domingo, 4 de janeiro de 2009

Quem vê, TV...

O Benfica joga hoje à noite na Trofa. O jogo com o primodivisionário Trofense, no concelho mais jovem de Portugal e, como o clube, em franca expansão e desenvolvimento, encerra dificuldades várias: a pressão de continuar líder, as dimensões mais reduzidas do terreno, a motivação extra dos jogadores do Trofense.
Não será por falta de apoio que o Benfica não irá ganhar, como se espera, como todos esperamos. Com uma lotação estimada em 6 mil lugares, o estádio do Trofense está já completamente esgotado. Destes 6 mil, não é arriscar muito se dissermos que 2/3 serão adeptos do Benfica, até porque o Trofense não chega aos 3 mil associados e, como é público, muitos dos bilhetes para sócios foram vendidos a não-sócios.
Esta não é uma realidade invulgar. O Benfica joga sempre em casa, fora da Luz, exceptuando Dragão e Alvalade (e, neste último, com a falta de militância assumida, a coisa se calhar vai dar ela por ela). A noite histórica que o Trofense vai hoje viver, com a maior assistência de sempre, já a viveram todos os clubes que marcaram presença na I Divisão e os que afortunadamente tiveram o Benfica, em sua casa, para a Taça de Portugal.
João Vieira Pinto, num momento de grande lucidez e felicidade, resumiu isto há uns anos numa célebre conferência de imprensa: “São 6 milhões de benfiquistas”. O que quero realçar é que o Benfica é o “abono de família” de praticamente todos os clubes portugueses, e, por isso, o preço dos bilhetes faz jus a esse “momento histórico”.
Vem isto a propósito de um trecho da entrevista de Luís Filipe Vieira ao jornal “A Bola”, onde o Presidente do Benfica assumia que o clube tinha de ser recompensado proporcionalmente à dimensão de mercado que detém. Estamos a falar, claro, das verbas pagas pelos direitos televisivos.
É que não é só nas bancadas que o Benfica é maioritário. Também no conforto dos sofás, nas mesas de café ou dos restaurantes, ou em qualquer parte onde exista uma “caixinha que mudou o Mundo”, os jogos do Benfica são maioritariamente vistos. E isto, que faz reverter para as operadoras televisivas centenas de milhões de euros, tem de ter um retorno justo e correcto.
Sem rasgar contratos, nem rejeitar compromissos, o que Luís Filipe Vieira deixou bem vincado é que a marca Benfica, que, ainda segundo notícias recentes, vale 25 milhões de euros/ano em merchandising só em Portugal, não pode ser só o “abono de família” das operadoras televisivas mas receber aquilo que a sua dimensão planetária exige.
Não é possível continuar a receber o mesmo que um clube do fundo da tabela recebe na Liga espanhola. 2009 vai ser um ano importante no que a este assunto diz respeito, e no qual a Benfica TV tem um papel decisivo. Muito dos sucessos desportivos na Europa do futebol também passam pelo sucesso desta estratégia.
Para os mais distraídos, aqui fica o ranking das maiores audiências e shares televisivos dos jogos transmitidos pela RTP1(canal aberto) na Liga 2008/2009. Veja e reflicta:

1º Benfica-Naval 18% (Audiência) 47,2% (Share)
2º Leixões-Benfica 17% / 40,8%
3º P.Ferreira-Benfica 16,1% / 36,7%
4º Benfica-V .Setúbal 16% / 37,6%
5º Sp. Braga-Sporting 14,8% / 34,4%
6º Marítimo-Benfica 14,6% / 38,1%

Dá para reflectir, não dá?

1 comentário:

  1. Se souberem de um buraco onde eu me possa enfiar...digam por favor. Eu já não aguento mais.
    Saudações

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