sexta-feira, 31 de julho de 2009

Paciência

Sp. Braga - 1; Elfsborg - 2 (Liga Europa). Domingos Paciência não tens cabeça nenhuma. Dizem-te umas coisas aos ouvidos e tu desatas aos berros. Fazes mais do que aquilo que te pedem e, depois, sai-te o tiro pela culatra. Fazias tão bem em estar calado, não era Domingos? Então o Braga da época passada devia e podia ter feito mais!!?? Pois, pois... E tu Domingos, viste como o futebol é traiçoeiro? Nem com a presença do teu guru na tribuna conseguiste inspirar os jogadores e, pumba!, trambolhão e pêras. Logo com um Elsborg de trazer por casa. Adeus à Liga Europa Domingos. Para o ano há mais, isto se houver, porque vamos ver se fazes melhor que o ano passado. Pelo andar da carruagem não me cheira. Mas também não é caso para baixares os olhos ao chão. Paciência!!!

terça-feira, 28 de julho de 2009

Keirrisson, para somar


A vinda de Keirrisson é uma boa notícia. O jovem jogador brasileiro, de 20 anos, é já mais que uma promessa e o Barcelona sabe disso. Por uma vez, foi “bom” não entrar na Liga dos Campeões. Não era crível que o Barcelona fosse reforçar um potencial adversário.
Keirrisson é craque, mas é mais do que isso. É um jogador que pode fazer vários lugares, nomeadamente o de Pablo Aimar – como segundo ponta-de-lança. Todos agradecemos a dávida que é ver Aimar recuperado fisicamente para jogar aquele futebol que só ele sabe.
Colocado em “su sitio”, El Mago tem brilhado e feito jogar a equipa, mas já se percebeu que é um alvo a abater pelos adversários. Em caso de algum impedimento, o Benfica não tinha ninguém para manter o mesmo nível de classe (Carlos Martins é outro tipo de jogador). Com Keirrisson essa lacuna está preenchida. E o jovem jogador parece ter ainda uma qualidade, a cabecinha no sítio, como se pode ver nesta entrevista.
Falta, porém, ainda um guarda-redes e um lateral-esquerdo. Para já, é bom saber que o Benfica pesca nos grandes clubes espanhóis, Real Madrid e Barcelona. Entre a elite do futebol mundial, o nome Benfica continua a marcar a diferença.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

É bonita, não é?

O torneio de Amesterdão resultou num bom prenúncio para a temporada a sério. A vitória no torneio alcançada pela primeira vez por uma equipa portuguesa, vitórias nos dois jogos: Sunderland (2-0) e Ajax (3-2), é motivadora. Não se diga que são jogos de pré-época e que quando a competição for a doer é que se vai ver, ou não, se que massa é feita a equipa.
O que vi contra o Sunderland e contra o Ajax não deixa dúvidas: a massa é boa e tende a melhorar. É preciso não esquecer que este é um dos torneios mais prestigiados da Europa. Os adversários foram gente de nome e com cartel: o Sunderland, da Primeira Liga Inglesa, e o Ajax, um histórico do futebol europeu.
O Benfica está, assim, bem e recomenda-se. Contra os ingleses, a equipa mostrou-se coesa e ligada; contra os holandeses, num jogo de futebol aberto e espectacular, o Benfica revelou duas características essenciais para se atingirem os títulos: boa circulação de bola e pressão total e constante sobre o portador da bola adversário.
É certo que o desgaste físico tem sido evidente e, no próximo fim de semana há mais em Guimarães, mas a força anímica parece estar em alta. É o que faz ganhar e … ganhar. Para terminar: é preciso resolver rapidamente a questão do guarda-redes. Protelar mais este assunto pode criar instabilidade em Moreira, Moretto e Quim. Por outro lado, para a lateral esquerda é preciso encontrar concorrência para Shaffer, que não pode ser Sepsi.
Fala-se em César Peixoto, que até pode fazer vários lugares. É uma boa opção. Eu próprio falei nele quando se equacionou a vinda de Jesus para o Benfica. Foto AP Photo/ Ermindo Armino.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

5 - JOGOS - 5

É esta a altura para fazer um primeiro balanço sobre o Benfica 2009/2010. Até agora, a equipa de Jorge Jesus disputou 5 jogos: 3 vitórias (Shaktar Donetz, Atlético de Bilbau, Olhanense), 1 empate (Sion), 1 derrota (Atlético de Madrid).
SION - Empate que soube a pouco, depois de estar a ganhar por 2-0. Erros individuais traem boa exibição colectiva.
SHAKTAR DONETZ - Boa vitória e boa exibição frente ao vencedor da Taça UEFA do ano passado, na máxima força e com mais tempo de preparação.
ATLÉTICO DE BILBAU - Vitória do empenho e da determinação, contra uma boa equipa de uma das ligas mais competitivas da Europa, depois de estar a perder por 0-1.
OLHANENSE - Um sinal do que vai acontecer no campeonato. Boa vitória, fruto do querer, contra uma equipa que pode ser sensação. Fica, no entanto, sempre a sensação de que estas equipas querem sempre mostrar mais frente ao Benfica, e têm a complacência das equipas de arbitragem. Um aviso para o campeonato.
ATLÉTICO DE MADRID - Boa exibição e uma derrota que não desiludiu (erros do árbitro na base da derrota) frente a uma das melhores equipas espanholas, recheada de vedetas.
O balanço é, por isso, positivo e percebe-se que muito trabalho já foi feito, não só em termos físicos e tácticos, mas sobretudo ao nível psicológico. Pablo Aimar, Óscar Cardozo e Di Maria são outros jogadores, mais motivados, mais empenhados, mais concentrados.
São os casos mais flagrantes, mas há outros. Fábio Coentrão, por exemplo, tem sido a revelação desta pré-época. Este jovem internacional português, aposta pessoal de Luís Filipe Vieira quando o foi buscar ao Rio Ave, enquanto na Liga de Honra, e, assim, ganhar corrida ao Sporting, tinha tudo para ser mais um “flop” no Benfica.
Depois de não ter agradado a Camacho nem a Quique, só mesmo com um treinador como Jorge Jesus é que Fábio Coentrão – a quem já chamei, e não estou arrependido, de o novo Fernando Chalana – podia vir a ser um caso sério. O jogador tem tudo: técnica acima da média, bom remate de meia distância, bom marcador de livre e de cantos. Só lhe faltava mesmo alguém que lhe indicasse o rumo.
Nestes 5 jogos, com equipas de nome firmado e com a preparação mais adiantada, o Benfica justificou a euforia dos adeptos. Das dezenas de milhar que acompanharam a equipa na Suiça, para as enchentes no Torneio do Guadiana, até culminar na maravilhosa noite de quase 60 mil na Luz com o Atlético de Madrid para a apresentação aos sócios, é todo um universo benfiquista que acredita mais que nunca.
É claro que muitos obstáculos têm de ser ultrapassados e que a equipa ainda tem de trabalhar e evoluir muito. O que parece é que já há um esqueleto bem definido, onde apenas está a faltar um guarda-redes de nível europeu (voltaremos ao assuntos).
Deixo aqui, por agora, a minha equipa-tipo, após esta série de jogos: Moreira; Maxi, Miguel Vítor, David Luiz e Shaffer; Ruben Amorim, Carlos Martins, Fábio Coentrão e Pablo Aimar; Saviola e Cardozo.
É claro que faltam Sidnei e Luisão (espero que fique) e que David Luiz só jogou contra o Atlético de Madrid (Roderick é craque mas ainda muito novo). Yebda é carta fora do baralho e é preciso ver Javi Garcia. Di Maria é também craque e tenho pena de o deixar de fora, mas Coentrão é português e um génio a despontar.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Um jogo que foi (mais) uma festa

A festa foi bonita, pá. E depois, um jogo de futebol. Intenso e como se fosse a sério. Mas antes houve a festa. Quase 60 mil a quase encher a Luz de cor e alegria e optimismo. Vermelho, muito vermelho. Vermelho de esperança. No título. A derrota foi um pormenor (Benfica -1; Atlético de Madrid – 2). Um quase nada que ninguém valorizou. O que fica para a história foi um bom jogo do Benfica, com Saviola e Aimar, mais Cardozo e Di Maria, mais Coentrão e Miguel Vítor. Todos em grande. Todos grandes. Mais Simão e mais a águia Vitória, a agitar os ares. Vitória se chama a águia – vitórias, sim, estamos com fome e esperança.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Benfica/TVI: o que falta dizer

A polémica instalada sobre a proibição da entrada de jornalistas da TVI numa conferência de Imprensa no Estádio da Luz é “gato escondido com rabo de fora”. Até agora, ninguém saiu da lógica do politicamente correcto, que é censurar a decisão da Direcção do Benfica.
Comentadores com ar compungido e recém-convertidos arautos das boas práticas e dos bons costumes dizem-se chocados. Afinal, referem, o Benfica é igual aos “outros”. Os “outros”, nunca nomeados, são o FC Porto.
Quem não se lembra dos blackouts, das portas fechadas à comunicação social, da selectividade de privilégios e até das ameaças e agressões. De que a mais célebre foi a Carlos Pinhão, após um Beira-Mar – FC Porto, ainda no velhinho Mário Duarte, em Aveiro. Houve também a de José Saraiva (ex-director do JN, já falecido), mas fora dos estádios e por motivos extra-desportivos.
O que falta dizer é que o director-geral da TVI, José Eduardo Moniz, se perfilou como adversário interno de Luís Filipe Vieira. Ora, Moniz manda na informação da TVI, pelo que, justa ou injustamente, podem sempre existir suspeitas sobre o rigor jornalístico da TVI no que ao Benfica diz respeito.
Por norma, não me revejo na proibição de acesso de jornalistas às conferências de imprensa (desde que não existam motivos plausíveis e justificados). Não está, julgo, em causa a ética profissional e deontológica dos profissionais da TVI. Porém, este caso – por causa do “caso” Moniz – não se pode equiparar às atitudes que outros clubes, nomeadamente o FC Porto, tomaram e tomam. Até ver, a Direcção do Benfica tem razões para esta decisão. Como diz o povo: “Quem não quer ser lobo não lhe veste a pele”.

domingo, 19 de julho de 2009

É preciso estar vigilante

A vitória no torneio do Guadiana (2-1 ao Olhanense, na final) trouxe-me mais motivos de preocupação do que de alegria. Os jogadores e a equipa voltaram a mostrar classe, motivação, personalidade, a anos-luz daquilo que era a sua prestação no ano passado.
Aqui os méritos vão todos para Jorge Jesus. A colocação no seu lugar de Aimar, a recuperação de Fábio Coentrão, a titularidade de Cardozo, são três indicadores de que Jorge Jesus sabe do ofício. Ninguém tinha, aliás, dúvidas sobre isso.
Porque estou então preocupado? Porque, mais do que as condições internas, o Benfica tem de estar muito atento ao que sempre gira em volta do futebol português e ainda não está completamente expurgado.
Eu sei que muitos não gostam. Eu sei que outros se irritam e parodiam, mas ontem à noite voltou a ver-se o dedo do “sistema”. Passo a explicar: o lance de grande penalidade sobre Pablo Aimar é indiscutível. O jogador do Benfica (as imagens são evidentes) toca primeiro na bola e é carregado dentro da grande área quando vai no seu encalço.
O árbitro assinala prontamente penálti. No bando do Olhanense, Jorge Costa, ex-capitão do FC Porto (vamos voltar a falar dele), reage energicamente, com atitudes despropositadas, até porque se tratava de um jogo particular, e incendeia quem está ao seu lado.
Cardozo falha, mas o guarda-redes do Olhanense adianta-se mais de 3 metros, sem que o árbitro mande repetir o lance. Minutos depois, lance na área do Benfica com Roderick. O árbitro assinala grande penalidade, por algo que ninguém vê. As câmeras focam Jorge Costa, que com ar enigmático se senta no banco.
Para quem estiver incomodada com esta análise, uma Rennie deve bastar. Para quem se sinta defraudado porque não falo no jogo em que o Benfica venceu com mérito uma interessante equipa do Olhanense, apenas posso dizer que há coisas mais importantes para falar.
É que o Benfica pode ter um treinador experiente, competente e eficaz; jogadores de qualidade, mas não pode alhear-se de um clima que ainda está implantado no futebol português – já lá vão mais de 20 anos – e que ano após ano nos impede de chegar onde muitas vezes merecemos – o título.
Mais vale começar a alertar agora, para que todos os benfiquistas estejam atentos e vigilantes. É que para quem está atento, os primeiros sinais já se vislumbravam em artigo de Rui Moreira, o comentador portista do Trio d´Ataque, no jornal “A Bola”, esta semana. Vão lê-lo e comecem a reflectir. Foto em www.abola.pt

sexta-feira, 17 de julho de 2009

O regresso de Fábio Coentrão II

Não sou vidente nem futurólogo. Ao ver o jogo de ontem, contra o Atlético de Bilbau (2-1), lembrei-me de um texto que escrevi no dia 1 de Abril, e pelo que se vê não era mentira nenhuma. Intitulava-se “O regresso de Fábio Coentrão”. Aconselho os meus amigos a relerem esse texto. A exibição de ontem do novo “pequeno genial” prova que estava certo e que tinha razão. Jorge Jesus, para além de ser um grande treinador, demonstra ter uma coisa bem rara nos tempos que correm: bom senso.
Fábio Coentrão pode ser uma das revelações do campeonato. E o Benfica pode assim rentabilizar uma grande promessa do nosso futebol e encontrar quase 30 anos depois um novo “pequeno genial”.
É com o aproveitamento destes talentos que o Benfica pode começar a construir, agora sim, uma espinha dorsal à portuguesa e que pege de estaca na Selecção Nacional. E para isso, nada melhor do que ter Jorge Jesus.

terça-feira, 14 de julho de 2009

O dobro é pouco

Com praticamente a mesma equipa do jogo anterior com o Sion, à excepção do guarda-redes e dos laterais, o Benfica deu uma lição de futebol ao Shaktar Donestz (2-0), apenas e só o último vencedor da Taça UEFA.
Cardozo, a quem prestamos a nossa homenagem, marcou mais um golo, depois de ter sido completamente ostracizado por Quique Flores.
Eu sei que estes jogos valem o que valem, mas mais vale ganhar e jogar bem do que o contrário. Neste contexto, a época está a começar bem. Por comparação, podemos sublinhar o exemplo do Sporting, derrotado há dias contra uma equipa do segundo escalão inglês.
Desde já, um aspecto deve ser realçado: a excelente condição física em que se encontram os jogadores. A fazer fé nas reportagens diárias sobre o estágio na Suiça, Jorge Jesus não tem sido meigo, aplicando cargas diárias de mais de 4 horas de trabalho.
A somar a estes intensos treinos, dois jogos consecutivos contra duas equipas mais adiantadas na preparação – o Sion e o Shaktar – que não são equipas quaisquer. Como é surpreendente ver Pablo Aimar jogar com se tivesse 20 anos. Lembram-se bem da cena deplorável que foi o jogo da época passada na Luz contra o FC Porto, com os jogadores do Benfica a caírem lesionados?
Pois bem, parece que tudo isso faz parte de um passado que não queremos ver repetido. As primeiras impressões, tanto a nível do novo treinador como dos jogadores, novos e velhos, é muito positiva. E ainda faltam Sidnei, David Luiz, Ruben Amorim, Ramires e os dois reforços que hão-de vir.
Esperemos que tudo continue assim quando começar a sério, no dia 16 de Agosto, na Luz, contra o Marítimo.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

A rever

Escrevo a poucas horas do novo ensaio do novo Benfica, contra o Shaktar Donestz. Espero fazer uma avaliação mais pormenorizada após o jogo, abordando as duas partidas – a de hoje e a de ontem, contra o Sion (2-2).
Desta, apenas umas notas:
1 – Di Maria foi a figura do jogo – grande trabalho de Jorge Jesus;
2 – Dois golos sofridos, dois erros individuais – para não se repetir;
3 – É preciso contratar um guarda-redes e um box-to-box, à imagem de Petit, mais recente, ou de Paulo Sousa, mais antigo;
4 – Mantorras merece mais minutos;
5 – Roderick pode ser craque;
6 – O tridente Cardozo, Saviola e Aimar pode ser um caso sério, desde que não apareçam lesões;
7 – Jorge Jesus é um espectáculo no banco;
8 – Os emigrantes/benfiquistas são um espectáculo dentro do espectáculo.

domingo, 12 de julho de 2009

Benfica = Portugal

A dimensão mundial, planetária do Benfica está bem expressa na euforia que tomou conta dos emigrantes portugueses na Suiça, com o estágio do Glorioso em terras helvéticas. Para quem acha que esta dimensão é uma “blague”, as reportagens que a SIC tem transmitido sobre os milhares de portugueses que se aglomeram para ver um treino do Benfica, são um bom motivo de reflexão.
O Benfica é Portugal e é, como diz hoje, e bem, o Presidente Luís Filipe Vieira, em entrevista à TSF e ao Diário de Notícias, a marca mais valiosa de Portugal. Os dias do Benfica na Suiça são, assim, uma espécie de Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, para grande inveja daqueles que continuam a sentir-se mais confortáveis na sua “cosmopolita” tacanhez e ao lado do seu clube de bairro.
Por estes dias, entram em nossa casa os milhares e milhares de portugueses que fazem milhares e milhares de quilómetros para sentirem Portugal lá fora. E sentir Portugal além fronteiras com o entusiasmo, a dedicação e esta alma portuguesa só quando está em causa o Benfica.
Os dias do Benfica na Suiça são, assim, uma lição de portugalidade. Porque, quer queiram quer não os nossos “miguéis de Vasconcelos” o Benfica é igual a Portugal e o resto é paisagem.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Casas do Benfica = Casas do Povo

Casas do Povo

"Há “democracia sem o povo” e com o dito. Esta consubstanciava-se, como se dizia noutros tempos, nas autarquias, nos locais de trabalho e de lazer: onde se faz política, sem (des)fazer partidos.
O meu avô sempre preferiu, na sua querida vila beirã, uma “casa do povo” a um “clube”. Isto é, uma associação cultural e social integral, e não só pontapés na bola (com todo o respeito).
Mas, como se vê no Benfica, os clubes podem ser casas do povo.
Descontando os excessos de linguagem, ou o teatro habitual, os sócios mostraram o que não queriam: nada de cheques em branco a aventureiros, mesmo que ninguém esteja contente com o “estado da nação”.
Para trás fica o campeonato de Trapattoni, os triunfos sobre o Liverpool e o Manchester, mas pouco mais de verdadeiramente glorioso.
Claro que há Jesus: português, conhecedor das raízes, esperto que nem um rato, duro como o granito de Braga". Com o povo atrás, pode chegar longe".

Nuno Rogeiro, in Revista Sábado, de 9 de Julho de 2009

COMENTÁRIO: Este artigo de opinião devia ser colocado nas paredes de todas as Casas do Benfica, em Portugal e em todo o Mundo. Nuno Rogeiro disse aquilo que são verdadeiramente as Casas do Benfica – Casas do Povo.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Que noite!

O nome de Eusébio gritado aos quatro ventos num Bernabéu esgotado. Não, não estávamos em 1966 ou 76 ou 68. Foi ontem na casa do Real Madrid que o maior jogador português de todos os tempos, a glória maior do Sport Lisboa e Benfica ouviu 85 mil cantarem o seu nome.
Ontem? Mas ontem não foi a noite de Cristiano Ronaldo? Claro. Mas foi também a noite de Eusébio, “o mítico jogador português”, nas palavras do presidente do Real Madrid, Florentino Perez. E foi a noite de D. Alfredo Di Stefano.
A Pantera Negra e a Saeta Rubia lado a lado. O Benfica e o Real Madrid, clubes irmãos na grandiosidade e na universalidade. Cristiano Ronaldo e os Xutos e Pontapés, na mesma dimensão de portugalidade. Que noite! Foto: Reuters

sábado, 4 de julho de 2009

Uma vitória à Benfica

Uma vitória esmagadora, com cerca de 92% dos votos, deu ontem à noite a Luís Filipe Vieira a mais saborosa de todas as vitórias eleitorais. Não tanto pelo expressivo resultado, não tanto por terem sido antecedidas de pouco dignificantes processos com base em alçapões jurídicos, não tanto pelo facto de agora no seu terceiro mandato entrar incontornavelmente para a História do Sport Lisboa e Benfica. Mas sim, e principalmente, pelo facto de um número surpreendente de benfiquistas, quase 21 mil, ter votado numas eleições de vencedor anunciado e antecipado.
Era, aliás, este o principal adversário de Vieira – a eventual fraca mobilização dos benfiquistas. O Presidente do Benfica percebeu o perigo de isso acontecer e escolheu as palavras certas, a mensagem certa para encerrar a sua campanha em Évora: “Venham todos votar”. E milhares corresponderam ao apelo.
Atingindo quase a maior votação de sempre (pouco mais de 21 mil sócios, no despique épico entre Manuel Vilarinho e João Vale e Azevedo), Luís Filipe Vieira alcança um lugar só reservado a poucos eleitos.
É assim um líder reforçado e relegitimado que vai entrar no seu terceiro mandato. Um mandato que Vieira fez questão de sublinhar ser o da aposta nos êxitos desportivos. Se, como todos esperamos, isso acontecer de uma maneira consistente, então Luís Filipe Vieira entrará directamente para a galeria dos maiores e podem começar já a escolher o espaço nas paredes do átrio principal do Estádio da Luz para colocar a sua fotografia, ao lado de Borges Coutinho e de Joaquim Ferreira Bogalho.
No seu discurso de vitória, num pavilhão da Luz eufórico, Vieira foi um verdadeiro líder da Nação Benfiquista. Registo duas passagens que me parecem ser significativas e importantes. O Benfica é dos sócios, não se cansou de repetir; e que a partir de agora é o Presidente de todos os benfiquistas, de quem nele votou e quem nele não votou.
Não esperava outra coisa do seu discurso. Luís Filipe Vieira é um como nós. E é um como nós que eu quero na Presidência do meu clube. Ontem os benfiquistas votaram em consciência para um futuro de sucesso. Tenho orgulho em ser benfiquista. Viva o Benfica! Foto in www.abola.pt

quinta-feira, 2 de julho de 2009

ÚLTIMA HORA : Discurso de Manuel Vilarinho




Benfiquistas,

Tenho rosto, nome e passado.

Sou sócio do Sport Lisboa e Benfica há 61 anos . A este Clube dediquei muito da minha vida e em defesa do seu futuro disponibilizei muito do meu património.

Honro-me do meu passado, como homem e como benfiquista.

Nunca usei o Benfica em meu benefício. Nunca me aproveitei das muitas funções que ao seu serviço exerci. Sempre e sempre o fiz com entrega total, com espírito de missão e serviço e por amor ao Benfica.

Por isso, as acusações e/ou insinuações que me têm sido dirigidas constituem uma indignidade que não posso deixar de denunciar e que integralmente repudio.

Sou Presidente da Assembleia Geral do Benfica.

Tenho consciência perfeita das minhas obrigações. Como Presidente da Assembleia Geral sou o garante do cumprimento da Lei e dos Estatutos.

Em obediência a este dever tenho exercido este cargo. E em obediência a este dever convoquei o acto eleitoral e pratiquei todos os actos que estatutária e legalmente me estão cometidos com vista à sua realização, salvaguardando a isenção e independência que de mim se espera e se exige.

Por isso, foi com insuperável paciência que ontem e hoje ouvi as intermináveis intervenções, comentários e pronunciamentos sobre o acto eleitoral convocado para amanhã, sobre a sua legalidade ou ilegalidade, sobre a sua realização ou suspensão, sobre a sua exequibilidade ou inexequibilidade.

E permitam-me que expresse a minha surpresa profunda. Não me recordo, em toda a minha vida de benfiquista, de assistir a uma campanha de desinformação desta dimensão.

Assisti – e muito o lamento – a pessoas responsáveis tecerem observações sobre o que não conhecem, a apreciar e valorar condutas sobre factos que ignoram. Como assisti a pessoas com responsabilidades deontológicas de diversas ordem e natureza a omitirem factos essenciais e a, conscientemente, faltarem à verdade.

Por isso, entendo chegada a hora de prestar aos Benfiquistas todos os esclarecimentos que lhe são devidos.

Fá-lo-ei ponto por ponto, de forma clara e peremptória:

1. Sobre a existência de despacho judicial que ordene a suspensão do acto eleitoral

Não existe qualquer despacho dessa natureza. O que existe é, tão só, uma Nota de Citação recebida por mim, na qualidade de Presidente da Assembleia Geral, elaborada e entregue por uma Solicitadora de Execução que, alegadamente em cumprimento de um despacho de um Juiz, cita o Sport Lisboa e Benfica de que contra ele foi interposta uma providência cautelar requerendo a suspensão do acto de admissão da Lista A e dando o prazo de 10 dias para o Benfica oferecer a sua oposição.

Esta Nota de Citação, aliás, ao contrário do que a lei determina, não vem acompanhada do despacho a que diz reportar-se.

2. Sobre o significado da Nota de Citação

Pretende-se fazer crer que o Juiz apreciou o mérito da providência e a despachou favoravelmente.

Completamente falso. O único acto processual que pode ter sido praticado nos autos é a ordem de citação do requerido para deduzir oposição no prazo legal. Nada mais do que isto.

3. Sobre a pretensa suspensão do acto eleitoral ordenada pelo Juiz

Igual e grosseiramente falso. O requerente da providência cautelar não pediu a suspensão do acto eleitoral, mas, apenas, a suspensão da admissão da lista A. Não poderia, pois, o Juiz conhecer além do que lhe foi pedido, sob pena de excesso de pronúncia – e de consequente nulidade – mesmo em fase de apreciação de mérito, o que como se explicou, não é o caso.

4. Sobre a pretensa aplicabilidade do art. 397, n.º 3 do Código de Processo Civil

Falso também. A previsão do referido preceito reporta-se ao conceito de “deliberações sociais”, sendo estas, nos termos dos artigos 177º e 178º do Código Civil somente as deliberações das Assembleias Gerais e não de quaisquer outros órgãos sociais.

Neste sentido e abundantemente se tem pronunciado o Supremo Tribunal de Justiça.

Invocam-se, pela sua exemplaridade e clareza, os seguintes Acórdãos:

Acórdão de 17.10.89 – Afirma expressamente que, apesar de uma associação (como é o caso de um Clube) ser constituída por diversos órgãos, “apenas a assembleia-geral emite resoluções caracterizadoras de deliberações sociais para todos os órgãos.” E prossegue: “(…) só as resoluções da assembleia geral constituem actos de manifestação de vontade da pessoa colectiva (…), só aquelas resoluções – e não as decisões de nenhum dos seus outros órgãos – podem ser judicialmente suspensas ou impugnadas”.

Acórdão de 26.11.87 – “Só as deliberações da assembleia-geral de uma associação podem ser impugnadas e não as de outros órgãos das associações ou sociedades.”

Ou seja, a deliberação da Mesa da Assembleia Geral, enquanto órgão estatutário, de admissão da lista A não é legalmente passível nem de suspensão, nem de impugnação por não constituir uma deliberação da Assembleia-Geral.

É, pois, totalmente falso que seja ao caso aplicável o art. 397º, n.º 3 do Código de Processo Civil, como imprópria e indevidamente foi afirmado.

5. Sobre a inegibilidade de alguns candidatos da Lista A

É ainda falso que exista a invocada inegibilidade dos sócios que integram a lista A e que pertenceram aos demissionários órgãos sociais.

A participação disciplinar apresentada pelo sócio Bruno Carvalho contra estes sócios foi indeferida liminarmente por manifesta falta de fundamento, nos termos do despacho por mim lavrado e notificado ao participante. O participante poderia recorrer para a Assembleia-Geral e, caso esta confirmasse a decisão do Presidente da Assembleia-Geral, recorrer desta deliberação para os tribunais comuns. Porém, nada disto fez o candidato participante. Assim sendo, nenhum processo disciplinar existe contra qualquer dos candidatos integrantes da lista A, razão pela qual, verificada a conformidade estatutária quanto aos demais requisitos, foi a mesma admitida.

Acresce que as razões invocadas pelo candidato Bruno Carvalho para a rejeição da Lista A nunca poderiam ser apreciadas pelo Presidente ou pela Mesa da Assembleia-Geral, uma vez que tratando-se de matéria disciplinar, padecem, nesta matéria, de incompetência absoluta.

Importa ainda referir que a isenção da Mesa da Assembleia-Geral e do seu Presidente neste processo eleitoral tem sido escrupulosa.

Foi assim que se admitiu a candidatura da Lista B, uma vez que, apesar de dúvidas suscitadas, se considerou que os Estatutos lhe atribuem capacidade eleitoral passiva. E foi também no apelo ao princípio da participação que molda o direito associativo num Estado de Direito democrático que se suportou a respectiva admissão.

Benfiquistas,

As questões em causa são, como viram, simples e claras.

As eleições são o momento chave da vida de um Clube. Querem-se participadas, ordeiras e no escrupuloso respeito da democracia.

Querem-se disputadas. Mas, seguramente, não se querem objecto de manobras e esquemas pouco claros com vista a sonegar aos sócios a possibilidade de fazerem livremente as suas opções, convertendo um resultado que se pretende verdadeiro em vitória de secretaria.

Há comportamentos pré-eleitorais muito pouco claros.

Não se percebe como se questiona a realização do acto eleitoral e nele se participa como candidato.

Não se percebe como se designam delegados e representantes para as reuniões de preparação do processo de votação e para fiscalização das mesas de voto e a dois dias das eleições se pretende a eliminação administrativa do adversário eleitoral.

Não se percebe como se garante em entrevistas à comunicação social que não se proporá providência cautelar quando esta já teria sido proposta no tribunal.

Não se percebe que se diga que se pretende unir a família benfiquista e se coloque injustificadamente o Benfica em Tribunal, criando uma operação mediática que denigre a imagem do Clube como não há memória desde os funestos tempos da infausta Presidência de Vale e Azevedo.

Enquanto Presidente da Assembleia-Geral sinto-me obrigado a ficar por aqui.

Benfiquistas,

Não existindo quaisquer impedimentos de natureza legal, judicial ou estatutária para a realização do acto eleitoral, o mesmo realizar-se-á amanhã, nos precisos termos da convocatória publicada.

Apelo ao civismo de todos. Sei que esta situação é extremamente difícil e tenho recebido muitas mensagens de revolta e indignação a cujos remetentes peço que, uma vez mais, demonstrem a grandeza do Benfica através de um comportamento exemplar de respeito e de civilidade.

Apelo, finalmente, à participação maciça nestas eleições.

Em democracia a grande arma é o voto. É o voto que premeia e é o voto que pune.

Uma participação eleitoral forte será a grande, a maior, resposta à intoxicação de certa comunicação social e a defesa da grandeza e da democraticidade do BENFICA!

Uma palavra final. Que fique bem claro que qualquer manobra, artifício ou intervenção que coloque em causa o normal decurso do acto eleitoral será perseguida pelos meios judiciários próprios, designadamente exigindo a responsabilidade disciplinar, civil, patrimonial e criminal que ao caso couberem aos seus autores.




A mensagem certa

A mensagem certa, no momento certo. No meio de uma turbulência mais artificial que real, Luís Filipe Vieira usou a expressão que só por si é todo um programa: “Venham todos votar”! É isso: “Venham todos votar”!.
Todos os interesses pessoais devem sucumbir ao interesse maior, chamado Sport Lisboa e Benfica. E esse interesse maior obedece apenas a um desiderato: “Venham todos votar”! O clube da democracia antes da democracia, o clube de Cosme Damião e de Borges Coutinho, o clube de José Águas e de Eusébio, o clube do povo e para o povo, deve demonstrar amanhã que continua igual a si próprio: o Maior Clube do Mundo.
Nunca como agora se revela tão importante o papel do Benfica profundo, do Benfica social, do Benfica que não é Lisboa nem Faro, nem Coimbra nem Porto. Mas é o Benfica que é vivido com igual intensidade na tasca mais insalubre da aldeia mais recôndita e no hotel de 5 estrelas da avenida mais emblemática de Lisboa.
Nas Casas do Benfica de Portugal e do Mundo, nas Casas do Benfica onde amanhã se escreve mais uma página na gloriosa história de um símbolo perene e universal, está o pulsar do clube. Amanhã é lá que se joga o futuro. Porque no Benfica, o seu futuro estará sempre nas mãos dos seus legítimos proprietários: os sócios. Viva o Benfica!

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Noite de estrelas

As estrelas foram ao jogo da moda ver de que massa são feitos os campeões. Saviola, Nuno Gomes, Sidnei, David Luiz, mais Rui Costa e Jorge Jesus, e as ex-glórias Shéu e Néné, foram ao Pavilhão da Luz ver o Benfica ser tricampeão nacional de futsal, batendo na finalissima (5º jogo) o Belenenses por 4-3, após prolongamento.
Se como referem os jornais, Jesus quer que os jogadores visitem a sala de troféus para assimilarem a cultura de vitória do Sport Lisboa e Benfica, não custa acreditar que foi também o treinador principal que levou alguns dos atletas ao futsal.
Ainda bem que todos estiveram lá, sob o olhar presidencial de Luís Filipe Vieira. Viram um pavilhão a vibrar como há muito não se via. Talvez desde os tempos de Carlos Lisboa, também ele ali presente, para vitoriar a fabulosa equipa de basquetebol dos anos 80 em 90.
Parabéns a todos os atletas, com particular destaque para esse mágico chamado Ricardinho, e para André Lima, o campeonissimo jogador que na primeira época como treinador consegue chegar ao título.
Esperamos que as estrelas do futebol de onze tenham sido contagiadas pelas vedetas do futebol de cinco. E que comecem a imaginar um Estádio da Luz com 65 mil tão eufórico como o pavilhão da Luz na noite de ontem. Viva o Benfica! Foto em www.slbenfica.pt
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