indisciplina benfiquista
Sempre com a cidade do Sado como palco, Luís Filipe Vieira sucede a Joaquim Ferreira Bogalho como presidente – Disciplinador do Benfica.
Há mais de meio século, o prevaricador foi a vedeta da equipa encarnada, Félix, que viria a ser afastado. Hoje, são Katsouranis e Luisão que estão na berlinda.
A cidade de Setúbal tem lugar cativo no roteiro disciplinar do Benfica. Hoje, o clube da Luz debate ainda o caso que opôs Katsouranis a Luisão, no passado sábado, no Bonfim, e estão por fazer as contas finais desse enfrentamento.
Porém, os sinais vindos da SAD encarnada apontam para uma punição grave dos prevaricadores, com o grego a ser mais “culpado” que o brasileiro.
Há quase 55 anos (18 de Outubro de 1953), Setúbal foi também palco de um caso que passou a história como exemplo da disciplina férrea que era apanágio do Benfica.
Foi no Campo dos Arcos, “antepassado” sadino do Estádio do Bonfim, que o Benfica perdeu, nesse já longínquo dia de Outubro de 1953, por 5-3, sendo as culpas de tão pesada derrota colocada sobre os ombros de Félix, principal figura da equipa de que era capitão.
Após o jogo, já na cabina, Félix terá atirado a camisola do Benfica ao chão, pisando-a de seguida num ataque de fúria, embora Rogério Pipi, seu colega de equipa, garanta que Félix apenas estava com os pés sobre a camisola porque não havia estrado e o chão de cimento da cabina estava molhado e frio…
De qualquer forma, o presidente dos encarnados, Joaquim Ferreira Bogalho, não admitiu tal desrespeito e sentenciou: “Nunca mais veste a camisola do Benfica”. E assim foi. Ao fim de 10 épocas de águia ao peito, com 188 jogos realizados, um Campeonato, quatro Taças de Portugal e uma Taça Latina conquistados, Félix, 15 vezes internacional, foi posto fora da casa encarnada.
Em 1953, Ferreira
Bugalho despediu
Félix, após derrota
em Setúbal,
depois deste ter
pisado camisola
Mais de meio século depois, um presidente do Benfica volta a ser forçado a tomar medidas extremas de ordem disciplinar. Curiosamente, Luís Filipe Vieira, que sucedera a Joaquim Ferreira Bogalho com impulsionador de um novo estádio para o Benfica, sucede-lhe também, simbolicamente, ao tomar em mãos a decisão de um delicado caso disciplinar. J.M.D.
in "A Bola" de 8 de Janeiro de 2007
Eis a história escrita com o rigor a que "A Bola" sempre nos habituou, e que avançamos ontem, no post http://oinfernodaluz.blogspot.com/2008/01/vieira-como-bogalho.html, com alguns lapsos que agora são corrigidos pelo jornal da Travessa da Queimada e pelo consagrado jornalista José Manuel Delgado.
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