que nunca se completa (a Fundação, o Museu, a nova sede social) não permitem duas leituras.
A cereja em cima do bolo é a revelação do acordo com a Sagres, outra marca nacional de dimensão mundial, “sponsor” também da Selecção Nacional. Ao anúncio do abandono do BES do patrocínio dos principais clubes portugueses (Benfica, Sporting e FC Porto), Vieira não perdeu tempo e foi o primeiro a reagir – fecha acordo fantástico com a Centralcer (que produz a Sagres). Os próximos dias vão revelar a dimensão histórica do acordo para o mercado nacional.
Enquanto Sporting e FC Porto ainda não sabem como resolver a desistência do BES, o Benfica vai à frente mais uma vez. São “golos” assim que fazem acreditar num Benfica mais forte e ganhador.
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