Adesão europeia

Benfica - 4; Vorkla Poltava (Ucrânia) - 0 (Play-off Liga Europa). Uma entrada em grande estilo a do Benfica na Liga Europa. O adversário era um ilustre desconhecido, oriundo de uma escola de bom futebol, a ucraniana, mas que podia levantar problemas.

Isso mesmo alertou Jorge Jesus no lançamento do jogo. O treinador do Benfica sublinhou a confiança em aproveitar as oportunidades que se depararem, ao contrário do que aconteceu com o Marítimo.

E foi isso que aconteceu. O Vorska Poltava regressa á Ucrânia com uma goleada de 4-0 na bagagem, que bem poderiam ter sido mais, face a uma torrente, mais uma, de oportunidades perdidas.

Jesus tem razões para dizer que a expectativa é ir mais longe que no ano anterior com o Sporting de Braga, que chegou aos oitavos de final da UEFA. Os benfiquistas deram também uma cabal demonstração de que estão com a equipa.

Depois do semi-desaire de domingo, com o empate diante o Marítimo, a expectativa era de saber quantos iriam estar na Luz, depois das enchentes anterior com Atlético de Madrid, Milan e Marítimo.

Os quase 35 mil, a um dia de semana, não defraudaram as expectativa e, por exemplo, suplantaram os sportinguistas que ainda sem grandes jogos em Alvalade, não chegaram aos 30 mil para verem o empate diante a Fiorentina para o Play-off da Liga dos Campeões. Lá vamos encontrar o sporting na Liga Europa.

Regressando ao jogo de ontem à noite, podemos dizer que a primeira meia-hora foi um pouco aos soluços. Se Fábio Coentrão voltou a mostrar ser digno de um lugar de titular, Di Maria demorou a entrar no jogo.

O Voltava, como o Marítimo, é que não estava para destapar muito o seu reduto atrasado. Algumas dificuldades de penetração, justificadas pela pouca velocidade posta no jogo e por algum excessivo individualismo, nomeadamente de Di Maria, começaram a causar impaciência.

O público foi, no entanto e mais uma vez, um precioso 12º jogador, que nunca deixou de apoiar a equipa. O primeiro golo, nascido de um lançamento primoroso de Coentrão para Di Maria, fez com que o argentino explodisse para o jogo.

Com os dois extremos em grande plano, com Aimar, agora sim, a pautar o jogo, e com Saviola mais envolvido, o Benfica despertou para brilhantes e criativos movimentos de ataque, onde há a sublinhar o ressurgimento de Cardozo, depois de alguma falta de sorte contra o Marítimo.

O paraguaio vingou-se do penálti falhado na primeira jornada da Liga e, ontem, fez jus à confiança de Jorge Jesus e marcou o penálti como ele sabe, com um potente disparo que só parou no fundo da baliza ucraniana.

O resto foi um show de ataque do Benfica. Na retina o lance do terceiro golo, da autoria de Saviola, depois de um enorme trabalho na área de Cardozo. E, mais um golo do inevitável Weldon, que se está a tornar uma arma secreta e, quem diria, o novo Mantorras.

Do Voltava apenas a registar um assomo de ataque a poucos minutos do fim, quando já estava a perder por 4-0, como sucedeu com o Marítimo. É já um hábito as equipas na Luz sofrerem massacres humilhantes. Foto: AP Photo/Armando França