sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

A importância de uma efeméride

Nos dois últimos dias, as manchetes dos jornais desportivos – melhor dizendo, a manchete do único jornal desportivo com memória (A Bola) – foi ocupada não pelo mais recente “provável” reforço do Benfica, mas pelo “único” reforço do Benfica em toda a sua História: Eusébio da Silva Ferreira.
Escrevi dois dias porque a data da chegada de Eusébio a Lisboa – 15 ou 17 de Dezembro -, faz agora 50 anos, está, também ela, envolta em mistério. Seja como for, a “Pantera Negra”, ainda não “Pantera Negra”, aterrou na Portela há 50 anos atrás, rumo à Luz e ao Benfica.
Não se trata de uma efeméride qualquer, nem de um número qualquer – vale a pena comemorar este número redondo, 50 anos. Vale a pena porque Eusébio é Eusébio. Mas vale sobretudo a pena porque ninguém, a não ser o Benfica, tem uma referência tão marcante e ainda entre nós.
Nestes últimos 50 anos, o Benfica viveu anos de glória e de ocaso, altos e baixos, momentos de desespero e euforia. Mas, sobreviveu, hoje mais forte que nunca, mais habilitado que nunca para ultrapassar os tempos conturbados que estamos a viver.
Estou cada vez mais convencido que isso só aconteceu porque o Benfica soube preservar, cultivar e defender a sua memória. Quando olho para a Tribuna Presidencial da Luz e vejo, junto a Luís Filipe Vieira, Eusébio, Coluna, Simões, José Augusto, percebo muito bem porque o Benfica, apesar de todas as vicissitudes, está forte e robusto.
Noutras tribunais rivais, o que vejo são empresários mal afamados, árbitros e ex-árbitros, políticos e quejandos à busca de notoriedade, personalidades impróprias para consumo e ilustres alianças de ocasião.
Quando sei que uma das principais prioridades de Luís Filipe Vieira é o Museu do Benfica, percebo porque este clube, com 106 anos (bem contadinhos), milhares de títulos em todas as modalidades, quase 300 mil sócios, está na vanguarda de todos os clubes mundiais e legitimamente se intitula como “O Maior Clube do Mundo”.
É por isso que a efeméride dos 50 anos da chegada de Eusébio à Luz, que todos os jornais, com maior ou menor destaque, noticiaram, é importante ser lembrada e referenciada. Porque se antes de Eusébio já havia um Grande Benfica, com Julinho ou Francisco Ferreira ou José Águas, a “Pantera Negra” certificou a chancela de um clube único: popular e cosmopolita, interracial, europeu e africano, democrático antes da liberdade. Um clube gigantesco num país minúsculo.

4 comentários:

  1. Brilhante!! Fiquei todo arrepiado.

    PARABÉNS REI EUSÉBIO

    BENFICA SEMPRE!!

    Cumprimentos

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  2. Não existem palavras para classificar essa lenda do futebol nacional e internacional.

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  3. AI tem um ótimo blog sobre eaportes da uma olhada muito bom http://futesportbr.blogspot.com/ e siga ótimo twitter https://twitter.com/FutEsportBR

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  4. Eu gosto á brava de Marisco=tremoços ahahahahaha

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