Vamos a factos: o Benfica tem sido brutalmente prejudicado nestas 4 primeiras jornadas da Liga Zon Sagres. Podem dizer que isto não é um facto, que é uma opinião, que eu insisto: é um facto!
Contra a Académica, contra o Nacional, contra o Guimarães (meu Deus, que desastre de arbitragem!) a equipa do Benfica foi torpeada, boicotada, prejudicada, fustigada pelas arbitragens.
Podem dizer, e eu aceito, no ano passado, mesmo quando isso acontecia, o Benfica ganhava. Ok, é verdade! Mas agora, quando a equipa ainda tentava adaptar-se às ausências de Di Maria e de Ramires, quando ainda estava a integrar os 7 “mundialistas” que chegaram quase em cima do início do campeonato, não era necessário o empurrão de arbitragens encomendadas, hostis, prejudiciais.
Vamos a factos, então: nestas primeiras 4 jornadas, o Benfica já foi penalizado com 20 cartões amarelos e 1 vermelho – 21 cartões no total, o que dá uma média de 5,3 cartões por jogo, ainda sem ter jogado com fc porto e Sporting.
Em idênticas jornadas, o fc porto somou 8 cartões amarelos, 2 por jogo, e já jogou com o Braga, vice-campeão da época passada; e o Sporting tem 9 amarelos, menos de metade dos do Benfica. Estranho, não é?
Mas mais estranho fica se olharmos com atenção para toda a época passada. Em 30 jogos, com o Benfica campeão e onde todo o país viu uma equipa a jogar um futebol de ataque, total e de domínio quase absoluto, o que verificamos?
O Benfica somou 74 amarelos, 1 duplo amarelo e 2 vermelhos, no total 77 cartões, o que dá uma média de 2,6 cartões por jogo; o fc porto foi o clube menos penalizado de todo o campeonato da época passada, e ficou em 3º, com apenas 60 cartões amarelos e 3 duplos amarelos, nenhum vermelho directo, o que dá uma média de 2,1 cartões por jogo, a média mais baixa de todo o campeonato.
Face a esta realidade recente e passada, onde se prova que o Benfica foi campeão mesmo com a sanha penalizadora dos árbitros a carregarem a equipa de cartões amarelos e vermelhos, é preciso lançar hoje e agora um debate nacional e alargado sobre a arbitragem.
O Benfica tem de exigir esse debate em nome da transparência da arbitragem, em nome de um futebol digno e limpo, em nome de uma indústria que se quer credível para angariar mais receitas.
Vítor Pereira tem de sair da sombra e dizer se quer debater os critérios de nomeação dos árbitros. É incompreensível que Olegário Benquerença, árbitro FIFA, único árbitro português no Mundial da África do Sul, (árbitro que num célebre Benfica – fc porto não viu uma bola rematada por Petit entrar na baliza de Baía), tenha sido escolhido para o Guimarães – Benfica e não para o fc porto – Braga, considerado o jogo da jornada. Vitor Pereira tem de explicar-se perante a opinião pública.
Como tem de explicar porque é contra a introdução das novas tecnologias no futebol. Talvez que se as novas tecnologias já estivessem em funções fosse possível verificar a tempo as grandes penalidades sobre Aimar e Carlos Martins e os fora-de-jogo mal assinalados a Saviola e a Cardozo.
Como tem de explicar porque é que não se debate a nomeação de árbitros estrangeiros para determinados jogos. Como tem de explicar porque é que não se pode regressar ao sorteio puro.
Eu acho que o Benfica tem de defender o regresso ao sorteio puro. Já se viu que árbitros internacionais (Benquerença) não oferecem mais garantias que outros menos conhecidos. Ou seja, é preciso um debate urgente, esclarecedor e que acabe de vez com o reino das trevas no futebol português.
Uma última palavra para os benfiquistas. O Benfica tem de ser apoiado em massa no Estádio da Luz, já terça-feira contra o Happoel, para a Liga dos Campeões, e depois contra o Sporting para a Liga. O Estádio da Luz é a nossa casa e é para lá que os benfiquistas de todo o país devem dirigir as suas energias e as suas receitas.
Nós sabemos que somos a galinha de ouro do futebol português. Sabemos que os nossos adversários só fazem grandes receitas quando jogam contra nós. Vamos, por isso, dar-lhe a provar o fel de menos receita (até porque estamos em tempos de crise económica) e privilegiar as nossas idas ao Estádio da Luz.
Post-Scriptum: O Benfica, através da palavra do seu Presidente, vai tomar uma posição pública sobre o que se está a passar no futebol português neste momento. Eu espero que depois de Luís Filipe Vieira falar, com a força da sua liderança e da sua autoridade moral, nunca mais o Benfica se cale enquanto o futebol português não introduzir reformas de fundo. O mundo benfiquista e o futebol português devem estar atentos àquilo que o Presidente do Benfica vai dizer em breve.