segunda-feira, 30 de junho de 2008

Futsal: Bi-Campeões!

Bi-campeões nacionais de futsal. Uma festa à Benfica, pavilhão cheio, emoção a rodos, classe e talento na base da vitória. E a nossa águia Vitória, bem no centro do vulcão. Parabéns rapazes! (Foto em www.slbenfica.pt)

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Bergessio, lembram-se?

Gonzalo Bergessio, lembram-se dele? Veio para o Benfica por 2,5 milhões de euros, contratado ao Racing Avellaneda. Nunca conseguiu impor-se na Luz e, com Camacho, foi mesmo colocado fora do baralho.
Sem espaço na equipa, sem se ter conseguido adaptar ao futebol português, o argentino regressou a casa agora para jogar no mítico San Lorenzo de Almagro. Na última época, com as cores do San Lorenzo, marcou 7 golos em 16 jogos no Torneiro Clausura, o campeonato argentino, tendo sido o 9º de uma tabela liderada por Dario Cvitanich, do Banfield, com 13 golos, e onde Buonanotte, tido como pretendido pelo Benfica, do River Plate, foi 3º com 9 golos. Em toda a época, Bergessio jogou 25 partidas e marcou 11 golos.
Na Taça dos Libertadores da América, uma espécie de Liga dos Campeões, Bergessio marcou 4 golos, numa lista em que o primeiro marcou 8 golos, e onde enfileira a par de jogadores como Palacio e Riquelme (Boca Juniors) e Thiago Neves (Fluminense), também pretendido pelo Benfica.
O curioso é que Gonzalo Bergessio é, neste defeso, um dos jogadores mais pretendidos da Argentina e está a um passo de deixar o San Lorenzo, com quem acaba contrato em Dezembro.
O principal investidor do San Lorenzo já disse, em declarações ao El Clarin, que “nem que estivesse louco deixaria ir Bergessio para o Boca (Juniors)”, acrescentando que não o vão vender nem ao ex-clube de Maradona “nem a qualquer clube argentino. Admite que o avançado pode ser transferido para um clube europeu, se assim o desejar e se a proposta for aliciante. Bergessio, entretanto, diz que “sonha com a selecção” da Argentina.

Sem comentários

F.C. Porto: «Não estou nada satisfeito com a sua inclusão na Champions», diz Platini
Presidente da UEFA garante que vai «lutar até à morte contra a corrupção»
Michel Platini manifestou esta quinta-feira o seu desagrado pela participação do F.C. Porto na próxima edição da Champions, face ao processo disciplinar de que o clube foi alvo. Em entrevista ao diário desportivo espanhol Mundo Deportivo, o presidente da UEFA garantiu que a corrupção não ficará impune.
«Não estou nada satisfeito com a sua inclusão na Liga dos Campeões. Digo-o sem reservas. Durante o meu mandato, a UEFA vai lutar até à morte contra a corrupção», criticou Platini.
Para o dirigente do organismo que tutela o futebol europeu, «uma equipa que seja punida pela sua federação e pela UEFA por corrupção não pode disputar uma competição europeia».

O INFERNO nos Jornais

in "Jornal de Notícias", de 25 de Julho de 2008

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Balboa em vez de Rodriguez? Pode ser...

Javier Balboa é um produto da “cantera” do Real Madrid, onde foi treinado por Quique Flores. Até aqui, tudo bem. Depois, foi emprestado ao Racing de Santander, clube do meio da tabela do campeonato espanhol. Regressou ao Real Madrid, na última época, para jogar 16 minutos na Liga dos Campeões, contra o Olimpiakos, tendo marcado 1 golo na vitória no Santiago Bernabéu sobre os gregos por 4-2. Tem 23 anos, um potencial por explorar, mas não deixa de ser uma aposta de alto risco.
Vem com o aval de Quique Flores, um bom sinal, mas precisa de mostrar serviço. Se é para substituir Rodriguez, vamos ver. O uruguaio também quando chegou não motivou ahs! de espanto. Pode ser que este guineense (Guiné Equatorial), nascido em Madrid, possa também surpreender. Assim se espera e se deseja. Com Di Maria na esquerda e Balboa na direita (apesar de ser dextro, tem de ser na direita porque a esquerda está reservada ao argentino), pode ser, pode ser… Vamos acreditar que pode ser…

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Uma aposta (?) de alto risco

A hipotética, muito hipotética, contratação de Sérgio Conceição pelo Benfica provocou em alguns adeptos benfiquistas uma violenta reacção de protesto. Uns lembraram o seu passado portista, outros algumas atitudes arruaceiras do jogador, outros ainda o facto de estar velho e acabado.
Não posso dizer que não fiquei contente. Fiquei. Esta pequena provocação veio mostrar que o Benfica profundo continua vivo e bem vivo. Mas atenção, caros amigos e consócios, os tempos são o que são e o que é hoje determinante é se o jogador tem ou não condições para ser útil ao Benfica.
A resposta não é fácil. Sérgio Conceição, que curiosamente aparece hoje em página inteira, no Correio da Manhã, a almoçar no Algarve, onde está de férias, com o seu amigo e antigo companheiro Jorge Costa, actual treinador do Olhanense, é um jogador explosivo, dentro e fora das quatro linhas, e que está apostado em mostrar que não está morto. Depois do Standard de Liége, onde foi considerado pela imprensa belga o melhor jogador do campeonato, em 2005, Conceição foi para o Kuweit (Al Qadisirya), ganhar petrodólares, e depois para o PAOK, da Grécia. Mais do que de dinheiro, o ex-internacional português, gostava era de se vingar dos ares do Dragão. Mas claro que Rui Costa sabe melhor que ninguém que esta seria sempre uma aposta de alto risco.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Sérgio Conceição? Porque não?

Lembram-se dele? Chama-se Sérgio Conceição, é um dos mais experientes jogadores portugueses, com uma fulgurante carreira internacional, tendo jogado em grandes clubes italianos, como o Inter de Milão, a Lazio e o Parma. Ex-jogador do FC Porto, agora no PAOK, de Fernando Santos, Sérgio Conceição (na foto com a camisola do clube grego) ainda é recordado pelos 3 golos marcados à Alemanha no Euro 2000, e que tanta falta nos fizeram agora na Suiça. Apesar dos seus 33 anos, Sérgio Conceição continua um jogador explosivo, bom nas alas, rápido, cruza e remata bem. "O INFERNO DA LUZ" sabe que na Luz estão de olho nele. Porque não?

O INFERNO nos Jornais

in "O Jogo", de 20 de Junho de 2008

sábado, 21 de junho de 2008

Uma notícia anunciada

Uma manchete propositadamente enganadora.

Há notícias que estão anunciadas. A ida de Christian Rodriguez para o FC Porto é uma delas. Só é surpresa para quem anda distraído ou enganado. Não foi o caso do Benfica, nem da sua Direcção nem do seu actual director desportivo, por muito que tentem arranjar culpados ou bodes expiatórios para uma transferência que, como disse, estava há muito anunciada.
A manchete de hoje de “O Jogo” é, por isso, uma tentativa de colocar Luís Filipe Vieira ou Rui Costa na mira dos adeptos. Mas é uma tentativa vã. O FC Porto não “roubou” Rodriguez ao Benfica, como quer fazer crer “O Jogo”, pelo simples facto de que, como apurou “O INFERNO DA LUZ” junto de fonte oficial do clube encarnado, o Benfica há mais de 3 semanas que não mantém contactos com o jogador.
Ou seja, seguindo uma condição essencial defendida por Quique Flores em entrevista hoje a “Record”, no Benfica só cabem jogadores que estejam totalmente identificados com o projecto do clube.
Escrevi-o aqui há quase um mês, num "post" que intitulei "Ciao Cebola", ao defender que o jogador uruguaio, depois de ter aberto a porta a uma possível transferência para o FC Porto, devia, pura e simplesmente, deixar de ser uma preocupação para o Benfica.
Aliás, as invulgares exigências financeiras colocadas em cima da mesa pelo jogador ou pelo seu empresário já indiciavam este desfecho. Rodriguez tem todo o direito em escolher o seu futuro, mas não pode esquecer-se que foi o Benfica que o retirou do anonimato. Um pouco mais de gratidão não faz mal a ninguém.
Rodriguez é um jogador esforçado mas mediano. Foi um dos melhores na época passada? Foi, mas a fraca prestação da equipa não faz desta constatação um grande cartão de visita. Para o lugar do “Cebola” o Benfica tem outras opções em carteira, e mais conceituadas. Uma coisa é certa: no Benfica só cabe quem estiver a 100% com o projecto. Neste contexto, a saída do “Cebola” é uma boa notícia.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Os golos mal-amados

Uma despedida sem glória. Foto (Stefan Wermuth/Reuters)

Portugal foi eliminado pela Alemanha (2-3) nos quartos-final do Euro 2008. Os dois golos portugueses foram marcados, curiosamente, pelos jogadores mais mal-amados da Selecção Nacional: Nuno Gomes e Hélder Postiga. Não chegou.
Caímos, mais uma vez, sem ter atingido o objectivo último – sermos campeões. E continuamos a viver à sombra do “fantasma” de 66, aqueles heróicos “magriços” que fizeram furor no Mundial de Inglaterra.
Talvez que a diferença maior esteja aí mesmo. Enquanto que em 66 tínhamos Eusébio, em 2000 (Euro de Inglaterra), em 2002 (Mundial da Coreia/Japão), em 2004 (Euro de Portugal), em 2006 (Mundial da Alemanha) e 2008 (Euro da Áustria/Suiça), não tivemos um goleador à altura.
Esta pecha na finalização fez-se sentir sobremaneira no jogo de hoje contra a Alemanha. Muitos remates, muitas oportunidades, mas pouca eficácia. Os alemães, esses, remataram pouco mas bem. O fado do costume.
Agora, quando Scolari se despede com destino ao Chelsea, carpem-se as mágoas até que se abra a caixa de Pandora das histórias de bandalheira que se passaram nos bastidores da Selecção. Tudo o que se calou, tudo o que se omitiu, tudo o que se escondeu, vai começar a vir ao de cima, como na Coreia.
Não é preciso fazer muito esforço para se eleger o responsável máximo por essa bandalheira. Chama-se Gilberto Madaíl, é presidente da Federação Portuguesa de Futebol, e está à demasiado tempo no futebol português.
É a hora de apontar a porta da saída ao senhor Madaíl, se este, como se prevê, não tiver a dignidade de se afastar por sua iniciativa. A Federação, para além de um seleccionador, deve começar também a procurar um novo líder, a quem deve caber a responsabilidade da escolha do futuro comandante da Selecção.

As "fichajes" de Martins e Sinama

Carlos Martins e Sinama Pongolle, duas contratações de peso para um Benfica campeão.

Carlos Martins e Sinama Pongolle são os nomes de quem se fala. Jogadores do Recreativo de Huelva, da Primeira Liga espanhola, o português e o francês, dados como certos no novo Benfica 2008/2009, apresentam credenciais importantes relativas ao desempenho na última temporada ao serviço de um clube que se classificou na 16ª posição entre 20 equipas num dos campeonatos mais mediáticos do Mundo.
Martins, um meio-campista já chamado por Scolari à Selecção principal, é um jogador que parece estar a viver uma segunda vida, depois de uma passagem pelo Sporting em que muito prometeu mas pouco cumpriu – não se sabe se por culpa sua ou do clube que não soube acompanhar devidamente um jogador “especial”.
Em Huelva, pelo “Recre”, o internacional português cumpriu 31 jogos como titular, num máximo de 38, marcou 6 golos numa equipa onde o principal goleador, Sinama Pongolle, marcou 10, recebeu um cartão vermelho directo e 4 amarelos.
Pelas estatísticas, não custa perceber que Carlos Martins fez uma boa época. Por isso, o seu regresso a Portugal faz todo o sentido. Mais ainda para um clube da dimensão do Benfica, onde Martins pode exponenciar todo o seu talento de grande jogador, dotado de uma inteligência de jogo e de um pontapé-canhão que podem fazer estragos no próximo campeonato e levá-lo, de novo, à Selecção A.
Sinama Pongolle foi, como se disse, o goleador do Recreativo de Huelva na na última liga espanhola, com 10 golos, numa equipa que foi das menos concretizadoras de Espanha, com um total de 40 golos marcados.
O avançado francês, de 23 anos, é dotado de uma grande experiência internacional dado que já jogou no Liverpool e no Blackburn Rovers, e ao olharmos para as suas estatísticas no último campeonato espanhol ressalta como curiosidade positiva que foi o 22º jogador com mais golos, à frente de avançados como Tamudo, do Espanhol do Barcelona, Morientes, do Valência, ou … Simão, do Atlético de Madrid – estando numa das equipas mais fracas da Liga espanhola.
A concretizarem-se, como tudo indica, estas duas contratações são muito bem-vindas. Sinal do grande trabalho de Rui Costa e uma reforçada esperança num plantel de nível para sermos de novo campeões.

Post-ScriptumNum dos meus “post” (para consultar aqui), ficou implícita a ideia de que Yebda não era jogador para o Benfica. Quero, agora, rectificar essa ideia. Há dias, em conversa com um jornalista de L´Equipe que segue a Selecção portuguesa no Euro, de seu nome Régis Dupont, disse-me ele ter feito o Benfica uma grande contratação. Aqui fica o registo e a satisfação.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Todos à Luz, porque nós acreditamos

Caros Benfiquistas:

Já alguns de vocês têm tentado mostrar a heroicidade dos nossos jogadores de hóquei, assim como de outras modalidades, que nem sempre é devidamente valorizada pelos nossos adeptos. Mas na verdade, fomos campeões em andebol, estamos perto de o ser em futsal e temos estado muito bem no hóquei em patins.
Se no futsal os adeptos já foram conquistados, no hóquei é preciso reconquistar aquele ambiente de pavilhão cheio, ainda por cima depois de tudo o que se tem passado naquela "coelheira" onde reina o ódio ao Benfica e onde as forças policiais apenas servem de decoração ao quase linchamento público...
Tentei na minha pequena chafarica (http://footballdependent.blogspot.com/) dar o mote para uma mobilização à Luz e, quem sabe, a Fânzeres para apoiar os nossos heróis. Mas tenho noção que sou muito pequenino e queria saber se vocês poderiam, mais perto do jogo, apelar aos milhares de benfiquistas que visitam os vossos espaços (como eu) que fossem ao pavilhão e, quem sabe, ir a Fânzeres. Eh pá, desculpem lá a ousadia mas a verdade é que aqueles homens mereciam algo em grande da nossa parte.

Obrigado e desculpem o incómodo

Tiago Pinto atfpinto@gmail.com

Nota do Blogue: O Benfica joga este sábado, na Luz, o quarto jogo da final de hóquei em patins contra o FC Porto. Precisa de ganhar para empatar o "play off" desta final e jogar a "negra" em Fânzeres (Gondomar). Todos à Luz, diz o Tiago Pinto. Todos à Luz, para fazermos um Inferno!

O circo desceu à cidade

O circo no futebol português continua. Os palhaços são os mesmos. Até quando?

Os benfiquistas andam divididos com esta história do “Apito Final”, e da decisão da UEFA em fazer marcha-atrás sobre a suspensão do FC Porto da Liga dos Campeões. Uns dizem que o Benfica anda distraído com este assunto e que se devia era preocupar mais com o criar de condições para os êxitos desportivos; outros que o Benfica devia pura e simplesmente abdicar de participar via secretaria na próxima edição da Liga dos Campeões; outros ainda, que o Benfica tem liderar o processo da luta pela regeneração do futebol português e que, nessa medida, está a desempenhar um papel de serviço público.
Encontro-me entre os que defendem a terceira opção. Eu sei que nos dias que correm não é fácil defender a estratégia que a Direcção do Benfica tem seguido neste caso do “Apito Final” e, seguidamente, face à decisão da UEFA.
Muitos benfiquistas parecem estar mais preocupados em ficar bem na fotografia do que em apoiar o nosso clube na cruzada por um futebol sem “batota”, como bem disse o Presidente da UEFA, Michel Platini.
No país do politicamente correcto, parece que fica mal desejar a eliminação do FC Porto de uma prova para onde, comprovadamente, se verificou que não preenchia os requisitos legais.
É preciso recordar que não fosse a acção do Benfica e do seu Presidente, Luís Filipe Vieira, ainda hoje o “Apito Dourado” não tinha desembocado no “Apito Final” e que todos andaríamos a assobiar para o lado, enquanto o futebol português se atolava na lama.
Lamentável é que o Benfica se tenha substituído ao Governo e à Federação Portuguesa de Futebol para exigir a clarificação sobre os casos de corrupção desportiva envolvendo o FC Porto e a celeridade dos processos judiciais em curso.
Gostava de ver os benfiquistas a censurarem o silêncio ensurdecedor do secretário de Estado do Desporto, Laurentino Dias, e a postura irresponsável e hipócrita do presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Gilberto Madaíl.
Mas não. Vejo muitos atacarem o Benfica, como se querer um “jogo limpo” fosse algo de surrealista, de mau perder, de rasteiro. Ingénuos, também não… Para que também não restem dúvidas, aqui fica a minha opinião no “Novo Benfica”, um blogue de benfiquistas que é uma referência incontornável de opinião e debate sobre o Sport Lisboa e Benfica.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Diário do Euro (3)

Michel Platini, Presidente da UEFA, junto a Gilberto Madaíl e a Hermínio Loureiro. Os líderes federativos e ligueiros bem tentaram "seduzir" Platini, mas este, como a imagem dcoumenta, disse: "Acabou a conversa e a batotice". (AP/Photo - Luca Bruno)

Hoje pode ser um dia histórico para o futebol europeu. Como disse Platini, presidente da UEFA, a nova Europa do futebol, presente aqui, em Genebra, no Euro 2008, não aceita clubes “batoteiros”, como comprovadamente o foi o FC Porto.
O futebol limpo, de novo um espectáculo para as famílias, um jogo não de vida ou de morte mas um jogo em que o melhor ganhe, sem subterfúgios, sem artimanhas, sem esquemas, sem “quinhentinhos”, sem “fruta”, sem “café com leite”. A decisão que a UEFA toma hoje, embora atingindo a imagem de um clube português, tem um significado muito especial: o futebol é para ser jogado dentro das quatro linhas.
Aqui, em Genebra, onde a Selecção continua a fazer um Euro de grande nível, a nódoa negra que atingiu o FC Porto não passou despercebida aos adeptos estrangeiros. Ontem à noite, um irlandês, camisola da Holanda vestida, de nome Sean, quando nos perguntou de onde vínhamos e ouviu “Porto”, disse de repente: “Ah, o clube que paga aos árbitros”.
Esta “má fama” não tem diminuído a festa portuguesa. Depois do jogo com a República Checa, uma vitória memorável por 3-1, o centro de Genebra, onde quase 20% dos habitantes são portugueses, fez mais uma festa de arromba, que se prolongou pela noite dentro.
Entre eles, Nelo, um benfiquista a viver há mais de 10 anos em Genebra, que nos confidenciou haver 20 mil benfiquistas nesta cidade suíça, e que se propôs recuperar a Casa do Benfica, a viver tempos conturbados.
Enquanto aguardam pela decisão da UEFA, os responsáveis máximos do clube da Luz não descansam. Luís Filipe Vieira e Rui Costa vieram dar apoio à Selecção, que no domingo vai ter um jogo para cumprir calendário, com a Suiça.
O processo dos reforços está longe de estar concluído, mas acredita-se que a confirmação do Benfica na terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões vai trazer desenvolvimentos acelerados. Hoje pode ser o Dia 1, do novo futebol português!

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Diário do Euro (2)


Cristiano Ronaldo ou Karim Benzema, um deles vai ser o jogador mais importante do Euro 2008.

A imprensa gaulesa dos últimos dias, com particular destaque para o L´Equipe, elegeu como potencial jogador-revelação do Euro 2008, o francês Karim Benzema, do Lyon. O chauvinismo francês foi ao ponto de considerar que Benzema poderia rivalizar com o nosso Cristiano Ronaldo como o “playmaker” do torneio que se disputa na Suiça e na Áustria.
O que é certo é que após o primeiro jogo de Cristiano Ronaldo e de Karim Benzema, o português leva vantagem no protagonismo e no desempenho. É verdade que o jogador do Manchester está mais habituado aos holofotes da “media”, não só por causa da sua prestação desportiva mas também porque a sua namorada Nereida continua a fazer as delícias da imprensa cor-de-rosa.
Benzema, por seu lado, esteve muito escondido no jogo contra a Roménia, em que a França esteve irreconhecível. O “lyonnais”tem agora uma última hipótese para disputar o lugar de Cristiano Ronaldo, na quinta-feira, contra a Itália.
Hoje, contra a República Checa, Portugal deve apresentar o mesmo onze que subiu ao relvado contra a Turquia, apesar de Scolari estar a ser assediado pelo Chelsea para substituir Avram Grant. Vamos a ver se esta especulação, que começa a aparecer nos jornais suíços e franceses, não perturba o balneário nacional.
Uma nota final para um esclarecimento que deve ser dado. Ao contrário do que afirmou o seleccionador nacional, uma vitória contra a República Checa não nos garante automaticamente o apuramento para os quartos de final. Ou seja, seis pontos podem ser insuficientes, como bem notou o jornalista Carlos Daniel.
Apesar das atenções estarem voltadas para a Selecção, não nos podemos esquecer das frentes internas. E aqui, o “caso” da suspensão do FC Porto da Liga dos Campeões mantém-se no topo da actualidade. Esta sexta-feira ficar-se-á a saber o resultado do recurso portista, mas os ecos das palavras certeiras de Platini, o Presidente da UEFA, continuam a ecoar pela Europa do futebol, para mal do FC Porto e da imagem do futebol português. Quanto a este assunto, ler o que escrevi no blogue “Novo Benfica”.

domingo, 8 de junho de 2008

Diário do Euro (1)

Os jogadores portugueses agradecem o apoio do público, depois da vitória sobre a Turquia. Petit foi um gigante e Nuno Gomes decisivo, só foi pena o Quim. (Foto Reuters)
O centro de Genebra virou, ontem à noite, uma cidade portuguesa. A festa enorme, depois da vitória sobre a Turquia (2-0) no primeiro jogo da fase de grupos do Euro 2008, exaltou a nossa portugalidade.
Milhares de bandeiras nacionais, buzinas e claxons a cortar a noite suíça, gritos de Portugal, Portugal, Portugal, estradas entupidas, cortadas, com filas de carros de cujas janelas saíam enormes bandeiras, cachecóis, alegria a rodos.
Elas e eles e crianças, vestidos a rigor, saudando-se em francês: “On a gagner”, transformaram a Genebra fria, austera, rigorosa, suíça, num relógio desregulado e alterado . A hora era portuguesa. Desde o inicio da tarde que as varandas dos apartamentos perto do Stade de Genéve estavam coloridas com as cores de Portugal e da Suiça.
Na fan zone, os ecrãs gigantes transmitiam o jogo inaugural da equipa da casa contra a República Checa, mas o corropio de portugueses já dominavam a zona. Existe outro factor que nos una, que nos identifica, que os exalte?
O futebol, a Selecção, é a nossa correia de afectos, de cumplicidades, de auto-estima, de amor-próprio, de sentir Portugal. Para o bem e para o mal. A Suiça, país com um superior estádio de desenvolvimento, não é um “país do futebol”. Talvez este Euro possa alterar as coisas, mas não será fácil.
O estádio onde decorreu o jogo de Portugal não tem as mínimas condições para receber uma partida desta transcendência. Ricos, os suíços, preferiram não investir em novos estádios. O Stade de Genéve é impróprio para consumo, com acessos estrangulados e horas para aceder ao perímetro do estádio.
Mas o que merece realce é a alegria portuguesa a cortar a noite fria de Genebra, de carro, de bicicleta, a pé, os portugueses produziram mais ruído e mais desordem (positiva) numa noite do que os suíços num ano.
No coração da Europa, numa Suiça que virou as costas à União Europeia, o nome de Portugal foi elevado à condição de Nação valente e imortal. Aconteça o que acontecer até ao final deste Europeu, os suíços nunca mais esquecerão a noite de 7 de Junho de 2008. Nem os nossos emigrantes…

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Pateta (com pê pequeno)

Gilberto Madaíl é um personagem de banda desenhada. Mas não é um herói. Nem sequer um vilão. Não passa de um pobre coitado tipo, vejamos, o Pateta – sim, o Pateta -, que nos diverte, nos aquece o coração com aquele estilo desajeitado, aquele ar ausente e distraído, aquelas frases desconexas.
Corrijo: Madaíl é pior que o Pateta, mas não deixa de ser um pateta. Faz-nos rir, faz-nos sentir pena dele, mas as suas acções e as suas palavras prejudicam gravemente o futebol português.
A propósito do afastamento do FC Porto da Liga dos Campeões, Madaíl não conteve a sua incontinência verbal e a queda para dizer disparates. Disse que a UEFA não teve equidade, como se ele soubesse o que isso é. Esqueceu-se, porém, que a UEFA pode não sorrir com estas palavras e começar a olhar de lado para a Selecção portuguesa que disputa o Euro 2008, e que devia ser a primeira preocupação de Madaíl.
Gilberto, porém, não se interessa em defender a nossa selecção, ocupado que está em enviar faxes ao FC Porto com novas directrizes estratégicas para a sua defesa junto da UEFA. Claro que Madaíl não sabe o que é equidade.
Soubesse ele e perceberia que o cargo que ocupa obriga-o a estar quieto e calado. Postura, aliás, que foi sempre a dele quando o “Apito Dourado”, depois “Final”, ainda andava pelos interlúdios: “Não cabe à Federação fazer o que quer que seja”, dizia na altura.
Giberto, porém, esqueceu-se que uma decisão final negativa para o FC Porto tem influência directa ou indirecta na época desportiva de outros clubes portugueses.
O Benfica, por exemplo. Se Madaíl não sabe dar-se ao respeito, devia saber o Benfica. Como benfiquista, exijo uma reacção do meu clube de sempre. Nem que para isso seja preciso convocar uma Assembleia Geral. Ponto único da ordem de trabalhos: Gilberto Madaíl nunca mais no Estádio da Luz: sim ou … sim? Cartoon de Rui Duarte

Post-Scriptum: Fui convidado, com muita honra, a fazer parte de um "dream team", que constitui a equipa gloriosa do blogue "Novo Benfica", capitaneada pelo Bruno Carvalho, um benfiquista a sério, um profissional de corpo inteiro e um homem de grande carácter. O Bruno, que é o director-geral do "Porto Canal", reuniu-nos a todos ontem à noite num jantar memorável no restaurante "O Barbas", na Costa da Caparica. Por mera coincidência, o dia de ontem também foi memorável.
O repasto contou com a presença dos mais altos representantes do Sport Lisboa e Benfica: Luís Filipe Vieira, Presidente da Direcção; Manuel Vilarinho, Presidente da Assembleia Geral; e Mário Dias, vice-presidente. E com a participação de um benfiquista dos sete costados, o Jorge Máximo.
O nosso anfitrião, o famoso Barbas, foi de uma gentileza e atenção "à Benfica". Todas estas presenças impõe ainda mais responsabilidade à nossa tarefa. Deixo aqui a minha primeira crónica num blogue que vai fazer História.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

De França, uma opinião controversa

Olá, eu sou francês e tenho 20 anos. É sempre com muito gosto que vou no teu site. Tenho uma coisa a dizer: eu sou benfiquista... mas hoje em dia tenho vergonha de o ser, porque:
1- o comportamento que muitos benfiquistas tiveram no jogo da taça frente ao Sporting, no intervalo, com os "olés"... isso não é ter respeito pelo desporto;
2- essa maneira arrogante que tem o SLB de sempre dizer que são os melhores, que são o maior clube do mundo, blá blá blá.. eu pergunto: quantos são os que pagam as quotas??? pois... enfim... um clube com 1 campeonato em 10 anos não pode ser considerado o maior... penso que temos que ser mais humildes!!!!
3- temos um presidente sócio do porto, temos dirigentes que são sportinguistas e portistas... essas pessoas só se servem do Benfica para eles próprios... este slb não é o verdadeiro SLB!!! Os que fizeram a grandeza desse clube eram pessoas humildes, trabalhadores e respeitavam os adeptos de outros clubes e não como os presidentes que tivemos desde o Manuel Damásio... Muitos "benfiquistas" não sabem o que é sentir o verdadeiro SLB!!! O que é o Benfiquismo.... Não é ser arrogante e afirmar que são os maiores ou que o mundo gira apenas à volta do Benfica.... Não é só dizer que são do BENFICA, mas sim de respeitar os outros adeptos de outros clubes; Sempre lutar pela verdade sendo humilde, trabalhador, enfim isso são os valores do desporto...valores que temos que partilhar... Os que são do Benfica e não pensam assim (como os adeptos em alvalade na taça) não compreenderam o que é o SPORT LISBOA E BENFICA. E quero dizer que há benfiquistas que não são assim... Por isso tudo peço desculpa aos adeptos do desporto...
David (david.fbt@gmail.com)

Bom, não foi sem muita hesitação que resolvi colocar este email, de um benfiquista francês, online. É, sem dúvida, uma opinião muito controversa e politicamente incorrecta. O David não vai levar seguramente a mal que eu tenha colocado o seu email, porque além de não me ter pedido reserva, julgo que merece comentários de todos os benfiquistas.
No que a mim me diz respeito, não me revejo neste texto nem comungo destas opiniões. Mas, como somos um clube democrático e popular desde a fundação, aqui estou a publicar no meu blogue uma opinião que considero infeliz, desajustada e completamente desenquadrada. Como clube plural, nunca censuraremos ninguém que mantenha a sua opinião dentro dos estritos limites da decência.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Conselho aos viseenses

Ponto prévio: cometi um lapso involuntário ao publicar uma foto não do Estádio do Fontelo, mas de um dos campos do Complexo Desportivo do Fontelo (estádio 1º de Maio) (aqui). Peço, por isso, desculpa aos viseenses.
Viseenses, esses, presumo, que me encheram o email de comentários sobre o facto de eu ter criticado a escolha de Viseu para sede do estágio da Selecção Nacional de Futebol antes da sua partida para a Suiça onde vai disputar a fase de grupos do Euro 2008.
Os comentários foram de um bairrismo exarcebado legítimo - outros não foram publicados porque ultrapassaram os limites da decência – mas desajustado. O orgulho em se ser viseense não deve estar associado ao facto de durante 15 dias terem a Selecção dentro de portas, mas sim por razões que têm a ver com a nossa realidade local, com a nossa maior ou menor qualidade de vida.
E já agora, pergunto: tanto bairrismo a defender as condições desportivas que a Selecção encontrou em Viseu, no Estádio do Fontelo (foto em http://www.viseudigital.pt/), e nem um bocadinho dessa energia sobrou para defender e tentar reerguer o histórico Académico de Viseu!!!! Pois é, desbaratar energias com coisas fugazes e esquecer o essencial dá nisso. Vejam se aprendem a lição.

A teia

Portugal é o país mais esquizofrénico que conheço. E conheço muito bem, alguns. Em terras da Suiça, onde vai ser disputado 50% do Euro 2008, a nossa Selecção é recebida numa euforia quase demencial por milhares de emigrantes. Bravos “portugas” que labutam lá fora, mas que continuam agarrados ao chão pátrio: “Adeus, até ao meu regresso”.
Cá dentro, o futebol é “jogado” em acórdãos, sentenças, recursos, normas e requisitos, e nulidades supervenientes. Nulidades supervenientes? No ecrã, doutos e vulgares artífices das leis, vulgo juristas, discutem, debatem, analisam, as profundezas mais profundas das intrincadas matérias de ordem legal, jurisdicional, administrativa ou outra.
O Cristiano Ronaldo é obscurecido pelo Prof. tal e coisa, doutor em leis por Coimbra, de preferência. O Scolari, coitado, tem de dividir o palco com o presidente do CJ, do CD, da FPF, com o assessor da UEFA, o contínuo da FIFA, o porteiro da CBF.
As capas dos jornais portugueses são divididas, nos dias que correm, entre os jogadores de Portugal e os senhores das leis.
A 24 horas de se conhecer a decisão da UEFA quanto à participação do FC Porto na Liga dos Campeões, o estado do futebol português – e do país – é este: um imenso bordel, onde cada opinião, cada palavra, cada espirro, merece o relevo que melhor serve a cada lado da barricada.
Um futebol preso numa teia de interesses, de jogadas subterrâneas, de jogos de poder e conveniência. Espera-se, amanhã, que surja um sinal de ar limpo, de transparência, de regresso à verdadeira essência do desporto, do futebol: a verdade, nada mais do que a verdade.
É um país e um futebol barricado, à espera de uma implosão qualquer. Deseja-se que não haja “fogo amigo” e que os estilhaços não atinjam civis inocentes. Danos colaterais? Quem sair por último que apague a luz…
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