terça-feira, 10 de julho de 2007

Artur, a raça do "ruço"

Artur, pegando na Taça "Ramon Carranza", depois de mais um grande êxito internacional (na foto podem ainda ver-se Adolfo, Néné e Simões)


Artur, o “ruço”, fenomenal defesa-direito do Benfica e da Selecção, nascido para o futebol na célebre Académica de Rui Rodrigues, Alhinho, Gervásio, os irmãos Campos, Rocha e Manuel António – a verdadeira Briosa, e com breve passagem no Sporting, está desempregado. Leio e não quero acreditar: “Após 18 anos na Câmara de Lisboa a recibo verde”, denuncia o jornalista Santos Neves, na “A Bola”.
É na “A Bola” que vem estampada uma marcante entrevista ao “ruço”. Artur, o melhor defesa-direito de sempre do futebol português, revela que teve a vida por um fio e que “quando o executivo de Carmona Rodrigues caiu recebi uma carta registada a prescindir dos meus serviços”, diz, depois de 18 anos a trabalhar no pelouro do Desporto.
Para o teu lugar Artur, certamente que entrará um “jota”, um “jotinha” ou um “jotão”, daqueles pagos a peso de ouro, que prestaram, ninguém o duvida, relevantes serviços à Pátria. Ditosa Pátria…, perdoa-lhes que eles não sabem o que fazem...
Lembro-me bem, daquelas tuas cavalgadas pelo flanco direito, a romper até à linha final, num altura em que os defesas-direitos, em Portugal e no estrangeiro, raramente ultrapassavam a linha de meio-campo. Tu, Artur, foste o primeiro defesa-direito do futebol moderno.
Marcaste uma era no Benfica e na Selecção e, naquele teu jeito de jogar raçudo, tão do agrado do Terceiro Anel, eras um dos nossos e ninguém te levou a mal teres passado para o Sporting.
Não era preciso, mas vale a pena registar: “O Benfica foi sempre o clube do meu coração”, disseste a “A Bola” e nunca ninguém duvidou. E mais revelaste que nos intervalos dos jogos do Sporting querias sempre saber o resultado do Benfica.
És para os jovens jogadores de hoje um exemplo de raça e de luta contra a adversidade, contra a pleurisia, depois uma embolia pulmonar, depois uma trombose que quase te levou uma perna. A vida ( e nós) quer-te cá, Artur…

4 comentários:

  1. Excelente post!
    Muito bem!
    Não tenho visto o grande Artur, ele que costuma beber o seu café na companhia do Eusébio no Q.B. do C.C. Fonte Nove em Benfica.

    Benfica Sempre, mesmo depois da morte!

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  2. Obrigado.
    O Artur é e será sempre um dos nossos.
    Tudo pelo Benfica. Ab.

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  3. Eu também gostava de ver jogar o Artur.Lembro-me de um golo espectacular que marcou pela selecção no Jamor com um remate de longa distancia.
    Foi um dos melhores laterais direitos portugues de todos os tempos.Não sei se foi o melhor (Joao Pinto tem um palmarés imbativel)mas foi seguramente um grande jogador

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  4. Sou do Sporting mas junto-me ao grupo dos que querem o Artur cá.

    Excelente post.

    Abraço

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