domingo, 30 de maio de 2010

A APA está ao serviço de quem?

Fundada há cerca de 7 anos, a Associação Portuguesa de Adeptos (APA) tem como objectivo “elevar o nome dos Adeptos, fomentar a sã convivência entre fãs de diferentes clubes, promover eventos em vários segmentos do desporto Português, sempre com o objectivo de contribuir positivamente para a força da palavra Adepto”, nas palavras do seu presidente, Costa Pereira, um conhecido adepto do fc porto.
Nos diversos eventos que já realizou, a APA teve a presença do secretário de Estado do Desporto, Laurentino Dias (que, aliás, já recebeu oficialmente esta associação), e no seu livro de honra, para além do nome do governante, aparecem os de Hermínio Loureiro, ex-presidente da Liga de Clubes, para além de nomes de ilustres ex-jogadores e jogadores como os de Liedson e Tiago, que vão representar a Selecção Nacional no Mundial da África do Sul.
Nada disto seria anormal, antes pelo contrário, não se desse o caso da APA estar alegadamente ligada ao envio de um email para diversas entidades, com o título “”Benfica deve perder 9 pontos” (passa a mensagem)”", relatando um fictício “caso” Kardec, criado a partir da interpretação malévola e ignorante do regulamento de transferências.
Curioso, ainda, no referido email (a que O Inferno da Luz teve acesso através de fonte insuspeita), nas referências às “fontes” da “notícia”aparece, nem mais nem menos, que um fórum cibernáutico denominado "superbraga".
Das duas uma, ou a APA desfaz imediatamente este equívoco e instaura um competente inquérito; ou acaba de ver terminada da forma mais indigna a sua ainda curta existência. Até lá, espera-se que a Secretaria de Estado do Desporto, cujo titular tem estado ligado a esta associação (são várias as suas fotos no “site” da APA), peça explicações cabais à direcção da associação. 
Enquanto nada disto for clarificado, os dignos adeptos do futebol devem ignorar a existência da APA.



sexta-feira, 28 de maio de 2010

Leão ruge baixinho

Emerson Leão, lembram-se? Foi guarda-redes carismático do "escrete canarinho" na época de ouro do futebol brasileiro, na década de 70, tendo sido campeão do Mundo em 1970, no México. Depois de 20 anos como jogador, nomeadamente no Palmeiras, o "Verdão", virou treinador, numa carreira que já leva mais de duas dezenas de anos. É, por isso, um experimentado homem do futebol mundial.
Apesar de ser tido como uma personalidade polémica, Leão perdeu uma boa ocasião para estar calado. Hoje no jornal "O Jogo" (ler aqui), ao comentar a entrevista de Jorge Jesus ao jornal "A Bola", "seu" Emerson rugiu baixinho. Recorreu à má educação para contrariar Jorge Jesus sobre Éder Luís. Para Jesus, o atacante brasileiro não rendeu mais porque revelou pouca fibra psicológica. Emerson Leão diz que Jesus revelou "falta de tacto" e "não conhece o jogador", acabando a pedir Éder Luís de volta ao Brasil para a sua equipa.
Leão treina actualmente o Goiás, mas, até ver, sem grande sucesso. À 4ª jornada do Brasileirão, o Goiás de Emerson Leão ocupa o último lugar, com zero pontos, 2 golos marcados e 7 sofridos. Percebe-se agora o desespero do treinador brasileiro, mas é pouco provável que o Jesus campeão faça a vontade ao Leão do Goiás.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Benfica, a.LFV e d.LFV

Aconteça o que acontecer daqui para a frente, a partir de agora há um Benfica a. LFV (antes de Luís Filipe Vieira) e um Benfica d. LFV (depois de Luís Filipe Vieira). O líder que, diziam alguns dos seus detractores, apenas ligava aos números e aos negócios (como se isso, aliás, até fosse coisa pouca) e descurava a vertente desportiva, montou uma tal estrutura à volta da equipa de futebol que hoje, no país, ninguém se ri quando se fala que o Benfica pode ambicionar a “Champions” a curto prazo.
Mas esta é uma vertente para abordar noutro “timing”. O que quero agora ressaltar é que Vieira (o tal dos números e dos negócios) transformou o Benfica de alto a baixo. Deu-lhe, para além de tudo o resto, uma das coisas mais importantes da história centenária do Glorioso – uma dimensão social única à escala mundial.
A Fundação Benfica é a âncora deste projecto, mas o périplo que LFV encetou em Timor-Leste e no Haiti, colocaram o Benfica nas bocas do mundo mediático, pelas melhores razões – as razões humanitárias.
Que me lembre, Vieira foi o primeiro e, até agora, o único presidente de um clube de futebol a ir ver “in loco” a tragédia humana que se abateu sobre o Haiti. Além das estrelas nos equipamentos, titulando milhares de vitórias, esta visita presidencial a Timor e ao Haiti vai ficar marcada a ouro na história do Benfica.
É por isso que o Benfica é o único que se pode intitular “més que un club”. Foto em www.slbenfica.pt

domingo, 23 de maio de 2010

Jesus e Mou

Jorge Jesus deu uma entrevista histórica ao jornal “A Bola”. Ontem, no dia em que Mourinho leva o Inter de Milão ao título europeu 45 anos depois, Jesus afirma que vai vencer a “Champions”, “dê por onde der”, e acrescenta que “acredita” que esse objectivo seja atingido à frente do Benfica.
Nunca um treinador do Benfica foi tão afirmativo e peremptório, desde que Bella Guttmann, o mago húngaro, ascendeu à condição de mito depois de ter sido bi-campeão europeu com o Benfica.
Diz a lenda que Guttmann terá dito que sem ele o Benfica nunca mais seria campeão europeu. Pelos vistos, Jesus, que até é supersticioso e místico, não acredita muito em profecias, mesmo que elas perdurem há 48 anos.
O certo é que Jorge Jesus colocou, talvez nunca como hoje, a conquista da “Champions” na agenda desportiva imediata do Sport Lisboa e Benfica. Quando começar a nova época, com uma equipa mais forte do que a da última época em que foi campeão, os benfiquistas vão recordar esta entrevista de Jesus.
Não para lhe atiraram à cara a promessa, se for caso disso, mas para alimentar um sonho que tem quase meio século, e que Jesus, com uma simples frase, colocou no imaginário dos milhões de benfiquistas.
Pode ser que a profecia de Guttmann tenha os dias contados…

terça-feira, 18 de maio de 2010

O discurso "nacional"


O Benfica Campeão fez reencontrar o clube com a sua matriz genética, com a sua história, com o seu destino de vencer. Mas, depois de deitados os foguetes, depois da festa, é preciso perceber que os tempos modernos exigem a lucidez de uma mensagem, o rigor de uma palavra, a estratégia de um discurso, o rumo de uma intervenção.
Luís Filipe Vieira, na conferência de Imprensa após o último jogo; na cerimónia na Câmara Municipal de Lisboa; e agora nesta visita histórica a Timor-Leste, teve essa lucidez, esse rigor, essa estratégia e esse rumo.
Hoje, os tempos modernos exigem líderes diferentes.
O carisma, a obra, os resultados, são importantes, sempre o foram.
Mas, agora, é também decisivo num líder, saber passar a mensagem.
A mensagem mobiliza, aglutina, contextualiza, explica e esclarece – define um rumo e traça uma estratégia.
O actual Presidente do Benfica percebeu isso, primeiro que ninguém.
Quando Vieira diz que “o Benfica não é do Norte, nem do Sul, é de Portugal”; “o Benfica não divide o País”; ou “o Benfica tem as suas raízes em Lisboa mas é um clube do Mundo, não se deixa fechar na sua cidade”, sabe o que diz e porque o diz.
O Benfica foi sempre um clube nacional, suportado pelas suas históricas vitórias em Portugal e na Europa. Mas, os seus presidentes (a maioria, pelo menos) tiveram sempre um comportamento e um discurso lisboeta.
As vitórias em catadupa evitavam, porém, que o clube se fechasse na sua cidade.
Antes de Vieira, o Benfica teve dos presidentes mais lisboetas da sua história, com o famigerado Vale e Azevedo à cabeça.
Sem títulos e com uma negra herança económico-financeira para solucionar, Vieira percebeu que o recentrar da mensagem, falando para os benfiquistas de todo o mundo e homenageando-os na hora da vitória (a tarefa eventualmente mais fácil, mas nem por isso menos importante) era um dos pilares do sucesso futuro.
É uma das facetas menos enaltecidas do seu consulado, mas com o seu discurso “nacional” e aglutinador – a que juntou a recuperação financeira e, depois, os títulos – Vieira salvou o Benfica.
Com o seu interminável “tour” junto das Casas do Benfica, Luís Filipe Vieira tornou-se no mais “nacional” presidente da história do Sport Lisboa e Benfica, ele que até é lisboeta de gema.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Uma visita histórica



A visita de Estado que o Benfica está a realizar em Timor-Leste, é um marco histórico, não só na história do Benfica mas também na própria história do desporto em Portugal. É uma visita com vários significados: desportivo, sem dúvida, mas essencialmente social e político.
Ao ser recebido com honras de chefe de Estado pelos mais altos representantes do Estado de Timor-Leste, o Primeiro-Ministro Xanana Gusmão (um fervoroso benfiquista) e o Presidente da República Ramos-Horta, Luís Filipe Vieira fez mais pelo retomar do relacionamento entre Portugal e Timor (hoje, estranhamente, quase inexistente) que mil viagens de autoridades políticas.
As ruas pejadas de timorenses com camisolas do Benfica são uma imagem impagável da dimensão do clube e do que o Benfica representa para o Mundo português. Depois do título de campeão, a deslocação a Timor foi a decisão certa, na altura certa.
Ficará para sempre registada como uma das “digressões” mais marcantes da história do Benfica. E perdurará para sempre na memória dos timorenses. Fotos: "slbenfic.pt" e "A Bola"

terça-feira, 11 de maio de 2010

Palavras e actos


Depois de Luís Filipe Vieira ter anunciado, na noite da vitória, a nova meta: o título europeu, a Adidas divulga a nova camisola do Benfica para a época 2010/2011, baseada na que envergaram os nossos heróis de 60 na final da Taça dos Campeões Europeus contra o Barcelona, com a vitória por 3-2.
Entre um discurso ambicioso, preciso e motivador, e a apresentação de uma camisola que exemplifica na perfeição o objectivo presidencial, distaram 24 horas. Se isto não é profissionalismo e organização, então o que é?

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Os olhos de Coluna


No domingo, vão sentar-se na tribuna da Luz todos os campeões nacionais de futebol com a camisola do Benfica – uma feliz ideia de Luís Filipe Vieira. Não faltarão, certamente, à chamada dois dos maiores símbolos vivos do Benfica: Eusébio e Coluna.
Hoje, queria falar de Mário Coluna, o “monstro sagrado”. Eusébio é Eusébio, mas o que seria Eusébio sem Coluna? Ninguém sabe. O que sabemos ao certo é que Coluna, o histórico capitão, o “senhor Coluna”, nas sábias palavras de Eusébio, deu uma tocante entrevista à Benfica TV – mais um exemplo da importância da Benfica TV.
Foi uma entrevista de vida, serena mas emocionante; felina, como Coluna foi como jogador; uma entrevista na hora certa, na hora da vitória anunciada. Uma entrevista de campeão. Vi, mais do que ouvi, a entrevista a Mário Coluna.
Vi-lhe os olhos a transmitirem todas as emoções que lhe percorriam o corpo. Uns olhos repletos de bondade, de genuinidade, de calor humano. Uns olhos que, quando as câmeras da Benfica TV davam grandes planos, pareciam perguntar: “Porquê eu, que já deixei de jogar há tantos anos?”.
Fixei-me naqueles olhos de Mário Coluna e vi um homem maior que a vida. Um símbolo eterno do Benfica, do futebol português e do futebol mundial. Até nos seus capitães o Benfica é um gigante. Obrigado Mário Coluna!

terça-feira, 4 de maio de 2010

As virgens ofendidas e a autoridade moral


Em 1990/91, o Benfica de Eriksson foi às Antas ganhar por 0-2 e arrebatar o campeonato. Quase 20 anos depois, os golos de César Brito rivalizam na memória de todos com o espectáculo dantesco que a equipa encarnada teve de se confrontar.
Se estão lembrados, os jogadores benfiquistas foram obrigados a equipar-se nos corredores porque o balneário estava regado com creolina e exalava um cheiro insuportável. Nessa altura, Eriksson confrontou o já então presidente do fc porto com esse facto.
“Desculpe Eriksson, mas isto é uma guerra”, disse Pinto da Costa ao treinador sueco do Benfica, conversa que este recentemente revelou quando esteve em Portugal. 20 anos depois, pouco ou nada mudou nas Antas/dragão. “Isto é uma guerra”, continua a ser o lema para aquelas bandas. Pelo que se devolve à procedência o epíteto de “virgens ofendidas” e se questiona quem é que afinal tem autoridade moral.
Enquanto que o fc porto sad faz um comunicado que não é assumido por ninguém, no Benfica temos o carácter e a coragem de dar a cara e assinar por baixo. Bolas de golfe, isqueiros e pedras sorrateiras, resvalam na carapaça da nossa dignidade.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

O palco da festa

No "green" do dragão, o fc porto não conseguiu ganhar o campeonato da A3 (auto-estrada que liga Porto e Braga) ao sporting de Braga. As bolas de golfe utilizadas não foram suficientes para concretizar um "hole-in-one" e os azuis da VCI quedam-se por um modesto 3ª lugar. Tiger Woods, ainda a refazer-se dos escândalos, viu a prova no ESPN e mostrou-se entusiasmado com a hipótese de disputar a Ryder Cup em Portugal, talvez não em Palermo. Agora, a RTP, televisão de serviço público, vai começar a explicar aos portugueses a terminologia do jogo do golfe, preparando a eventual transmissão da Ryder Cup.
Alguns exemplos: "caddie", pessoa que leva o material do jogador (não são as claques); "driving range", campo para tacadas de longo alcance (hum!, assim de repente não estou a ver). Tiger que se cuide...
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