Os notáveis já falaram. O Presidente ainda não. A surpreendente entrevista que Joe Berardo deu ao “Diário Económico” de segunda-feira não abona em nada o empresário madeirense e fragilizou, por completo, a sua imagem junto ao Terceiro Anel. As mensagens de amor que enviou ao coração do benfiquismo profundo, qual Cupido, esboroaram-se em meia dúzia de linhas num jornal económico de referência.
Já nem vou entrar na questão do balneário. Quanto a isso, apenas uma nota: se Rui Costa já não serve, aos 35 anos, o que dizer de Paolo Maldini, que no Milan, aos 39 anos, acaba de ganhar mais uma Liga dos Campeões?
Quanto ao resto, Luís Filipe Vieira deve estar contente. Se as ambições de Berardo em liderar o Glorioso estavam intactas, agora o empresário madeirense assemelhou-se a um elefante numa loja de porcelanas.
Falta saber se o êxito desta operação pode alterar significativamente a eleição do Presidente do Sport Lisboa e Benfica. Pode o clube mais popular e democrático de Portugal ter um líder eleito por meia dúzia de membros de um Conselho de Administração? Ou deve o Benfica continuar a ser dos benfiquistas, de Valença a Vila Real de Santo António, de Paris a Newark, e devem ser estes a escolher o Presidente, como sempre o fizeram em eleições democráticas por sufrágio universal?
Para o ilustre benfiquista e director do “Diário Económico”, Martim Avillez Figueiredo, a primeira opção é a mais correcta. Julgo que as dezenas de milhões de benfiquistas espalhados pelo Mundo não o acompanham na reflexão que fez no jornal “A BOLA”, de Domingo.
Vieira pode ficar sossegado. Em confronto aberto, mantém intacto o seu capital de apoio. Não pode é silenciar a defesa de Rui Costa.