A poucos dias daquele que já se apelida de jogo do título - o Benfica - FC Porto de sexta-feira -, é urgente fazer uma análise sobre os últimos resultados negativos obtidos pelo Benfica. O jornal "A Bola" chamou-lhe "a queda". Julgo que exagerou. A derrota em Guimarães e o empate em Coimbra não consubstanciam uma "queda" mas sim uma "quebra".
O que terá originado essa "quebra"? As opiniões são muitas e variadas. Vou dar a minha. Depois de uma primeira volta fortissima, a que se juntou uma impecável fase de grupos da Liga dos Campeões, o Benfica sentiu necessidade de abrandar.
Jorge Jesus, ao contrário do que querem fazer querer, não planeou mal a época; nem se agite o fantasma das equipas de Jesus começarem a quebrar no último terço do campeonato em virtude da elevada exigência que o técnico impõe desde o princípio - isso é um "mito urbano".
O abrandamento dá-se no "timing" correcto: segunda metade de Fevereiro, antes ainda de entrar na recta final da época. Acontece que Jorge Jesus não contou com diversas peripécias que prejudicaram este planeamento.
A primeira, o problema físico de Rodrigo, um alvo a abater por Bruno Alves; a segunda, a lesão de Javi Garcia, o pêndulo da equipa; a terceira, duas arbitragens claramente tendenciosas e que com um Benfica limitado e mais vulnerável puderam levar a água ao moinho.
Posto isto: Jesus é completamente inocente? Nada disso. O técnico foi, no limite, imprevidente. Com a sua experiência, sabia ou devia saber, que o Guimarães iria tentar fazer o jogo da sua vida; assim como a Académica, orientada por um "comissãrio" do Dragão.
É, por isso, que se deve ter uma dúvida razoável sobre a forma como Jorge Jesus preparou estes dois últimos jogos. Ninguém é infalível, Jesus também não. Seja como for, nada que coloque em causa a época. Por estes dias, o Benfica está calmo e tranquilo, sabe da competência do seu técnico e dos seus jogadores; sabe da força de uma estrutura que tem no Presidente Luís Filipe Vieira o mentor de uma estratégia ganhadora.