Hoje faz 10 anos que Luís Filipe Vieira assumiu a
Presidência do Benfica. Parece incrível como tanto se fez em 10 anos… De Luís
Filipe Vieira podem dizer-se muitas coisas, umas boas, outras nem tanto.
Uma coisa não se pode dizer, que ele não transformou o
Benfica. Fê-lo, para melhor. Com trabalho, dedicação e coragem. Mas com uma
qualidade muito importante: com visão. Visão estratégica e visão de futuro.
Luís Filipe Vieira esteve sempre um passo à frente dos
outros. Dos outros clubes e dos outros presidentes. Quando os outros viam, ele
já tinha visto. Quando os outros decidiam, ele já tinha decidido. Quando os
outros projectavam, ele já tinha projectado.
Quando a obra por ele vista, decidida e projectada, ficava
concluída, os outros ainda estavam na fase dos caboucos. Vieira esteve sempre
um passo à frente; foi o novo estádio, a Benfica TV, o Museu, a Fundação
Benfica.
Nestes 10 anos, diz-se que 2 títulos de campeão foi pouco.
Perdoai Senhor àqueles que têm memória curta. Luís Filipe Vieira pegou num
clube na bancarrota, no caos organizativo, com credibilidade zero.
Os primeiros anos, o trabalho foi dedicado a salvar o clube.
Apesar disso, pouco tempo depois foi campeão com Trappatoni. Querem um exemplo:
vamos ver quantos anos o Sporting, no estado em que está, vai ficar sem ser
campeão…
Depois, Vieira deparou-se com a maior fraude do futebol
português, uma das maiores a nível mundial: o Apito Dourado. Dedicou muito do
seu esforço a denunciar este estado de coisas – para bem do Benfica e do
futebol português.
Dois títulos de campeão em 10 anos, nesta conjuntura, foi
algo que não deve ser depreciado por ninguém, até porque a somar a isso vieram
mais títulos nacionais e centenas de títulos nas modalidades.
Agora o futuro. Sou de opinião que Luís Filipe Vieira ainda
tem muito caminho para fazer no Benfica. Ele ainda tem muitos projectos a
germinar na sua cabeça. O Benfica, por seu lado, precisa de um líder que tenha
no mundo financeiro e da banca a credibilidade de Vieira, o que não é coisa
pouca, nos dias que correm.