Pronto, está bem, desde que as bolas entrem...
Confesso que não sei por onde começar. Resisti a escrever ontem sobre o regresso ao trabalho, no Seixal. A ideia era glosar com o equipamento alternativo. Cor-de-rosa? O jornal “A Bola” fintou bem o embaraço e titulou: “Sonhos cor-de-rosa”. Mas o embaraço continua. Ao almoço, fiquei sem palavras. A televisão transmitia a sessão de apresentação dos novos equipamentos. Nem queria acreditar. Petit, o nosso “pitbull”, tinha sido escolhido para envergar a tal camisola cor-de-rosa. Petit? Ao meu lado, um amigo de longa data, torcedor por outras cores, não perdeu tempo para usar da “ironia do costume”.
Do cor-de-rosa não vou portanto escrever. Limito-me a transcrever um excerto da prosa do jornalista Carlos Pereira Santos, hoje em “A Bola”: “Tenho aqui em casa uma fotografia do Eusébio que, para mim, é mais do que o Pelé de todos os portugueses, equipado à Benfica, todo de branco, quando ainda não se falava em equipamentos alternativos, nem em marcas, nem em camisolas cor-de-rosa”. E está tudo dito.
Não vou comentar também a inenarrável confusão que um funcionário do Sporting, de nome Eurico Gomes (não, não é o antigo jogador), fez entre o central brasileiro Gladstone, novo reforço de Alvalade, e o central brasileiro Andersson, do Benfica. As imagens televisivas foram no mínimo humilhantes para os leões: no aeroporto à espera de Gladstone, Eurico Gomes vê Andersson e julga trata-se do reforço leonino que lhe pediram para vir buscar. Hilariante e permitiu-me devolver a chalaça anterior ao meu parceiro de repasto.
Também não vou abordar as excelentes performances de dois reforços do Benfica: Fábio Coentrão e Óscar Cardozo. O primeiro foi um dos melhores jogadores da Selecção Nacional de Sub-20, que disputa o Mundial no Canadá, e que ontem jogou e ganhou por 2-0 à Nova Zelândia. O segundo foi o “homem do jogo”, no desafio em que o Paraguai derrotou os Estados Unidos, na Copa América, com um golo e uma assistência.
Estava eu neste dilema quando o inenarrável presidente do Sporting, Filipe Soares Franco (FSF) me resolveu o problema. O também presidente da OPCA, empresa de construção civil, com sede no edifício “Visconde de Alvalade”, junto ao estádio, afirmou ontem, em reunião do Conselho Leonino, que o Sporting tudo vai fazer para ser campeão e que, ao contrário de outros, não tem a arrogância de afirmar: “Vamos ser campeões”. FSF acrescentou que o Sporting quer ser campeão mas não para ser contra alguém. Estas duas indirectas ao Benfica suscitam-me um bom naco de prosa. Mas, bem vistas as coisas, FSF não merece o esforço. Regressa Dias da Cunha, estás perdoado!