quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Um jogo que foi mais do que isso

O Benfica - Zenit de ontem na Luz tem que se lhe diga. Jorge Jesus tem razão: isto é como acaba e não como começa. Ontem começou mal e acabou bem, com os adeptos a apoiarem o clube como se estivéssemos a um passo da final da Champions. Foi bonito, foi único, foi inesquecível.
JJ nunca viu nada assim. O Presidente do Benfica foi rápido a reagir e a elogiar e enaltecer o apoio da massa associativa. Luís Filipe Vieira tem razão: isto dá novo ânimo e nova alma. A equipa está motivada, unida, solidária.
A janela de oportunidades que se abre daqui para a frente só faz pensar em coisas positivas, brilhantes e gloriosas. O Benfica tem hoje uma tal comunhão de ideias, de conceitos, de estratégias e de rumo, que o resultado final só pode ser ganhar, ganhar, ganhar.
Enquanto que nos nossos adversários principais, a convulsão e confusão internas parecem estar a minar tudo e a fazer perder a cabeça a muitos, no Benfica a estabilidade, a serenidade, é a palavra de ordem. Ontem à noite nunca se viu coisa assim nas bancadas, mas também já não me lembro de ver um clube tão firme e ao mesmo tempo tão sereno e tão convicto das suas ideias, das suas decisões, do seu rumo e do seu posicionamento no mundo do futebol.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Fecho de mercado

O mercado de transferências fechou. No rescaldo destes loucos meses de defeso futebolístico, o que pode dizer é que o Benfica ficou mais forte, o FC Porto comprou muito e o Sporting ainda anda a aprender.
O Benfica, depois das notícias catastrofistas que davam conta de uma debandada geral, afinal viu o plantel reforçado com peso e medida. É certo que saíram alguns jogadores, mas quem no seu perfeito juízo abdicava de 16 milhões de euros por um guarda-redes em início de carreira; Garay saiu barato? Depende. Em Janeiro saía de graça. Markovic? Um miúdo que chegou ao Benfica por um saco de caramelos e sai por 25 milhões de euros. Rodrigo? Serve o que se disse de Markovic. André Gomes? Um suplente, dispensado pelo FC Porto e que valeu um encaixe de 15 milhões. Cardozo? Por tudo o que se passou saiu bem e a bem. Siqueira? Um bom defesa-esquerdo que não pertencia ao Benfica.
O que vale a pena sublinhar é que as jóias da coroa ficaram: Enzo e Gaitán. Que foi contratado um dos melhores guarda-redes do Mundo, Júlio César. Que Talisca vai ser reforço sério e pegar de estaca. Que Cristante é um diamante a lapidar.
Falta talvez mais um homem de área, mas o óptimo é inimigo do bom, e Gonçalo Guedes é um nome a ter em conta.
Ou seja, o Presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, geriu com mestria uma das fases mais difíceis da época. Se no ano passado o tempo foi de vacas gordas e Vieira “deu” a Jesus o campeonato, agora, em tempo de vacas magras, conseguiu segurar os jogadores que fazem a diferença, contratar mais-valias e, pelo meio, ainda fazer um encaixe financeiro significativo.
Quanto ao FC Porto, o que se deve realçar é que quem manda é Lopetegui. No Benfica manda o Presidente, no FC Porto manda o treinador. No ano passado, dizia-se que o Benfica tinha uma armada sérvia, com 5 jogadores oriundos daquele país. E agora, o FC Porto, com uma dezena de espanhóis, tem o quê? Um contratorpedeiro?
O Sporting ainda não sabe o que quer e anda a aprender. O seu presidente quer fazer voz grossa, mas soa a bazófia. E a bazófia, geralmente, dá maus resultados.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Mais vale tarde que nunca

Hoje, 25 de julho de 2014, o jornal "A Bola" escreve na capa: "Rafa e Éder na mira da águia".
Em 20 de maio de 2014, este blog escrevia: "Rafa e Éder: a caminho da Luz".
Digamos que o jornal "A Bola" chegou um pouco tarde. Qualquer coisa como 2 meses e cinco dias depois.


quarta-feira, 23 de julho de 2014

Carta aberta aos profetas da desgraça

A época a sério do Benfica começa a 10 de agosto, com a disputa da Supertaça Cândido de Oliveira, contra o Rio Ave. Até lá, os treinos, mais ou menos puxados, contra o Sporting ou hoje contra o Marselha, e daqui a uns dias contra o Ajax, ou na Emirates Cup, servem apenas para desentorpecer as pernas e animar as bancadas.
O resto são palavras de editorialistas e idiotas, opinadores avulso e painelistas desmiolados, adeptos anónimos e ilustres, bloguistas sem inspiração e facebookianos desesperados, sócios mais ou menos antigos. Enfim, é um fartar vilanagem.
E porquê? Porque se foi o Garay, que iria de qualquer maneira. Porque se foi o Oblak, que há alguns meses ninguém sabia quem era. Porque se foi o Markovic, que era apenas suplente +. Porque se foi o Siqueira, que jogava numa equipa de terceira linha espanhola. Porque se foi o Rodrigo, que jogava bem dia sim, dia não. Porque se foi o André Gomes, que nem titular era. 
Porque irá talvez o Artur, mas virá provavelmente o Romero, vice-campeão mundial.
Porque irá talvez o Enzo, e aí a porca já torce o rabo...
Porque irá talvez o Gaitán, mas está a pegar de estaca o Ola John...
Porque irá talvez o Cardozo, mas afinal ele não era um mal-amado?
Porque irá talvez o Maxi, mas Sílvio não é melhor?
E ainda há Salvio. E Lima. E Luisão. E Fejsa. E Ruben Amorim. E André Almeida.
E uns miúdos bons de bola, como já se viu.
E uns reforços com pinta, como Talisca e Benito e César.
E outros de quem se fala, como Eliseu ou Guilavogui.
E de certeza mais uma mão cheia de craques com nome, currículo e estatuto.
Querem mesmo saber o que eu penso: os profetas da desgraça deviam mudar de clube, ou dar a cara nos locais próprios, ou lançar um movimento, escrever uma petição, reclamar à ONU, pedir a intervenção das forças armadas israelitas, ir a pé a Fátima, pedir uma audiência ao Papa Francisco, promover a paz no Médio Oriente, salvar a Ucrânia das garras da Rússia, etc...
Se os profetas da desgraça se entretivessem com estas causas, ocupariam melhor o seu tempo. De outra forma, servem apenas para dar força aos nossos adversários. Como diz o outro, com adeptos destes, o Benfica não precisa de inimigos...

terça-feira, 15 de julho de 2014

Desmantelamento? Qual desmantelamento?

Os que falam em desmantelamento do plantel do Benfica neste defeso, face às vendas de vários jogadores que foram titulares na equipa campeã nacional de 2013/2014, têm a memória curta. Desmantelamento foi o que aconteceu no tempo de Manuel Damásio e de Artur Jorge, quando uma equipa de sonho, recheada de internacionais portugueses, foi criminosamente desfeita sem honra nem proveito.
Quem não se lembra que Artur Jorge apontou a porta de saída a Vítor Paneira, Isaías, Rui Costa, Rui Águas, Veloso, etc... E qual o retorno? Nem desportivo, nem financeiro. Agora, perante a nova realidade desportiva e financeira, o Benfica tem de fazer o que está a fazer.
Estou certo que a ninguém custa mais a transferência dos jogadores do que a Luís Filipe Vieira. Mas quem conhece o homem que comanda o Benfica há mais de uma década, sabe que Vieira prefere perder campeonatos do que a imagem de credibilidade do clube, que custou pouco a perde mas custou muito a recuperar e custa muito mais a manter.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

A propósito de Éder e Rafa

Muitos dos meus leitores deixaram aqui recentemente comentários sobre a minha notícia, em exclusivo, da ida de Éder e Rafa, do SC Braga e convocados para o Mundial de 2014 no Brasil, para o Benfica. Num texto que intitulei: Éder e Rafa a caminho da Luz, e que podem ler aqui, falei dessa possibilidade, muito forte, com base em fontes fidedignas.
Dias mais tarde, um blog escreve o mesmo com base numa notícia do Correio da Manhã, como aqui todos podemos ler. Lamento que tanto o blog como o Correio da Manhã não se refiram à fonte primeira da notícia. O resto, meus amigos, é a normal evolução especulativa das coisas da bola. 

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Trato-o sempre por Presidente


As entrevistas quase consecutivas de Luís Filipe Vieira e de Jorge Jesus, o primeiro à RTP, o segundo à SIC Notícias, forma o exemplo acabado de como uma instituição com liderança efectiva sabe oferecer aos milhões de sócios e adeptos uma imagem e uma mensagem de união e de consonância de objectivos.
Luís Filipe Vieira, como líder incontestado do Benfica, falou, como deve ser, em primeiro, definiu parâmetros, fez o balanço necessário e correcto, apontou metas e objectivos e confirmou Jesus.
O treinador, revelou e explicou-se bem sobre alguns temas mais "incómodos" como o AC Milan ou Óscar Cardozo, e reservou, como devia, a palavra gratidão para dirigir a Luís Filipe Vieira, que, disse, trata sempre por Presidente, embora a relação entre os dois seja próxima, de amizade e informal.
E esta, bem vistas as coisas, foi a revelação da noite. Com ela, ficam todos a saber que para além da gratidão, Jesus guarda por Luís Filipe Vieira um sentimento de respeito. E esta é, para mim, a maior prova de que o Benfica está bem entregue, a nível da liderança da Direcção do clube e da Administração da SAD.
Na verdade, quando um clube mostra publicamente que o seu treinador há 5 anos, triplamente titulado esta época, humildemente se verga perante a autoridade de quem tem sempre a última palavra, porque detém o poder legitimado pela esmagadora maioria dos sócios, é razão para todos os benfiquistas terem orgulho na imagem que o clube dá para
o exterior.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Não acredito em bruxas, pero que las hay, las hay...

A notícia que o "O INFERNO DA LUZ" aqui deu sobre a forte hipótese de Rafa e de Éder, jogadores do SC de Braga, estarem a caminho da Luz, agitou a blogosfera.Nada de invulgar. O Benfica é o maior clube mundial, uma multinacional, como recentemente me disse um responsável do clube, e tudo o que lhe diz respeito é sempre consumido de forma ávida.
A caixa de comentários deste blog tem recebido centenas de emails. Apenas resolvi reproduzir uns poucos. Percebo que a iminente contratação de dois craques portugueses pelo Benfica, presentes na lista de convocados de Paulo Bento para o Mundial do Brasil, desperte muita inveja surda e muitos jogos de bastidores.
Como disse um dia Pimenta Machado, no futebol o que hoje é verdade, amanhã é mentira. Faz bem o Benfica estar atento. Rafa e Éder são duas pérolas portuguesas, que se podem tornar diamantes puros nas mãos de Jorge Jesus.
O Benfica do futuro tem de ser construído à base de portugueses. O curioso é que após a publicação desta notícia neste blog, surgiu a notícia de que Jorge Mendes tinha adquirido 50% do passe de Rafa (ver capa de ontem do jornal "Correio da Manhã", aqui reproduzida) e hoje Éder, em declarações ao jornal "A Bola", não desmentiu o interesse do Benfica.

terça-feira, 20 de maio de 2014

Rafa e Éder: a caminho da Luz



Os recentes convocados por Paulo Bento para o Mundial do Brasil, Rafa e Éder, ainda jogadores do SC de Braga, estão a caminho do Benfica. O "O INFERNO DA LUZ" sabe que as negociações estão avançadas, para não dizer completamente fechadas e não será um performance elevada no Mundial do Brasil que vai fazer com que emblemas mais endinheirados possam desviar os dois craques da Luz.
O "O INFERNO DA LUZ" sabe de fonte fidedigna os valores em causa, mas por motivos óbvios não os divulga. Este acordo com o SC Braga e António Salvador vem aliviar a tesouraria e a situação financeira bracarense, cuja ausência das competições europeias agravou a níveis preocupantes.
Os dois jogadores faziam parte de uma lista elaborada por Jorge Jesus para a próxima época e reforçam a estratégia de Luís Filipe Vieira de um Benfica cada vez mais português. O "O INFERNO DA LUZ" sabe, ainda, que o negócio envolve ainda a cedência de jogadores do Benfica ao SC de Braga.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

O imenso Benfica


O ano passado estive em Amesterdão, onde vi o Benfica dar um banho de futebol ao Chelsea e perder por 1-2 a final da Liga Europa. Este ano fiz 4 mil quilómetros para ver o Benfica em Turim, dar um banho de futebol ao Sevilha e perder a final da Liga Europa nos penáltis.
Não estou arrependido de ter ido a Amesterdão e a Turim. Não sou mais nem menos do que um dos milhões de benfiquistas que seguiram a final nos quatro cantos do Mundo, em hotéis, em Casas do Benfica, no sossego do lar, nos cafés e restaurantes, no espaço público onde houvesse um ecrã de televisão, colados às montras de lojas de electrodomésticos.
Não sei se as ruas de Lisboa e de todo o país estavam vazias à hora do jogo, porque estava em Turim. Mas aposto que a circulação automóvel baixou para níveis etiopianos. Eu estava lá, no estádio da Juventude, com mais 10/15/20 mil benfiquistas. Não sei o número ao certo mas certo era que a balança de apoio inclinava claramente a favor do Benfica numa percentagem de 70%/30%.
O estádio da Luz foi, por uma noite, deslocalizado para Turim. Eu estava lá e vi e sofri e vivi. Mas isso não me faz ser mais nem menos benfiquista do que todos os milhões que estavam nos 4 cantos do Mundo a ver e a sofrer.
Eu gostava que todos os benfiquistas tivessem estado em Turim. Mas tenho a certeza que os milhões que não puderam estar se sentiram bem representados nos milhares que lá estiveram. E se nada apaga a mágoa de mais uma derrota injusta e infringida por métodos fraudulentos, sobra o orgulho de ver escrito no jornal desportivo francês L´Équipe de ontem que na final da Liga Europa o Sevilha defrontou o "imenso" Benfica. É isso que o Benfica é "imenso" na sua Glória e na sua massa de adeptos. E essa vitória, nenhum apitados vigarista nos pode tirar.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

O lugar de Vieira

Volto a insistir neste ponto porque me parece de total importância. Nesta hora de euforia, a poucos dias de ganhar tudo, e, com a Supertaça nacional e, se tudo correr bem, com a Supertaça Europeia no horizonte, é preciso que cada um dos benfiquistas faça esta pergunta a si mesmo: que lugar na História do Benfica vai caber a Luís Filipe Vieira?
Pode parecer a muitos que esta questão é prematura. Vieira está há 10 anos à frente do Benfica e espera-se que esteja por muitos e bons anos, mas é agora, quando o projecto que ele, mais que ninguém, (sem esquecer Manuel Vilarinho e todos os outros) está solidificado e já não pode andar para trás, que devemos, no nosso íntimo ou em público, responder a esta pergunta.
É escusado elencar tudo o que Luís Filipe Vieira fez nestes 10/12 anos, quem lê este blogue sabe bem que está aqui tudo escarrapachado, por isso, o momento é de perceber onde vamos colocar o líder da Luz.
Se como todos desejamos ele somar um troféu europeu, então certamente muitos aparecer a cantar loas, mas ninguém, que eu saiba, até hoje defendeu um lugar perene no Estádio da Luz. Aqui já o escrevi: Luís Filipe Vieira vai marcar a História do Benfica. Sejamos gratos!

terça-feira, 6 de maio de 2014

O título de Luís Filipe Vieira

A poucos dias de terminar a época de 2013/2014, chegou a minha vez de fazer, neste blog, a listagem dos vencedores e vencidos, independentemente do que vier a acontecer ao Benfica nas finais que se aproximam.

Luís Filipe Vieira – É o grande vencedor da época. Jorge Jesus dedicou-lhe o campeonato e ficou-lhe bem este momento de grande humildade e justiça. Mas, agora, deixem-me desabafar: é fácil, hoje, elogiar Luís Filipe Vieira. Mas este blog, e o seu editor, apoiaram Vieira desde que ele entrou na Luz, para assessor do futebol, pela mão de Manuel Vilarinho. Lembro-me bem de Vieira, com cara de poucos amigos e segurando uma pasta, a entrar em 2001 no Estádio da Luz, para levantar um clube deitado na lama. Doze anos depois, 10 como presidente, Vieira ganhou 3 campeonato e sofreu muitas críticas, a esmagadora maioria delas injustas e ignorantes. Como responsável por este blog, nunca aqui se fez uma crítica a Vieira. Não porque ele tenha feito tudo bem. Ninguém consegue fazer tudo bem. Mas porque ele, Luís Filipe Vieira, fez do Benfica, nesta década, algo que se julgava impossível. Não foi só o futebol, não foi só a recuperação financeira, não foi só o estádio e o centro de estágio, não foi só a formação e as modalidades, não foi só a Benfica TV e a Fundação Benfica. Uff… !!!! e etc, etc, etc. Foi, principalmente, alicerçado em tudo isso, a recuperação de uma marca e de uma imagem e devolvê-la limpa, gloriosa, vitoriosa e mais global que nunca ao sócios. E só isso bastava. Obrigado, Luís Filipe Vieira!
Jorge Jesus – É, claro, também, um grande vencedor. Também ele foi alvo de críticas e ataques injustos. Agora é fácil elogiar Jesus. Mas ele teve a suprema qualidade da coragem, da força mental e da capacidade de sofrimento e trabalho. E isso só está ao alcance de poucos.
A equipa – Não se pode destacar ninguém. Todos eles foram enormes, gigantes e ficam na História eterna do Benfica.
A estrutura – O exemplo veio de cima e isso é uma grande vantagem. Mas a estrutura do Benfica, aquela que está mais perto do futebol e da SAD, relevou competência, profissionalismo e nervos de aço. É por aí que começam as vitórias.

O(s) derrotado(s)

Pinto da Costa – Ele ocupa todo o espaço dos derrotados. Não me cabe explicar porquê. Os portistas que julguem. Mas estou convencido que vai começar uma grande travessia do deserto.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

O Benfica a caminho de si próprio


Apenas 3 dias depois do título, parece que tudo já foi dito, escrito e visto. A mim, não me parece. De tudo o que li, vi e ouvi, retive, entre milhões de palavras ditas e escritas, uma frase, uma simples frase, que diz tudo. "O Benfica está a caminho de si próprio".
A autoria é de Leonor Pinhão, no jornal "A Bola". A síntese de tudo o que aconteceu é perfeita. É de uma inspiração luminosa. O Benfica a caminho de si próprio... Nem mais. Não sei quantos estiveram no Marquês, nem quantos saíram à rua em Portugal e no Mundo das comunidades portuguesas. Nem me interessa.
Não precisava desta prova de força, de gigantesca demonstração de alma e de mística para saber o que sempre soube, não há em Portugal, quiça no Mundo, referência desportiva mais apaixonante do que o Benfica.
Algures nos festejos, uma tarja dizia: "Uma instituição tão grande para um país tão pequeno". Penso interpretar bem o autor da frase se disser que ele não se está a referir ao tamanho físico, mas ao tamanho da determinação, da coragem, da vontade, do trabalho, da dedicação, da mística, da glória.
Nisso, o Benfica é um gigante sem paralelo. E para aqueles milhões e milhões de portugueses para quem os dias, as semanas, os meses são de chumbo, a alegria incomensurável de festejar este título é um acrescido regozijo para quem sabe que o Benfica pode, às vezes, não ganhar. Mas nunca perde...

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Elogios sem medo

A displicência com que a maior parte das vezes são feitos elogios ao Presidente do Benfica causa-me arrepios de incómodo. Nos jornais e nas televisões, comentadores e jornalistas mais ou menos encartados escrevem e fazem elogios a Luís Filipe Vieira, face à época que a equipa de futebol do Benfica, que me parecem tímidos e envergonhados.
Pelo contrário, Vieira merece os maiores elogios de toda a Nação benfiquista. O Presidente do Benfica merece que ninguém se demita de o elogiar em público de uma maneira clara e reconhecida. Não só por causa de equipa de futebol sénior, mas também do que os jovens da formação estão a obter, mas também por causa do que as modalidades estão a conseguir, mas também por causa do sucesso que é a Benfica TV, etc., etc. etc.
Não bastam elogios envergonhados, é preciso que quem fala e escreve no espaço público, seja em jornais, em televisões ou em blogs e nas redes sociais, seja benfiquista ou não, afirme sem medo das palavras que sem Luís Filipe Vieira o Benfica estaria condenado a uma existência mediana, humilhante para a sua História.
Esse é o trabalho de Vieira, que não o seu legado. O seu legado está longe de ser apurado e de ser avaliado no âmbito de toda a História do Benfica - 110 anos.
Escrevo-o há muito tempo e mantenho essa coerência: Luís Filipe Vieira é, provavelmente, o melhor Presidente da História do Benfica. Ganhe uma prova europeia de futebol, como pode acontecer já este ano na Liga Europa, e o "provavelmente" cai por terra. E, como estou em crer, isso acontecer, mais tarde ou mais cedo, bem podem começar a organizar concursos de ideias para perpetuar o nome do actual Presidente do Benfica. 

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Consagração de um gestor desportivo


Na véspera do Benfica alcançar as meias-finais da Liga Europa e a 4 dias de jogar em Aveiro, contra o Arouca, a sua 1ª final rumo ao título, é altura de colocar os pontos nos is. Faço-o agora porque, se é verdade que estamos quase lá, também é verdade que quando a festa se concretizar vão ser muitos a atirar os foguetes.
A questão é esta: quem acreditava, no início da época (já lá vão quase 10 meses) que Jorge Jesus iria levar a equipa a este desempenho? Muito poucos ou, se calhar, ninguém. Ninguém? Minto.
Naquela tarde de calor de 26 de maio, quando no final da Taça de Portugal entre o Benfica e o Vitória de Guimarães, Cardozo teve uma atitude irreflectida para com Jorge Jesus, apenas uma pessoa, naquele mar vermelho lavado em desespero, teve nervos de aço: Luís Filipe Vieira.
Era fácil ao Presidente do Benfica, face ao descalabro da época e ao desaguisado público entre Cardozo e Jorge Jesus optar pelo caminho mais fácil e, das duas uma: ou despedir Jorge Jesus ou afastar Óscar Cardozo, através de uma transferência para o estrangeiro.
A primeira opção era aquela que a esmagadora maioria dos benfiquistas queria: a cabeça de Jorge Jesus. Hoje está provado que mantendo Jorge Jesus e gerindo com grande sabedoria a situação de Óscar Cardozo, Vieira salvou a época 2013/2014 do Benfica e deve ser hoje considerado o principal responsável por esta época que, tudo indica, será histórica.
No final daquela tarde no Estádio Nacional, a 26 de maio de 2013, na tribuna do Jamor, Luís Filipe Vieira era um homem abatido e reflexivo, mas nunca desesperado. Ele sabia que tinha assistido a um final de época de pesadelo, mas tinha de manter a serenidade.
Milhões de benfiquistas anónimos, comentadores encartados e jornalistas de serviço pediam a cabeça de Jesus, mas Vieira nunca esqueceu a decisão tomada em relação a Fernando Santos. Um homem que toma milhares de decisões diárias está sujeito a alguns erros, mas para Vieira os erros servem para nunca mais se cometerem.
Jesus ficou. E quanto a Cardozo, Vieira nunca se deixou influenciar pelas pressões dos jornais sobre o “timing” para resolver a situação do paraguaio. O certo é que Tacuara, apesar das lesões, está bem e recomenda-se, como o provou contra o Rio Ave. Luís Filipe Vieira, que todos gabam como um grande gestor financeiro, provou que também é um grande gestor desportivo.

segunda-feira, 31 de março de 2014

Benfica "italiano"


O Benfica deu ontem em Braga um passo decisivo para o título de campeão (0-1). O jogo foi paradigmático do que tem sido o Benfica desta época, no plano táctico e mental. Há muitas jornadas que tenho ouvido as mais inusitadas opiniões sobre a forma como agora joga o Benfica: pragmático, controlador, uma espécie de tiki taka à moda nacional, eficaz na gestão do esforço, etc.
Mas ainda ninguém disse o essencial: este Benfica joga à italiana (lembrem-se de Trapattoni). É um Benfica cínico e frio, cerebral e calculista. O mais curioso é que Jorge Jesus, um apaixonado da escola holandesa, e isso viu-se nos anos anteriores, com as cavalgadas em direcção à baliza contrária, foi inteligente o suficiente para ter feito uma alteração de monta na sua forma de pensar o jogo.
O Benfica deixou de jogar à holandesa e passou a jogar à italiana. É menos belo e atraente mas é mais eficaz e com maiores probabilidades de sucesso interno e externo. A interrogação que agora se coloca é se Jorge Jesus na próxima época vai regressar ao velho e belo estilo holandês, onde o futebol é uma cavalgada atacante cheio de notas artísticas, tão do seu agrado; ou vai manter este futebol feio, chato mas de uma eficácia demolidora. Eu cá por mim já decidi: prefiro o horrível futebol à italiana mas repleto de títulos, do que o belo futebol holandês mas com grandes probabilidades de morrer na praia.

sexta-feira, 28 de março de 2014

O complexo de inferioridade do fcporto

O fcporto - Benfica da passada quarta-feira tem muito que se lhe diga. Dentro e fora do relvado. Dentro, a rotatividade de Jorge Jesus não merece reparos. Jogadores como Cardozo, Suleimani, Salvio, Ruben Amorim ou Sílvio (mesmo Artur), não são primeirissimas escolhas e, por isso, necessitam de jogos e minutos.
Podem sempre dizer-me: mas contra o fcporto!? Não vejo porque não. A meia-final é a duas mãos. O jogo foi fraco. Está tudo em aberto para a Luz. Tenho, aliás, uma tese em que defendo, já há muito tempo, o complexo de inferioridade do fcporto (e do sporting) em relação ao Benfica.
Dois exemplos desse complexo de inferioridade são os cânticos insultuosos contra o Benfica que os adeptos portistas utilizam para festejarem as suas vitórias ou para se fazerem ouvir em jogos onde nem sequer o Benfica participar e o espaço nobre que foi destinado a kelvin no museu do fcporto.
O jogo de quarta-feira foi mais um flagrante exemplo desta inferioridade. O Benfica geriu o plantel de acordo com o seu calendário, o fcporto com um jogo complicado na Madeira contra o Nacional (quando ainda ambiciona alcançar o sporting) e logo a seguir contra o Sevilha para os quartos de final de Liga Europa, apostou tudo contra o Benfica. Porquê? Porque era o ... Benfica!
Os que defendem que o Benfica devia ter entrado na máxima força para, de uma vez, subjugar o fcporto em sua casa, quando, aparentemente, este está mais fragilizado, desconhecem a natureza do Benfica.
O fcporto (e o sporting), pelo contrário, apostam todas as fichas no(s) jogo(s) contra o Benfica. Então se a época está má, a vitória sobre o Glorioso vale bem uma missa. No Benfica sempre se pensou mais alto e mais longe.
O Benfica entra para ganhar em todos os jogos e encara todos os adversários por igual. Quem aposta uma época no jogo contra o Benfica são o sporting e o fcporto. Para esses sim, a vitória sobre o Benfica vale bem uma época. É o tal complexo de inferioridade.
Fora do campo, a rábula dos abraços entre Pinto da Costa e Jorge Jesus é risível. Aliás, eu que até nem sou supersticioso, vejo nisto um sinal premonitório. A última vez em que PC e JJ se cruzaram e se cumprimentaram com agrado (como foi noticiado) foi em 2009/2010, na primeira época de JJ no Benfica. Na ocasião, ia a época a meio, estavam ambos a assistir a uma palestra de Manuel Sérgio. O resultado final foi: Benfica campeão!

segunda-feira, 24 de março de 2014

Jesus e a resposta a este blog

Jorge Jesus, involutária ou voluntariamente, resolveu responder a um post colocado neste blog na passada sexta-feira.
O treinador do Benfica disse, na antevisão do jogo com a Académica, (ontem, vitória por 3 - 0), que não tinha sido a ausência de Fejsa contra o Nacional e o Tottenham, a responsável pelo Benfica ter sofrido 4 golos nesses 2 jogos, quando nos 10 ou 11 anteriores tinha sofrido apenas 1.
Jesus disse que era o modelo defensivo, a sua ideia de jogo, que era responsável pela coesão defensiva do Benfica. No meu texto, tinha defendido que Fejsa era muito importante e dava como exemplo a sua ausência em jogos em que o Benfica tinha sofrido mais golos do que na dezena de jogos anteriores. Coincidência? Talvez.
Eu julgo que consigo interpretar as palavras de Jesus. E concordo com ele. Não é a ausência de um jogador que faz abalar o castelo quase inexpugnável de uma equipa. A consistência defensiva de uma equipa é trabalho do seu treinador. Nenhuma dúvida.
Mas, será que Fejsa não interpreta melhor o modelo defensivo construído por Jorge Jesus do que qualquer outro jogador do plantel, Rúben Amorim incluído? Eu acho que sim, e o jogo de ontem contra a Académica veio prová-lo mais uma vez.

sexta-feira, 21 de março de 2014

A importância de Fejsa

Nos últimos dois jogos, Nacional para a Liga e Tottenham, ontem na Luz, para a Liga Europa, o Benfica sofreu 4 golos, quando nos últimos 11 ou 12 tinha sofrido apenas 1 (tirando, obviamente, o jogo em White Park Lane, em que sofremos 1 golo de livre). A explicação na está na rotatividade que Jorge Jesus tem vindo a fazer, tendo em conta o exigente calendário de jogos e sempre com vista privilegiada para o título.
A explicação também não está na maior exigência dos adversários. O Nacional é uma das melhores equipas portuguesas, jogava em casa, e o Tottenham é uma das melhores equipas inglesas, o que quer dizer, sempre de tracção à frente.
A explicação também não está no abaixamento de forma dos homens mais recuados. A dupla de centrais, Luisão e Garay, até está a revelar-se, também, de uma enorme eficácia ofensiva, e Sílvio, tanto à esquerda como à direita, tem cumprido bem; Maxi e Siqueira são valores seguros.
Então, onde está a explicação. Simples: na ausência de Fejsa. O sérvio, um jogador pouco mediático, tem vindo a fazer o seu caminho, um caminho de empenhamento, profissionalismo, rigor e muita competência. Se Matic fez esquecer Javi Garcia, estou certo que Fejsa, mais semana menos semana, fará esquecer Matic. E para o que resta de temporada, Fejsa vai ser essencial. Vão por mim!

quarta-feira, 12 de março de 2014

Qual o "crime" de Mário Figueiredo?

Na passada semana, Fátima (sim, Fátima!!!) juntou os presidentes dos clubes de futebol profissional. A ideia, segundo me pareceu, era discutir questões para reformar o futebol português, dar-lhe mais credibilidade e transparência.
Mas depressa descambou numa tentativa de golpe de estado para destituir o presidente da Liga, Mário Figueiredo. No final da reunião, que eu saiba, não houve comunicado oficial, nem se percebeu muito bem o que lá se passou.
O que eu sei, porque vi e ouvi, foi que o Presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, se veio embora antes da reunião terminar, e disse aos jornalistas que "não valia a pena falar do que se tinha passado lá dentro (na reunião)".
Luís Filipe Vieira foi certeiro e tem toda a razão. Mais, Vieira fez muito bem em ter abandonado o local, porque, como diz o povo, "quem não se sente não é filho de boa gente" e "diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és". No dia seguinte, com os relatos vindos na comunicação social, mais valor tiveram as palavras de Luís Filipe Vieira.
E aqui, cabe-me perguntar: o que fez Mário Figueiredo, presidente da Liga, de tão criminoso para esta sanha persecutória contra ele da parte de alguns clubes? Não conheço pessoalmente Mário Figueiredo, nunca falei com ele, nem sabia da sua existência antes de ser candidato à liderança da Liga. Apenas sou amigo do João Tocha, o seu assessor para a comunicação, e nesta área, Mário Figueiredo está bem acompanhado por um profissional competente e exemplar.
Fico sempre de pé atrás quando alguns clubes, nomeadamente a Norte, atacam de forma feroz e brutal alguém. Para mim, é sinal de que esse alguém está a mexer com interesses instalados e com cumplicidades que mantiveram o futebol português arredado da verdade desportiva nas últimas décadas.
Não conheço em pormenor o trabalho que Mário Figueiredo está a desenvolver, mas não deve estar a fazer tudo mal e, de certeza, está a fazer muitas coisas bem feitas. Reformar o futebol português é uma tarefa difícil e impossível de fazer contra os clubes, principalmente os grandes clubes.
Mas é tempo de virar esta página. Luís Filipe Vieira começou este combate há vários anos, com resultados palpáveis, e não tem desistido de ver a verdade desportiva completamente implementada no futebol português. Mário Figueiredo pode ser um bom soldado nesta guerra. E só por isso tem a minha simpatia...

terça-feira, 4 de março de 2014

Parvos é que não somos


Relembremos. Na jornada 1, depois de um jogo miserável na Madeira contra o Marítimo, e com o resultado em 2-1, penálti claro sobre Lima no último minuto, não marcado.
Jornada 3, em Alvalade. Golo do sporting em fora-de-jogo e um penálti claro sobre Cardozo (garrote de Maurício), lembram-se?
Jornada 6, contra o Belenenses na Luz. O golo do Belém é um fora-de-jogo escandaloso. E ficaram no bolso do árbitro mais 2 pontos que deviam ser nossos.
Jornada 12, contra o Arouca na Luz. Um empate num jogo miserável, mas mais um penálti para marcar a nosso favor.
Jornada 17, contra o Gil em Barcelos. Uma expulsão forçada de Siqueira e uma expulsão perdoada a um jogador do Gil Vicente. Mais 2 pontos a voar (apesar do penálti a nosso favor ter sido também forçado, mas o falhanço equilibrou as coisas).
E agora, Belém. Um jogo em que dominamos totalmente o Belenenses no Restelo. Os azuis, que eu me lembre, apenas fizeram um remate com a direcção da baliza - o que entrou mas não foi validado (bem invalidado, digo eu, porque claramente Fredy perturbou a acção de Oblak).
E eis que cai o Carmo e a Trindade. Aqui d´El Rey! Escândalo que o Benfica foi beneficiado!!!
Os benfiquistas que estejam alerta e não se deixem enganar. Vai ser assim até ao fim do campeonato. Um lançamento lateral mal marcado a nosso favor e vai ser um ai Jesus! O José Guilherme Aguiar disse na SIC Notícias que temos de deixar de vestir as vestes de moralistas.
Pelo contrário, quem tem de deixar de vestir essas vestes são todos aqueles que ignoraram o Apito Dourado e fizeram vista grossa e ouvidos moucos aos escândalos da arbitragem que favoreceram o Fcporto nestes últimos 30 anos. Não nos façam passar por parvos

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

A memória não se apaga

Os últimos tempos têm sido amargos e doces. Amargos porque em poucas semanas, talvez os dois maiores símbolos do Benfica - Eusébio e Coluna - se juntaram no Olimpo, onde só os deuses podem conviver entre si. Doces porque a equipa de futebol profissional ( e muitas modalidades) tem dado provas de que está preparada para nos dar grandes alegrias no final da época. 
É, por isso, com um sentimento misto de alegria e tristeza que escrevo este texto. Tinha-o preparado na minha cabeça para falar sobre a nossa liderança confortável na liga de futebol e para falar sobre a nossa muito provável passagem aos oitavos de final da Liga Europa. 
E, pelo meio, não ia esquecer as brilhantes prestações que as nossas equipas das modalidades têm apresentado nesta época, do voleibol ao basquetebol, mesmo o andebol e o hóquei (não fora aquela vergonhosa arbitragem em Valongo e éramos líderes).
Acresce que, na formação, as nossas selecções nacionais têm contado com fornadas cada vez mais alargadas de jovens jogadores benfiquistas formados no Centro de Estágio do Seixal. Tinha pensado tudo isto e, de repente, ficamos sem o nosso Monstro Sagrado, o nosso Mário Coluna.
Ficamos sem ele fisicamente, por ele nunca se apagará da nossa memória. E é mesmo disso que quero agora falar: da nossa memória. Hoje é fácil falar da nossa memória gloriosa, dos nossos maiores, daqueles que foram e são imortais.
Mas, eu lembro-me bem, há 20 e mais anos Eusébio estava por favor no Benfica, Coluna nem se sabia bem por onde andava, José Augusto parecia ter desaparecido, Simões andava pelos Estados Unidos e fora da nossa órbita, Jaime Graça, já poucos sabiam o nome, etc., etc., etc.
Esta é que é a verdade pura e dura. Dói? Dói muito dizer e escrever isto, mas a realidade era esta. E, como em tudo na vida, o exemplo vem de cima. Tivemos grandes presidentes e grandes dirigentes, mas nem todos souberam honrar a nossa História, aquilo que nos fez grandes e que nos continua a fazer grandes.
Luís Filipe Vieira recuperou financeiramente o Benfica, credibilizou o Benfica, fez uma obra notável ao nível das infraestruturas e na recuperação da nossa pujança desportiva e eclética, mas, para mim, uma das suas mais brilhantes e estratégicas decisões foi o de apoiar, ajudar e dar o devido reconhecimento público às antigas glórias do Benfica.
Talvez nem mesmo ele, o Presidente do Benfica, tenha a noção da vital e estrutural importância dessa sua decisão. Com Vieira, Eusébio e Coluna passaram a ter o lugar único que sempre mereceram ocupar. Com Vieira, Simões e José Augusto são figuras visíveis na vida actual do Benfica e na sua representação externa. Com Vieira, Jaime Graça passou os seus últimos anos de vida com grande dignidade. E podia ir por aí fora.
Hoje, é com muita emoção que quando a televisão foca a tribunal presidencial do Estádio da Luz, ali se podem ver muitas antigas glórias do Benfica. Preservar a memória daqueles que nos fizeram grandes é um sinal de carácter. Cuidar e proteger a dignidade de muitas antigas glórias felizmente vivas, é um acto de nobreza. Luís Filipe Vieira tem esse perfil.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

O que quis dizer Vieira

Há uns anos atrás, Luís Filipe Vieira proferiu uma frase que ainda hoje faz correr alguma tinta. A frase é um dos tiros mais certeiros do futebol português, mas como em Portugal estamos habituados a nunca ver o essencial e a olhar o acessório, a declaração de Vieira foi adulterada, tirada do contexto, usada para os mais variados fins.
Passados estes anos, é cada vez mais claro que o Presidente do Benfica tinha razão na altura e tudo o que se passou desde então veio reforçar essa razão. Então o que disse Vieira? Cito de memória: é mais importante estar nos lugares certos do futebol português do que ter bons jogadores.
Quase que caía o Carmo e a Trindade. Mas, poucos perceberam a ironia das palavras de Luís Filipe Vieira. O líder da Luz, pouco dado a ambiguidades e jogos de palavras, não contou com as adulterações e mentiras que foram ditas sobre esta frase. 
Na verdade, na esmagadora maioria dos últimos 30 anos, para quem dominou o futebol português foi mais importante ter as pessoas certas nos órgãos desportivos do que bons jogadores. Lembrei-me disso ontem à noite quando ouvia Bruno de Carvalho a esbracejar no programa "O Dia Seguinte", da SIC Notícias, contra a chico-espertice do atraso do FCPorto contra o Marítimo para a Taça da Liga.
Bem pode Bruno de Carvalho gritar a plenos pulmões a sua razão, que a tem, porque enquanto o FCPorto ainda tiver os seus homens em lugares-chave será sempre muito difícil fazer cumprir regulamentos e fazer vingar a verdade desportiva.
Conclusão: o que Vieira disse fazia todo o sentido e o "sistema" percebeu bem a mensagem. Por isso é que os porta-vozes desse sistema vieram logo a terreiro tentar distorcer as palavras do Presidente do Benfica. Bruno de Carvalho chegou há pouco tempo mas já está a sentir na pele porque é que para o FCPorto sempre foi mais importante ter os homens certos nos lugares certos do que investir em jogadores. Vieira percebeu-o primeiro que todos...

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

A liderança e o mercado

Enquanto Bruno de Carvalho tapa a cara com as mãos, numa daquelas imagens que valem mais que mil palavras e não escondem o desespero (pois, o banco - de suplentes - pode ser um purgatório a caminho do inferno), Pinto da Costa parece apostado em destruir em pouco tempo a aura de infalibilidade que conseguiu ganhar em mais de 30 anos de consulado.
O presidente do sporting arrisca cair num poço sem fundo, agora que o estado de graça parece estar a esvaziar. O golpe fatal numa política de formação com tradições em Alvalade foi dado neste mercado de Inverno, numa altura em que as pressões para lutar pelo título começaram a chegar em dose cavalar.
Leonardo Jardim não deve ter gostado da chegada de estrangeiros com escola feita e feitio variável, e a resposta do treinador do sporting ao seu presidente foi dada no escalonamento da equipa contra a Académica.
Em vez de Capel e/ou Carrillo, Jardim lançou Carlos Mané, como que a dizer que o egípcio será 3ª ou 4ª opção. Já se percebiam algumas divergências de discurso entre Jardim e Bruno, mas a tragicomédia de Alvalade não prenuncia nada de bom.
Mais a norte, Pinto da Costa reuniu uma noite inteira com empresários de jogadores importantes, como Fernando e Otamendi. O fumo que saiu foi muito negro. E continuou a ser negro no fim de semana, com uma viagem à Madeira, tudo menos paradisíaca.
O papa já não é o que era e Fernando, um antigo na casa, já o percebeu há muito. Ao recusar-se a renovar e ao assinar nas costa de PC com o Manchester City, Fernando pode ter sido o primeiro a dar um grito do Ipiranga. Ou muito me engano ou outros se seguirão.
Na Luz, longe dos holofotes e das páginas dos jornais, Luís Filipe Vieira burilou os melhores negócios do mercado de Inverno. A genialidade negocial que demonstrou permitiu-lhe juntar o útil ao agradável. Um encaixe de 70 milhões de euros, sem descurar o desempenho desportivo.
A equipa vai à frente isolada. Ao contrário dos adversários mais directos, as movimentações de mercado não afectaram a tranquilidade dos jogadores, nem a estabilidade interna. Dizem que isto tem tudo a ver com liderança. E não é que tem?

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Os reforços que valem...


A pouco mais de 2 dias do fecho do mercado de Janeiro, o Benfica tem razões para estar satisfeito e para sorrir. A venda de Matic, a preços relevantes nas actuais condições de mercado, não trouxe problemas desportivos.
É certo que ainda é cedo para avaliar a dimensão das saudades que Matic vai deixar, mas se forem iguais às que deixou Javi Garcia, estamos conversados.
A eventual saída de André Gomes por 15 milhões é um negócio das arábias. Como se costuma dizer, é tudo lucro. Não porque André Gomes não seja um bom jogador, mas porque os adivinhos sobre aquilo que o jogador vai ser no futuro não servem para estar no futebol mas sim no circo.
Depois, surgem informações de que Salvio está a pouco mais de um mês de regressar. Ou seja, um dos mais influentes jogadores da última época prepara-se para aparecer no momento mais crucial da temporada.
E mais: Cardozo parece estar também completamente recuperado e já deve integrar os convocados para Barcelos, sábado contra o Gil Vicente.
Dois reforços de top, a custo zero. Se isto não nos faz felizes...!!!

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Os media, os comentadores e a Benfica TV

O Benfica assinou recentemente mais novos contratos de profissional com jovens da formação. Na ocasião, o Presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, disse uma coisa acertada: "A nossa estratégia passa pelo Seixal". 
O sporting enche a boca com a formação, mas eu ainda não vi passar das palavras aos actos, como vejo no Benfica. Dizem-me, ah mas eles têm muitos jovens na equipa A vindos da formação. E eu digo, ah mas eles na última década não foram uma vez à Champions; ah, mas eles venderam ao desbarato jovens jogadores como CR, Figo, Simão, Carriço, Diogo Salomão, e a lista não tem fim.
Do fcporto é o que se sabe, nem palavras nem actos, a formação é assim uma espécie de Gulag, que os negócios lá é que falam mais alto. O meu problema é só um: porque é que se faz um manto de silêncio sobre a formação do Benfica e se enchem programas a elogiar a formação do sporting?
Porque é que não se diz esta verdade nua e crua?: o Benfica é quem melhor trabalha na formação e o Presidente do Benfica é quem mais tem acarinhado a formação, com palavras e actos... De quem é a culpa? 
Não é, de certeza, da estrutura do Benfica, cujo trabalho ao nível da formação é exemplar; não é do Presidente do Benfica, que tem agitado a bandeira da formação como nenhum outro o fez em Portugal. A culpa é de alguns poucos benfiquistas com espaço público nos jornais, televisões e redes sociais, que só se preocupam a dizer mal, mas nunca são capazes de elogiar quando as coisas são bem feitas.
Não podemos exigir que o resto da comunicação social fale bem de nós, quando alguns "notáveis" nossos não sabem promover o que temos de melhor, e a formação é uma dessas áreas. Se isso é assim, nem gostava de imaginar o que seria se o Presidente do Benfica não tivesse tido a visão estratégica de criar a Benfica TV.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

bruno chega tarde

O sporting, através do seu presidente, bruno de carvalho, veio apresentar um documento recheado de propostas para mudar (para melhor, supõe-se) o futebol português. O documento foi colocado à apreciação dos clubes da I e II Liga e teve muita participação. O palco do debate (se é que houve debate) foi o estádio de alvalade. 
O Benfica esteve presente. Lamento-o. Não porque não se devam discutir as propostas de quem quer que seja para melhorar o futebol português, mas porque o sítio para as discutir teria que ser a Liga ou um lugar neutro, a sala de um hotel, por exemplo.
Aliás, o sporting, o seu actual presidente e a sua actual direcção têm a memória curta. É natural, ainda estão a dar os primeiros passos. Na verdade, o sporting chega tarde e a más horas a esta discussão. Há alguns anos atrás, Dias da Cunha, então presidente do sporting, juntou-se a Luís Filipe Vieira, já Presidente do Benfica, para lutar pela transparência e pela verdade desportiva no futebol português.
O documento então subscrito por Luís Filipe Vieira e Dias da Cunha já continha muitas das propostas que agora bruno de carvalho colocou no papel (ou alguém colocou por ele). Se procurasse bem nas gavetas de alvalade, talvez encontrasse o documento subscrito por Luís Filipe Vieira e Dias da Cunha e teria perdido menos tempo.
No fundo, o que bruno de carvalho quer é mais uns minutos de palco e de televisão. Quer ganhar estatuto e respeitabilidade. No pós-Dias da Cunha, quando era difícil lutar pela verdade desportiva, só Luís Filipe Vieira dava o corpo às balas. Olhava-se em volta e do sporting nada, zero...
Aliás, ainda estou à espera de ouvir bruno de carvalho falar sobre o apito dourado, mas parece que vou ter de esperar sentado. Quanto ao Benfica, espero que da próxima vez imponha que o debate se faça ou na liga ou em sítio neutro. É uma questão de critério...

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Os profetas da desgraça

3 de setembro de 2012 – o campeonato dava os primeiros passos, é certo, mas, quando nada o fazia prever, Axel Witsel, que se tinha tornado uma espécie de menino bonito do Terceiro Anel, dizia adeus à Luz, no último dia de mercado (para a Rússia, o Zenit).
No último dia de agosto, ou seja, 3 dias antes, - o último dia de mercado literalmente, exceptuando o campeonato russo, Javi Garcia, que se tinha transformado numa espécie de base indestrutível de um Benfica que se queria campeão, saía para o Manchester City.
Os que gostam de basquetebol sabem bem o que é um “base” numa equipa. É “soul and heart”. Era isso que era Javi Garcia.
Os que gostam de voleibol sabem o que é um “distribuidor”. É o “core business” de uma equipa, em se tratando de uma “empresa”. Era isso que era Axel Witsel.
Foi o que aconteceu ao Benfica, há 1 ano e 4 meses. Perdeu, de uma assentada, a “soul and the heart” e o “core business”. Perdeu a base, o pilar, o distribuidor, a matéria de que se fazem os sonhos.
O montante encaixado, 70 milhões de euros, justificava todas as areias introduzidas na engrenagem da máquina de futebol que era a equipa principal do Benfica, mas, o Terceiro Anel, intoxicado pelos profetas da desgraça dos jornais, das televisões e das redes sociais, previa um desastre desportivo de monta.
No final da época, sem Witsel e Javi, o Benfica tinha realizado uma das mais entusiasmantes performances desportivas dos últimos anos. Nada tinha ganho é certo. Mas todos sabemos o que foi a história, final da Liga Europa incluída.
É por isso que me rio com satisfação quando vejo o regresso dos mesmos profetas da desgraça, por causa da venda de Matic ao Chelsea. Se calhar os mesmos que disseram e escreveram que tínhamos enfiado um barrete quando o aceitamos na venda de David Luiz. Pois que seja muito feliz Matic. Outros o farão esquecer, mais dia menos dia…

Post-Scriptum: mais 2 profetas da desgraça: Ribeiro Cristóvão e Jorge Batista, comentadores da SIC Notícias. Os dois resolveram zurzir em Jorge Jesus porque fez entrar Ivan Cavaleiro e André Gomes, já o jogo com o Marítimo caminhava para os últimos suspiros. “Isto não se faz a ninguém”, indignaram-se. Pouco tempo antes, José Mourinho tinha feito o mesmo a Matic, no jogo contra o Manchester United. Enfim,  critérios…

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

A hora boa

O jogo, os golos, a homenagem a Eusébio. Foi tudo bom e tudo bem feito. Ontem, na Luz, foi um dia grandioso. Repugna-me, por isso, aqueles que se deleitam com os fait divers para atirar pedras a esta Direcção do Benfica - digo mais: a este Presidente do Benfica.
É extraordinário que alguns que nas redes sociais (e alguns que têm responsabilidades naquilo que escrevem porque já foram candidatos às eleições no Benfica) nada digam sobre a vitória sobre o FCPorto (2-0), mas gastem o seu tempo a criticar o facto do Benfica ter protegido a estátua de Eusébio com uma estrutura envidraçada.
O Benfica é muito grande para ter no seu seio mesmo aqueles que só estão disponíveis para criticar, nunca para ajudar ou apoiar. Esta Direcção do Benfica, principalmente o seu Presidente, merece todo o apoio, não nas alturas fáceis, das grandes vitórias (aí é fácil dizer bem de Luís Filipe Vieira, como fazem alguns que passam o ano todo a criticá-lo), mas merece esse apoio nas alturas difíceis, quando a bola bate no poste e não entra ou quando não é marcado um penálti claro a nosso favor.
Aí, aqueles que só gostam de dizer mal, não se lembram do que Vieira já fez e continua a fazer pelo Benfica, e tratam de o acusar de tudo. Temos de ter paciência e compaixão para com estes benfiquistas, porque eles também são o Benfica, mas devemos avisá-los de que não precisamos em nossa casa de quem faça o jogo dos adversários.
Ontem ganhamos. É tempo de bater palmas à equipa, ao treinador e ao Presidente. Mas amanhã, quando não ganharmos é que é preciso estar a dar apoio àqueles que quando o clube estava na bancarrota souberam colocá-lo outra vez na linha da frente do futebol europeu. Os benfiquistas sabem ser gratos nas vitórias e solidários quando as coisas correm menos bem. 

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

O Presidente e o Rei

As réplicas mediáticas do desaparecimento de Eusébio da Silva Ferreira ainda se fazem sentir, quase uma semana depois da infausta notícia.
Às vezes é preciso deixar assentar a poeira para ver melhor a paisagem. É isso que agora estou a fazer. Escrever apenas quando tudo já parece ter sido dito. É uma vantagem, mas também um perigo, dado que corremos o risco de repetir aquilo que já foi mil vezes dito.
Prefiro correr esse risco a ter de soçobrar à histeria do momento.
Tinha de deixar esta nota sobre Eusébio.
E faço meus todos os adjectivos que ao longo destes dias foram sendo ditos e escritos.
Mas quero sublinhar uma questão que não vi nem ouvi devidamente acentuada.
Mesmo o próprio Eusébio teve alguns baixos ao longo da sua vida desportiva.
E alguns desses baixos tiveram origem no seio do próprio Benfica e na maneira como muitos responsáveis de então não souberam ou não quiseram dignificar o papel do Pantera Negra na História do Benfica.
Costuma-se dizer que depois de morto todos somos "homens bons". Mas, se calhar, o mais importante é saber reconhecer isso em vida. Quase nunca é assim.
No caso de Eusébio, muitas vezes o Benfica não agiu assim.
E é preciso dizê-lo, por ser de inteira justiça e corresponder à verdade, que só com a chegada de Luís Filipe Vieira (e Manuel Vilarinho) ao Benfica é que Eusébio voltou a ter honras de Rei. E isso é importante que fique dito e escrito.
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