terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Bagão, a entrevista

Bagão Félix deu uma importante entrevista a “A Bola”. Falou de futebol, claro, do seu e nosso Benfica, do País, da política, do mundo actual e do futuro – para o país e para o Benfica. É uma entrevista actual e incontornável. Para ler, reflectir e guardar. Vai ser importante, no futuro, voltarmos a ela.
Bagão Félix é uma daquelas personalidades que me orgulham de ser benfiquista. Pela sua paixão pelo clube, que não receia expor, para quem já ocupou várias cadeiras ministeriais (e quem sabe o futuro não lhe guarda o desafio de ser candidato presidencial); pela sua serenidade, num mundo agitado, também no futebol; pela sua inteligência aliada ao bom senso, o que é raro; pela sua credibilidade.
De Bagão Félix não é preciso dizer mais nada. Apenas e só se lamenta a sua “reforma” voluntária. O Benfica e o país precisam cada vez mais dos melhores e Bagão é um dos nossos melhores.
Quando se começa a falar cada vez com mais insistência na liderança da Federação, nos candidatos e nos apoios dos clubes, Bagão Félix seria um nome incontornável para Presidente da Federação Portuguesa de Futebol.
O Benfica tudo deve fazer para o levar a aceitar este desafio. Esta vai ser uma luta decisiva para o futuro do futebol português. Quem estiver atento aos peões que se vão jogando (o último dos quais António Oliveira, ex-jogador do fc porto, do Sporting e ex-seleccionador nacional), percebe o “tabu” que Gilberto Madaíl quer alimentar.
Oferecer de mão beijada a cadeira da Praça da Alegria ao nosso principal rival seria um suicídio e estar mais 20 anos mergulhados nas trevas do futebol português. O Benfica tem de estar atento e não se demitir das suas responsabilidades e Bagão Félix está mesmo à mão.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Vamos ajudar Vítor Pereira

Falta uma jornada para Vítor Pereira, presidente do Conselho de Arbitragem, regressar ao palco. Após a jornada 15, a cumprir-se no início de Janeiro, o líder dos árbitros fará o balanço das arbitragens das 5 jornadas passadas.
Vítor Pereira pode aproveitar as férias natalícias para fazer o trabalho de casa. Como esta é um tempo de solidariedade, vamos ajudá-lo. Independentemente do que se passar na próxima jornada, Pereira já tem pano para mangas. E basta centrar a sua análise em dois jogos: fc porto – v.setúbal e paços de ferreira – fc porto.
Nestes dois jogos, as arbitragens de Elmano Santos e de Artur Soares Dias (da AFPorto), tiveram o condão de influenciar os resultados. O primeiro, madeirense, resolveu “ver” um penálti contra o Setúbal que mais ninguém “viu”. Mas não se contentou. Não fosse o diabo tecê-las, mandou o setubalense Jailson repetir uma grande penalidade – coisa rara -, depois de ter marcado na primeira ocasião.
Esperamos, com ansiedade, as explicações de Vítor Pereira. Mas pelo castigo já infligido a Elmano, prevê-se mais uma crucificação do árbitro. Seja como for, já nada retirará os 3 pontos ao fc porto.
Ontem, na Mata Real, Soares Dias “viu” mais um penálti a favor do fc porto que mais ninguém viu – a diferença mínima a favor do fc porto ameaçava esfumar-se e havia que evitar surpresas.
Vamos a ver o que acontece a Soares Dias e o que lá mais para a frente vai dizer Vítor Pereira sobre este lance… É que não foi “mão na bola” (artifício com que os árbitros costumam justificar os seus erros), foi mesmo “pé na bola”. Mais 3 pontos de bandeja para o fc porto. Enfim,! Bom Natal para todos…

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

A importância de uma efeméride

Nos dois últimos dias, as manchetes dos jornais desportivos – melhor dizendo, a manchete do único jornal desportivo com memória (A Bola) – foi ocupada não pelo mais recente “provável” reforço do Benfica, mas pelo “único” reforço do Benfica em toda a sua História: Eusébio da Silva Ferreira.
Escrevi dois dias porque a data da chegada de Eusébio a Lisboa – 15 ou 17 de Dezembro -, faz agora 50 anos, está, também ela, envolta em mistério. Seja como for, a “Pantera Negra”, ainda não “Pantera Negra”, aterrou na Portela há 50 anos atrás, rumo à Luz e ao Benfica.
Não se trata de uma efeméride qualquer, nem de um número qualquer – vale a pena comemorar este número redondo, 50 anos. Vale a pena porque Eusébio é Eusébio. Mas vale sobretudo a pena porque ninguém, a não ser o Benfica, tem uma referência tão marcante e ainda entre nós.
Nestes últimos 50 anos, o Benfica viveu anos de glória e de ocaso, altos e baixos, momentos de desespero e euforia. Mas, sobreviveu, hoje mais forte que nunca, mais habilitado que nunca para ultrapassar os tempos conturbados que estamos a viver.
Estou cada vez mais convencido que isso só aconteceu porque o Benfica soube preservar, cultivar e defender a sua memória. Quando olho para a Tribuna Presidencial da Luz e vejo, junto a Luís Filipe Vieira, Eusébio, Coluna, Simões, José Augusto, percebo muito bem porque o Benfica, apesar de todas as vicissitudes, está forte e robusto.
Noutras tribunais rivais, o que vejo são empresários mal afamados, árbitros e ex-árbitros, políticos e quejandos à busca de notoriedade, personalidades impróprias para consumo e ilustres alianças de ocasião.
Quando sei que uma das principais prioridades de Luís Filipe Vieira é o Museu do Benfica, percebo porque este clube, com 106 anos (bem contadinhos), milhares de títulos em todas as modalidades, quase 300 mil sócios, está na vanguarda de todos os clubes mundiais e legitimamente se intitula como “O Maior Clube do Mundo”.
É por isso que a efeméride dos 50 anos da chegada de Eusébio à Luz, que todos os jornais, com maior ou menor destaque, noticiaram, é importante ser lembrada e referenciada. Porque se antes de Eusébio já havia um Grande Benfica, com Julinho ou Francisco Ferreira ou José Águas, a “Pantera Negra” certificou a chancela de um clube único: popular e cosmopolita, interracial, europeu e africano, democrático antes da liberdade. Um clube gigantesco num país minúsculo.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Os "papagaios"

No início da década, Luís Filipe Vieira proferiu uma frase que ficou histórica: “Vou acabar com os papagaios”. Um verdadeiro “soundbyte”, como agora se diz. O Benfica vivia, então, com a pesada herança deixada por Vale e Azevedo, a tentar libertar-se desse fardo duro e pesado. À época, ninguém deu o passo em frente, o clube estava mergulhado em dívidas e o desempenho desportivo era medíocre.
Manuel Vilarinho e Luís Filipe Vieira foram os principais rostos do “governo de salvação nacional”. O primeiro, mais “low-profile”, deixou o trabalho mais complexo e de sapa para o segundo.
Vieira sabia bem ao que ia, tinha um programa, uma estratégia e os instrumentos para a realizar. Porém, com o seu apurado instinto e intuição e a sua visão a médio/longo prazo, percebeu que, no imediato, tinha que acabar com ruído à volta de tudo o que mexia na Luz.
Um ruído interno, de algumas figuras que se julgam (ou julgavam) serem “donas” do clube e eram omnipresentes na comunicação social. Sempre as mesmas caras e vozes que apareciam quando as coisas corriam mal.
Vieira sabia bem que este ruído era prejudicial, insidioso, mesquinho e distraía muitos dos que o rodeavam para o acessório em vez de se preocuparem com o essencial: salvar o Benfica. Em suma, o ruído se não obstaculizava a estratégia, atrasava o processo. E Vieira tinha pressa em salvar o Benfica. Por isso, lançou aquele “vou acabar com os papagaios”.
Não vou aqui referir os nomes de quem eram os “papagaios”, a maioria dos quais, justiça lhes seja feita, está hoje afastada dos holofotes. Estou convencido que Luís Filipe Vieira começou aí a construir e a solidificar a sua liderança à frente do Sport Lisboa e Benfica.
Quando, 10 anos depois, abro os jornais, ligo a rádio e a televisão, e leio, ouço e vejo tantos a lançarem teorias e avançarem soluções que apenas desestabilizam e confundem, vem-me sempre à memória aquela frase de Vieira: “Vou acabar com os papagaios”.
A dois dias daquele que muitos, de forma irresponsável e leviana, rotulam como o jogo que irá definir o futuro de Jorge Jesus – o Benfica – Braga, de domingo, para a Taça -, acredito que Luís Filipe Vieira saberá, na solidão do poder, tomar as medidas mais acertadas para o Benfica. Por muito ruído que se faça à sua volta.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

CAMPEONATO VICIADO E MENTIROSO

A tese está consagrada e não necessita de registo notarial: muitos dos campeonatos ganhos pelo fc porto começaram a ser decididos nas primeiras 10 jornadas – o fosso cavava-se desde o início, para que tudo pudesse ser gerido nas calmas.
Este não foge à regra. E haja o que houver até final, o rótulo que lhe está já associado será difícil de apagar: CAMPEONATO VICIADO. O que se passou ontem no dragão, no fc porto – v. Setúbal, foi mais um triste episódio de um CAMPEONATO VICIADO.
O “penálti-fantasma” em cima do intervalo tem um nome: MENTIRA. A repetição do penálti contra o fc porto tem um nome: MENTIRA. Elmano Santos, o árbitro, fez o que lhe competia, face ao previamente estipulado – a distância para o 2º é para manter ou para alargar, nunca para encurtar.
Atentem neste estranho caso: repetição de penáltis já vimos por uma de três razões – “paradinha”, entrada de jogador na área antes da sua marcação ou irregular posicionamento do guarda-redes na baliza (tem de estar parado sobre a linha).
O comentador da TVI, na ânsia de encontrar uma justificação plausível, avançou com a “paradinha”. Mas Elmano estava numa de ser original. Disse e mostrou ao mundo que foi por não ter apitado. Ou seja, o próprio Elmano assumiu que não houve nenhuma irregularidade. E se Jailson tem falhado o primeiro penálti? Elmano mandava repetir?
O mais cómico, se calhar, vai ser ouvir Vilas Boas. Se, na sua opinião, a arbitragem de Jorge Sousa no Sporting – fc porto foi “ridícula” (e a nota também), o que irá o treinador do fc porto dizer desta, do senhor Elmano?
Temos assim um campeonato VICIADO E MENTIROSO. Começou assim e o que começa torto tarde ou nunca se endireita. Estávamos ainda longe desta paródia circense (que é tempo de circo sabemo-lo nós), e a MENTIRA já tomava conta deste campeonato.
Jornada 1: Naval – fc porto. Golo do porto a 5 minutos do fim com um penálti muito, mas muito, duvidoso. Bola na mão ou mão na bola? 3 pontinhos já cá cantam, pensaram os dragões.
Jornada 5: Nacional – fc porto. Penálti contra o fc porto não marcado, e que dava o empate. Bola na mão, ou mão na bola? Critérios diferentes mas sempre o mesmo beneficiado: o fc porto.
Jornada 7: V. Guimarães – fc porto: Penálti contra o fc porto impede Guimarães de chegar à vitória.
Estes os casos mais flagrantes. Outros houve (como o 1º golo contra o Olhanense, em fora-de-jogo), que apenas servem para compor o ramalhete. Tudo junto, bem misturado, é capaz de não dar um grande cocktail, mas vá lá, um café com leite é capaz de se arranjar.
Acresce os pontos subtraídos ao Benfica, com o jogo em Guimarães no topo da lista, e não é preciso saber muito de matemática: 8 pontos à maior. E o mais que há-de vir. Se alguém estiver a dormir é bom que acorde a tempo.
Daqui por 2 jornadas, Vítor Pereira fará o balanço periódico. Vai ter muito que explicar. Era útil e pedagógico que lhe colocassem no power-point um quadro a dizer: CAMPEONATO VICIADO E MENTIROSO.
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