Ironias da vida. No dia em que o Benfica regressa às estradas de Portugal, com a sua participação na Volta, após uns anos de ausência, é noticiado o falecimento de Bruno Santos, correspondente de “A Bola”, em Paris, ao serviço da qual cobriu 40 edições do Tour.
Bruno Santos é um daqueles nomes que me fazem regressar à adolescência. Foi através das suas crónicas, e das de Carlos Miranda, que aprendi a gostar e a amar o Tour. O Alpe D´Huez e o Tormalet tornaram-se, para mim, locais e nomes tão singularmente próximos, como o nome do rio da minha terra.
A epopeia de Joaquim Agostinho, que os franceses tratavam por “Tino”, era, apesar de tudo, suplantada pela de Bernard Hinault, o bretão indolente, que eu imaginei a destronar o gélido belga Eddy Merckx como ciclista com o maior número de vitórias no Tour. Indurain e Armstrong não faziam e nunca fizeram parte desta história.
Bruno Santos, com o seu coração benfiquista e franco-português, fez-me viajar pelas estradas da França profunda, dos Alpes, dos Pirinéus e da Bretanha, e assistir aquele final apoteótico, sem igual, nos Campos Elíseos, em que Hinault sempre chegava à frente de Zootmelk.
Para homenagear a memória de Bruno Santos, exige-se que José Azevedo e os seus rapazes ganhem esta Volta a Portugal para o Benfica.
O melhor cilista de todos os tempos é o americano Armstrong. Deve ser mania dos befiquistas só gostarem de desportistas de meados só século passado. Não evoluem... a verdade é que o Benfica também não ajuda.
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