Fico sempre de pé atrás quando alguns clubes, nomeadamente a Norte, atacam de forma feroz e brutal alguém. Para mim, é sinal de que esse alguém está a mexer com interesses instalados e com cumplicidades que mantiveram o futebol português arredado da verdade desportiva nas últimas décadas.
quarta-feira, 12 de março de 2014
Qual o "crime" de Mário Figueiredo?
Fico sempre de pé atrás quando alguns clubes, nomeadamente a Norte, atacam de forma feroz e brutal alguém. Para mim, é sinal de que esse alguém está a mexer com interesses instalados e com cumplicidades que mantiveram o futebol português arredado da verdade desportiva nas últimas décadas.
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
Queda, não! Quebra, sim!
sábado, 23 de maio de 2009
É tempo de emalar a trouxa e zarpar

A nota principal foi que os adeptos, mais uma vez, marcaram presença. Quase 31 mil na Luz, num jogo que já nada acrescentava à classificação final.
Ainda não é a altura de fazer o balanço, mas fica esta nota: o Benfica perdeu 7 pontos com as duas equipas que foram despromovidas: Belenenses e Trofense. Hoje, Quique fez regressar Maxi ao seu lugar durante toda a época (em Braga o uruguaio começou como médio defensivo), e que jogão fez!!!
A linha defensiva não teve surpresas, com Luisão no lugar de Miguel Vítor; o meio-campo viu regressar Carlos Martins, em detrimento de Ruben Amorim, castigado; e Urreta substituiu Reyes; e apareceu, de novo, Pablo Aimar, no apoio a Óscar Cardozo.
Aliás, uma das principais curiosidades deste jogo era saber se Tacuara conseguia o seu primeiro hat-trick, ascendendo assim à liderança da Bola de Prata e alimentado a esperança de poder suceder a Rui Águas como vencedor benfiquista do troféu, já lá vão 14 anos.
O que se pode dizer sobre este aspecto é que a equipa falhou rotundamente. Não por culpa de Cardozo, que ainda na primeira parte, e com o Belenenses a jogar com 11, deu o melhor seguimento a um cruzamento perfeito de Maxi Pereira. Também não foi por culpa dos alas, Urreta na direita e Di Maria na esquerda, que conjuntamente com Jorge Ribeiro, tentaram, através de centros atrás de centros, municiar, embora nem sempre da melhor maneira, Óscar Cardozo.
O problema centrou-se, mais uma vez, na lentidão com que o Benfica processou o seu jogo. Mesmo a jogar contra 10, depois da justa expulsão de Saulo por agressão a Di Maria, o Benfica foi incapaz de jogar mais rápido e fazer mais golos.
É incompreensível, nesta situação a manutenção de um duplo pivot no meio-campo (Katsouranis/Carlos Martins; Katsouranis/Fellipe Bastos). Como foi incompreensível a entrada tardia de Pedro Mantorras para o lugar de Aimar, quando há muito se percebia que o argentino estava fora do jogo, sem força física e sem força mental.
Um palavra para sublinhar mais um golão de Mantorras. Que o próximo treinador do Benfica saiba aproveitar melhor todas as potencialidades do fantástico goleador angolano, que mesmo com algumas limitações merece muito mais.
Quique despediu-se da Luz? O seu comportamento final leva a crer que sim. O treinador espanhol que, quando chegou à Luz disse que o seu modelo era Mourinho, fez questão de pedir aos adeptos que levantassem a cabeça, mimetizando a atitude do treinador português dirigindo-se aos adeptos do Chelsea, depois de uma derrota.
Caiu o pano sobre a Liga. Os próximos dias são de balanço e de reflexão. Esta época trouxe muitos ensinamentos e muitas lições. Há erros que não se podem cometer no futuro. Foto em www.slbenfica.pt
Ficha do jogo
Benfica – 3; Belenenses – 1
Estádio da Luz (Lisboa)
Árbitro: Cosme Machado (AF Braga)
Benfica: Moreira; Maxi, Sidnei, Luisão e Jorge Ribeiro; Katsouranis, Carlos Martins, Di Maria, Urreta; Aimar, Cardozo.
Golos: Cardozo, Fellipe Bastos, Mantorras
domingo, 10 de maio de 2009
À espera do 13 de Maio
Benfica – 2; Trofense – 2 (28º Jornada). A próxima época do Benfica tem de começar hoje, 10 de Maio de 2009. A 3 dias da emblemática reunião de católicos em Fátima, para celebrar um milagre, o Benfica precisa também de preparar o seu 13 de Maio.
Quique disse que o seu sucesso é invisível, por isso, certamente não será ele a ter a desejada visão do milagre. Espera-se que o Presidente do Benfica e o Director Desportivo possam ser iluminados por uma visão divina e encontrem a Luz ao fundo do túnel.
É por isso que hoje mais que nunca é preciso um regresso a casa. Um regresso às origens. O mercado português deve ser o privilegiado para a próxima época. Espalhados por aí estão jogadores de classe, de garra, de talento, de amor à camisola.
Os problemas estão identificados. As lacunas estão identificadas. Os fracassos estão identificados. Rui Costa teve o seu ano zero. Estou certo que aprendeu muito, mais do que julgava poder aprender em tão pouco espaço de tempo.
No ano 1 da sua era, os benfiquistas esperam que a experiência deste ano sirva para corrigir os erros cometidos. Alguns saltam à vista. O treinador foi um deles, mas a escolha de alguns jogadores também deixou a desejar.
Uma coisa os responsáveis benfiquistas podem ter por adquirido: os benfiquistas nunca faltarão com o seu apoio, com a sua presença, com a sua fé. E isso não é um milagre, é uma realidade bem visível. Façam-nos felizes, sff…
Post-Scriptum: Faço minhas as palavras do presidente do Sindicato dos Jogadores, Joaquim Evangelista: este campeonato é (foi) uma mentira. A escolha de um árbitro do Porto para arbitrar o jogo entre FC Porto – Nacional é mais uma brincadeira deste nosso futebol.
Artur Soares Dias até nem é dos piores, mas é falta de senso tê-lo colocado nesta situação. Se era para “queimar” um árbitro que podia ter uma boa carreira, então está bem. Soares Dias não conseguiu libertar-se da pressão e dos condicionalismos deste jogo e foi muito caseiro.
domingo, 3 de maio de 2009
Destruir depois de ler
Nacional - 3; Benfica - 1 (27ª Jornada da Liga). Já não há vontade para indignações. Já não há vontade para agitar lenços brancos. Já não há vontade para insultar ninguém, para pedir responsabilidades, para exigir pedidos de desculpa. Já não há vontade sequer para apontar o dedo a um árbitro que continua a fazer das suas, como este JS (mas somos nós que temos a culpa). Este torpor que parece instalado em milhares de benfiquistas é a pior das constatações. É um encolher de ombros, que admite como banais todas as derrotas.
Encontrar explicações para a derrota na Madeira frente ao Nacional é um exercício que obrigaria a reconhecer que aquele grupo de jogadores que envergaram a camisola do Benfica queriam mesmo ganhar. Ora, tenho dúvidas sobre essa vontade.
Afinal, é de vontade que se trata. Relativizemos as questões tácticas. Mandemos às malvas as conjecturas sobre quem deveria jogar. Do que se trata é de vontade. Vontade de ganhar. É uma questão de cabeça, de força mental.
Ficar a 2 pontos do sporting, a um passo das pré-eliminatórias da Liga dos Campeões não é suficientemente motivador para os jogadores do Benfica? A quem se pede agora responsabilidades? Isto é, se houvesse vontade de pedir responsabilidades…
O problema é conseguir responder eficazmente à pergunta: que fazer? Parece que tudo já se tentou, que todas as palavras já foram ditas, que todos os discursos já foram feitos. Na verdade, estamos em 3º lugar; no ano passado ficamos em 4º lugar. Assim NÃO…
Os que entendem que importa começar do zero estão enganados. Vamos começar do menos zero. O que nos salva é que nós somos o Benfica. Mas o tempo corre depressa e escoa-se. Como areia fina por entre os dedos.
Há quem já tenha a cabeça noutras paragens e há quem nos deveria ter posto os pés na Luz. Pedir mais é um eufemismo. Eu só quero pedir que nos devolvam o Benfica. E que não demorem muito a fazê-lo.
Post-Scriptum: Como protesto, recuso-me a escrever o nome de qualquer jogador do Benfica.
segunda-feira, 27 de abril de 2009
E se começasse agora?

Mas ainda estou para saber se foi obrigado à utilização do paraguaio devido à lesão de Suazo ou se alguém lhe fez ver (ou descobriu por si) que Tacuara é hoje em dia uma espécie de abono de família do Benfica.
Seja como for, só os burros é que não mudam. E pelo menos neste campo, Quique já mostrou que não é burro. O problema agora é outro. Como é possível que a equipa a ganhar por 3-0, frente a um dos adversários mais difícieis da Liga, adormeça a acabe o jogo com o credo na boca?
Será que depois de ter conseguido arrumar a equipa , vai ser preciso uma intervenção ao nível da força mental dos jogadores?
Esta foi a terceira vitória consecutiva, mas não conseguimos encurtar a diferença para os dois da frente. A quatro jornadas do fim, é preciso continuar a acreditar que tudo ainda é possível. Para já, com Cardozo de “pé quente”, é preciso estudar a melhor posição para Pablo Aimar – aquela onde o argentino renda mais e seja mais útil à equipa.
Parece claro que a sua colocação nas faixas, como mais uma vez aconteceu ontem, é um erro. Na próxima jornada, contra o Nacional da Madeira, no Funchal, talvez o jogo mais problemático até ao fim da época, é preciso entrar com ganas para alcançar o topo. Nós acreditamos! Foto: José Manuel Ribeiro (Reuters)
Ficha do jogo
Benfica – 3; Marítimo – 2
Estádio da Luz (Lisboa)
Árbitro: Rui Costa (AF Porto)
Benfica: Quim; Maxi, Sidnei, Miguel Vítor e David Luiz; Ruben Amorim; Carlos Martins, Pablo Aimar e Reyes; Nuno Gomes e Cardozo.
sábado, 7 de março de 2009
Um jogo de amigos

As boas relações de vizinhança são sempre algo de aplaudir e de estimular. Quando elas se baseiam numa sã convivência e têm a aprovação da comunidade.
Agora quando subjaz a esse entendimento situações menos claras, cumplicidades espúrias e interesses de ocasião, há que denunciar os arranjinhos e os pactos.
O Leixões – FC Porto de hoje à noite (1 - 4) tinha tudo para ser um dos jogos mais competitivos deste último terço do campeonato. Os de Matosinhos estão a fazer um campeonato exemplar, bem demonstrado na classificação que ocupam, o 4º lugar.
Para além disso, a equipa de José Mota fez a vida negra aos 3 grandes: ganhou ao FC Porto e ao Sporting, em casa destes, e empatou com o Benfica no Mar. O Leixões, e os seus jogadores, eram uma equipa respeitada e admirada, pela classe, pelo talento, pela garra.
O FC Porto, por seu lado, vinha de um jogo pouco conseguido contra o Sporting, estava desfalcado de alguns jogadores e, o jogo com o Atlético de Madrid da próxima terça-feira, da segunda-mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões, podia pesar no sub-consciente dos jogadores.
Consciente disto tudo, a máquina organizativa do FC Porto, uma espécie de Regisconta de alta tecnologia, começou a preparar bem cedo a ida ao Mar, crucial para o resto de temporada.
A poucos dias do jogo, ficou a saber-se que os jogadores do Leixões têm salários em atraso. Coincidência.
Depois, o jogo. O primeiro golo portista resultou de uma mão (?) de um jogador do Leixões dentro da área, tão esquisita, tão infantil, tão desnecessária. O árbitro não teve as dúvidas que todos, incluindo os insuspeitos comentadores da RTP tiveram e não hesitou em apontar a marca de grande penalidade. Coincidência.
Mais tarde, para que as coisas ficassem rapidamente resolvidas, um defesa do Leixões resolve no meio campo atrasar a bola de cabeça para o seu guarda-redes. O que resulta é uma primorosa assistência para Hulk fazer o segundo golo, completamente isolado, com Beto (sim, esse, o que se diz que vai para o FC Porto e é tido como o melhor guarda-redes do campeonato) estático. Coincidência.
Mais. O quarto golo do FC Porto resulta de um cabeceamento de Farias, que na pequena área recua um passo, quase não salta e, sem ninguém por perto, atira para o golo. Beto fica novamente estático. Coincidência.
A comédia não seria digna de um Óscar se não tivesse um momento burlesco. O golo do Leixões foi uma simpatia solidária de Helton para Beto, não vá alguém achar estranho o comportamento do guarda-redes do Leixões.
Rui Costa (raio de nome para um árbitro!) também estava compenetrado do seu papel, Não é que amarelou Hulk e Fernando, limpando-lhes a folha disciplinar quando o próximo adversário no Dragão é a Naval, e fez vista grossa a uma entrada a matar de Cissoko sobre Zé Manel? Isto é que é ter a lição bem estudada.
Por fim, cabe registar que o FC Porto fez 4 golos, a maior goleada do Leixões esta época, cuja defesa era a segunda menos batida do campeonato – não vá ser preciso recorrer ao goal-average para decidir o título. Não é tão bom ter amigos assim?
Post-Scriptum: Claro que os adeptos do Leixões não são tidos nem achados neste filme. Os leixonenses foram mais uma vez aguerridos, inconformados, transparentes. Mereciam mais e melhor de alguns dos seus ídolos.
Foto: Paulo Duarte (AP/Photo)
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
Unidos e solidários

Depois, as coisas equilibraram-se, mas apesar das escassas oportunidades de golo, a vantagem mínima era natural ao intervalo. Com a frente de ataque entregue a Cardozo, por impedimento físico de Suazo (e Ruben entrou para o meio também por impedimento disciplinar de Yebda), a segunda parte trouxe um Benfica mais retraído, menos autoritário, mas mesmo assim a dispor de boas oportunidades de golo, nomeadamente nos pés de Cardozo.
O Leixões tentava mas era pouco mais que inoperante. A defesa benfiquista chegava e sobrava para as encomendas, mas tenho de sublinhar a classe de Miguel Vítor, um jovem da cantera, que fez um grande jogo, seguro e imperial – mais um trunfo da formação a pegar de estaca.
Quique viu bem ao trocar Reyes por Nuno Gomes, conseguindo reagrupar as peças dentro do terreno, mas estava longe de imaginar que o azar ia bater à porta. Já a substituição de Ruben Amorim, ainda na primeira parte, é forçada por lesão do médio ex-belenenses, evitando um teste mais completo da sua dupla com o grego no meio-campo.
Mas o insólito ocorreu a cerca de 20 minutos do fim. Um lance normal provoca a lesão muscular de Carlos Martins e o Benfica fica a jogar com 10, quando pouco antes o Leixões consegue reduzir para 2-1.
Dois “murros” quando ainda faltava jogar muito tempo. Parecia que tudo ia ruir de um momento para o outro, mas a equipa mostrou uma solidariedade, uma energia, um companheirismo, uma entrega de enaltecer.
Para além disso, os benfiquistas presentes nas bancadas na regatearam o seu apoio, tornando-se não o 12º jogador, mas o 11º jogador. E, por fim, a garra demonstradas por Quique, como que querendo saltar para dentro do campo para ajudar os seus (e os nossos) foi um suplemento de alma que foi decisivo. Quique está de parabéns.
Vamos esperar agora pelo jogo de amanhã entre o FC Porto e o Sporting. Ou nos aproximamos do primeiro lugar ou nos distanciamos decisivamente do Sporting. Seja como for, cumprimos a nossa parte, com dedicação, profissionalismo, empenho e classe.
E quando assim é, tudo está bem. E tudo acaba bem. Foi uma prenda bonita a que os jogadores, o treinador e o público benfiquista quis dar ao Sport Lisboa e Benfica, que amanhã, com uma grande gala no Casino do Estoril, celebra os seus 105 anos. Parabéns Benfica! Foto: Nacho Doce (Reuters/Portugal)
Ficha do Jogo
Estádio da Luz (Lisboa)
Árbitro: Lucílio Batista (AF Setúbal)
Benfica: Moreira; Maxi, Luisão, Miguel Vítor e David Luiz; Reyes (Nuno Gomes), Ruben Amorim (Carlos Martins), Katsouranis e Di Maria (Balboa); Aimar e Cardozo.
Golos: Elvis (pb) e Nuno Gomes
domingo, 22 de fevereiro de 2009
Os pequenos detalhes

O abalroamento de Rochemback a Aimar, dentro da área leonina, após um lançamento da linha lateral de David Luiz que endossou a bola ao argentino, foi um pequeno detalhe pois o árbitro Olegário e o seu fiscal de linha fizeram vista grossa.
Mas podia ter sido um grande detalhe se como devia ter acontecido, o árbitro tivesse assinalado a grande penalidade como impõem as regras do jogo, e como o próprio Jorge Coroado sublinhou em análise na SIC Notícias. A história seria diferente e só aqueles que vivem de teorias hipócritas e eivadas de desonestidade intelectual podem escamotear esta realidade. Pobres de espírito.
Se Olegário ficasse por aqui, meu Deus, que evolução o árbitro leiriense apresentaria no seu desempenho! Mas não, o que não presta, não presta mesmo. E Olegário não presta. Como é possível Rochemback ter terminado a partida, depois de uma agressão a Aimar (bofetada na cara), uma outra a Maxi, por entrada por trás, e outra a Katso? Em compensação, distribuiu cartões amarelos a torto e a direito aos jogadores do Benfica.
Não me lembro de uma época tão desastrosa em termos de arbitragens. Ao nível das famosas épocas do “Apito Dourado”, onde nomes como José Pratas, José Guímaro, José Silvano, Carlos Calheiros, António Costa, Martins dos Santos, constituíam o quadro de árbitros da primeira categoria. O tempo parece querer voltar para trás.
Na sexta-feira, na Mata Real, o Paços de Ferreira foi prejudicado por uma arbitragem miserável de Jorge Sousa. O penálti que Olegário não viu sobre Aimar (a visão é o problema irresolúvel deste árbitro), Sousa viu bem demais na área do Paços – um corte limpo de um pacense, transformado em falta sobre Hulk, que dá o 0-2; e mais tarde, a anulação de um golo limpo ao Paços de Ferreira, evitando 10 minutos finais de sofrimento para o FC Porto.
Enfim, temos de viver com isto, mas o Benfica devia preparar-se melhor para responder a esta realidade perversa. E Quique devia abandonar um discurso politicamente correcto e fazer ouvir bem alto a nossa indignação.
No que diz respeito ao jogo propriamente dito, julgo que estava certo quando defendi que Quique devia ter inovado, lançando Cardozo, tendo o apoio de dois alas velozes, como Reyes e Di Maria, com grande propensão para os cruzamentos para a área. Neste esquema, Ruben Amorim devia surgir ao lado de Katsouranis, no meio, em detrimento de Yebda.
A 4 pontos do FC Porto e mantendo o segundo lugar, temos de ter calma. Faltam 11 jogos e tudo ainda está em aberto. Não nos podemos desunir internamente, e externamente temos de continuar a pugnar por um futebol mais limpo e mais credível. Força Benfica! Foto: Marcos Borga (Reuters/Portugal)
Ficha de jogo
Sporting – 3; Benfica 2
Estádio de Alvalade (Lisboa)
Árbitro: Olegário Benquerença (AF Leiria)
Benfica – Moreira; Maxi, Luisão, Sidnei e David Luiz; Katsouranis, Yebda (Di Maria), Reyes e Ruben Amorim (Nuno Gomes); Aimar e Suazo (Cardozo).
Golos: Reyes e Cardozo
domingo, 15 de fevereiro de 2009
2 sustos, 10 fora-de-jogo

A uma semana do clássico dos clássicos, contra o Sporting, em Alvalade, esta constatação pode servir de alívio, mas o jogo contra o Paços de Ferreira mostrou algum relaxamento da equipa, depois da alta intensidade do jogo no Dragão.
Ter baixado os níveis de concentração podia não ter sido grave, se o senhor Cosme Machado, árbitro do encontro, sócio e adepto do FC Porto (é verdade, sei o que digo), não resolvesse ser o protagonista do encontro – assim como os seus colegas assistentes -, se calhar invejoso da popularidade do seu colega Pedro Proença.
Pois Cosme Machado apitou faltas contra o Benfica, enquanto tinha muita complacência para com as entradas dos jogadores do Paços. Para além de que assistiu deliciado ao anti-jogo dos pacenses, com perdas de tempo que serviram para enervar os jogadores do Benfica.
Os assistentes de Cosme Machado também ajudaram à festa, inebriados com o “espectáculo” do chefe. Fora-de-jogo tirados ao ataque do Benfica foram mais que muitos, a maioria resultantes de equívocos e decisões prejudiciais à nossa equipa.
Do lado do Benfica, a actuação teve muitos altos e baixos. Num primeiro momento, a sensação era que a qualquer momento o golo aparecia para as nossas cores. Uma sensação que se estendeu aos jogadores, que resolveram relaxar durante muitos períodos de jogo.
Na segunda parte, Quique fez o que era uma evidência desde o início: colocou Di Maria na ala direita, onde estava Ruben Amorim, que passou para o meio por troca com Carlos Martins. A equipa ficou mais equilibrada e recomeçou em grande ritmo, chegando ao golo.
O relaxe regressou e o Paços conseguiu, por duas vezes, colocar-se a um golo de diferença e lançar pressão no jogo. Para a história fica um grande Di Maria, com mais um golo fenomenal, outro grande golo de Ruben Amorim, que reclama um lugar no meio, e um número recorde de fora-de-jogo marcados ao Benfica – seguramente mais de 10.
A uma semana do Sporting – Benfica, tudo como dantes. Sendo certo que no sábado vai-se jogar, na minha opinião, o jogo do título. Espero que o Benfica entre em Alvalade consciente da importância decisiva do jogo, com aquela que é, para mim, a nossa principal equipa: Moreira, Maxi, Luisão, Sidnei e David Luiz; Katsouranis, Yebda, Di Maria e Reyes; Aimar e Suazo.
Ficha de jogo
Estádio da Luz (Lisboa)
Árbitro: Cosme Machado (AF Braga)
Benfica: Moreira; David Luiz, Luisão, Sidnei e Jorge Ribeiro; Katsouranis, Yebda, Ruben Amorim e Reyes; Aimar e Cardozo.
Golos: Cardozo, Ruben Amorim e Di Maria
segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
Farto de desculpas

O que se passou ontem à noite no estádio do Trofense está longe de não ter explicação, tem muitas explicações. A primeira e mais grave, displicência. Displicência quer dizer desinteresse, falta de profissionalismo, alheamento.
Quique chamou-lhe falta de carácter. Pois eu discordo. Não é falta de carácter, é “sem” carácter. A falta pode ser sempre suprida, mais cedo ou mais tarde. Eu acho que há jogadores do Benfica que não têm qualquer carácter.
Pausa e vou beber um copo de água. E se o cabeceamento de Suazo, logo no primeiro minuto tem entrado? E se Aimar não tem falhado escandalosamente a abertura do marcador? E se Jorge Sousa (esse grande palhaço, sem menosprezo para os palhaços) tem visto o fora-de-jogo de quilómetros do jogador do Trofense, que dá o 1º golo?
Pois, se, se, se… Se Quique tem colocado mais cedo Cardozo junto de Suazo, ou se Di Maria fizesse jus ao interesse do Real Madrid? Tudo suposições. Os factos são os seguintes: derrota por 2-0 frente ao último classificado e perda do primeiro lugar.
E o que resta perguntar é: que consequências é que esta derrota encerra para o futuro? É que já não há mais margem de manobra para desculpas… Foto: Paulo Duarte (AP Photo)
Ficha do jogo
Trofense – 2; Benfica – 0
Estádio do Trofense
Árbitro: Jorge Sousa (AF Porto)
Benfica: Moreira; Maxi, Luisão, Sidnei e Jorge Ribeiro; Bynia, Carlos Martins, Ruben Amorim e Di Maria; Aimar e Suazo.
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Roubo na Catedral

Depois do que vi ontem à noite na Luz, lembrei-me da frase de Pedroto para, glosando-a, dizer que o que o árbitro Pedro Henriques fez ao anular um golo limpo ao Benfica não foi um “roubo de Igreja”, mas sim um “roubo na Catedral”.
Já nos descontos, com muita gente dentro da área, a bola andou ali aos trambolhões até tabelar no corpo de Miguel Vítor estendido no chão (penálti) e ressaltar para o pé de Cardozo, cujo pontapé fulminante levou a bola como uma bala para dentro da baliza do Nacional da Madeira. Golo limpo, golo anulado. Vá lá saber-se porquê…
Acreditar que um erro deste tamanho resulta de incompetência, de lapso involuntário, de falha humana por defeito de visão ou por qualquer outra lacuna, técnica ou física, é acreditar no Pai Natal.
Pedro Henriques tem boa imagem junto da opinião pública, e boa imprensa. Já o apelidaram de o árbitro mais “inglês” de Portugal, em virtude do critério amplo que utiliza ao ajuizar os lances. A carreira de militar deu-lhe a áurea de incorruptível e de não pressionável.
Tudo isto é verdade, mas ontem Pedro Henriques manchou a sua folha para sempre. Quero acreditar que ficou perturbado por isso e mesmo desnorteado. Sentiu o erro tremendo que tinha acabado de cometer.
Só isso explica que, segundo relatos públicos, tenha expulso Nuno Gomes depois do jogo acabar, por alegadas palavras menos próprias do avançado do Benfica. Pedro Henriques, nesse gesto, demonstrou a sua baixeza e a sua falta de carácter.
Nuno Gomes tem vindo a passar momentos difíceis na sua vida familiar, por causa da doença de seu pai. Apesar isso, não pediu dispensa para não jogar. Ontem, mesmo afectado, ajudou o Benfica, com a sua determinação, a sua coragem, o seu carácter. Tudo aquilo que Pedro Henriques não tem.
O que escrevi não invalida que o Benfica tenha feito uma má primeira parte. Onde foi notória a falta de um 10, dada a ausência de Aimar (no banco) e de Carlos Martins (lesionado). A segunda parte foi algo melhor, mas mesmo assim longe do que o Benfica pode e deve fazer.
Quique diz que não acredita no mercado de Inverno, mas vai ser preciso retocar o plantel, sem fazer “revoluções”, como muito bem disse Rui Costa. Fugiram dois pontos, mas vamos em primeiro. E candeia que vai à frente, alumia duas vezes. Foto: José Manuel Ribeiro (Reuters)
12ª Jornada
Estádio da Luz (Lisboa)
Árbitro: Pedro Henriques (Lisboa)
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
A crónica

Mário: "Grande vitória. A vitória da classe, da garra, da vontade, da genialidade dos nossos jogadores. É nesta táctica que Quique deve jogar, com Aimar atrás do ponta-de-lança, com Katsouranis solto, com um trinco cá atrás a fechar e com o grande Suazo lá na frente a rasgar as defesas todas. Grande Benfica. De salientar que o Marítimo era a defesa menos batida do campeonato.Viva o Benfica".
Hugo: "A expulsão tornou fácil uma vitória que se avizinhava complicada.De qualquer forma, nada que retire brilhantismo ao resultado alcançado pelos nossos jogadores... Há que continuar na senda das vitórias...Saudações benfiquistas".
Zé Amaral: "Depois das decepções recentes (espero que tenham servido para aprender alguma coisa e não para atirar as culpas para o Quim) todos os (verdadeiros) adeptos do SLB, mais que esperar, exigiam uma vitória redentora, e ela surgiu, contundente e sem espinhas, arrancada de forma categórica num Caldeirão dos Barreiros vestido de vermelho e a rebentar pelas costuras. Bem sei que se calhar é ser muito optimista, senão mesmo sonhador, mas talvez agora os "Benfiquistas" mais incrédulos passem a acreditar nesta equipa e a apoiar como ela merece: no estádio.Finalmente Quique pôde dispor as peças certas nos lugares certos, e este SLB cheio de personalidade e "ganas" não engana, foi o que já se vira em Guimarães, a diferença é que aqui fomos nós quem jogou em superioridade numérica...Agora, mais uma vez, exigimos que a Águia volte a exibir as suas garras e a próxima paragem é Matosinhos, onde mora o adversário mais difícil desta Liga. Aguardando ansiosamente novos desenvolvimentos nos próximos capítulos".
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
Natal é em Dezembro

Para já, o que faz toda a diferença é a forma de Quim, em comparação com o ano passado. O nosso guarda-redes está a passar por uma grave crise de confiança, que teve como picos o jogo da Selecção contra o Brasil e o jogo da passada quinta-feira, na Grécia, contra o Olympiacos. Ontem, ao não agarrar uma bola fácil, permitiu o primeiro golo do Setúbal. E quanto ao golo do empate nos descontos, nem vale a pena comentar.
O que fazer? Na próxima jornada, no Funchal, contra o Marítimo – um jogo crucial -, não há que ter dúvidas: Moreira na baliza, já. Até para defender Quim e possibilitar um trabalho de reforço de confiança. Quim é um homem de forte carácter e não se vai deixar abater por isto.
Mas os lapsos de Quim não podem branquear o erro clamoroso, grave e com influência no resultado cometido pelo árbitro Vasco Santos, da AF do Porto (porquê?), que não expulsa um jogador do Setúbal (Sandro) por agressão a Reyes, deixa continuar a jogada, e depois vê o seu auxiliar anular um golo limpo a Suazo. Seria o 3 – 1 e a história completamente diferente.
Se Quique não quer ser Paulo Bento, o que se aceita, compreende e aplaude, então é importante que seja Rui Costa, o director desportivo, que já disse que é ele que tem de dar a cara por tudo o que se passa no futebol do Benfica, a marcar presença na conferência de imprensa e a dizer algumas verdades.
Aliás, Rui Costa já fez saber junto do árbitro aquilo que qualquer benfiquista pensa dele. Eu gostava que para além da troca de palavras no túnel, o nosso director desportivo desse voz à enorme revolta que germina no seio dos benfiquistas.
Para que não se tente branquear esse autêntico “roubo de igreja” cometido por Vasco Santo, na Luz, com o fraco desempenho de Quim ou de outros jogadores do Benfica. Já basta de fazer o papel de bonzinho. Espírito de Natal, sim, mas sem exagerar. Foto: Armando França (AP Photo)
10ª Jornada
Benfica – 2; V. Setúbal – 2
Estádio da Luz
Árbitro Vasco Santos (AF Porto)
Benfica: Quim; Maxi, Sidnei, Miguel Vítor e Jorge Ribeiro; Katsouranis, Carlos Martins, Ruben Amorim e Reyes; Suazo e Cardozo.
Golos: Katsouranis e Suazo
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
A lição de Coimbra

O treinador espanhol surpreendeu outra vez na formação e na arrumação da equipa. Na prática, jogou com 3 defesas, todos eles centrais de raiz – Luisão, Sidnei, David Luiz. O que, à partida podia ser um risco demasiado face à rapidez dos atacantes da Briosa, revelou-se um esquema táctico brilhante e eficaz.
Domingos Paciência, o treinador da Académica, levou uma lição bem à maneira das realizadas na Universidade de Coimbra, ali bem perto. Na sua formação de treinador, Domingos teve do outro lado um treinador de cátedra. Esperemos que tenha aprendido bem a lição.
Com a utilização de apenas três defesas, Quique povoou e reforçou o meio-campo, com a integração de Maxi, no lugar para onde foi inicialmente contratado, o de médio direito, e com a colocação de um duplo pivot defensivo, Yebda e Bynia, deixando todo o equilíbrio deste sector a Ruben Amorim, e com Reyes, como um verdadeiro vagabundo – quase sempre no lado esquerdo mas vindo também ao meio buscar jogo.
Como consequência, o Benfica teve sempre mais bola em seu poder, com uma percentagem de posse de bola de atingiu os 60% nos primeiros 45 minutos. Tendo entrado em força e com um pressing total, o Benfica tomou conta do jogo e só não chegou ao golo mais cedo muito por culpa de alguma ineficácia de Cardozo na frente de ataque.
O golo chegou ainda antes da meia-hora, num trabalho notável de Nuno Gomes e numa desmarcação primorosa de Ruben Amorim, que iniciou a jogada e a concluiu. O ex-belenenses fez um jogo excelente e pode ter agarrado a titularidade quinta-feira, na Grécia, frente ao Olimpiacos.
Uma nota ainda para as excelentes exibições de Bynia, de Nuno Gomes e de David Luiz, regressado à competição da Liga e a lateral-esquerdo, um lugar que não é o seu mas que ocupou de maneira brilhante. E para a genialidade de Reyes, que à sua conta sofreu faltas em série. É bom que os árbitros portugueses percebam da necessidade de defender os fora-de-série. É certo que o futebol português não está habituado a ter jogadores da dimensão de Reyes, mas os árbitros têm de perceber que o público vai aos estádios para ver jogadores desta dimensão e não para os ver sistematicamente carregados em falta.
Cardozo, um dos que está prestes a ser substituído, foi mantido por Quique na segunda parte, como que adivinhando que seria o paraguaio a marcar o segundo golo de grande penalidade, ele que é um especialista na matéria. Saiu sob uma chuva de aplausos.
Uma última palavra para Domingos Paciência, um treinador que espera um dia vir a entrar outra vez no FC Porto. É preciso dizer a Domingos que um líder tem de se portar como tal. A sua reacção a um lance com Bynia é de uma estupidez confrangedora. Todos sabemos que Bynia tem sido perseguido injustamente, e o Benfica precisa de o defender, o que tem feito. Agora, Domingos tentar pressionar o árbitro contra Bynia quando os seus jogadores entravam a matar sobre Reyes, por exemplo, é algo inadmissível e que não pode passar sem censura. Domingos é um mau exemplo para os seus jogadores. Foto em www.slbenfica.pt
domingo, 16 de novembro de 2008
O exemplo que vem de cima

Luís Filipe Vieira, recusando sentar-se ao lado do presidente do Estrela, marcou mais uma vez a diferença, para melhor, no panorama futebolístico em Portugal. Quem não cumpre os compromissos que assumiu, seja com atletas seja com quem for, instituições ou pessoas singulares, deve ser tratado como “persona non grata”. Só assim o futebol nacional pode ganhar credibilidade. Uma credibilidade que tem sido a imagem de marca de Luís Filipe Vieira à frente do Sport Lisboa e Benfica.
Não é só a pugnar pela verdade desportiva dentro dos relvados. Não é só a lutar pela transparência e pela condenação de todos os que violaram essa verdade desportiva. Com este gesto, Vieira lança mais uma mensagem a todo o futebol, mas também um alerta para as instituições que governam o país.
Não é possível continuar a pactuar com dirigentes que actuam como o presidente do Estrela da Amadora. Os jogadores do Estrela honraram a camisola e o clube, mas os sócios devem pensar bem em quem querem para estar à frente dos destinos do Estrela. Enquanto uns se sentam ao lado de assumidos corruptos e viciadores da verdade desportiva, Luís Filipe Vieira mostra que não pactua com quem não respeita os contratos que assina.
Mas voltemos ao jogo. Foi difícil descobrir quem estava e quem não estava com ordenados em atraso. Foi difícil descobrir quem tinha treinado toda a semana e quem tinha falhado alguns treinos.
O novo sistema, um 4-4-2, com Aimar no vértice mais adiantado do losango, não explica todo o desacerto. Passes falhados foram inúmeros. Ocasiões de golo raras. Experimentado contra o Aves, este sistema destrói a base de construção da equipa definida por Quique Flores, um 4-3-3, com alas muito rápidos, como Reyes e Di Maria.
Sejamos claros, o Benfica não pode mudar de sistema para melhor encaixar Aimar. Quique já disse que não colocava o colectivo na dependência de uma individualidade, mesmo que essa individualidade se chame Pablo Aimar. Faz bem. Mas os primeiros 45 minutos foram maus de mais.
Na segunda parte, o Benfica entrou forte, marcou e, depois, voltou a relaxar. A parte final foi algo tremida. Mas o que fica para a história são mais 3 pontos e menos uma jornada para o fim. Foto em www.slbenfica.pt
Ficha do jogo
8ª Jornada
Benfica – 1; Estrela da Amadora - 0
Estádio da Luz (Lisboa)
Benfica: Quim; Maxi, Luisão, Sidnei e Jorge Ribeiro; Yebda, Katouranis, Carlos Martins e Aimar; Nuno Gomes e Suazo.
Golo: Sidnei (55 minutos)