domingo, 30 de setembro de 2007
Peça desculpa
Pedro Henriques, um militar tido como incorruptível, faria bem em imitar o seu colega Duarte Gomes, e fazer “mea culpa”, para que o seu currículo não ficasse eternamente maculado.
Vou imitar o calendário de Rui Santos, no “Tempo Extra”, e adaptá-lo a Pedro Henriques. Agora não é o tempo que passa sem que o Sporting venda as suas “jóias da coroa”, como com RuiSantos. Agora é saber quanto tempo passa até que o major-árbitro peça desculpa em comunicado no “site” da Liga.
O relógio já começou a contar senhor Pedro Henriques…
Foto de Pedro Henriques, in www.tsf.pt
sexta-feira, 28 de setembro de 2007
Perdoai-lhe(s) Senhor
Há uns anos, um programa televisivo chamado “Perdoa-me” conquistou um lugar de destaque no “share” audiovisual. Duarte Gomes, o árbitro do Estrela da Amadora – Benfica, para a Taça da Liga, talvez viciado nos “reality shows”, quer revisitar essa época e esse programa.
Hoje, em comunicado divulgado na página oficial da Liga de Clubes (!!??), Duarte Gomes pediu desculpa pelo erro/engano da marcação da grande penalidade contra o Estrela e que permitiu ao Benfica empatar o jogo já em cima da hora para o fim da partida.
Ocorre-me uma dúvida: a quem pediu desculpas Duarte Gomes? Ao Estrela, ao Benfica, a todos os clubes? É pena que este acto de contrição de Duarte Gomes não possa ser exercido de forma retroactiva. A sê-lo, este árbitro teria de pedir desculpas pela grande penalidade assinalada contra o Benfica, na Luz, em jogo com o Sporting. Estava o resultado em 2-1, quando, a cerca de 10 minutos do fim, depois de um canto marcado, Jardel desenhou uma pirueta no ar e deixou-se cair dentro da área. De pronto, Duarte Gomes ajudou a completar o espectáculo circense de Jardel e perante o espanto geral marcou penalty. O jogo terminou em 2-2. E podíamos ir por aí fora. Não só com Duarte Gomes como com muitos outros, p.ex. Carlos Calheiros, José Guímaro, José Pratas, Martins dos Santos, Soares Dias. Era trágico, se não fosse cómico.
Vou estar atento, a partir de agora, para todos os pedidos de desculpa que se irão seguir às jornadas de fim-de-semana, ou após os jogos da Taça de Portugal e da Liga. Se tal prática não se institucionalizar, então quem tem de vir pedir desculpa aos adeptos de futebol em Portugal é o senhor Vítor Pereira.
Foto: Duarte Gomes, in http://adeptos.blogspot.com
quarta-feira, 26 de setembro de 2007
O que nasce torto...
Em 20 de Maio deste ano, escrevi: “A Taça da Liga morreu”. O futuro veio dar-me razão. Ainda não morreu, mas o que se passou esta noite é um atestado de óbito com data em branco. Saída da cabeça burocrática de Hermínio Loureiro, presidente da Liga, esta prova só podia resultar no espectáculo deprimente a que se assistiu nos jogos dos 3 grandes esta noite. Criada com o argumento de que os clubes precisavam de competição e de gerar mais receitas, a Taça da Liga redundou num completo falhanço. Os clubes grandes jogam com as segundas linhas (o Sporting ainda apresentou uma equipa de elementos mais rodados, em Guimarães), e pior do que isso, anunciam dias antes que o vão fazer. Resultado: poucos espectadores, fraco espectáculo. A Taça começou mal, e o que nasce torto…
Aliás, a rodagem de jogadores pelos 3 grandes significa o contrário do que argumentou Hermínio Loureiro. Para os treinadores, há muita competição. A Taça da Liga também não tem uma estratégia de marketing promocional que se veja. Na Reboleira estava menos de meia casa para ver o Benfica; em Guimarães (tradicionalmente um estádio que se enche de vitorianos) também menos de meia casa, cerca de 13 mil; em Fátima, onde jogou o FC Porto, lotação esgotada com 2.500 pessoas (!!!). Se isto é defender o espectáculo e promover o futebol, estamos conversados.
Última nota: na Reboleira, o árbitro Duarte Gomes assinalou penalty contra o Estrela no minuto 90, correspondendo a sinal do seu auxiliar. Freddy Adu fez o empate para o Benfica. Uma decisão errada do árbitro auxiliar, dado que a bola, rematada por Bynia, não bateu na mão do defesa estrelista mas sim na cabeça.
A 3 dias do Benfica – Sporting, não posso dizer que esta decisão me agradou. Mas quero recordar os de memória mais curta: Duarte Gomes foi o árbitro que marcou o célebre penalty contra o Benfica, na Luz, a favor do Sporting, após uma inacreditável simulação de Jardel, cujo golo resultou no empate (2-2); Duarte Gomes foi também o árbitro que marcou uma grande penalidade contra o Benfica, na Luz, que deu o primeiro golo ao Sporting, após outra inacreditável simulação de Elpídio Silva na área (1 – 3). Por isso, estamos conversados…
Foto: Fredy Adu, marcador de dois golos de grande penalidade do Benfica na Reboleira (http://www.espndeportes.espn.go.com/)
segunda-feira, 24 de setembro de 2007
Espera-vos o INFERNO DA LUZ
quinta-feira, 20 de setembro de 2007
Mourinho na Selecção... já !!!
Parar para pensar
É certo que derrota é derrota, mas não é menos certo que o resultado que menos envergonha o futebol português foi conseguido pelo Benfica. Uma equipa do Benfica sem Petit e sem os dois centrais titulares, Luisão e David Luiz. Uma equipa do Benfica com Miguel Vítor, um jovem da “cantera”, um campeão do Mundo de sub-21, o argentino Di Maria, um central que pisava pela primeira vez um relvado europeu da dimensão mítica de S. Siro, o brasileiro Edcarlos, um uruguaio ainda à procura da adaptação a um futebol mais exigente, Maxi Pereira e um avançado paraguaio ainda à procura do seu espaço, Óscar Cardozo. Bravo Benfica.
Mas é preciso reflectir sobre estes resultados, que juntamente com os da Selecção dão que pensar. O problema é que ninguém pensa o futebol português. Gilberto Madaíl está refém de Scolari e dos barões e baronetes de sempre. Hermínio Loureiro apenas pensa em taças da liga, lamentável invenção que ninguém leva a sério.
A Federação está mais interessada em naturalizar brasileiros para entraram na “equipa de todos nós”, como magistralmente foi apelidada a Selecção nos idos de 60 por esse grande jornalista, Ricardo Ornelas. Apostar na formação é pouco mediático e não traz resultados imediatos, e, por isso, o futebol português marca passo. A Liga, em vez de procurar um modelo de campeonato mais competitivo, limita-se a apanhar bonés. Pobres clubes, pobre Selecção, pobre futebol português.
terça-feira, 18 de setembro de 2007
Rui Costa e AC Milan: uma história de amor
Rui Costa esteve 5 anos no AC Milan. Hoje regressa a S. Siro com a camisola do seu clube de sempre. No "site" dos "rossonores" foi publicado este texto que, com a devida vénia, se transcreve. Nos países civilizados é assim:
«Sempre dissera: ‘Gostava de acabar a carreira no Benfica’. Rui Costa nunca escondeu de ninguém a vontade de pendurar as botas em casa. Em 2001, o fora-de-série aceitou vestir a camisola do AC Milan. Depois de sete anos na Fiorentina, Rui jogou cinco épocas como rossonero, vencendo uma Champions League, um Scudetto, uma Supertaça europeia, uma Supertaça italiana e uma Taça de Itália. Mas, sobretudo, o português deixou uma herança feita de paixão, emoções, assistências (mais de 50), números e classe. Os tiffosi do AC Milan seguiram-no e quiseram-no. E amaram-no do princípio ao fim. No entanto, Rui Costa não teve oportunidade de se despedir. Mas o mundo milanista está pronto a revê-lo e abraçá-lo. Terá outra camisola, o nosso Rui, mas as coisas, mesmo assim, não deixarão de estar muito nítidas. San Siro aguarda com ansiedade a hora de o ver novamente no relvado onde deu tudo durante cinco anos. A abraçar os seus antigos companheiros e amigos. Criado o mais escaldante ambiente rossonero, teremos toda a vontade de lhe dizer, mesmo que vestindo a pele do adversário: ‘Obrigado por tudo, Rui’.»
Quem não se sente...
quinta-feira, 13 de setembro de 2007
Silêncio ensurdecedor
É incompreensível este silêncio, por parte de quem é sempre tão lesto a emitir opiniões dispensáveis, a colocar-se em bicos de pés para a fotografia, e a reclamar louros que cabem a outros. Quando a coisa esquenta, Madaíl e Laurentino escondem a cabeça debaixo da areia. Mas não é para isso que ocupam os dois lugares mais importantes do Desporto nacional. É para tomarem decisões difíceis quando os assuntos assim o exigem. Para cortar fitas, não há quem falte.
Madaíl, que ocupa lugar executivo na UEFA, pedia-se-lhe que, ontem á noite, pelo menos lamentasse a agressão de Scolari ao jogador sérvio. A Laurentino Dias, como governante, só lhe ficava bem pedir desculpas ao Governo sérvio. Uma Selecção representa o país ao mais alto nível e compromete os respectivos governos. Não é nenhum grupo excursionista. Foi Portugal, mais uma vez, no seu melhor.
Mais valia estar calado
terça-feira, 11 de setembro de 2007
A "crise de identidade" da Selecção
Principal problema – falta identidade à nossa Selecção. O “caso” Pepe, após o “caso” Deco, é a face visível dessa falta de identidade. Na Luz, sábado à noite, a Selecção não conseguiu levar mais de 50 mil ao estádio, num jogo decisivo do apuramento, contra a primeira classificada do grupo. Porquê? Porque hoje, na Federação, a estratégia em vigor é a do oportunismo, do facilitismo, do deixar andar a ver se pega. Não há uma linha de rumo, e se às vezes a sorte sorri, como no Mundial da Alemanha, a mais das vezes vem ao de cima a regra de ouro do improviso e do acaso.
A naturalização de Pepe, um vulgar jogador brasileiro, assim como já tinha sido a de Deco, hoje um jogador mediano, sem lugar no Barcelona, e a anos-luz da qualidade e da consistência de um, por exemplo, João Moutinho, reflecte essa crise de identidade, que se sente.
Portugal não precisa de jogadores brasileiros naturalizados portugueses para jogarem na Selecção. O oportunismo de ambas as partes é lamentável e chocante. Nem Deco, nem agora Pepe, alguma vez teriam lugar no escrete canarinho. Do lado da Federação, foi fácil convencer a opinião pública portuguesa da necessidade da naturalização de Deco, quando este exibia uma forma transcendente e o Mundial estava à porta. Como agora é fácil defender a naturalização de Pepe e a sua chamada à Selecção, quando o jogador pertence aos quadros do Real Madrid, e quando Portugal se debate com naturais lacunas no centro da defesa.
Difícil era apostar na formação, o que devia ser a mensagem a passar pelo Presidente da Federação tanto para o interior do organismo máximo do futebol português, como para o interior dos clubes. Mas rende menos dividendos a curto prazo não é verdade Dr. Gilberto Madaíl?
E agora, quando Portugal aparece frente à Polónia, em casa, a necessitar de vencer, sem um genuíno ponta-de-lança português, vai acelerar-se o processo de naturalização de Liedson?
E não vale a pena puxar do argumento de que em outras modalidades acontece o mesmo. Por um lado, o campo de recrutamento é bastante menor, por outro, uma asneira não justifica outra asneira.
Por último, também é revelador de ignorância e má-fé lembrar o caso da Selecção francesa. Que eu saiba, nenhum jogador se naturalizou francês com o único objectivo de jogar na Selecção da França. Pensar o contrário é não saber que a França é, provavelmente, o país onde mais de aposta e investe na formação. Agora só se espera que amanhã contra a Sérvia, a Selecção possa ultrapassar momentaneamente esta crise de identidade.
Obs: Não posso deixar de estar mais de acordo com Rui Santos, que, domingo à noite na SIC Notícias, no seu “Tempo Extra”, foi justamente crítico da actuação da Federação Portuguesa de Futebol e do seu líder, Gilberto Madaíl.
segunda-feira, 10 de setembro de 2007
O "caso" Mantorras
O extraordinário jogador angolano coxeava de maneira pública e notória. Confesso que não estava à espera. Sabia dos rumores que corriam, mas preferi acreditar nas palavras do bravo Mantorras quando, pedindo mais oportunidades a Fernando Santos, exclamava na época passada: “Não sou coxo!”.
Aquilo que via, no estádio ou na televisão, não servia para me dissipar as dúvidas. Considerava aquele gingar de pernas um estilo e um certo jeito de correr, um menear de ancas tipicamente africano. Quis acreditar que, apesar da lesão gravíssima, apesar do calvário de operações menos bem sucedidas, o atleta Pedro Mantorras iria continuar a dar alegrias ao Terceiro Anel. Depois veio Ramon Cujat, o médico catalão, que opera milagres, e o título de 2005 com Trapattoni, que tanto devemos a Mantorras, e julguei que tudo estava, finalmente, ultrapassado. Mas não.
Koeman quis emprestá-lo e houve polémica. Santos dizia que só podia jogar uma parte e houve polémica. Cujat veio a público dizer que “o Pedro” nunca mais o tinha visitado. Camacho mandou-o regressar a Barcelona, obrigou-o a fazer trabalho específico, afastou-o dos convocados por não estar em condições e atirou para início do ano o seu regresso. E vieram as imagens!!!
Uma última questão. O Presidente do Benfica tem sido maldosamente envolvido neste “caso” Mantorras. Ora, que eu saiba, Luís Filipe Vieira não é treinador, não é preparador físico, não é médico nem fisioterapueta. Aliás, todo este processo, que aqui se conta sumariamente, só abona em seu favor, porque fica claro que não se mete em áreas de trabalho de outros.
Vieira sempre defendeu Mantorras, o que só lhe fica bem. Uma defesa que “valeu” um campeonato ao Benfica. O que se pede, e que o Presidente tem assegurado quanto pode, é que deixem Mantorras em paz. Eu quero acreditar que o angolano ainda vai ser muito feliz e fazermo-nos felizes.
quarta-feira, 5 de setembro de 2007
A homenagem que se impõe
Foto: www.slbenfica.pt
Nélson Évora e Vanessa Fernandes. Estes dois nomes são o nosso orgulho. De portugueses e de benfiquistas. Campeões do Mundo em Osaka, no Japão, e em Hamburgo, na Alemanha, no triplo salto e no triatlo, respectivamente, os dois atletas portugueses ainda não tiveram a homenagem que uma proeza desta dimensão exige.
Deste meu cantinho benfiquista lanço à Direcção do Sport Lisboa e Benfica uma proposta: agora que o campeonato vai ficar parado por compromisso da Selecção Nacional, há tempo para preparar uma cerimónia condigna que mostre o quanto estamos reconhecidos a Nélson Évora e a Vanessa Fernandes.
Na próxima jornada, na Luz contra a Naval, eu gostaria de ver subir ao relvado estes dois campeões mundiais, portugueses e benfiquistas, para serem aplaudidos por dezenas de milhar e agraciados em pleno centro da Nova Catedral pelo Presidente Luís Filipe Vieira com o título de sócios de mérito.