quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Deixem-nos sonhar!

Voluntaria ou involuntariamente, Jorge Jesus prestou, à sua maneira, uma singela mas bonita homenagem a José Torres. "Deixem-me sonhar" - a frase marcou uma época no futebol português e ficou como um dos soundbytes mais simbólicos dos últimos 30 anos.
Ontem, na conferência de imprensa, de lançamento do jogo 2 da fase de grupos da Liga dos Campeões, contra os alemães do Schalke 04, em Gelsenkirchen, Jesus imitou Torres. "Deixem-me sonhar", disse o treinador do Benfica.
Sabendo de antemão que Torres disse o que disse antes de um jogo decisivo para o apuramento para o Mundial de 1986, no México, em Estugarda, contra a invencível armada alemã - derrotada com um golão do nosso Carlos Manuel -, não deixa de ser curioso que hoje Jesus também vá defrontar uma equipa alemã, em solo alemão, onde o Benfica nunca ganhou. Deixem-nos sonhar!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Renovar para ganhar o futuro

Lembram-se de Artur Jorge? (que ideia, devem estar a pensar os meus leitores, este gajo agora vir com um gajo que nós não nos queremos lembrar tão cedo). Lembram-se, claro que se lembram - infelizmente!
Artur Jorge foi um grande jogador de futebol, na Académica e, principalmente, no Benfica. Foi dele a invenção do célebre pontapé de moinho.
Por venho hoje falar de Artur Jorge?! Já vão ver porquê...
Repito: Artur Jorge foi um grande jogador de futebol e melhor marcador do campeonato pelo Benfica. Porque é que, então, quando falamos de grandes ídolos e símbolos do Benfica, o seu nome nunca, mas nunca aparece?
Porque Artur Jorge delapidou, como mais nenhum outro, o capital de confiança e apreço que tinha na Luz. Será sempre lembrado pelos piores motivos. Quis, à viva força, ser treinador do Benfica e, na altura, disse que essa era a maior ambição da sua vida desportiva.
Chegou à Luz em 94/95 e, em poucos dias arruinou uma equipa campeã, com Toni. Dispensou Paneira, Isaías, Rui Águas e deixou "fugir" Yuran e Kulkov para o fc porto, entre outras trapalhadas. A Toni também deu com a porta na cara.
A partir daí foi o que se viu. Um quase deserto de títulos e uma travessia do deserto, que tem muitos outros culpados mas que tem em Artur Jorge o homem que mais contribuiu para uma década pouco digna da história do Benfica.
Hoje, o Benfica está muito diferente. Foi preciso muito trabalho e dedicação para recuperar o prestígio, a glória e a senda de vitórias. E um dos vértices do sucesso futuro está em fazer o contrário daquilo que Artur Jorge fez: segurar as nossas jóias da coroa.
A renovação dos contratos com Coentrão, David Luiz e Luisão é sinal de que o Benfica está em boas mãos e no bom caminho. Aprender com os erros do passado também é importante.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Roberto já dá pontos

A vitória do Benfica ontem na Madeira tem dois protagonistas especiais: Roberto e Capela. Quem é o segundo?, perguntam os meus fiéis leitores. E o Coentrão?, perguntam os mais informados. A resposta à primeira pergunta é fácil - Capela é o apelido do árbitro que "dirigiu" o jogo.
A resposta à segunda pergunta é mais complexa. Coentrão foi, na verdade, o homem do jogo, pelo que jogou, pelo golo que marcou - único golo de uma vitória injustamente magra.
Porém, quero sublinhar a exibição de Roberto - o guarda-redes espanhol já está a dar pontos, como nos prometeu Jorge Jesus. É certo que a exibição do Benfica foi convivente, mas a ineficácia na hora da finalização foi flagrante. Muitas oportunidades perdidas, um golo marcado e um resto de jogo sofrido.
E mais sofrido poderia ter sido se Roberto, ainda com 0-0, não tivesse, finalmente, uma ajuda divina, e com o calcanhar feito uma defesa impossível. Vá lá saber-se o que poderia ter acontecido se aquela bola tem entrado na baliza do Benfica.
Capela, o árbitro, foi também protagonista - pela negativa. Mais uma vez, o Benfica foi prejudicado pela arbitragem. Não só não admoestando os jogadores do Marítimo, como Roberto Sousa, com entradas sucessivas à margem das leis, como fechando os olhos a duas grandes penalidades contra o Marítimo, sobre Saviola e sobre César Peixoto - Capela poderia ter tido influência no resultado final.
Valeu Coentrão, e o seu grande golo. Mas o Benfica tem de continuar atento, sempre atento às arbitragens. E nunca mais cometer o erro de ficar calado perante a sem vergonha, a iniquidade e a desfaçatez. Já todos percebemos o que está a ser cozinhado por aí. Pelo menos, aqueles que continuam a manobrar na sombra em benefício do fc porto, saibam que vamos lutar até ao fim e que nunca mais ficaremos calados perante as injustiças.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Parte da solução ou do problema?

Vítor Pereira saiu da toca e da sombra.
Explicou-se e, por uma vez, esteve bem.
É certo que disse evidências.
É certo que fez mea-culpa.
Deu a cara e isso é positivo.
Mas é, apenas, um sinal.
Algo tem de mudar na arbitragem.
Vítor Pereira não disse nada sobre isso.
Como não disse nada sobre o que vai acontecer a Olegário Benquerença.
Como não disse nada sobre os erros clamorosos que têm existido noutros jogos.
Sempre beneficiando o mesmo clube, o fc porto.
Como não disse se a partir de agora está disponível para esclarecer o que houver para esclarecer.
Vítor Pereira deu o primeiro passo.
Faltam dar mais passos.
Em direcção ao futuro e a um futebol mais transparente.
E mais credível.
Vamos ver se tem essa coragem.
Vamos ver se Vítor Pereira quer fazer parte da solução.
Ou se quer continuar a ser parte do problema.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Cardozo, para sempre!



Na última quarta-feira, escrevi aqui, após o jogo com o Hapoel de Telavive para a Liga dos Campeões, que Óscar Cardozo iria ser perdoado no domingo, da situação por si criada após o 2º golo que marcou aos israelitas.
"Domingo, estás perdoado!", intitulei o post, e parece que foi premonitório. Ontem, na Luz, Cardozo não mandou calar os adeptos, pelo contrário, colocou-os a viver uma enorme alegria e euforia. Os dois golos que marcou ao sporting foram vividos de forma intensa, dentro e fora do relvado.
A alegria imensa de "Tacuara", contrastando com o seu habitual semblante fechado, foi secundada pelos gritos de alegria dos adeptos. Uma comunhão que atira para longe a polémica reacção de Cardozo. Tudo está bem quando acaba bem.
Ontem, na Luz, para além de Cardozo, o Benfica mostrou que os jogadores caminham a passos largos para a forma física, anímica e técnica ideal. A partir de agora, tudo vai ser diferente! Para já, o sporting foi subjugado por uma exibição do Benfica categórica, concludente e imperial. Podia o sporting ter sucumbido a uma derrota histórica, uma goleada para recordar por muitos e bons anos, se muitas das oportunidades de golo tivessem concretizadas.
O título continua na mira e, se as arbitragens não nos penalizarem, tudo continua em aberto. Como ontem se viu, com arbitragens que não influenciem o resultados, o Benfica continuará na senda do bi-campeonato.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Sorteio acaba com poder do Homem-Sombra



O que é que André Gralha e Olegário Benquerença têm em comum?
São ambos árbitros e foram nomeados para jogos do fim-de-semana passado onde participaram dois clubes com sede em Lisboa, Benfica e Sporting.
Para além disso, tudo o resto (o que se sabe, obviamente) são diferenças.
O primeiro, Gralha, tem 34 anos; Benquerença, 40.
O primeiro pertence à AF Santarém; o segundo à de AF Leiria.
O primeiro é um ilustre desconhecido, que começou a apitar em 1994; o segundo é uma “estrela”, árbitro internacional, árbitro FIFA, único árbitro português presente no Mundial da África do Sul e, qual cereja em cima do bolo, já foi homenageado pela AF Porto, a mais “poderosa” do país.
Ora, aqui chegados, e utilizando critérios de avaliação já em desuso mas aos quais lamentamos ter de recorrer por não conhecermos outros – Experiência, Mérito e Competência – era suposto; era, digamos, absolutamente definitivo, que Gralha fosse menos capaz que Benquerença; estivesse menos habilitado para cumprir as funções básicas da arbitragem: rigor, imparcialidade, conhecimento das leis do jogo, e – principalmente – ser imune a pressões, antes e durante os jogos.
O que vimos, porém, foi o contrário. André Gralha cometeu um erro grave, com influência no resultado, ao invalidar um golo ao Olhanense, contra o Sporting; Olegário Benquerença cometeu 4 (4!) erros graves, com influência directa no resultado – 2 fora-de-jogo assinalados ao Benfica e de golo iminente (o segundo resultou mesmo em golo), e 2 grandes penalidades não assinaladas e cuja evidência torna desnecessária qualquer argumentação.
Posto isto: que diferença faz termos um sistema de nomeação de árbitros, em que, supostamente, quem nomeia deve escolher os melhores, segundo critérios que vão desde a experiência ao bom senso, para os jogos mais importantes; ou um sistema de sorteio em que todos os árbitros de 1ª categoria estão habilitados para arbitrar qualquer jogo?
Que diferença faz ter André Gralha ou Olegário Benquerença?
Com uma vantagem: retirava-se o poder a quem nomeia (e Vítor Pereira já mostrou não ser merecedor desse poder) e evitavam-se os jogos de bastidores para escolha dos árbitros. Porque não, então, o regresso ao sorteio? Pior não ficava…

Post-Scriptum: Se isto não é assim, porque é que Vítor Pereira, presidente da Comissão de Arbitragem da Liga (ilustrado na foto que publicamos, como o Homem-Sombra, não sai da sombra e explica os critérios de nomeação e se pronuncia sobre a torrente de erros e de cartões a prejudicar o Benfica?

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Domingo, estás perdoado!



A vitória ontem do Benfica sobre o Hapoel Telavive, no primeiro jogo da Champions, ficou marcada pelo gesto de Óscar Cardozo, a mandar calar o público, após ter marcado o segundo golo. Antes, durante largos minutos, Cardozo foi assobiado sempre que tocava na bola. Julguei, por momentos, que se tinha transferido para um rival e não estava, como sempre esteve, na Luz a jogar de camisola vermelha vestida.
Não gostei do gesto de Cardozo, mas gostei e muito do seu segundo golo. Por isso, seria sempre incapaz de o assobiar após ter marcado pelo Benfica. Jesus fez bem em o defender no final, como o protegeu no ano passado quando falhou uma série longa de grandes penalidades e continuou a marcá-las. Cardozo fez bem em pedir desculpas no final. Tudo está bem quando acaba bem. Isso é certo, mas é preciso perceber que Cardozo é uma pessoa especial.
Faz-me lembrar o saudoso e eterno José Torres, pela altura, pelo jeito desengonçado, mas também pelos golos (e são muitos) que marca. Depois de um Mundial algo frustante, Cardozo regressou a marcar na pré-época, mas ainda não está a 100% e precisa de ser acarinhado, talvez como mais nenhum outro jogador do Benfica. Jesus sabe disso e, por isso, os assobios nunca são bons quando atingem o nosso Benfica e são protagonizados por benfiquistas. Quando isso acontece com Cardozo, pior ainda. Que este tenha sido um episódio passageiro e que domingo Óscar Cardozo seja recebido com uma ovação e retribua com golos. Muitos!

domingo, 12 de setembro de 2010

Para acabar de vez com o reino das trevas

Vamos a factos: o Benfica tem sido brutalmente prejudicado nestas 4 primeiras jornadas da Liga Zon Sagres. Podem dizer que isto não é um facto, que é uma opinião, que eu insisto: é um facto!

Contra a Académica, contra o Nacional, contra o Guimarães (meu Deus, que desastre de arbitragem!) a equipa do Benfica foi torpeada, boicotada, prejudicada, fustigada pelas arbitragens.

Podem dizer, e eu aceito, no ano passado, mesmo quando isso acontecia, o Benfica ganhava. Ok, é verdade! Mas agora, quando a equipa ainda tentava adaptar-se às ausências de Di Maria e de Ramires, quando ainda estava a integrar os 7 “mundialistas” que chegaram quase em cima do início do campeonato, não era necessário o empurrão de arbitragens encomendadas, hostis, prejudiciais.

Vamos a factos, então: nestas primeiras 4 jornadas, o Benfica já foi penalizado com 20 cartões amarelos e 1 vermelho – 21 cartões no total, o que dá uma média de 5,3 cartões por jogo, ainda sem ter jogado com fc porto e Sporting.

Em idênticas jornadas, o fc porto somou 8 cartões amarelos, 2 por jogo, e já jogou com o Braga, vice-campeão da época passada; e o Sporting tem 9 amarelos, menos de metade dos do Benfica. Estranho, não é?

Mas mais estranho fica se olharmos com atenção para toda a época passada. Em 30 jogos, com o Benfica campeão e onde todo o país viu uma equipa a jogar um futebol de ataque, total e de domínio quase absoluto, o que verificamos?

O Benfica somou 74 amarelos, 1 duplo amarelo e 2 vermelhos, no total 77 cartões, o que dá uma média de 2,6 cartões por jogo; o fc porto foi o clube menos penalizado de todo o campeonato da época passada, e ficou em 3º, com apenas 60 cartões amarelos e 3 duplos amarelos, nenhum vermelho directo, o que dá uma média de 2,1 cartões por jogo, a média mais baixa de todo o campeonato.

Face a esta realidade recente e passada, onde se prova que o Benfica foi campeão mesmo com a sanha penalizadora dos árbitros a carregarem a equipa de cartões amarelos e vermelhos, é preciso lançar hoje e agora um debate nacional e alargado sobre a arbitragem.

O Benfica tem de exigir esse debate em nome da transparência da arbitragem, em nome de um futebol digno e limpo, em nome de uma indústria que se quer credível para angariar mais receitas.

Vítor Pereira tem de sair da sombra e dizer se quer debater os critérios de nomeação dos árbitros. É incompreensível que Olegário Benquerença, árbitro FIFA, único árbitro português no Mundial da África do Sul, (árbitro que num célebre Benfica – fc porto não viu uma bola rematada por Petit entrar na baliza de Baía), tenha sido escolhido para o Guimarães – Benfica e não para o fc porto – Braga, considerado o jogo da jornada. Vitor Pereira tem de explicar-se perante a opinião pública.

Como tem de explicar porque é contra a introdução das novas tecnologias no futebol. Talvez que se as novas tecnologias já estivessem em funções fosse possível verificar a tempo as grandes penalidades sobre Aimar e Carlos Martins e os fora-de-jogo mal assinalados a Saviola e a Cardozo.

Como tem de explicar porque é que não se debate a nomeação de árbitros estrangeiros para determinados jogos. Como tem de explicar porque é que não se pode regressar ao sorteio puro.

Eu acho que o Benfica tem de defender o regresso ao sorteio puro. Já se viu que árbitros internacionais (Benquerença) não oferecem mais garantias que outros menos conhecidos. Ou seja, é preciso um debate urgente, esclarecedor e que acabe de vez com o reino das trevas no futebol português.

Uma última palavra para os benfiquistas. O Benfica tem de ser apoiado em massa no Estádio da Luz, já terça-feira contra o Happoel, para a Liga dos Campeões, e depois contra o Sporting para a Liga. O Estádio da Luz é a nossa casa e é para lá que os benfiquistas de todo o país devem dirigir as suas energias e as suas receitas.

Nós sabemos que somos a galinha de ouro do futebol português. Sabemos que os nossos adversários só fazem grandes receitas quando jogam contra nós. Vamos, por isso, dar-lhe a provar o fel de menos receita (até porque estamos em tempos de crise económica) e privilegiar as nossas idas ao Estádio da Luz.
Post-Scriptum: O Benfica, através da palavra do seu Presidente, vai tomar uma posição pública sobre o que se está a passar no futebol português neste momento. Eu espero que depois de Luís Filipe Vieira falar, com a força da sua liderança e da sua autoridade moral, nunca mais o Benfica se cale enquanto o futebol português não introduzir reformas de fundo. O mundo benfiquista e o futebol português devem estar atentos àquilo que o Presidente do Benfica vai dizer em breve.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

A bofetada de "luva branca" de LFV


"Não vamos baixar o nível da entrevista". Luís Filipe Vieira, com esta frase dita em directo a Rodrigo Guedes de Carvalho, no Jornal da Noite de hoje, deu a resposta mais contundente, mais eficaz, mais dura, que até hoje foi dada ao presidente do fc porto.
A pergunta trazia a polémica atrelada e visava obter uma resposta de Vieira ao ataque que o presidente do fc porto tinha feito à equipa do Benfica, apelidando-a de "um bando de caceteiros". O Presidente do Benfica foi digno do lugar que ocupa e pediu ao jornalista da SIC para "não baixar o nível".
Mais do que o reforço da confiança em Roberto e em todo o plantel, mais do que a revelação de que Mantorras deverá abandonar o futebol e ocupar um lugar de relevo no Benfica, mais do que a censura ao secretário de Estado do Desporto, esta frase marcou o discurso de Luís Filipe Vieira, porque foi uma frase "à líder do Benfica".
Para o final, Vieira guardou também duas tiradas de ouro. A primeira para pedir a eliminação da violência nos estádios de futebol, lembrando o que se passou na época passada no dragão, sem se referir concretamente ao estádio do fc porto. A outra para pedir arbitragens sérias e rigorosas, para que "não se repita o que se passou nas primeiras jornadas", numa alusão discreta mas contundente aos benefícios de arbitragem que o fc porto obteve nos jogos com a Naval e com o Rio Ave.

EXCLUSIVO: OPINIÃO A-PV

No dia em que o Presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, dá uma entrevista à SIC, no Jornal da Noite, e a 3 dias de um jogo crucial, em Guimarães, para a Liga, publico, com a devida autorização e a devida vénia, um significativo e incontornável texto que António-Pedro Vasconcelos me enviou, ainda na ressaca do meu texto intitulado "11 pecados capitais".
Para reflexão de todos os benfiquistas.



Caro amigo Pedro Fonseca,

No essencial, o Luís Filipe Vieira, no ano passado, e até ver, fez as escolhas certas, no treinador e na política de "endividamento" para comprar jogadores e constituir um plantel de futuro. Mesmo o Fundo pareceu uma boa ideia.

Eu, que fui crítico durante muitos anos do desnorte, dos ataques soezes aos “críticos”, da forma como foram convocadas as eleições, dos disparates em matéria de política de futebol (falta de rumo, entra Veiga, sai Veiga, carrocel de treinadores, fuga para a frente com a nomeação do Rui Costa, disparate do Rui quando recusou o Jesus, etc), acho que neste momento o Luís Filipe Vieira deve ser apoiado, quase diria incondicionalmente. Como o Jesus e o próprio Rui Costa, por mais neutro que seja hoje o seu papel.

Começar a contestar o Jesus (ninguém é perfeito e ele esteve mal na maneira como dispensou o Quim, por exemplo, mas é o melhor treinador que se poderia encontrar para o Benfica, no país e arredores), só porque o Benfica perdeu a Supertaça e dois jogos no campeonato, com toda a roubalheira dos árbitros, a que estamos a assistir, nos jogos do Benfica e do rival, é dar tiros no pé.

Sobretudo enquanto não houver transparência, fair-play, isenção nos jogos da Liga e enquanto o "homem da fruta" continuar a dominar a arbitragem e a disciplina, como tudo indica voltou a acontecer. E se há um pecado do Vieira é ter apoiado o empregado do Oliveira.

Mas a vozearia que eu ouvi e li de benfiquistas que, de um dia para o outro, criticam tudo e todos, e sobretudo as críticas ao Jesus (ninguém é perfeito nem imune à crítica, mas que diabo!, não têm olhos para ver? Os mesmo que apoiaram treinadores que destruíram anos a fio a filosofia de jogo do Benfica - jogar sempre para ganhar - e minaram a acção do Fernando Santos, o primeiro em muitos anos, que, sem jogadores e sem o apoio do Presidente nem do público, pôs o Benfica a jogar como joga hoje!), são agora lestos a denegrir a personalidade e as capacidades do treinador?! E a política de contratações, por causa de um guarda-redes que foi considerado o melhor da 2ª volta da Liga espanhola?! O David Luiz foi uma má contratação? O Javi, o Aimar, o Saviola, o Di Maria, o Ramires, o Fábio Coentrão, o Carlos Martins, mesmo o Weldon, o Airton e Kardec, para não falar de alguns que vieram este ano, foram más contratações?!

Haja juízo, bom senso, serenidade e muito benfiquismo. Se não ganharmos este ano, volta tudo para trás e arriscamo-nos a penar mais 20 anos! Tem visto os jogos? Apesar de tudo, somos de longe quem joga melhor futebol. O Braga é uma lástima, joga como as equipas do meio da tabela, o “Sportem” do Bettencourt, Costinha e Paulo Sérgio (que mistura explosiva!) nunca mais se vai endireitar. E o Villas-Boas é uma fraude, vai ver.

Só tenho medo de três coisas: da violência/intimidação no estádio do Dragão e clubes satélites (como o ano passado em Braga e em Olhão, por exemplo), das vigarices na arbitragem e disciplina e... dos adeptos do Benfica, que se vão abaixo à mínima contrariedade e que começam a escrever barbaridades nos blogues que minam a confiança na (e da) equipa e dão armas ao inimigo.

Dito isto, aprecio a sua franqueza que sei que é ditada exclusivamente pelo seu benfiquismo!

Viva o S.L.B.!

A-PV

domingo, 5 de setembro de 2010

Os rostos da iniquidade

O Governo e a Federação primaram pela ausência no funeral de José Torres, ontem realizado. Quando escrevo Governo, quero referir-me a Laurentino Dias, o secretário de estados do Desporto, que nos últimos dias se desdobrou em conferências de imprensa (mas não teve a coragem de se explicar em frente de um jornalista consagrado como Rodrigo Guedes de Carvalho). Quando escrevo Federação, quero referir-me a Gilberto Madaíl, o presidente da dita, agora sem utilidade pública.
Nem um nem outro mandaram representantes, talvez porque ninguém queira representar figuras de tal "estatura" moral, cívica, política e pessoal. Mas há outra explicação que pode ser avançada em defesa de Laurentino e Madaíl: nem um nem outro sabem quem foi José Torres.
Ora, aqui chegados, questiono-me: o que ainda estão a fazer nos seus lugares estes homens(!?)? No país da falta de vergonha; no país das indignidades, das impunidades e da ignorância atrevida, Laurentino e Madaíl são apenas mais dois exemplos do estado a que isto chegou.
Eça, no seu tempo, diria que bastavam algumas bengaladas para tratar da afronta. Hoje, não sei e tenho dúvidas. A irresponsabilidade, a leviandade, a incompetência, destes dois homens será, sem dúvida, o seu manual de sobrevivência. E assim vamos, cantando e rindo!

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Um Gigante soco na nossa memória colectiva


Morreu José Torres, o Bom Gigante. Aqui fica a minha singela homenagem a um dos meus ídolos de infância. Torres fez parte de uma das melhores linhas avançadas de sempre, com Eusébio, Coluna, Simões e José Augusto. Que os adeptos e a Selecção respeitem hoje, em Guimarães, a memória de um símbolo nacional que também foi seleccionador. Adeus e obrigado José Torres!

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Só fazem falta os que ficam

O mercado de transferências fechou há poucas horas. Nenhum dos 3 grandes fez qualquer contratação de última hora. Di Santo fugiu de Alvalade para o modesto Wigan; Hleb fugiu da Luz para o menos modesto Birmingham; o fc porto arrecadou os milhões por Meireles e não deu a Vilas Boas o novo avançado que este esperava.

No caso do Benfica, a lista de possíveis entradas é longa. As mais credíveis eram Hleb e Maylson. Jesus ficou sem nenhum deles para o lugar de Ramires. Numa altura em que o calendário vai apertar, com os jogos em Guimarães e a recepção ao Sporting, assim como o arranque da Liga dos Campeões, esta decisão da SAD pode querer dizer muita coisa.

Para já, Jesus tem de se haver com o que tem, pelo menos durante mais quatro meses, antes de reabrir o mercado em Janeiro. Até lá, o que se espera é que coloque o Benfica lá em cima, em termos de Liga, e que comece a abrir as portas dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões.

Os grandes treinadores vêm-se assim…
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