quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Jesus pode ser o Ferguson português

Jorge Jesus ameaça derrubar todos os recordes. Após a vitória em Alvalade, já vão 10 seguidas na Liga e, no cômputo geral, já se cifram em 17 as vitórias consecutivas (se não estou em erro). Amanhã, contra o Estugarda, na Alemanha, Jesus pode estar a caminho de outro facto histórico: assegurar, pela primeira vez, uma vitória do Benfica em terras germânicas.
Sou dos que acredita que o Benfica pode somar vitórias até ao fim da Liga. Junto-me assim ao António-Pedro Vasconcelos, que afirmou o mesmo ontem à noite no Trio d´Ataque, na RTPN (e vão ver que não é só nisso que estou de acordo com A-PV).
Não fossem as arbitragens nas primeiras 4 jornadas, que fizeram descolar o Benfica da liderança (desculpem, mas não me hei-de cansar de dizer e escrever isto), Jorge Jesus podia estar a caminho de bater o histórico recorde de Jimmy Hagan, em 72/73, único campeonato invicto, com apenas 2 empates.
E podia também estar muito próximo de recuperar a “dobradinha” (campeonato + taça) que o Benfica não vence há 20 anos (talvez um pouco mais). Seja como for, ainda acreditamos que isso seja possível.
Da nossa parte, o trabalho está a ser bem feito e assim será, estou convicto, até final. Resta esperar que os árbitros não continuem a ser complacentes com a derrapagem competitiva a que se assiste no dragão.
Ok. Chegados aqui, que fazer? O Benfica tem um contrato com Jorge Jesus até 2013, ou seja mais duas épocas. A turbulência do início desta temporada, muito alimentada pelos papagaios do costume, mas já silenciados, está ultrapassada de vez.
Luís Filipe Vieira já o disse: “Aprendi com os erros do passado”. Não é crível, por isso, que abra mão de Jorge Jesus, apesar do assédio que o treinador tem vindo a sofrer de clubes estrangeiros.
Nem creio que Jesus opte por um clube de segunda linha europeia quando pode fazer História à frente do maior clube de Portugal e de um dos maiores do Mundo. Pelo que antevejo uma situação (com a margem de erro a que a volatilidade do futebol em Portugal obriga): Jesus pode tornar-se o Alex Ferguson ou o Arséne Wenger português.
Eu sei que a cultura portuguesa não é a inglesa. Eu sei que em Portugal há factores emocionais e imponderáveis que seriam impensáveis em Inglaterra. Eu sei que a liderança técnica de Jorge Jesus obriga a um desgaste interno imenso, pela sua personalidade e pela sua forma de trabalhar.
Sei tudo isso. Mas sei também que Luís Filipe Vieira sonha (e merece sonhar) com a conquista da Liga dos Campeões, o que faria dele o melhor Presidente do Benfica de sempre (a conquista da Liga Europa servirá de treino para a posterior conquista da Champions).
Ora, com a experiência que Jorge Jesus está a ganhar nas provas europeias, com a sua capacidade técnica e táctica, com a sua ambição, estou certo de que se lhe derem a oportunidade ele (nós), o Benfica, chegará (chegaremos) lá.
Se pode acontecer até 2013? Pode. Mas é preciso que o Benfica dê sinais de uma estabilidade (quase) permanente ao nível técnico (dado que já conseguiu a estabilidade permanente ao nível directivo).
Essa estabilidade só será efectiva se Vieira e Jesus acertarem um contrato de longo prazo. O Benfica, Luís Filipe Vieira e Jorge Jesus tinham muito a ganhar com isso.

Post-Scriptum: A-PV defende que Jesus é melhor que Mourinho. Percebo-o bem e estou de acordo com ele. Lamento que pessoas inteligentes com Rui Oliveira e Costa e Miguel Guedes considerem isso uma “blague”.
O que A-PV quer dizer é que Jorge Jesus é um treinador mais completo que Mourinho. Mourinho já ganhou tudo? É verdade. Deêm as mesmas armas a Jesus e verão. Mourinho é genial, mas apenas supera Jesus na capacidade de jogar os famosos “mind games”. De resto, falta-lhe algo que Jesus tem de sobra: a experiência de jogador e de balneário – muito importante para transformar bons jogadores em grandes vedetas. Não é assim Di Maria, Gaitán, Salvio, David Luiz, Cardozo, Coentrão, etc.?

6 comentários:

  1. Estás alinhado comigo e vice-versa.

    Eu sinceramente acho que nem o Mourinho conseguiría ganhar no Benfica como o Jesus ganhou o ano passado, com uma enorme classe. As equipas de Mourinho são normalmente entediantes. Mas é o melhor no que toca a aficácia.

    Jesus está bem para o Benfica da mesma maneira que o Benfica está bem para o Jesus!

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  2. Curioso, já tenho pensado o mesmo!

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  3. Muito bem escrito e como sempre concordo plenamente. Aliás é essencial que Jesus fique muitos anos no clube. Jesus se quiser poderá ser o maior treinador de sempre do Glorioso por isso acredito que possa ser o nosso Fergunson.
    Quanto a comparações com o Mourinho é cedo mas como disse também percebo a ideia do APV e concordo com ela.
    Sabe gostava de ver se o Mourinho em vez de ter começado no Glorioso de passado uns meses ir para o clube Corrupto onde qualquer um é campeão, depois para o Chelsea, para o Inter e Real, ou seja de ter sempre milhões e milhões á sua disposição, de ter os jogadores que quer sem restregimentos, de estar sempre a lutar em clube poderosos, começar no Amora, ir para o Felgueiras, para Moreirense, para Setubal, para o Belem e ter uma equipa preparada para a 2ª divisão e a 15 dias do campeonato afinal estar na Liga principal e mesmo assim ser 5º e chegar á final da taça, de pôr o Braga a praticar um futebol de sonho e só depois ter armas e jogadores iguais no maior clube do Mundo para ser campeão. Gostava de o ver assim, a começar assim. Gostava de em vez de em Inglaterra ir para clube mulionário do russo, ser campeão no Fulham, ou no West Ham, em Italia na Lazio, ou no Genova e em Espanha no Villareal, ou Valencia.
    Aí sim poderiamos comparar.

    P.S- "Lamento que pessoas inteligentes com Rui Oliveira e Costa e Miguel Guedes"... Pessoas inteligentes? Anti-benfiquistas complexados que acham que houve 2 ou 3 penaltis no Derby, que se não fosse o arbitro aquela grandiosa equipa de verde ganharia? Chama isso Inteligencia?

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  4. Sem dúvida Pedro!

    Mas os benfiquistas necessitam primeiro cultivar a paciência e pensarem que as grandes vitórias,os grandes objectivos só se alcançam dentro desse parâmetro.

    Os Benfiquistas não podem pensar como certos indivíduos(e conheço alguns)que ainda nem sequer investiram e já reclamam dividendos.

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  5. Excelente post, e de facto não fossemos nós latinos, Jorge Jesus ficaria (digo ficaria porque para muita pena minha não acredito que fique) no Benfica muitos anos.
    Quanto ao Tri d’ataque, creio que perdeu muita qualidade desde que saiu o Carlos Daniel, e mais tarde, apesar de tudo o Rui Moreira. O Miguel Guedes desceu o nível do programa e sinceramente sempre que vejo o programa, pergunto-me, o que é que o APV está ali a fazer??? Eu não me sujeitava aquilo todas as semanas… A ironia hipócrita do Blind Zero(blind a ver os jogos e zero a cantar ;)) e a arrogância do ROC, que se farta de insultar o Jesus.
    Por mim, este tipo de programas não tinham representante benfiquista.

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