Ricardo Costa, presidente da Comissão Disciplinar (CD) da Liga, deu-se a conhecer ao mundo numa entrevista de duas páginas, hoje publicada no DN. Uma página cheia de nada, outra de coisa nenhuma.
A bem dizer, para dizer o que disse, mais valia a Ricardo Costa estar calado. Olhando para as fotografias que acompanham a entrevista percebe-se a tenra idade do homem e espera-se que arrepie caminho. Se as idades mais provectas não trazem, por si só, sabedoria, pelo menos trazem experiência, e esta sempre servirá para qualquer coisa. Pelo menos, para evitar cair nos mesmos erros.
Sobre o “Apito Dourado”? “Não dou qualquer informação sobre esta matéria”, disse. Mas não se coibiu de lançar alguns avisos à navegação: “Não vamos ser os justiceiros do futebol”; “O Ministério Público não tem poderes para o fazer (obrigar a Liga a instaurar processos em virtude de factos relativos ao Apito Dourado)”; “Mas atenção, a haver processos disciplinares nós não podemos irradiar ninguém nem suspender por tempo indeterminado”.
Desde Março, apenas um inquérito disciplinar relacionado com o Apito Dourado… “Não confirmei isso. Permanece o segredo processual que para mim é importante”.
Há perigo de prescrição neste caso?
“É um risco de todos os processos”.
A CD acha as escutas válidas para instaurar inquéritos ou tem de fazer prova em relação aos factos?
“Isso também a seu tempo próprio vamos ver a fundamentação em relação a isso”.
A CD não tem as mesmas regras de análise e investigação que o MP…
“Tenho alguma dificuldade em qualificar alguma investigação na CD. Nós temos uma investigação aqui muito frágil, muito breve, muito pouco consistente”.
Acha que a opinião pública perceberia se se chegasse a Junho de 2008 sem ninguém condenado na justiça desportiva?
“O facto de nós actuarmos não quer dizer, como toda a gente está à espera, que haja condenações”.
Excertos da entrevista ao DN (segunda-feira, 11 de Junho de 2007), páginas 40 e 41.
Depois desta riqueza de opiniões e coragem na assumpção de responsabilidades, eis a “cereja em cima do bolo”.
Pergunta o DN: Qual o seu clube?
Resposta: “O futebol português não está preparado para saber o clube das pessoas com responsabilidades”.
E é preciso?!