sexta-feira, 27 de julho de 2007

Adiós !

José Veiga já cá não está. Fernando Santos acaba de ver partir mais um “menino bonito”. Depois de Simão, parte Veiga. O treinador do Benfica, ainda a época não tinha acabado, e dizia na praça pública que estava a trabalhar com Veiga a próxima época.
Que bicho picou a Fernando Santos? O homem circunspecto transformou-se em picareta falante? E não há ninguém que lhe diga para estar calado? Sem Veiga e sem Simão, Fernando Santos está a navegar à vista.
Nenhum percalço é desculpável, até porque o investimento na equipa de futebol foi grande e é preciso ganhar títulos. Os primeiros desafios a sério estão aí à porta. Santos já não tem margem de erro. Ganhar é preciso.

quinta-feira, 19 de julho de 2007

José Torres e os sportinguistas




Lembram-se? Mundial de 66. Jogo contra a Bulgária, no Estádio de Old Trafford, em Manchester. Em cima, da esquerda para a direita: Germano (cap.), do Benfica; José Carlos, do Sporting; Festa, do FC Porto; Hilário, do Sporting; Vicente, do Belenenses; José Pereira, do Belenenses. Em baixo, da esquerda para a direita: José Augusto, Torres, Eusébio, Coluna e Simões, todos do Benfica.

José Torres, o “Bom Gigante”, sofre há vários anos de uma grave doença degenerativa (Alzheimer). Elemento de uma das mais célebres linhas avançadas do Mundo de todos os tempos - Coluna, José Augusto, Torres, Eusébio e Simões – o antigo avançado português, glória do Benfica, da Selecção Nacional e do Vitória de Setúbal não luta só contra a doença, mas contra o esquecimento.
Após anos e anos de relevantes serviços prestados ao futebol português, não só como jogador mas também como seleccionador, José Torres não foi ainda objecto da homenagem que merece como desportista íntegro, exemplar e de primeira linha.
Esta chamada de atenção é, também, uma séria censura ao comportamento da Direcção do Sport Lisboa e Benfica e da Federação Portuguesa de Futebol. Será preciso dizer a esses senhores quem foi José Torres?
Espero, como benfiquista, que a Direcção do meu clube, em especial o seu Presidente, saibam perceber o que está em causa e preparem uma digna homenagem a um dos mais ilustres jogadores que vestiram a camisola vermelha.
Como quando está em causa questões de dignidade, não há ideologias nem cores clubísticas a separar as pessoas, não posso deixar de registar o facto de um grupo de sportinguistas residentes em Newark ter enviado um importante apoio financeiro para o José Torres. Aqui fica o registo e o comprovativo documental. Que isto sirva de lição e exemplo. Bem hajam!

terça-feira, 10 de julho de 2007

A pensar no futuro

João Alves, o grande "luvas pretas", com Shéu, Chalana e Néné (todos ainda no Benfica). O bom filho a casa torna... (Os meus agradecimentos a slbenficaimagensretro.blogspot.com)

A lição vem do espectáculo das 7 maravilhas do Mundo, que decorreu no passado sábado no Estádio da Luz (ele próprio uma maravilha): “É com os olhos no nosso passado que podemos construir o futuro”, disse Ben Kingsley, o actor norte-americano, célebre pela interpretação de Gandhi, no filme com o mesmo nome.
O Benfica, com o seu glorioso passado, está a fazer jus a esta asserção. Nada mais justo e nada mais certo. Depois de Shéu e de Chalana, duas velhas glórias, estarem a trabalhar junto do plantel principal, Luís Filipe Vieira deu mais dois seguros passos na consolidação de um edifício que parte de uma base argamassada em experiência, em conhecimento, em prestígio nacional e internacional, para agarrar um futuro que se quer idêntico aos dos anos 60.
João Alves, o grande “luvas pretas”, e Rui Águas, o último cabeceador emérito que a Luz viu, filho desse enorme capitão, José Águas, são as duas novas contratações. Infelizmente, Alves e Rui Águas já não podem ajudar a equipa no relvado, mas a sua sapiência, aliada à de Shéu e Chalana, será muito útil para transmitir a mística, essa entidade onde se fabricam as vitórias.

Artur, a raça do "ruço"

Artur, pegando na Taça "Ramon Carranza", depois de mais um grande êxito internacional (na foto podem ainda ver-se Adolfo, Néné e Simões)


Artur, o “ruço”, fenomenal defesa-direito do Benfica e da Selecção, nascido para o futebol na célebre Académica de Rui Rodrigues, Alhinho, Gervásio, os irmãos Campos, Rocha e Manuel António – a verdadeira Briosa, e com breve passagem no Sporting, está desempregado. Leio e não quero acreditar: “Após 18 anos na Câmara de Lisboa a recibo verde”, denuncia o jornalista Santos Neves, na “A Bola”.
É na “A Bola” que vem estampada uma marcante entrevista ao “ruço”. Artur, o melhor defesa-direito de sempre do futebol português, revela que teve a vida por um fio e que “quando o executivo de Carmona Rodrigues caiu recebi uma carta registada a prescindir dos meus serviços”, diz, depois de 18 anos a trabalhar no pelouro do Desporto.
Para o teu lugar Artur, certamente que entrará um “jota”, um “jotinha” ou um “jotão”, daqueles pagos a peso de ouro, que prestaram, ninguém o duvida, relevantes serviços à Pátria. Ditosa Pátria…, perdoa-lhes que eles não sabem o que fazem...
Lembro-me bem, daquelas tuas cavalgadas pelo flanco direito, a romper até à linha final, num altura em que os defesas-direitos, em Portugal e no estrangeiro, raramente ultrapassavam a linha de meio-campo. Tu, Artur, foste o primeiro defesa-direito do futebol moderno.
Marcaste uma era no Benfica e na Selecção e, naquele teu jeito de jogar raçudo, tão do agrado do Terceiro Anel, eras um dos nossos e ninguém te levou a mal teres passado para o Sporting.
Não era preciso, mas vale a pena registar: “O Benfica foi sempre o clube do meu coração”, disseste a “A Bola” e nunca ninguém duvidou. E mais revelaste que nos intervalos dos jogos do Sporting querias sempre saber o resultado do Benfica.
És para os jovens jogadores de hoje um exemplo de raça e de luta contra a adversidade, contra a pleurisia, depois uma embolia pulmonar, depois uma trombose que quase te levou uma perna. A vida ( e nós) quer-te cá, Artur…

terça-feira, 3 de julho de 2007

Dia 1 - O regresso

Pronto, está bem, desde que as bolas entrem...
Confesso que não sei por onde começar. Resisti a escrever ontem sobre o regresso ao trabalho, no Seixal. A ideia era glosar com o equipamento alternativo. Cor-de-rosa? O jornal “A Bola” fintou bem o embaraço e titulou: “Sonhos cor-de-rosa”. Mas o embaraço continua. Ao almoço, fiquei sem palavras. A televisão transmitia a sessão de apresentação dos novos equipamentos. Nem queria acreditar. Petit, o nosso “pitbull”, tinha sido escolhido para envergar a tal camisola cor-de-rosa. Petit? Ao meu lado, um amigo de longa data, torcedor por outras cores, não perdeu tempo para usar da “ironia do costume”.
Do cor-de-rosa não vou portanto escrever. Limito-me a transcrever um excerto da prosa do jornalista Carlos Pereira Santos, hoje em “A Bola”: “Tenho aqui em casa uma fotografia do Eusébio que, para mim, é mais do que o Pelé de todos os portugueses, equipado à Benfica, todo de branco, quando ainda não se falava em equipamentos alternativos, nem em marcas, nem em camisolas cor-de-rosa”. E está tudo dito.
Não vou comentar também a inenarrável confusão que um funcionário do Sporting, de nome Eurico Gomes (não, não é o antigo jogador), fez entre o central brasileiro Gladstone, novo reforço de Alvalade, e o central brasileiro Andersson, do Benfica. As imagens televisivas foram no mínimo humilhantes para os leões: no aeroporto à espera de Gladstone, Eurico Gomes vê Andersson e julga trata-se do reforço leonino que lhe pediram para vir buscar. Hilariante e permitiu-me devolver a chalaça anterior ao meu parceiro de repasto.
Também não vou abordar as excelentes performances de dois reforços do Benfica: Fábio Coentrão e Óscar Cardozo. O primeiro foi um dos melhores jogadores da Selecção Nacional de Sub-20, que disputa o Mundial no Canadá, e que ontem jogou e ganhou por 2-0 à Nova Zelândia. O segundo foi o “homem do jogo”, no desafio em que o Paraguai derrotou os Estados Unidos, na Copa América, com um golo e uma assistência.
Estava eu neste dilema quando o inenarrável presidente do Sporting, Filipe Soares Franco (FSF) me resolveu o problema. O também presidente da OPCA, empresa de construção civil, com sede no edifício “Visconde de Alvalade”, junto ao estádio, afirmou ontem, em reunião do Conselho Leonino, que o Sporting tudo vai fazer para ser campeão e que, ao contrário de outros, não tem a arrogância de afirmar: “Vamos ser campeões”. FSF acrescentou que o Sporting quer ser campeão mas não para ser contra alguém. Estas duas indirectas ao Benfica suscitam-me um bom naco de prosa. Mas, bem vistas as coisas, FSF não merece o esforço. Regressa Dias da Cunha, estás perdoado!
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