sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Unidos e solidários


Benfica – 2; Leixões – 1 (20ª Jornada da Liga). Quique finalmente surpreendeu. Pedimos, para os jogos contra o FC Porto e Sporting, Ruben Amorim no meio com Katsouranis, as alas entregues a Reyes e Di Maria, e Aimar no apoio a Cardozo. O espanhol fez-nos hoje a vontade e os primeiros 20 minutos contra a equipa-sensação, o Leixões, foram do melhor que o Benfica fez na Liga.

Depois, as coisas equilibraram-se, mas apesar das escassas oportunidades de golo, a vantagem mínima era natural ao intervalo. Com a frente de ataque entregue a Cardozo, por impedimento físico de Suazo (e Ruben entrou para o meio também por impedimento disciplinar de Yebda), a segunda parte trouxe um Benfica mais retraído, menos autoritário, mas mesmo assim a dispor de boas oportunidades de golo, nomeadamente nos pés de Cardozo.

O Leixões tentava mas era pouco mais que inoperante. A defesa benfiquista chegava e sobrava para as encomendas, mas tenho de sublinhar a classe de Miguel Vítor, um jovem da cantera, que fez um grande jogo, seguro e imperial – mais um trunfo da formação a pegar de estaca.

Quique viu bem ao trocar Reyes por Nuno Gomes, conseguindo reagrupar as peças dentro do terreno, mas estava longe de imaginar que o azar ia bater à porta. Já a substituição de Ruben Amorim, ainda na primeira parte, é forçada por lesão do médio ex-belenenses, evitando um teste mais completo da sua dupla com o grego no meio-campo.

Mas o insólito ocorreu a cerca de 20 minutos do fim. Um lance normal provoca a lesão muscular de Carlos Martins e o Benfica fica a jogar com 10, quando pouco antes o Leixões consegue reduzir para 2-1.

Dois “murros” quando ainda faltava jogar muito tempo. Parecia que tudo ia ruir de um momento para o outro, mas a equipa mostrou uma solidariedade, uma energia, um companheirismo, uma entrega de enaltecer.

Para além disso, os benfiquistas presentes nas bancadas na regatearam o seu apoio, tornando-se não o 12º jogador, mas o 11º jogador. E, por fim, a garra demonstradas por Quique, como que querendo saltar para dentro do campo para ajudar os seus (e os nossos) foi um suplemento de alma que foi decisivo. Quique está de parabéns.

Vamos esperar agora pelo jogo de amanhã entre o FC Porto e o Sporting. Ou nos aproximamos do primeiro lugar ou nos distanciamos decisivamente do Sporting. Seja como for, cumprimos a nossa parte, com dedicação, profissionalismo, empenho e classe.

E quando assim é, tudo está bem. E tudo acaba bem. Foi uma prenda bonita a que os jogadores, o treinador e o público benfiquista quis dar ao Sport Lisboa e Benfica, que amanhã, com uma grande gala no Casino do Estoril, celebra os seus 105 anos. Parabéns Benfica! Foto: Nacho Doce (Reuters/Portugal)


Ficha do Jogo

Estádio da Luz (Lisboa)

Árbitro: Lucílio Batista (AF Setúbal)


Benfica: Moreira; Maxi, Luisão, Miguel Vítor e David Luiz; Reyes (Nuno Gomes), Ruben Amorim (Carlos Martins), Katsouranis e Di Maria (Balboa); Aimar e Cardozo.

Golos: Elvis (pb) e Nuno Gomes


quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Os efeitos especiais e a animação

A goleada imposta pelo Bayern ao Sporting (0-5) tem várias razões. Centremo-nos nas duas principais: a falta de dimensão europeia do clube leonino, e o desgaste provocado por uma segunda parte contra o Benfica, no passado sábado, anormalmente dinâmica.
Esta não é a primeira vez na época que o Sporting sofre 5 golos em casa. Já tinha acontecido contra o Barcelona (2-5). O que nos diz muito sobre a história do apuramento do Sporting para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões, o que aconteceu pela primeira vez na história do clube.
O momento histórico transformou-se na vergonha histórica. Uma vergonha que além de se ter estendido ao futebol português, também apanhou de chofre toda a estrutura dirigente da UEFA. Estou a imaginar a cara de todos aqueles senhores na sede da UEFA, em Nyon, na Suiça, a olharem estupefactos para este resultado e a deitarem a mãos à cabeça.
É que a Liga dos Campeões foi feita e idealizada para que, pelo menos depois da fase de grupos, se apresentassem os grandes da Europa, cujos embates dessem lugar a jogos renhidos, dramáticos e emotivos, de resultado imprevisível. Um resultado deste tipo, uma goleada à moda antiga como a que sofreu o Sporting, não ajuda em nada a imagem da Liga dos Campeões.
Uma segunda ordem de razões para este desastre tem a ver com o que se passou na segunda parte do jogo com o Benfica. Depois de uma primeira parte equilibrada, o Sporting entrou no segundo tempo com uma dinâmica anormal. Jogadores como Rochemback pareciam ter 19 anos, tal a desenvoltura que mostravam.
É claro que estas coisas geralmente têm efeitos secundários, e o estouro que se ouviu em Alvalade ontem foi de tal dimensão que se ouviu em Munique. O Bayern nem teve de se esforçar por aí além.
O riso nas caras de Klinsmann, Klose ou Lahm (ver alemães a rirem-se é algo de raro) e de Luca Toni (um italiano bem disposto e brincalhão) fez-me lembrar o riso de Arséne Wenger no banco durante um Arsenal – 4; FC Porto – 0, ainda na fase de grupos da Liga dos Campeões. Num caso como noutro, podiam ter sido o dobro.
Para a histórica fica a maior goleada do Sporting sofrida em casa em provas europeias e, se não me engano, o resultado mais desnivelado nesta fase da prova da Liga dos Campeões - e que foi o melhor resultado de sempre do Bayern na Liga, fora de Munique. Vá lá, vá lá, que contra uma equipa do segundo escalão da Europa, macia, macia, o FC Porto lá se aguentou.
Lembrando os Óscares do último domingo, podemos dizer que o Sporting da segunda parte com o Benfica ganhou o Óscar de Melhores Efeitos Especiais, e o do jogo com o Bayern, o Óscar do Melhor Filme de Animação. Foto: José Manuel Ribeiro (Reuters/Portugal)

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Benfica a duas velocidades

As 10.12 da manhã de hoje recebi um sms de um grande amigo benfiquista. “Lê o Fernando Guerra, n´”A Bola”. Parece que ouviu a nossa conversa”, dizia. Fui comprar a “A Bola”, velho hábito de mais de 30 anos, e fui ler o Fernando Guerra, jornalista experiente, íntegro, intelectualmente honesto (não é coisa pouca nos tempos que correm), fiel seguidor de nomes como Vítor Santos, Carlos Miranda, Aurélio Márcio e Alfredo Farinha.
Na sua crónica, intitulada “Vieira contra a história”, Fernando Guerra defende que o que separa o actual Presidente do Benfica de um lugar único na história gloriosa do clube são os resultados desportivos.Consciente disso, Vieira colocou nas mãos de Rui Costa algumas dezenas de milhões de euros.
A 11 jogos do final do campeonato, com 4 pontos de desvantagem do 1º lugar, fora da Taça de Portugal e da Taça UEFA, Guerra elege um culpado e identifica-o: Quique Flores. No sábado à noite, no final do Sporting – Benfica, liguei ao meu amigo do sms. Trocamos palavras de desalento e de desânimo, e convergimos num ponto essencial: o Presidente do Benfica não merece tão fraco desempenho desportivo, numa altura em que mais afastado do quotidiano do futebol, não tem estado parado: foi a Benfica TV, foi a Fundação Benfica, foi o acordo com a Sagres, é o apoio permanente às modalidades, é a disponibilidade para lutar pela credibilização do futebol português.
À obra que Luís Filipe Vieira tem para mostrar, é preciso juntar a obra desportiva, mas essa está nas mãos, nos pés, na consciente responsabilização dos jogadores, técnicos e de toda a estrutura do futebol profissional. Não é possível continuar a ter um Benfica a duas velocidades. Um Benfica com a marca de Luís Filipe Vieira que se abalança a projectos de vanguarda, caso único entre os clubes de futebol do Mundo; e um Benfica que no campo de jogo, coração da sua actividade, continua a não estar à altura do primeiro.
Rui Costa disse, e bem, que os jogadores devem levantar a cabeça e que ninguém atira a toalha para o chão. Talvez que se possa começar a trabalhar, desde já, num projecto desportivo que passe por gastar apenas tostões. O Benfica tem de apostar decisivamente na formação e tem de regressar ao domínio do mercado interno. Não me pareceu correcto que o mercado de Inverno não tenha sido aproveitado para limar lacunas do plantel, nomeadamente nas laterais. O FC Porto, com as mesmas lacunas, foi buscar Cissoko ao V. Setúbal, e o Benfica, com tostões, podia ter ido buscar um bom lateral esquerdo de raiz, para evitar aquilo que se está a passar com David Luiz.
Seja como for, Fernando Guerra tem razão. O Benfica já não tem margem para errar. 21 de Março, na final da Taça da Liga, contra o Sporting, será um dia decisivo para perceber da consistência da estrutura do futebol profissional. Até lá, muitos jogos ainda do campeonato, e é impensável que aconteçam mais perda de pontos.Numa coisa não concordo com Fernando Guerra – estou convencido que o capital de prestígio de Vieira junto dos sócios ainda supera alguns desaires desportivos. Mas é bom que eles não aconteçam...

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Os pequenos detalhes

Sporting – 3; Benfica – 2 (19ª Jornada). Os pequenos detalhes. Costumam dizer os técnicos antes dos grandes jogos que são eles que decidem estas partidas. Vou mais longe, foram os pequenos detalhes que esta jornada ditaram a vantagem de 4 pontos entre FC Porto e Benfica.
Qual a influência que a não marcação de uma grande penalidade clara aos 9 minutos de jogo pode ter tido na evolução do resultado e na decisão final deste jogo entre Sporting e Benfica? Aparentemente, toda. Mesmo que nos queiram fazer crer que o Sporting foi um justo vencedor e fez uma grande exibição.
O abalroamento de Rochemback a Aimar, dentro da área leonina, após um lançamento da linha lateral de David Luiz que endossou a bola ao argentino, foi um pequeno detalhe pois o árbitro Olegário e o seu fiscal de linha fizeram vista grossa.
Mas podia ter sido um grande detalhe se como devia ter acontecido, o árbitro tivesse assinalado a grande penalidade como impõem as regras do jogo, e como o próprio Jorge Coroado sublinhou em análise na SIC Notícias. A história seria diferente e só aqueles que vivem de teorias hipócritas e eivadas de desonestidade intelectual podem escamotear esta realidade. Pobres de espírito.
Se Olegário ficasse por aqui, meu Deus, que evolução o árbitro leiriense apresentaria no seu desempenho! Mas não, o que não presta, não presta mesmo. E Olegário não presta. Como é possível Rochemback ter terminado a partida, depois de uma agressão a Aimar (bofetada na cara), uma outra a Maxi, por entrada por trás, e outra a Katso? Em compensação, distribuiu cartões amarelos a torto e a direito aos jogadores do Benfica.
Não me lembro de uma época tão desastrosa em termos de arbitragens. Ao nível das famosas épocas do “Apito Dourado”, onde nomes como José Pratas, José Guímaro, José Silvano, Carlos Calheiros, António Costa, Martins dos Santos, constituíam o quadro de árbitros da primeira categoria. O tempo parece querer voltar para trás.
Na sexta-feira, na Mata Real, o Paços de Ferreira foi prejudicado por uma arbitragem miserável de Jorge Sousa. O penálti que Olegário não viu sobre Aimar (a visão é o problema irresolúvel deste árbitro), Sousa viu bem demais na área do Paços – um corte limpo de um pacense, transformado em falta sobre Hulk, que dá o 0-2; e mais tarde, a anulação de um golo limpo ao Paços de Ferreira, evitando 10 minutos finais de sofrimento para o FC Porto.
Enfim, temos de viver com isto, mas o Benfica devia preparar-se melhor para responder a esta realidade perversa. E Quique devia abandonar um discurso politicamente correcto e fazer ouvir bem alto a nossa indignação.
No que diz respeito ao jogo propriamente dito, julgo que estava certo quando defendi que Quique devia ter inovado, lançando Cardozo, tendo o apoio de dois alas velozes, como Reyes e Di Maria, com grande propensão para os cruzamentos para a área. Neste esquema, Ruben Amorim devia surgir ao lado de Katsouranis, no meio, em detrimento de Yebda.
A 4 pontos do FC Porto e mantendo o segundo lugar, temos de ter calma. Faltam 11 jogos e tudo ainda está em aberto. Não nos podemos desunir internamente, e externamente temos de continuar a pugnar por um futebol mais limpo e mais credível. Força Benfica! Foto: Marcos Borga (Reuters/Portugal)

Ficha de jogo
Sporting – 3; Benfica 2
Estádio de Alvalade (Lisboa)
Árbitro: Olegário Benquerença (AF Leiria)

Benfica – Moreira; Maxi, Luisão, Sidnei e David Luiz; Katsouranis, Yebda (Di Maria), Reyes e Ruben Amorim (Nuno Gomes); Aimar e Suazo (Cardozo).
Golos: Reyes e Cardozo

sábado, 21 de fevereiro de 2009

O derby eterno


E pronto, era inevitável! Aqui está uma das noites mais gloriosas que se passaram em Alvalade. Inspirem-se rapazes. Vamos vencer o derby eterno!

Post-Scriptum: é sempre bom e reconfortante ler textos como este que apelam à alma benfiquista. Aqui fica um excelente post. Benfica sempre!

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Inspirem-se!


O mais óbvio era falar dos 3 - 6, em 94/95, com Toni e Rui Costa no banco de Alvalade, e do outro lado um Carlos Queiroz e um Figo atónitos com um massacre total, aos pés desse gigante chamado João Vieira Pinto. Mas decidi mostrar este jogo para a temporada 89/90. No banco estava Sven Göran Eriksson, um regresso depois da primeira memorável passagem (1982-1984), e por esta altura o Benfica era Ricardo Gomes, Aldair, Jonas Thern, Valdo, V. Paneira ou Magnusson.
O Benfica venceria com um golo de César Brito, mas o que ressalta deste video foram as inúmeras oportunidades de golo do Benfica, um autêntico banho de futebol dado ao Sporting. E já agora vejam bem o penalty descarado que ficou por marcar, sofrido por Magnusson. Sabiam que desde 1983 o Benfica não tem um penálti a seu favor em Alvalade?

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Quique prepara surpresa!?

O que prepara Quique para Alvalade? Os que o julgam teimoso e inflexível nas opções tácticas responderão: nada. O Benfica, nesta perspectiva, irá jogar no 4-4-2 clássico, com o duplo pivô no meio-campo (Katsouranis e Yebda), Ruben Amorim do lado direito, Reyes do lado esquerdo e Aimar no apoio a Suazo.
Não sou dessa opinião. Não digo que Quique não é teimoso e cioso das suas tácticas e pouco flexível, mas julgo que o espanhol pode guardar uma surpresa para Alvalade. Qual? É difícil prever, mas gostaria que fosse uma alteração táctica que passasse pela deslocação de Ruben Amorim para o meio, ligeiramente à frente de Katsouranis, com a entrega da ala direita a Di Maria.
Um Benfica de ataque? Sem dúvida. Um Benfica de tracção à frente, com dois alas velozes, desconcertantes e imprevisíveis – fortes demais para os débeis laterais leoninos, sejam eles Abel, Grimi ou Caneira.
Neste cenário, até ia mais longe em termos de alterações. Colocava Cardozo na frente de ataque, em vez de Suazo (a regressar de uma lesão e depois de uma viagem longa ao serviço da selecção das Honduras), para melhor aproveitamento do balanceamento ofensivo e do jogo pelas alas.
Suazo ficaria para depois do avanço no marcador e, aí, aproveitando o adiantamento do Sporting, por xeque-mate no jogo, através do contra-ataque. Seja como for, com que jogadores for, ou com que táctica for, o que interessa é mesmo a vitória.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

É o Olegário malta, olé!

O homem que não viu a bola rematada por Petit entrar na baliza de Baía, num Benfica – FC Porto (2004) de má memória, (mas também de boa memória porque fomos campeões) foi escolhido para arbitrar o derby de Portugal, o Sporting – Benfica do próximo sábado em Alvalade.
Espera-se que Olegário Benquerença não tenha falhado nenhuma consulta ao oftalmologista desde esse fatídico dia. O problema é que no caso de Benquerença, não se trata só de uma questão de visão, ou da falta dela. O árbitro de Leiria é incompetente e não perde uma oportunidade para prejudicar sempre o Benfica.
Já esta época, Olegário fez das suas. Na 5ª jornada, no Leixões – Benfica, o castiço Benquerença fez vista grossa a inúmeras entradas a “matar” dos jogadores do Leixões sobre jogadores do Benfica. Não contente com isto, o leiriense não “viu” (lá está, o problema oftalmológico não está debelado) uma grande penalidade contra o Leixões por mão de um jogador de Matosinhos dentro da área; não viu falta para penálti sobre o Nuno Gomes; e não viu o golo limpo de Yebda. Confirma-se, Olegário é cego.
A justiça desportiva continua a mostrar de que massa é feita. “Cozeu” rápido o castigo a Rui Costa, por imagens junto ao relvado que mostravam o director desportivo do Benfica a falar com os fiscais de linha (os tais que se fartaram de marcar foras de jogo ao ataque do Benfica).
Como foi célere no castigo a Katsouranis por palavras sobre o árbitro no final do FC Porto – Benfica, ou no sumaríssimo levantado a Luisão, também num Benfica – FC Porto, da 1ª volta. Já custa mais avançar os processos disciplinares a Lisandro (por simulação de grande penalidade no jogo com o Benfica) ou a Bruno Alves, por tentativa de agressão a Suazo, também no FC Porto – Benfica; ou as palavras “incendiárias” de Paulo Bento, pedindo ambiente hostil para os árbitros.
A justiça desportiva (o CD da Liga) quer imitar a sua congénere civil, que deu mais uma prova cabal da balbúrdia que vai pelos tribunais, como se viu no caso do arquivamento do processo da “fruta”. Enfim…
Uma última palavra para Rui Costa: que nunca lhe doa a voz para defender sempre, onde quer que seja e onde quer que esteja, o clube do seu e nosso coração.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Quem tem medo de Virgínia Wolf?

Quem tem medo de Virginia Wolf? Este é o nome de um clássico do cinema norte-americano de 1966, que ganhou um Óscar e tinha um elenco de luxo, com Elizabeth Taylor e Richard Burton.
Adaptado ao futebol português, podíamos perguntar: quem tem medo da verdade desportiva? Os jogos do fim de semana dissiparam todas as dúvidas, se é que as havia… No estádio do Dragão, um FC Porto órfão de liderança, tanto na tribuna como no banco, precisou do “apito dourado” de Elmano Santos para chegar á vitória.
Um penálti falso como Judas, foi a única forma dos azuis chegarem ao golo. Não contente com este “equívoco”, o madeirense Elmano ainda teve arte e engenho para fechar os olhos a uma carga de Farías sobre o central vila-condense, aquando da marcação do segundo golo – o do 2-1, a 3 minutos do fim.
Um caso clínico este Elmano Santos. No Belenenses – Benfica, no Restelo, poucas jornadas atrás, não viu 3 penáltis contra o Belenenses – um sobre Yebda e dois sobre Suazo. Ontem, viu o que não era.
Como alterar este estado de coisas no futebol português? Simples: introduzindo as novas tecnologias. O Presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, foi o primeiro dos 3 grandes a dar este passo, juntando-se ao Sporting de Braga, e dando uma visibilidade acrescida a esta iniciativa.
Com a coragem deste passo, nada ficará como dantes no futebol português. Quem não deve não teme. Sintomático que até ao momento, nem Pinto da Costa nem Soares Franco ousaram comentar esta decisão do Sport Lisboa e Benfica.
Quem tem medo da verdade desportiva? Simples: quem quer manter o “sistema” tal como está. Soares Franco não é mais do que uma marioneta nas mãos do presidente do FC Porto e é de lamentar que o presidente de um clube com a importância do Sporting não tenha voz própria, nem capacidade de decisão – mas isso cabe aos sportinguistas resolverem.
Doa a quem doer, a verdade desportiva tem regressar em força aos relvados portugueses. Com as novas tecnologias, com árbitros estrangeiros, seja lá como for. O que não é possível é continuar esta saga dos Elmanos, que se junta aos Calheiros, aos Costas, ao Martins dos Santos. “Ou o futebol acaba com “isto”, ou “isto” acaba com o futebol” – Nuno Farinha, director-adjunto do Record. Basta de “apitos dourados”! Viva o futebol.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

2 sustos, 10 fora-de-jogo

Benfica – 3; Paços de Ferreira – 2 (18ª Jornada da Liga). Os corações dos benfiquistas são fortes e dedicados, mas não é preciso abusar. As consultas de cardiologia estão pela hora da morte no Estádio da Luz. Já se percebeu que a equipa tem mais dificuldades em actuar em ataque continuado, pelo que é de supor que fora da Luz as coisas se podem tornar menos dramáticas.
A uma semana do clássico dos clássicos, contra o Sporting, em Alvalade, esta constatação pode servir de alívio, mas o jogo contra o Paços de Ferreira mostrou algum relaxamento da equipa, depois da alta intensidade do jogo no Dragão.
Ter baixado os níveis de concentração podia não ter sido grave, se o senhor Cosme Machado, árbitro do encontro, sócio e adepto do FC Porto (é verdade, sei o que digo), não resolvesse ser o protagonista do encontro – assim como os seus colegas assistentes -, se calhar invejoso da popularidade do seu colega Pedro Proença.
Pois Cosme Machado apitou faltas contra o Benfica, enquanto tinha muita complacência para com as entradas dos jogadores do Paços. Para além de que assistiu deliciado ao anti-jogo dos pacenses, com perdas de tempo que serviram para enervar os jogadores do Benfica.
Os assistentes de Cosme Machado também ajudaram à festa, inebriados com o “espectáculo” do chefe. Fora-de-jogo tirados ao ataque do Benfica foram mais que muitos, a maioria resultantes de equívocos e decisões prejudiciais à nossa equipa.
Do lado do Benfica, a actuação teve muitos altos e baixos. Num primeiro momento, a sensação era que a qualquer momento o golo aparecia para as nossas cores. Uma sensação que se estendeu aos jogadores, que resolveram relaxar durante muitos períodos de jogo.
Na segunda parte, Quique fez o que era uma evidência desde o início: colocou Di Maria na ala direita, onde estava Ruben Amorim, que passou para o meio por troca com Carlos Martins. A equipa ficou mais equilibrada e recomeçou em grande ritmo, chegando ao golo.
O relaxe regressou e o Paços conseguiu, por duas vezes, colocar-se a um golo de diferença e lançar pressão no jogo. Para a história fica um grande Di Maria, com mais um golo fenomenal, outro grande golo de Ruben Amorim, que reclama um lugar no meio, e um número recorde de fora-de-jogo marcados ao Benfica – seguramente mais de 10.
A uma semana do Sporting – Benfica, tudo como dantes. Sendo certo que no sábado vai-se jogar, na minha opinião, o jogo do título. Espero que o Benfica entre em Alvalade consciente da importância decisiva do jogo, com aquela que é, para mim, a nossa principal equipa: Moreira, Maxi, Luisão, Sidnei e David Luiz; Katsouranis, Yebda, Di Maria e Reyes; Aimar e Suazo.
Foto: José Manuel Ribeiro (Reuters/Portugal)

Ficha de jogo
Estádio da Luz (Lisboa)
Árbitro: Cosme Machado (AF Braga)

Benfica: Moreira; David Luiz, Luisão, Sidnei e Jorge Ribeiro; Katsouranis, Yebda, Ruben Amorim e Reyes; Aimar e Cardozo.

Golos: Cardozo, Ruben Amorim e Di Maria

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Os pés pelas mãos

O FC Porto – Benfica do passado domingo ainda mexe. O Benfica, e bem, pretende a suspensão de Lisandro, por simulação de grande penalidade, e de Bruno Alves, por agressão a Suazo dentro da área portista – expulsão e penálti por assinalar contra o FC Porto. A jurisprudência futebolística nacional é clara neste casos – pune o infractor. Veja-se o caso de Luisão sobre Sapunaru, no jogo da 1ª volta. Espera-se agora um critério idêntico, para que não hajam mais suspeições de favorecimento.
O relatório do árbitro do FC Porto – Benfica, Pedro Proença, é uma peça digna do mais brilhante Shakespeare. Diz Proença, no seu documento, que Yebda “rasteirou” Lisandro Lopez, o que motivou a marcação da grande penalidade.
Ora, tal análise vem deitar por terra os fervorosos argumentos de portistas encartados que viram no movimento de braço de Yebda o pretexto para defenderem o árbitro e a sua decisão. Fantástico! Onde uns viram braços, outros viram pés!!!
Para terminar, convido todos a lerem a prosa de Manuel Queiroz, jornalista assumidamente portista, no DN de terça-feira passada. Diz Queiroz, a dado trecho: “o conceito de que não há lei da vantagem em lances de grande penalidade é altamente questionável e tenho visto muitos técnicos de arbitragem por essa Europa fora a defenderem – e praticarem – o contrário”.
Para quem defendia que face ao lance entre Reyes e Lucho, na grande área do Benfica, o árbitro não devia ter dado a lei da vantagem (não há lei de vantagem nos lances de grande penalidade, diziam) esta citação é capaz de trazer alguns calafrios…

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Vieira pela verdade desportiva

É oficial. O Presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, assinou a petição "Pela verdade desportiva", que defende a introdução das novas tecnologias no futebol português, lançada pelo jornalista/comentador Rui Santos. Vieira dá, assim, um apoio e uma contribuição preciosa na luta pela sobrevivência desta indústria, onde a arbitragem anda irremediavelmente debaixo de fogo. Depois dos acontecimentos deste domingo no Dragão, onde as novas tecnologias teriam tido um papel fundamental e reposto a verdade desportiva - mesmo que o falso penálti contra o Benfica fosse uma realidade à vista desarmada -, Vieira entendeu (e bem) que tinha que tomar uma posição forte. Que não podia esperar mais. Passou então das palavras aos actos e juntou-se aos já muitos milhares portugueses que lutam pela moralização no futebol. Depois desta iniciativa do Presidente do maior clube português, nada ficará como dantes.
Vieira está, uma vez mais, na linha da frente, sendo o primeiro presidente dos 3 grandes a dar este passo, o que deixa todos os benfiquistas cheios de orgulho. Nas suas próprias palavras, "temos de fazer algo para mudar o futebol português".
Espera-se agora que esta posição do Benfica e do seu Presidente - com todo o peso institucional, social, desportivo e "político" que representa, provoque a "revolução" necessária na bafienta realidade do nosso futebol. A credibilização deste desporto-rei deu mais um passo significativo.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

A entrevista de Quique


QUIQUE SÁNCHEZ FLORES: 'EN CUALQUIER MOMENTO VUELVO A ESPAÑA'

Contacto con Quique Sánchez Flores a través de una amistad común. Quique es muy especial en sus relaciones con la prensa. Tiene muchas cosas que decir pero no se prodiga en los medios. Es cierto que le hemos visto y escuchado como comentarista en diferentes acontecimientos, por ejemplo la última Eurocopa, pero siempre intenta guardar distancia con los periodistas. Cada uno en su sitio. Un tipo entero, profesional, con las ideas claras y los objetivos bien definidos. Su carrera de entrenador es rápida y certera. Tal y como contesta las preguntas del periodista. Ahora dirige al Benfica en Lisboa. Un lujo para la liga española. Tiene que volver. Debe. Hablamos con él y comenzamos la entrevista por aquella frase que pronunció el día que le despidieron del Valencia. Sólo tres noches antes de la tremenda humillación que sufrieron ante el Madrid en Mestalla. Ya no estaba él.

Pregunta: En octubre de 2007 se despidió del Valencia diciendo “pierdo un cargo pero recupero una vida” Quince meses después ¿fue así?
Respuesta: La vida esta recuperada y el cargo también. ”Todo llega y todo pasa”, fue uno de los consejos mas razonables que recibi en mi juventud y ya como futbolista en el Pegaso (Ángel,excelente compañero).Tenía 16 años y comenzaba a jugar en tercera con jugadores que me doblaban la edad.

P: No parece que el Valencia se haya estabilizado mucho desde tu marcha...
R: La estabilidad deportiva existia,los caprichos en futbol suelen tener malas consecuencias

P: ¿Cómo es su vida en Lisboa?R: trabajadora,exigida pero moderadamente tranquila P: ¿Satisfecho del rendimiento del Benfica?
R: básicamente sí,habia mucho camino por acortar respecto a Oporto y Sporting y seguimos en la tarea e ilusionados,o sea,hay expectativas

P: ¿Qué sucede con Reyes? No parece que esté triunfando en Portugal
R: nada especial,intentamos que rinda y esa dirección exige virages que,en ocasiones,son mas bruscos de lo normal. Lo importante es intuir el final del proceso, tendrá saldo positivo seguro.

P. El presidente del Atlético de Madrid, Enrique Cerezo, decía en público y en privado que es un jugador “despistado”. ¿Es así?
R: puede tener muchas denominaciones, lo importante es que tenga buena madera y Reyes la tiene.

P: ¿Esperaba más de Balboa?
R: Si,pero tampoco es tarde, lo que sucede es que su puesto ahora esta muy bien empleado y la dificultad se multiplicó.

P: Nadie mejor que Vd. para hablarnos de Di María. Se le ha colocado en la órbita del Madrid.
R: Es un jugador en crecimiento con todo lo que eso supone.tiene potencial y humildad para mejorar,muy importante.

P: ¿Qué cree que le ha aportado o le está aportando al fútbol portugués?
R: Espero que sentido común, tampoco creo que haya que inventar nada. Al Benfica en particular, estabilidad y alguna dosis de ilusión.

P: Por cierto, un español en Portugal ¿también tiene la sensación de que España vive de espaldas a ese país?
R: Aquí se siente afecto por los españoles, la gente es amable y respeta. Portugal reconoce que son paises ligados a través de la comunicación, el comercio, la empresa, eso los hace cercanos.

P: ¿Cuál es su objetivo a medio y largo plazo con el Benfica?
R: Conseguir objetivos,como siempre.No concibo este trabajo fuera de objetivos, hasta ahora nunca se dio

P: ¿Hasta cuando tiene contrato?
R: Hasta final de 2010

P: Ha estado en Getafe, Valencia y ahora Benfica. ¿Dónde le ha resultado más sencillo trasladar su propuesta de fútbol?
R: Por igual, tal vez aquí el idioma y el hábito supuso un cambio más brusco pero con el tiempo alcanzamos la normalidad de los clubes anteriores.

P: Hace unos días Juande Ramos comentaba que el fútbol actual es velocidad pura. ¿está de acuerdo?
R: Velocidad y resistencia en términos físicos pero la inteligencia, la calidad técnica, la intuición… Faltan genios y sobran robots, en definitiva, falta el fútbol de la calle… Ahora los niños van a las escuelas que vienen a ser una especie de fábrica de jugadores prematuros a los que se les cuelga un pulsómetro con doce años…no soy un romántico, simplemente echo en falta capacidad individual, más allá de que me guste que los equipos respondan como unidad.
P:Al jugador actual no le gusta pensar...
R: al jugador actual no le importa que le hagan pensar si eso les ayuda en el campo, está comprobado.

P: ¿Para cuando su regreso a España? Ha aparecido ya en varias quinielas, por ejemplo la del Atco de Madrid?
R: Cuando coincida la necesidad de un equipo con mis ganas, en cualquier momento de cualquier temporada…

P: También Ángel Torres comentaba el año pasado que no descartaba tu vuelta a Getafe. ¿Y usted?
R: Tengo una gran amistad con Ángel,me encanta su forma de ser y pensar…hablamos, todo informal, pero lo vivido allí fue muy mágico, no hay motivo para escribir una página diferente.
P: Ya sabe, y lo ha sufrido, que en España el entrenador es la primera víctima siempre. Y parece que nadie le protege. En Portugal es igual?
R: El entrenador son los resultados y es normal, el resultado presente y futuro, nunca el pasado. Hay que aceptar la profesión asi,pero a mi particularmente me gusta. ¿Por qué? porque siento emocion por lo que hago…tengo suerte.

P: ¿Cómo valora la presencia de Guardiola al frente del Barça?
R: Magnífico trabajo, desde la serenidad y el conocimiento…él esta preparado para lo mejor y para lo peor, su mensaje subliminal es ese. Desconfia de la euforia, sabe que es una compañera infiel en este trabajo.

P: Lo digo por lo de la “falta de experiencia” de los entrenadores jóvenes
R: Lo que falta a veces es conocimiento del juego,ganas de intervenir,de profundizar,de exponerse… el jugador responde al conocimiento, no a las canas.

P: Que el Barça le saque de doce puntos hacia arriba a sus perseguidores indica lo mal que están los perseguidores?
R: El Barcelona marcó una velocidad imposible de sostener, el que menos se deprima por detrás tendra su premio…Trabajar en la adversidad tambien ayuda.

P: Además ha sido jugador del Real Madrid… ¿puede explicar porque un club tan grande lleva tanto tiempo viviendo una situación tan convulsa?
R: No lo sé, nunca hablo acerca de lo que desconozco…ya sabe…”hablar poco de uno, nada de los demás y mucho de todo”.

P: El gran problema del equipo del Madrid ¿es la falta de talento de su plantilla?R: Antes se decia que la falta de orden, ahora que tiene orden, la ausencia de talento… se lo voy a resumir;se le cayó la referencia goleadora (V.Nistelroy), el organizador(Guti), el elemento equilibrador (Diarra) y el más desequilibrante (Robben) por bastante tiempo…Eso se traduce en jugar peor, menos goles, menos recuperaciones y menos acción en ataque…¿le parece poco? Las lesiones pueden hacer caer irremediablemente a cualquier equipo.

P: ¿Desde Portugal también se ve a la Premier muy por encima de la liga española?
R: Están estan cerca una de la otra…la Premier está mejor vendida porque hay más respeto.

P: Hábleme de jugadores… Cristiano Ronaldo y Messi son los mejores del mundo ¿A quién prefiere?
R: Messi

P:¿Vivimos una época de escasez de jugadores decisivos?
R: A pesar de que todos los jugadores pueden parecer iguales, sigue habiendo jugadores distintos.

P:No será que los entrenadores empiezan a primar táctica, física y ¿nos estamos olvidando de lo importante?
R:lo importante es todo,incluso la direccion de grupo que parece solo una asignatura boba del siglo 21…

P: Un favorito para la Champions?
R: Varios, soy técnico, no Nostradamus.

P: Se supone que dentro de poco habrá elecciones en el Real Madrid…No ya de entrenador, ¿se plantea un trabajo como director deportivo a corto plazo? ¿Tal y como ha sido (aún es) Mijatovic?
R:No, me veo entrenando y mayor, o al revés, el despacho a día de hoy me produce claustrofobia, no lo imagino en el corto plazo… Lo de técnico, tal y como yo lo concibo, no es una casualidad, existe una preparación que es ineludible, al menos si la quieres ejercer con dignidad…preparador físico, delegado, director deportivo, utillero, relaciones públicas… todo es diferente pero pierde dignidad cuando se piensa que cualquiera (si es ex jugador mejor) puede ejercer de lo que quiera…ese es el problema.


Mucha suerte, Quique. Le recordamos en España. Un abrazo. A ti, obrigado
Juan Carlos Rivero

Entrevista de Juan Carlos Rivero, publicada no seu blogue "El banquillo de Rivero", no Portal Terra

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Vergonha, vergonha, vergonha...

FC Porto - 1 (?); Benfica - 1 (17ª Jornada). A vergonha enlutou mais uma vez o futebol português. No Dragão, hoje à noite, escreveu-se mais uma página negra do nosso futebol. Fica como uma das maiores nódoas dos últimos anos, a grande penalidade assinalada por Pedro Proença.

O árbitro, aliás, mostrou ao que vinha, quando chega ao estádio do FC Porto equipado a rigor, com a gravata imaculadamente azul. O hábito faz o monge. Mas talvez que Proença não seja o principal culpado.

Vítor Pereira, presidente da Comissão de Arbitragem, deve ser imediatamente colocado em causa devido à nomeação deste árbitro, cuja dificuldade em ser rigoroso com o Benfica é notória, como seu passado indica.

A mentira que foi este resultado, com o Benfica a sair gravemente prejudicado, é um espelho do futebol português dos últimos 20 anos, nomeadamente nos jogos nas Antas/Dragão, onde, ao longo dos anos, se passaram coisas dramáticas para a verdade desportiva e para a credibilidade do futebol.

O livro negro do futebol nacional guardará um lugar de relevo para o lance que deu a grande penalidade contra o Benfica e o golo do empate do FC Porto. Um verdadeiro mergulho de Lisandro, que o árbitro, a um metro do lance, resolveu assinalar.

Este não é um erro de análise. Este é um erro premeditado e propositado. Proença deve ser imediatamente afastado do futebol e da arbitragem. É um homem sem coragem, sem carácter, sem um pingo de vergonha.

Aliás, Proença vinha com a lição estudada. No primeiro quarto de hora não assinalou uma falta sobre Suazo, junto á área do FC Porto, para marcar uma sobre Hulk, num lance idêntico, junto á área do Benfica.

Raul Meireles passou incólume sem amarelo, depois de passar todo o tempo a protestar. Lisandro devia ter sido expulso depois de agressão a Katsouranis. Bruno Alves devia ter sido expulso depois de um pontapé nas costas de Suazo. Proença não viu fora-de-jogo de Lisandro que podia ter dado golo.

E a cereja em cima deste bolo foi o cumprimento discreto entre Lisandro e o fiscal de linha na altura da substituição do avançado do FC Porto. Esta é a revolta que me consome. Lamento pela coragem dos jogadores do Benfica, pela coragem dos adeptos do Benfica que estiveram no Dragão.

Gostava de ter utilizado este espaço para elogiar Aimar – que grande exibição -, Katsouranis, Yebda, David Luiz, todos eles, todos aqueles grandes jogadores vestidos de vermelho. Tenho orgulho neles, os benfiquistas têm orgulho neles.

E temos orgulho em ser Benfica. Mas o futebol português não merece. Aproveito para relembrar a proposta do Sporting de Braga: árbitros estrangeiros nos jogos entre os grandes. E também as novas tecnologias já e em força. Para que não tenhamos mais 20 anos de mentiras. Obrigado Benfica! Foto: Miguel Vidal (Reuters/Portugal)

Ficha de jogo

Estádio do Dragão (Porto)

FC Porto – 1 (?); Benfica – 1

Benfica: Moreira; Maxi, Luisão, Sidnei, David Luiz; Yebda, Katsouranis, Ruben Amorim e Reyes (Nuno Gomes); Aimar (Carlos Martins) e Suazo (Di Maria)

Golo: Yebda (45 min.)

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Vieira com equipa, Rui na tribuna, Suazo no relvado: Benfica na máxima força

Com Luís Filipe Vieira sempre junto da equipa, Rui Costa na Tribuna do Dragão, devidamente acompanhado para evitar entradas mais viris, e com Suazo no relvado, o Benfica apresenta-se na máxima força para derrotar o FC Porto no seu recinto e dar um passo de gigante para a vitória no campeonato.
O jogo a meio da semana contra o Vitória de Guimarães, que nos levou à final da Taça da Liga, não ajudou a preparar convenientemente este jogo no Dragão. O joga-não joga; a incerteza do adversário, introduziram aspectos de turbulência na preparação da semana de trabalhos.
Acresce que o FC Porto fez descansar a sua melhor equipa, colocando um onze de segundo plano contra o Sporting, em Alvalade, o que indiciou o temor que o FC Porto coloca neste jogo, e a preocupação instalada no seio dos dragões face a uma equipa do Benfica recheada de vedetas que se costumam empolgar neste tipo de desafios.
Espero, por isso, um Benfica em alta rotação e de tracção à frente, com Reyes, Suazo, Cardozo e Aimar. Sem medos, nem tibiezas. E espero um Pedro Proença que seja imune a pressões sejam elas quais forem.
O árbitro Pedro Proença não tem sido muito feliz com o Benfica. Recordo-me de um Benfica - 1; Sporting - 3, julgo que há 4 anos, em que validou um golo fora-de-jogo ao Sporting e castigou-nos ainda com um penálti que não existiu.
Mas, o que lá vai lá vai, vamos acreditar que Pedro Proença (também o tal do atraso de Polga a Stoykovic, que beneficiou o FC Porto com uma vitória sobre Sporting), é um dos poucos árbitros acima de qualquer suspeita. Que respeite o espectáculo e que se respeite a si mesmo, é o que todos desejamos.
Quanto ao Benfica, a minha proposta de 11 é a seguinte: Moreira; Maxi, Luisão, Sidnei e David Luiz; Katsouranis, Ruben Amorim, Aimar e Reyes; Suazo e Cardozo. Força rapazes! Viva o Benfica!

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Final(mente)!

Benfica – 2; V. Guimarães – 1 (Meia-Final da Taça da Liga). A edição deste ano da Taça da Liga teve aquilo que podemos chamar de “happy end”. É certo que ainda não foi disputada a final – pelo que o final feliz apenas será uma realidade se o Benfica for o vencedor -, mas, depois de tanta trapalhada, tantos “casos” e tantas tentativas de desvalorizar a prova, ter uma final Benfica – Sporting deixa qualquer um feliz.
Hermínio Loureiro, presidente da Liga, pode assim considerar-se um homem com sorte. A 22 de Março, em local ainda a designar, vai disputar o “clássico dos clássicos”, o Benfica – Sporting.
Na Luz, perante um Vitória de Guimarães na máxima força, a quem uma ida à final seria uma tábua de salvação de uma época que começa a ser frustrante, o Benfica jogou o quanto baste. Fiel à sua filosofia de jogo, Quique montou um 4-4-2, onde as peças nucleares eram Katsouranis e Aimar.
O argentino, num terreno pesado, mostrou que está a caminho da plenitude da sua forma, dando razão a Rui Costa, que, em jantar privado, em Outubro passado, e onde tive o privilégio de estar presente, disse que Aimar seria o grande jogador da segunda volta e que iria levar o Benfica ao título.
Mais recentemente, disse que Aimar não foi contratado para 4 meses, mas para 4 anos. Rui Costa sabe do que fala. El Mago mostrou, ontem, que em forma física, como a que mostrou durante 90 minutos, é o playmaker que o Benfica precisa para o resto de campeonato.
O médio grego é o pêndulo da equipa. Brilhante a defender, brilhante a atacar, brilhante no passe curto e no passe comprido – o lançamento para o segundo golo, de Aimar (o primeiro ao serviço do Benfica) é o momento do jogo.
No plano oposto, Reyes e Di Maria. O espanhol andou escondido durante quase todo o jogo, e esperamos que Quique não lhe tenha de dar outra reprimenda – deseja-se que o Dragão veja o verdadeiro Reyes. Di Maria continua muito individualista – nota-se que quer fazer tudo e fazê-lo bem, mas tem que ter mais concentração e jogar mais para a equipa.
Estamos na final, o mais importante. Agora vamos procurar preparar bem o jogo de domingo, contra o FC Porto (que foi esmagado em Alvalade, na outra meia-final da Taça da Liga, por 4 – 1). Este foi um treino em condições de grande intensidade de competitividade. Quique fez uma excelente gestão do plantel, e, felizmente, não há lesões a registar (apenas um pequeno susto para Sidnei).
Com o moral em alta, vamos ao Dragão para ganhar. Ninguém pára o Benfica! Foto em www.slbenfica.pt

Ficha do jogo
Estádio da Luz (Lisboa)
Árbitro: Artur Soares Dias (AF Porto)
Benfica: Quim; Miguel Vítor, Luisão, Sidnei (Maxi) e David Luiz; Katsouranis, Carlos Martins (Yebda), Reyes e Ruben Amorim; Aimar e Cardozo (Di Maria).
Golos: Gregory (pb) e Aimar

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Um plantel à prova de bala

Polémicas à parte, o jogo de amanhã à noite contra o Vitória de Guimarães, para a meia-final da Taça da Liga, é um daqueles em que o Benfica tem muito a perder e pouco a ganhar. O desafio da Luz tem alguns factores de análise interessantes e importantes.
É contra um clube, que apesar da época menos bem sucedida, representa um emblema histórico e arrasta sempre consigo uma considerável fatia de adeptos. É uma meia-final de uma competição ainda a ganhar o seu espaço.
Na preparação do jogo, Quique ficou a saber que não terá reforços de Inverno. Também não os reclamou. A quatro dias do clássico de domingo contra o FC Porto, no Dragão, para a Liga Sagres, o treinador espanhol já fez saber que vai jogar com todos os trunfos ao seu dispor.
Ali ao lado, Sporting e FC Porto disputam a outra meia-final. Do lado dos azuis e brancos, a intenção parece ser a de colocar uma equipa de segunda linha, reservando os habituais titulares para o jogo grande de domingo, que pode clarificar de vez a Liga máxima.
De tudo isto, a conclusão a tirar é que o plantel que o Benfica montou no início da época está preparado para todas as eventualidades. Rui Costa formou um núcleo de jogadores que permite diversas combinações sem perda de qualidade. É certo que nas laterais defensivas, a quantidade não abunda, pelo que as lacunas vão ter que ser supridas com o recurso à formação – uma aposta de Rui Costa.
Enquanto no FC Porto se poupam os titulares porque a manta é curta, na Luz Quique pode escolher entre Katsouranis/Yebda ou entre Carlos Martins/Bynia; entre Di Maria/Reyes ou entre Ruben Amorim/Balboa; entre Aimar/Suazo ou entre Nuno Gomes/Cardozo – e ainda lhe sobra Jorge Ribeiro, que pode fazer diversas posições na defesa ou no meio campo, ou Mantorras, que pode jogar na frente de ataque ou sobre as alas.
Para amanhã, a minha proposta de onze é a seguinte: Moreira (não foi convocado, mas devia ter oportunidade de ganhar mais minutos de jogo – assim, aposto em Quim); Maxi (não há mais nenhum), Miguel Vítor, Sidnei e Jorge Ribeiro; Carlos Martins, Bynia, Di Maria e Balboa; Nuno Gomes e Mantorras.
Para domingo, no Dragão: Moreira; Maxi, Luisão, Sidnei e David Luiz; Katsouranis, Yebda, Ruben Amorim e Reyes; Aimar e Suazo.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Jogador-talismã, alegria do povo

Benfica – 1; Rio Ave – 0 (16ª jornada da Liga Sagres). Jogador-talismã, alegria do povo, herói-mártir. Os qualitativos para definir Pedro Mantorras são inúmeros e inesgotáveis. Ontem, mais uma vez, este rapaz com cara de menino, jogador-capricho de uma Angola, finalmente e aparentemente, em paz, entrou no relvado da Luz, qual suave milagre, para fazer explodir a panela das emoções alagadas em sofrimento.
Corria já o último quarto de hora de um jogo com o último, o Rio Ave. Num campo tornado piscina, o 0-0 teimava em manter-se até ao fim, afogando, estou em crer, as derradeiras hipóteses do título.
A manter-se o empate, o Benfica chegava ao Dragão com pelo menos 1 ponto menos, que podiam ser 3 (à hora em que escrevo, ainda não se jogou o Belenenses – FC Porto). O moral não seria o melhor para as nossas cores.
Quique fez jus à sua fama de supersticioso. Lançar Mantorras seria a última coisa que os analistas esperariam, mas Quique, quando chegou à Luz, fez todas as perguntas possíveis. Entre elas: “quem é Pedro Mantorras?”. A resposta foi elucidativa: “A alegria do povo”.
Espero que lhe tenham dito que no último campeonato que o Benfica ganhou, em 2004/05, Mantorras foi o salvador, marcando diversos golo nos últimos minutos – contra Leiria, Marítimo, Estoril. O treinador espanhol vai ter de começar a dar uso ao seu conhecido feitio supersticioso.
No mais, o jogo revelou uma equipa combativa, corajosa, de carácter. Num relvado empapado e impróprio para o consumo, os jogadores do Benfica foram inexcedíveis em garra, capacidade de luta e sofrimento. Quando assim é, merecem a ovação de pé dos mais de 20 mil benfiquistas que, arrostando contra todas as intempéries, estão ali para os apoiar. Pelo Benfica! Foto: Hugo Correia (Reuters/Portugal)


Ficha do jogo
Estádio da Luz (Lisboa)
Árbitro: Rui Costa (AF Porto)
Benfica: Moreira; Maxi, Luisão, Sidnei e David Luiz; Yebda, Carlos Martins (Bynia), Ruben Amorim e Di Maria (Reyes); Nuno Gomes (Mantorras) e Óscar Cardozo.
Golo: Mantorras (76 min.)
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