Quantos Pedro Mendes vale Carlos Martins?

 

Benfica – 3; V. Guimarães – 1 (17ª jornada da Liga Sagres). Carlos Martins disse, ontem à noite, na Luz, contra o Vitória de Guimarães que Carlos Queiroz tem um bom problema para resolver na escolha dos 21 para levar ao Mundial da África do Sul. Com a exibição efectuada e com os dois fantásticos golos, o ex-sportinguista marcou um posição forte e clara: quer estar no Mundial de 2010. Martins tem apenas que temperar um pouco a sua exuberância temperamental que já lhe deu muitos amargos de boca na sua carreira.

Depois de um breve ocaso, aquele que chegou a ser o menino bonito de Alvalade e um médio com potencial fora do comum, volta à ribalta, apesar de não ser um titular indiscutível no Benfica. Pela mão de Jorge Jesus, Carlos Martins regressa em grande ao primeiro plano do futebol português.

Numa altura em que Pedro Mendes chega a alvalade, talvez que os sportinguistas torçam as orelhas e não caia sangue, afinal tinha ali um Carlos Martins, que valia por vários Pedro Mendes, e deixaram-no partir sem honra nem glória. Honra e glória que Martins agora reivindica em grande estilo na Luz.

Este Benfica acaba também por matar o borrego frente ao Guimarães, que não perdia na Luz   há 4 temporadas. Agora 4ª feira venha o U. Leiria, talvez sem Ramires e sem Carlos Martins. Aliás, o médio português acaba por ser infeliz na expulsão, dado que podia aproveitar a eventual ausência do brasileiro.

Os próximos 3 jogos, com Leiria, na Luz, Setúbal, no Bonfim, e Belenenses, de novo na Luz, são fundamentais para o resto do campeonato. Só admitimos 9 pontos, o que pode dar uma tranquilidade acrescida para os últimos 10 jogos.

Foto: Francisco Seco (AP/Photo)

O que realmente conta

(...) "Estrelas do passado e do presente juntam-se no Estádio da Luz. Magnusson está gordo e sorri quando cai. O público grita por ele porque Magnusson é Magnusson. Zidane ainda finta com classe. Rui Costa ainda marca com a classe. Nené parece que não envelheceu. Chalana é um "replay" em "slow motion" dele próprio. Figo ainda empresta o seu nome ao que interessa. E uma pessoa volta a ter a noção do que realmente conta.

Apesar de todos os corruptos que, como parasitas, andam à volta do futebol. Apesar dos fanáticos que toleram os corruptos. Uma pessoa lembra-se, como quem olha para um passado cheio de boas memórias, que o futebol é mesmo isto. Não é o fim nem o princípio do Mundo, apesar de poder ajudar nas tragédias do Mundo.

E por isto, deste sportinguista de todos os costados, aqui vão os meus parabéns para o Benfica. Não só pelo Haiti. Porque nos lembrou que é por isto que, no meio de tanto lodo, ainda vamos ao estádio. Por nos devolver, por uma hora e meia que seja, a inocência da festa". (excerto do artigo de Daniel Oliveira no jornal "Record", sexta-feira, 29 de Janeiro de 2010)

Anúncio carimba passaporte do Nuno

O anúncio do BES, denominado “I´ve gotta feeling”, a canção dos Black Eyed Peas que a Selecção Nacional adoptou como hino, escolheu Nuno Gomes como um dos seus rostos e das suas vozes.

O avançado do Benfica pediu autorização a Carlos Queiroz para aceitar o convite. O seleccionador nacional autorizou. Deste modo, nunca um nome de possível convocado para a fase final de um Europeu ou Mundial foi conhecido de uma maneira tão invulgar.

Se nada acontecer de estranho a Nuno Gomes, por exemplo uma lesão, o nº 21 do Benfica tem já o passaporte carimbado para a África do Sul. À custa do BES e do seu anúncio de apoio à nossa equipa nacional no Mundial de 2010.

Olhando para o plantel do Benfica, difícil parece encontrar quem não vai estar no Mundial. Quim é muito provável; Maxi é certo, pelo Uruguai; Luisão, certo, pelo Brasil; César Peixoto, talvez, talvez; Javi Garcia, já esteve mais longe das escolhas de Del Bosque; Ramires, certo, pelo Brasil; Aimar, certo, pela Argentina; Di Maria, certo, pela Argentina; Carlos Martins, quem sabe, quem sabe?; Fábio Coentrão, muito provável; Saviola, muito provável, pela Argentina; Cardozo, certo, pelo Paraguai. E Nuno Gomes, claro, já lá está. E merece-o. 7 certos e 6 muito  em prováveis. Se não é recorde mundial anda lá perto.

O pirómano

Ruben Micael, o para já único reforço de Inverno do fc porto, começou a mostrar serviço. Não em campo mas nas páginas dos jornais. No actual caldeirão do futebol português, cada vez mais irrespirável, Micael resolveu lançar mais gasolina para a fogueira, ao dizer que Jorge Jesus, treinador do Benfica, o ameaçou no final do Benfica – Nacional, da primeira volta.
Acontece que este jogo ocorreu em Outubro, há 4 meses atrás, pelo que causa estranheza Ruben Micael apenas agora se ter lembrado do episódio, se é que tal situação existiu. É claro que para os mais incautos, nada disto tem a ver com o facto do ex-nacional agora envergar a camisola do fc porto.
Ou seja, Micael é daqueles jogadores que não pensa pela sua própria cabeça, faz o que lhe mandam, e não se mostra preocupado em ser a voz do dono e um moço de recados. O médio é um dos bons jogadores portugueses mas para se singrar no futebol é preciso mais do que isso. Ter carácter é bem mais difícil de adquirir e Ruben já mostrou que pensa com os pés e tem falta de carácter.

Uma coisa é certa: Ruben Micael não vai longe no futebol português e se Carlos Queiroz for, como julgo que é, um homem que gosta de pessoas com carácter e ética, Ruben Micael nunca vestirá a camisola da Selecção Nacional.

As estrelas são eternas

  Escolher um pormenor para descrever o que se passou ontem à noite num estádio da Luz quase cheio, no VII Jogo Contra a Pobreza, com a receita a reverter para o auxílio ao povo haitiano, é algo impossível.

Sublinhar que esta iniciativa de cariz humanitário e dimensão planetária foi realizada na nossa Catedral ou dizer que pela primeira vez este evento tem um clube como organizador, é dizer muito pouco sobre a instituição Benfica – que aqui confirma para a eternidade o rótulo de “mais que um clube de futebol”.

Ver Figo estender a passadeira vermelha a Chalana, o pequeno genial; rever a elegância de Shéu, a imponência de Humberto Coelho, a força de Magnusson, a irreverência de Schwartz, a velocidade de Paneira, a autoridade de Mozer, a destreza de Pietra, a “souplesse” de Néné, a classe de Valdo, o virtuosismo de Poborsky ou a garra de Veloso, é esquecer, por momentos, Saviola e Cardozo, Ramires e Luisão, e até Miccoli (o grande Mickey).

E depois, claro, houve Eusébio, no seu dia de anos, e a homenagem ao sempre presente Féher, e a presença de Zidane e Kaká e tantas outras vedetas mundiais. Da Luz para o Haiti seguiram centenas de milhar de euros, mas principalmente um abraço do tamanho do Mundo e uma mão que se estende para ajudar quem mais precisa.

Vá lá, reconheçam, que só o Benfica podia proporcionar isto!

Fotos de Paulo Duarte (AP/Photo) e de Nacho Doce (Reuters).

Àgua na boca por Airton

Rio Ave – 1; Benfica – 2 (3º jornada da fase de grupos da Taça da Liga). Quando se fala tanto em reforços de Inverno, também não quero fugir a este tema. O Benfica aproveitou a abertura de mercado para ir buscar 3 jogadores ao Brasil: Éder Luís, Airton e Kardec.

Todos se lembram de muitas contratações falhadas nos últimos anos na Luz e, desta vez, o fantasma voltou a pairar. A equipa estava em grande, porquê então mais e novos jogadores? Acresce que eram 3 ilustres desconhecidos. É certo que eram jovens, é certo que jogavam em “times” brasileiros de primeiro plano, mas eram pouco conhecidos.

Quem tem olhos de ver percebeu bem a intenção de Jorge Jesus e o esforço financeiro que a Direcção fez para os contratar. Éder Luís, um extremo rápido, veio com a intenção de substituir Di Maria no final da época e esta antecipação permitia que se fosse adaptando à cidade, ao clube, à equipa, ao futebol português; Airton veio rotulado de trinco à maneira de Javi Garcia, um lugar para onde o Benfica não tinha substituto para o espanhol; Kardec veio catalogado como um género de Cardozo, lugar para onde o Benfica não tinha também substituto.

Mas uma coisa é justificar as contratações na teoria, outra é vê-los jogar. Vendo Éder Luis jogar, em Guimarães e na Madeira, e Kardec, ontem em Vila do Conde, fiquei convencido: o Benfica acertou em cheio. E fiquei com água na boca para ver Airton.

O "atrasado mental"

As escutas a Pinto da Costa que acabaram no Youtube ainda fazem correr muita tinta mas servem apenas para alimentar o folclore mediático e serem pretexto para mais uns discursos incendiários. Nada de mais, nem de surpreendente.

A justiça portuguesa actuou como actuou e se os juízes ouviram aquilo que nós ouvimos e acharam que nada de anormal se passou, então está bem! Peçam a todos os anjinhos para não terem de confrontar a nossa justiça.

O que mais me chocou nas conversas não foi a escolha dos árbitros, o café, o leite ou as questões jornalísticas à volta do Deco. O que mais me chocou foi o roupeiro do sporting, Paulinho, ser identificado como "aquele atrasado mental". Mais palavras para quê?

A noite das facas longas

Os jogos da Taça de Portugal de ontem mostraram a verdadeira face do fc porto e sporting. Duas equipas ligadas à máquina, sem rei nem roque, sem talento, sem classe, sem liderança dentro e fora de campo.
O caso do sporting é bem mais grave. A escolha de Sá Pinto para director desportivo foi um erro de palmatória que só podia redundar num caso de proporções gravissímas, como o que ocorreu ontem no balneário de alvalade. O pugilato entre Sá Pinto e Liedson é o sinal mais claro do caótico ambiente que se vive nos corredores leoninos.
Carvalhal é um bom homem, mas não tem o perfil de liderança exigido. Bettencourt tenta passar entre os pingos da chuva sem se molhar. O presidente do sporting pode ficar para a histórica leonina pelos piores motivos.
No fc porto as coisas são diferentes mas também de gravidade extra. A exibição no Restelo já levou Pinto da Costa a puxar as orelhas a Jesualdo e aos jogadores. A reprimenda pode ter sido justificada, mas as consequências são imprevisíveis.
Jesualdo, a caminhar para os 70 anos e com uma vida ao serviço do futebol, não é nenhuma criança a quem se puxe as orelhas e coloque de castigo. Até porque vamos ver como é que os seus subordinados (os jogadores) vão reagir a esta situação.
Ao querer impor disciplina, Pinto da Costa pode ter ateado um incêndio e ter fragilizado a autoridade de Jesualdo Ferreira.

Zorro: o começo da lenda

Marítimo – 0; Benfica – 5 (16ª jornada da Liga Sagres). Saviola voltou, de capa e espada, a fazer justiça. Uns pedem justiça divina, eu fico-me pela justiça dos homens, que a fazem pelas suas próprias mãos. O pequeno coelho, transformado em “mascarilha”, surgiu felino por detrás da cortina defensiva maritimista e, zás, qual Zorro a “marcar” com o seu inconfundível Z a testa dos adversários.
Justiça feita, o Benfica libertou-se das grilhetas e fez jus à co-liderança, deixando o fc porto a 6 pontos e o título cada vez mais perto. Jorge Jesus geriu com mestria, e “savoir faire” o esforço dos jogadores, que a meio da semana tiveram um árduo confronto com o Guimarães, num terreno impróprio para craques.
Saviola, Ramires, Aimar, foram os mais poupados para as duras batalhas que se avizinham. Até lá, o nosso Zorro vai limpar a espada com que cravejou os últimos 7 opositores e preparar as novas estocadas mortais. Foto: Hélder Santos (AP/Photo)

O meu primo Wilson

V. Guimarães - 1; Benfica - 1 (taça da liga, 2ª jornada). O meu primo Wilson, brasileiro amante de Portugal, esteve na terra-mãe este Natal e Ano Novo. Residente em Santa Catarina, estado de S. Paulo, o meu primo Wilson, como bom brasileiro e descendente de portugueses que se preze, adora futebol e sabe de futebol.
Para além de tudo o mais, foi uma excelente companhia e um magnifico parceiro de conversa sobre o desporto-rei. Adepto do S. Paulo, Wilson não perdeu a oportunidade para dar um salto ao Estádio da Luz, para ver jogar o Benfica contra o Nacional, para a Taça da Liga.
Adorou o estádio e ele e os filhos, Andressa e Anderson, adquiriram camisolas do Benfica na loja do estádio para oferecer aos amigos e familiares brasileiros. “Desta vez é que é”, diz-me, sem esconder uma predilecção pelo Glorioso e não percebendo bem porque o clube teve aquela “parada” (os anos consecutivos sem ser campeão).
Este ano está convencido. Conversamos no dia em que Éder Luís tinha sido confirmado como reforço. “Um craque, muito bom de bola”, garantiu-me Wilson, que o viu jogar em 2008 com a camisola do S. Paulo. “Precisa apenas de um treinador disciplinador”, alertou. Expliquei-lhe que essa é uma das características de Jorge Jesus. E fiquei convencido que o Benfica tinha contratado um craque.
Na quarta-feira, quando soube que o novo reforço ia ser titular em Guimarães para a Taça da Liga, fixei com curiosidade os olhos naquele brasileiro recém-chegado do Atlético Mineiro e que foi objecto de rasgados elogios do meu primo Wilson. Tal foi a atenção que dediquei a Éder Luís que quase esqueci o jogo. Noventa minutos depois, apenas posso dizer que o meu primo Wilson tinha toda a razão.

Zorro, justiceiro outra vez

Foto: Miguel Vidal (Reuters/Portugal Sport Soccer)

Rio Ave – 0; Benfica – 1 (15ª Jornada, Liga Sagres). Saviola, a quem apelidei de Zorro, o mascarilha, que sempre identifiquei como um dos símbolos maiores da Justiça – Zorro, o justiceiro -, voltou a dar a estocada final. Fez-se justiça em Vila do Conde. Uma justiça feita à base de nervo, raiva, sofrimento, fibra e coragem. Jorge Jesus tinha dito que Vila do Conde seria a deslocação mais difícil de 2010. Não se enganou. O Rio Ave fez jus à classificação que ocupa e ao facto de ainda não ter perdido em casa. Saviola, o Zorro, justiceiro mais uma vez, aqueceu o coração dos milhares de benfiquistas que encheram o Estádio dos Arcos.

Prémio Relíquia da Internet

Estava para escrever sobre o mercado de Inverno e as aquisições do nosso Benfica (e as dos outros, claro…), quando fui alertado pelo blogue “Benfica Até Morrer” para este texto. Agradeço a cortesia. O meu muito obrigado.

E no cumprimento das regras, aqui deixo os meus 5 magníficos: http://tertuliabenfiquista.blogs.sapo.pt

http://novobenfica.blogs.sapo.pt

http://benficaatemorrer.blogspot.com

http://eternobenfica.blogspot.com

http://amt-slb.blogspot.com

A marca de Zorro

Benfica - 1; Nacional - 0 (1ª jornada da Taça da Liga - fase de grupos). Após uma paragem prolongada em virtude das festividades, o Benfica despachou o Nacional na 1ª jornada da fase de grupo da Taça da Liga, troféu que detém depois de ter derrotado o Sporting na final do ano passado.
Era importante ganhar, porque é sempre bom continuar um ciclo de vitórias e depois do interregno e antes da difícil deslocação a Vila do Conde, sábado para o jogo que marca a última jornada da 1ª volta, era essencial continuar com os índices de confiança e anímicos em alta.
O jogo revelou aquilo que já se sabe: uma prolongada paragem afecta sempre os ritmos e andamentos da equipa. Foi, por isso, um Benfica ainda enferrujado que ganhou com justiça e capacidade de sofrimento. O que é sempre necessário.
Saviola deixou, de novo, a sua marca de Zorro. O Z, que identifico com um S invertido e simboliza a forma como o pequeno argentino aparece letal por detrás dos defesas contrários para dar a estocada final. Foi assim com o fcporto, foi assim com o Nacional. Foto em maisfutebol.iol.pt.