segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Queda, não! Quebra, sim!

A poucos dias daquele que já se apelida de jogo do título - o Benfica - FC Porto de sexta-feira -, é urgente fazer uma análise sobre os últimos resultados negativos obtidos pelo Benfica. O jornal "A Bola" chamou-lhe "a queda". Julgo que exagerou. A derrota em Guimarães e o empate em Coimbra não consubstanciam uma "queda" mas sim uma "quebra".
O que terá originado essa "quebra"? As opiniões são muitas e variadas. Vou dar a minha. Depois de uma primeira volta fortissima, a que se juntou uma impecável fase de grupos da Liga dos Campeões, o Benfica sentiu necessidade de abrandar.
Jorge Jesus, ao contrário do que querem fazer querer, não planeou mal a época; nem se agite o fantasma das equipas de Jesus começarem a quebrar no último terço do campeonato em virtude da elevada exigência que o técnico impõe desde o princípio - isso é um "mito urbano".
O abrandamento dá-se no "timing" correcto: segunda metade de Fevereiro, antes ainda de entrar na recta final da época. Acontece que Jorge Jesus não contou com diversas peripécias que prejudicaram este planeamento.
A primeira, o problema físico de Rodrigo, um alvo a abater por Bruno Alves; a segunda, a lesão de Javi Garcia, o pêndulo da equipa; a terceira, duas arbitragens claramente tendenciosas e que com um Benfica limitado e mais vulnerável puderam levar a água ao moinho.
Posto isto: Jesus é completamente inocente? Nada disso. O técnico foi, no limite, imprevidente. Com a sua experiência, sabia ou devia saber, que o Guimarães iria tentar fazer o jogo da sua vida; assim como a Académica, orientada por um "comissãrio" do Dragão.
É, por isso, que se deve ter uma dúvida razoável sobre a forma como Jorge Jesus preparou estes dois últimos jogos. Ninguém é infalível, Jesus também não. Seja como for, nada que coloque em causa a época. Por estes dias, o Benfica está calmo e tranquilo, sabe da competência do seu técnico e dos seus jogadores; sabe da força de uma estrutura que tem no Presidente Luís Filipe Vieira o mentor de uma estratégia ganhadora.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Uma questão de feitio...




Paulo Bento tem mais um problema para gerir: a convocação de Bruno Alves para o próximo europeu, que arranca dentro de poucos meses. Não é um problema menor. A entrada completamente assassina às pernas de Rodrigo que o ex-defesa do fcp, actualmente no Zenit, protagonizou ontem no jogo da Liga dos Campeões, não está a ser interpretada como um lance qualquer, pelo contrário.
Apesar da "água na fervura" que Jorge Jesus tentou colocar no final do jogo, a atitude do ex-portista foi vista como contendo indícios de premeditação, com o Benfica - FCP em pano de fundo. O presidente do Benfica, aliás, ficou "em brasa" e os comentários na viagem de regresso não foram meigos para Bruno Alves.
Sabendo como a selecção precisa do apoio da esmagadora maioria dos portugueses, este episódio pode vir a estragar a lua-de-mel com a equipa das quinas. Cabe a Paulo Bento decidir. A maneira como Bruno Alves será recebido na Luz para o jogo da 2ª volta pode ajudar na decisão.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Exclusivo: Jornalista russo fala sobre o Zenit-Benfica

Nota do editor: Grigory Telingater é um jornalista russo, do jornal diário "Sport-Express", que segue regularmente o Zenit de São Petersburgo. Em exclusivo para o "O Inferno da Luz", Telingater dá a sua opinião sobre quem vai substituir o português Danny, afastado da competição durante vários meses devido a lesão. E não tem dúvidas sobre quem será o eleito. À atenção de Jorge Jesus.

Faizulin no lugar de DannyDanny é o principal jogador do Zenit (acredito que regressa sem sequelas). Ele dirige a maioria dos ataques da equipa, pelo que a sua perda significa muitos problemas para o clube de São Petersburgo. Mas as dificuldades para alguém são sempre vantagens para outros. Eu não falo apenas do Benfica, que não chora muito por Danny. Eu falo sobretudo de Faizulin. É um jogador que esperava a sua chance há muito tempo. Faizulin é um dos mais talentosos jogadores do Zenit. Ele tem 25 anos, mas foi sempre uma esperança adiada. Mas os adeptos do Zenit continuam a ter muita esperança em Faizulin. E é muito provável que seja ele a substituir Danny na partida de amanhã contra o Benfica.
Grigory Telingater
 

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

(ainda) a entrevista de Luís Filipe Vieira à RTP

A entrevista de Luís Filipe Vieira à RTP serviu, basicamente, para anunciar a renovação de Pablo Aimar, que seria oficializada poucas horas depois. No entanto, olhar para esta entrevista apenas sob este ângulo, seria redutor e injusto.
O Presidente do Benfica preparou muito bem esta entrevista. Nada lhe saiu ao acaso ou ao sabor de algum impulso do momento. Esteve sereno e cordial, mesmo quando as perguntas eram mais incómodas. Não hesitou em afirmar que o FCP teve mérito em ganhar o último campeonato, apesar do "charivari" que fez após a arbitragem do Guimarães - Benfica, ainda estávamos no primeiro terço da liga.
Isto foi assim porque Vieira sabe que é hoje um presidente tão incontestado como Pinto da Costa. Ainda a alguns meses do acto eleitoral, não se vislumbra quem lhe possa fazer frente. Mesmo que o Benfica perdesse o campeonato (cruzes canhoto! vade retro Satanás!), Luís Filipe Vieira seria sempre o vencedor das próximas eleições.
Isto porque nunca descansou, nunca se distraiu, nunca fez amanhã o que podia fazer hoje. Luís Filipe Vieira sabe bem como se constroem as coisas. Por isso, nunca começou nenhuma casa pelo telhado. Abriu, primeiro, as fundações e só depois começou a erguer o edifício.
No Benfica, fez a obra invisível - pagou as dívidas e recuperou a credibilidade para o clube; e fez a obra visível - o estádio e todas as outras infra-estruturas. Com as fundações seguras e o edifício estável, agarrou no futebol e nas modalidades para ganhar. O que já fez fala por si, mas o futuro ainda será mais radioso - a posteridade está aí ao virar da esquina.

Post-Scriptum: A negociação dos direitos televisivos vao precisar do melhor Luís Filipe Vieira. Na referida entrevista, foi inteligente ao atirar a pressão para o lado de Joaquim Oliveira, quando disse que é este que tem de avaliar quanto a sua empresa perde se ficar sem os jogos do Benfica. Vieira disse ter um número na cabeça e uma alternativa, a Benfica TV. O futuro do Benfica passa muito pelo sucesso desta decisão. E Vieira sabe-o como ninguém.
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