segunda-feira, 25 de julho de 2011

O "caso" Luisão

O "caso" Luisão merece tratamento com pinças. Acho bem que o Presidente tome em mãos este assunto e, olhos nos olhos, com o jogador, resolva o problema. Porque de um problema se trata, que ninguém tenha dúvidas.
Não interessa para o caso se Luisão está a ser ingrato; se está a ser calculista; se está a ser mercenário; se está a ser arrogante. O que interessa é que estamos a 2 dias de um jogo importantissimo e transcendente. Alimentar o "caso" Luisão é, antes da época começar a sério, transformar o balneário num barril de pólvora. Porque, também é preciso dizê-lo, Luisão é o líder daquele balneário. Com a saída de Nuno Gomes, com o terminar da carreira de Mantorras, com as transferências de Coentrão e Moreira, o Benfica da actualidade não tem referências. Luisão era a última e também a mais importante da última década.
O que podemos então esperar? De um ponto de vista sentimental e de adepto, que o Luisão fique - obviamente. Mas, de um ponto de vista racional, sabemos que no futebol o amor à camisola acabou. Logo, o que se espera é que, a sair (e nada ainda indica que seja esse o desfecho), Luisão tem de sair pela porta grande. Como um grande líder, como um grande campeão e como um grande capitão.
A história de Nuno Gomes não se pode voltar a repetir. Vieira sabe que tem nas mãos um processo delicado. Os benfiquistas sabem que podem confiar no Presidente do Benfica para que este "caso" não contamine a época, seja qual for o seu resultado. O que é preciso é bom senso e diplomacia, de todos os lados.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Mika e não só

O Benfica contratou o guardião Mika à União de Leiria. Boa aposta. Trata-se de um guardião de largo futuro, de capacidade física evidente e bastante elasticidade entre os postes. Apesar de jovem, não tem problemas em sair da baliza, característica que revela uma precoce maturidade. Deu-se a conhecer há duas épocas nos juniores da União de Leiria, com exibições que despertaram a cobiça dos grandes, e a chamada à selecção nacional de sub-19, e depois sub-20.

Aqui não houve erros. Com Artur Moraes a titular, o jovem guardião poderá aproveitar para preparar a sucessão do brasileiro a longo – prazo, num processo que se deseja semelhante ao que aconteceu, em tempos, com a dupla Enke – Moreira.

Todavia, nem sempre a relação entre Benfica e Leiria foi pautada por certezas: há duas épocas os encarnados dispensaram Carlos Daniel, que recentemente assinou contrato profissional com os leirienses. Avançado com sentido de baliza, com apenas 16 anos e idade de juvenil foi o melhor marcador da equipa júnior, com 16 golos. Foi uma decisão discutível dado o alto rendimento de um atleta internacional, numa posição do terreno – ponta – de – lança – em que o Benfica recorre muitas vezes ao estrangeiro sem êxito. Desta forma, o clube “poe-se a jeito” de levar com a “tarte de maçã” da crítica na cara.

Numa temporada em que o Benfica contratou, e bem, André Almeida – que há duas épocas brilhou no meio – campo de um Belenenses 3º classificado na zona sul – há ainda mais um ponto a reter em Leiria: Ruben Brígido: com 19 anos foi dos suplentes mais utilizados da Primeira Liga. Tem uma visão de jogo ampla que impressiona, com técnica e capacidade de fazer assistências de forma fácil. Falo nele e lembro-me de, na última jornada de 2009/10, ter assistido Cássio para um golo frente ao F.C.Porto. Com um pouco mais de consistência poderá ser, a médio/ longo- prazo, um valor seguro do futebol português.

Voltando a André Almeida, em Belém desponta outro ”André” que sempre me chamou a atenção. Lançado há duas temporadas na equipa principal – ainda com idade de júnior - André Pires é um defesa – esquerdo agressivo no 1x1, de posicionamento eficaz e sentido de recuperação no terreno. Na ocasião foi aposta de Rui Jorge, que seguramente não o vai perder de vista como seleccionador sub-21. Parece faltar-lhe alguma maturação em termos de jogo mas Jorge Jesus, especialista em trabalho de “sapa”, poderia ter uma palavra a dizer em relação a este jogador português.

Gil Nunes
Academia de Talentos
ex-olheiro do SL Benfica

segunda-feira, 11 de julho de 2011

O factor C (de Coentrão)

A transferência de Fábio Coentrão para o Real Madrid não pode ser vista apenas pelo ângulo dos milhões. É claro que são muitos milhões – 30 -, mas sendo o negócio magnífico, pelo que a sua excelência vai muito para além do material e também terá influência positiva no âmbito psicológico.

Há pouco mais de 2 anos, Coentrão não passava de uma promessa do futebol português. Uma promessa que tudo indicava iria passar ao lado de uma promissora carreira, como muitos outros de gerações passadas.

A sua ida para o Benfica via Rio Ave consistiu num flop, depois emprestado ao Saragoça e mais tarde, de novo, o regresso a casa, ao Rio Ave. A carreira ia ficar por ali, o sonho morria aos poucos e o retorno à casa de partida ameaçava ser definitivo.

Acontece que Coentrão viu passar-lhe à frente o euromilhões e agarrou-o com todas as forças. Chamado por Jorge Jesus para cumprir a pré-época, viu o treinador português adaptá-lo a lateral-esquerdo, por visão de técnico e por necessidades do plantel.

Coentrão agradeceu a confiança e partiu para 2 épocas de sonho no Benfica e na Selecção. Este é um bom exemplo para outros jovens que o Benfica tem no actual plantel, com especial saliência para Miguel Vítor: o sonho está ali ao virar da esquina.

E depois, o factor Coentrão, tão é um sinal para os jogadores que podem ver em Jorge Jesus o treinador ideal para os levar a topo do Mundo. Coentrão pode ser uma baixa importante para Jesus, mas será certamente um factor psicológico e um trunfo que Jorge Jesus pode jogar no seio do balneário.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Sete nomes em sub-17

Observo o Mundial de Sub-17. Apesar de tacticamente nem sempre as partidas serem bem jogadas, esta competição é um exemplo de futebol em estado puro: por muitas indicações que se dêem, a irreverência da juventude faz com que o jogo seja ofensivo. Correm-se riscos! Como qualquer jovem que ousa desafiar o perigo sem prudência.

Na “Hora H” revelam-se os mais frios. E a Alemanha sobressai. Dos jogos que vi, dois jogadores ficaram-me na retina: o médio Sven Mende (Estugarda) e o avançado de ascendência turca Samed Yesil (Bayer Lervekusen). O primeiro é um jogador de transições violentas, que geralmente pega no jogo no meio – campo defensivo e, através de passes curtos, rapidamente aparece na zona de alimentação ao ataque. Rápido na recuperação, não perde o equilíbrio, nem a zona que tem de defender. Já o segundo é um matador por excelência. Dois golos ao Equador exemplificam o seu estilo de jogo: desmarcação em espaço reduzido, e potência de remate. Chamam-lhe o segundo “Gerd Muller”!

Fantasia não falta ao Brasil. O jogador mais mediático é Lucas Piazón(São Paulo), uma das últimas loucuras de Roman Abramovich. O jovem segue para o Chelsea em 2012, quando atingir a maioridade. Quem também não deve ficar muito tempo na América do Sul é o dianteiro Adenilson(São Paulo). Capacidade explosiva, e perspicácia na fuga ao fora – de – jogo são atributos de um jogador com um bom “killer instinct”. Deste continente provém outro jogador com muito cartel: Carlos Fierro (Guadalajara) marcou 5 golos em 5 jogos e o seu faro de golo em futebol rápido é muito apreciado em Inglaterra. Arsenal e Tottenham, diz a imprensa, estão na peugada deste diamante mexicano.

Todos os jogadores mencionados actuam em selecções competitivas. No entanto, há algumas pérolas em equipas de menor nomeada. Um deles é deveras reconhecido: Soulemane Coulibaly (Siena), da Costa do Marfim, impressiona pela forma como remata com ambos os pés, ele que é rápido e astuto na hora de finalizar. Contudo, chamo a atenção para outro jogador: Makhstaliev(sem clube) foi o pêndulo da surpreendente selecção do Uzbequistão que chegou aos quartos-de-final. Joga de cabeça levantada, tem boa capacidade de passe curto e longo, e aparece frequentemente em zonas de finalização. Uma das surpresas deste campeonato, ele que está sem clube de momento.

Gil Nunes
Academia de Talentos
ex-olheiro do SL Benfica

segunda-feira, 4 de julho de 2011

O que quer Coentrão?

Facto: Fábio Coentrão tem contrato com o Benfica até 2015;
Facto: Fábio Coentrão tem uma cláusula de rescisão de 30 milhões de euros;
Fait divers: Fábio Coentrão disse que amava o Benfica;
Fait divers: Fábio Coentrão disse que amava o Real Madrid;

Moral da história: o Fábio Coentrão pode amar quem quiser, onde quiser e as vezes que quiser. O "divórcio" tem um valor de mercado estipulado - 30 milhões -, que podem ser pagos pelo marido, pela mulher, pela amante ou pelo amigo desta - chame-se Madrid, Chelsea ou Besiktas (o que não deixava de ter a sua piada). O resto é conversa fiada.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

O sinal que faltava

Se bem se recordam há alguns dias escrevi aqui sobre as próximas eleições do Sport Lisboa e Benfica, a ter lugar em Outubro de 2012, se não houver nenhuma antecipação - que, julgo, não está, de todo, posta de parte.
Disse que, depois de uma época desportiva desastrosa, Luís Filipe Vieira poderá ter em Outubro de 2012 um concorrente de peso, o que até pode ser positivo para o Presidente do Benfica. Face a esta realidade, disse na altura que existiam já movimentações nos bastidores para encontrar o rosto de uma oposição que confronte Luís Filipe Vieira nas urnas.
Ontem, a notícia de que Jaime Antunes, empresário e ex-candidato à presidência do Benfica, tinha adquirido o jornal i, veio confirmar as minhas fundadas suspeitas: a oposição no Benfica está a mexer a grande velocidade.
Luís Filipe Vieira, com uma época desportiva pela frente de resultado incerto, não pode distrair-se. Continua a merecer todo o crédito da maioria dos benfiquistas, mas como ele saberá melhor que ninguém o futebol é uma caixinha de surpresas e a gratidão uma palavra vã.
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