Jesus? E Vilas Boas?

Jorge Jesus está no epicentro de mais uma polémica. Tudo porque, na sua forma autêntica e genuína de não levar desaforo para casa e, como líder que se preze, defender os seus comandados, resolveu colocar os pontos nos iis.

Fê-lo de forma espontânea, impulsiva é certo, mas não traiçoeira, nem calculista. Naquele momento, nem pensou que hoje o futebol tem mil câmaras, que descobrem qualquer pormenor, qualquer incidência. Jesus nem pensou nisso.

Vamos às imagens: Jesus e o jogador do Nacional trocam insultos (não se ouve, mas isto é claro!); Jesus e o jogador do Nacional trocam empurrões - claro e inequívoco. De uma única coisa não sou esclarecido: chega Jesus a tocar no "nacionalista", ou não consegue chegar lá?

O engraçado é que aqueles que não viram as agressões no ano passado, em Braga, aos jogadores do Benfica, nem as agressões no túnel da Luz, dos jogadores do fc porto, agora parece que têm uma lente de aumento: veêm tudo e mais alguma coisa.

Esteve bem o Benfica, ao defender de imediato o treinador e dizendo, em comunicado, o óbvio: trataram-se de empurrões, como admite o próprio jogador do Nacional. Mas, a partir de agora, eu penso que o Benfica deve defender o treinador tirando-o desta "fogueira" e falando de algo que parece ir ficar esquecido: as palavras de Vilas Boas sobre a nomeação de João Ferreira para o Beira-Mar - FC Porto.

Ao dizer que a nomeação "não tinha lógica", Vilas Boas condicionou, e sabe que ia condicionar, o trabalho do árbitro. Como se viu no penálti, muito, muito duvidoso (para não dizer inexistente), que assinalou a favor do fc porto (o 8º penálti de Hulk).

Vilas Boas não vai ser castigado? E Vítor Pereira, não devia ter de imediato alterado a nomeação após as palavras do treinador do fc porto, defendendo assim João Ferreira e a verdade desportiva? É sobre isto que o Benfica tem de falar, em nome da verdade desportiva e para acabar de vez com os habilidosos do costume.