segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Os profetas da desgraça

3 de setembro de 2012 – o campeonato dava os primeiros passos, é certo, mas, quando nada o fazia prever, Axel Witsel, que se tinha tornado uma espécie de menino bonito do Terceiro Anel, dizia adeus à Luz, no último dia de mercado (para a Rússia, o Zenit).
No último dia de agosto, ou seja, 3 dias antes, - o último dia de mercado literalmente, exceptuando o campeonato russo, Javi Garcia, que se tinha transformado numa espécie de base indestrutível de um Benfica que se queria campeão, saía para o Manchester City.
Os que gostam de basquetebol sabem bem o que é um “base” numa equipa. É “soul and heart”. Era isso que era Javi Garcia.
Os que gostam de voleibol sabem o que é um “distribuidor”. É o “core business” de uma equipa, em se tratando de uma “empresa”. Era isso que era Axel Witsel.
Foi o que aconteceu ao Benfica, há 1 ano e 4 meses. Perdeu, de uma assentada, a “soul and the heart” e o “core business”. Perdeu a base, o pilar, o distribuidor, a matéria de que se fazem os sonhos.
O montante encaixado, 70 milhões de euros, justificava todas as areias introduzidas na engrenagem da máquina de futebol que era a equipa principal do Benfica, mas, o Terceiro Anel, intoxicado pelos profetas da desgraça dos jornais, das televisões e das redes sociais, previa um desastre desportivo de monta.
No final da época, sem Witsel e Javi, o Benfica tinha realizado uma das mais entusiasmantes performances desportivas dos últimos anos. Nada tinha ganho é certo. Mas todos sabemos o que foi a história, final da Liga Europa incluída.
É por isso que me rio com satisfação quando vejo o regresso dos mesmos profetas da desgraça, por causa da venda de Matic ao Chelsea. Se calhar os mesmos que disseram e escreveram que tínhamos enfiado um barrete quando o aceitamos na venda de David Luiz. Pois que seja muito feliz Matic. Outros o farão esquecer, mais dia menos dia…

Post-Scriptum: mais 2 profetas da desgraça: Ribeiro Cristóvão e Jorge Batista, comentadores da SIC Notícias. Os dois resolveram zurzir em Jorge Jesus porque fez entrar Ivan Cavaleiro e André Gomes, já o jogo com o Marítimo caminhava para os últimos suspiros. “Isto não se faz a ninguém”, indignaram-se. Pouco tempo antes, José Mourinho tinha feito o mesmo a Matic, no jogo contra o Manchester United. Enfim,  critérios…

4 comentários:

  1. Não faltam profetas da desgraça entre os adeptos do Benfica, é certo, mas...com eles em campo até final da época...talvez tivéssemos ganho tudo, ou...algo! É de vitórias desportivas que se constroem os mitos.

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  2. Não querendo discutir o fundo do artigo, questiono o PS. É comparar o incomparável. É mandar areia para os olhos das pessoas: O André Gomes está na 2 temporada às ordens do JJ. O Ivan tem sido uma aposta constante desde à 3 meses, mas desde a época passada que treina regularmente com a equipa A, jogando mais na B. O Matic chegou à 11 dias ao Chelsea e o jogo era com o Manchester United... Atenciosamente Tiago

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  3. Caro António Barreto: é verdade, o Benfica é tão grande que até acolhe muitos profetas da desgraça. Mas temos de saber conviver com as opiniões divergentes. O problema é que esses profetas da desgraça convivem mal com a democracia no nosso clube. Abraço

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  4. Caro anónimo (16.31) - não acho que seja comparar o incomparável. é apenas salientar factos. as interpretações é que podem ser subjectivas e todos temos direito a elas. Abraço

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