quinta-feira, 25 de janeiro de 2007
O REI FAZ ANOS
Eusébio da Silva Ferreira faz hoje anos. 65 anos. Longa vida Eusébio. Não sou benfiquista por causa de Eusébio, nem por causa de nenhum dos imortais heróis que vestiram a camisola vermelha do Glorioso. Nasci quase a meio da década de 60, pelo que não foram as epopeias geniais do Benfica que alucinaram a Europa durante esses anos que me fizeram preferir o clube da Luz. Também não foi a proximidade da Luz que me influenciou a escolha, nem tão-pouco pressões familiares. Cá longe, na província, refinei o gosto, o prazer e o orgulho de sentir o Benfica. Porquê, então? Porque sim, por algo inexplicável, por um sinal, por uma intuição, por um milagre.
Lembro-me bem, no início da década de 70, julgo que em 1971, com 8 anos de idade, contei os minutos até chegar a hora de ver, pela primeira vez em directo na televisão (coisa rara naqueles tempos), a preto e branco, a 2ª mão de uma eliminatória da Taça dos Campeões Europeus, desde o famoso Estádio Olímpico de Munique, Bayern – Benfica. Perdemos 3 – 1, com o nosso golo a ser marcado pelo barbudo, à época, do Néné.
É curioso como essa derrota, que nos eliminou depois de 0 – 0 na Luz, injectou em mim doses cavalares de benfiquismo. Ainda hoje parece que estou a ver Néné, após a marcação de um canto, a cabecear para o fundo das redes à guarda do mítico Sepp Maier.
Voltemos a Eusébio. Naquela época corria nas salas de cinema um filme portentoso. Chamava-se “Eusébio, a Pantera Negra”. Na minha cidadezinha de província, a matineé daquele sábado era imperdível. Lá estava anunciado, “comme il faut”, “Eusébio, a Pantera Negra”. Um parêntesis para referir que um dos maiores atentados culturais perpretados neste país tem sido a destruição dos antigos cine-teatros, perante a complacência das instituições que gerem a política cultural e o silêncio dos agentes de defesa do património arquitectónico.
Sentado no balcão, depois de rocambolescas peripécias para angariar os parcos escudos para a compra do bilhete, vejo diante de mim surgir o maior jogador português de todos os tempos e um dos melhores do Mundo de sempre. Revisitei as suas tardes e noites de glória, os altos e baixos, sempre com Flora a seu lado.
Hoje, neste dia tão especial, quero deixar aqui esta minha singela homenagem a Eusébio. Por tudo e porque o Rei faz anos. Parabéns “Pantera Negra”.
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Não percebo a razão do Beira-Mar e do União de Tomar não se associarem ao aniversário de um antigo jogador... tal como faz o Benfica. Acho mal. Dizem os meus antepassados que parece que o rapaz corria muito e chutava com força à baliza.
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