domingo, 28 de fevereiro de 2010

A derrota do general Inverno

Leixões - 0; Benfica - 4 (21ª Jornada da Liga). Palavras para quê? É um treinador português, com classe, talento e génio. Jorge Jesus é o grande arquitecto da vitória do Benfica, em Matosinhos. Di Maria foi o génio que saiu da lâmpada de Jorge “Aladino” Jesus. Mas, antes, já a capacidade do mestre da táctica foi a mais-valia decisiva para levar por vencida um Leixões, em cujo campo o fc porto tinha empatado 15 dias antes.
Era um jogo de risco máximo, como tinha antecipado o treinador do Benfica. Não só pela capacidade da equipa leixonense, que no estádio do Mar é sério opositor, mas porque o mau tempo ia colocar dificuldades acrescidas. Além de que o Benfica vinha de uma jornada europeia a meio da semana.
Mesmo com o general inverno numa força pouco antes vista, o Benfica gosta de desmentir os metereologistas da desgraça, que previam a “débacle” da equipa, quando os terrenos ficassem mais pesados.
O onze do Benfica apareceu com duas grandes surpresas: o extremo Éder Luis, brasileiro contratado no mercado de inverno; e Airton, na vez de Javi, também contratado no mercado de inverno.
Ora, Éder Luís abriu o marcador (é certo que já antes Di Maria tinha marcado, mas incrivelmente, o fiscal de linha assinalou fora-de-jogo, num erro grosseiro), e Airton, antes de ser substituído, fez quase esquecer Javi, o que só atesta a sua qualidade.
O Benfica tem, assim, um plantel à altura de todas as responsabilidades, e um treinador que o sabe gerir como ninguém. Agora, a 9 jornadas do fim, o tempo é de cerrar fileiras e apoiar sempre a equipa, como os milhares de benfiquistas do Norte mostraram, em força e número, ontem, no estádio do Mar, apesar de toda a intempérie. Foto: Paulo Duarte (AP Photo)

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Diz-me com quem andas


Tenho estima por Rui Moreira, mas fiquei estupefacto ao vê-lo junto da maralha que se manifestou à porta da Liga, a favor da verdade desportiva (?). Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és... Rui Moreira já quis ser várias coisas: presidente da Câmara do Porto, da Câmara de Matosinhos, presidente do fc porto. Esta sua faceta de populista só o diminui.
A indefinição sobre o que quer ser tem levado a que muitas vezes dispare em todas as direcções sem acertar em nenhum alvo. Homem culto e inteligente, é público que Rui Moreira foi perseguido por apaniguados do fc porto devido aos seus comentários "independentes" no programa desportivo Trio d´Ataque. O portista Rui Moreira saía frequentemente fora da linha fundamentalista que se mantém no poder no dragão há mais de 20 anos, e isso o estado-maior não podia permitir.
Rui Moreira sabe bem o que passou por esses actos de rebeldia. E isso paga-se caro. Não o levo a mal por agora ter uma postura mais de acordo com a linha que impera na cúpula do dragão. Já não percebo é que se disponha a dar a cara por gente sem nível, sem formação e sem princípios, em nome de causas que nada o dignificam. Questiono-me, por fim, sobre o que tem a ganhar?, quando o que prevejo é que não ganhe o apoio da ralé e, pelo contrário, que muitos que o respeitavam fiquem desiludidos.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Javi é Javi

Se os holofotes têm estado frequentemente dirigidos a Saviola, Di Maria, Aimar e Cardozo, há um jogador no Benfica que me preenche todas as medidas, não só pelo que joga mas pelo que diz. Chama-se Javi Garcia.
O espanhol, ex-Real Madrid, é muito mais que o equilíbrio da equipa; é muito mais que um barómetro; é muito mais que o pêndulo. Javi Garcia é, a meu ver, o único insubstituível. Sempre jogando nos limites, sempre suando a camisola como se fosse o último jogo da sua vida.
Javi é um jogador à Benfica, como poucos o foram nestes últimos anos. Para além disso, é de uma humildade tocante. Sabe que não é o artista, sabe que não é o génio, sabe que não é o tecnicista, sabe que não é o goleador.
E sabendo tudo isso, apaga-se em favor do colectivo, deixa os holofotes para os outros, sem uma mágoa, sem um reparo, sem amargura. Pelo contrário, ele sabe que muitos dos êxitos passam por ele, pelo seu desempenho, e entrega à luta sem igual.
Mais do que isso. É vê-lo, muitas vezes, no final dos jogos, despir a camisola para a entregar aos adeptos, molhada de suor, como se estivesse na Luz há muitos anos. Mas mais, quando fala, Javi fala como se vivesse uma paixão, um amor ardente, na Luz, pelo Benfica.
Em Berlim, foi infeliz ao obter um auto-golo. Ontem, a sorte que protege os audazes, fez com que obtivesse um dos golos com que o Benfica goleou o Hertha de Berlim (4-0), na segunda mão dos 16 avos da Liga Europa, corrigindo o 1-1 da primeira mão e passando aos oitavos de final, onde vai encontrar o Marselha.
No final da época é crível que, pós Mundial, chovam propostas chorudas para muitos jogadores do Benfica. Mas, por favor, não deixem sair Javi Garcia. Foto: Naco Doce (Reuters)

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Domingos não olhou para o chão

Domingos Paciência treinou a União de Leiria na época 2006/2007. Ficou célebre pelos bons e pelos maus motivos o jogo entre a União de Leiria e o fc porto. O jogo terminou surpreendentemente com a vitória da União, que lutava desesperadamente para fugir à despromoção. O fc porto tinha um percalço com que não contava.
No banco de suplentes Domingos não queria acreditar no que via. As imagens não correram mundo, mas deviam. O treinador da equipa que estava a ganhar baixava os olhos para não ter de ver o que se estava a passar no relvado.
A sua equipa derrotava o clube onde tinha passado toda a vida desportiva e que lhe tinha permitido iniciar a carreira de treinador pela União de Leiria, do amigo João Bartolomeu. Essas imagens vão perseguir sempre Domingos.
Ontem, no dragão, o agora treinador do Sp. Braga, com uma carreira brilhante na Liga, viu a sua equipa ser, pela primeira vez, goleada por 5-1, e ter sofrido mais de 50% dos golos averbados nas 19 jornadas anteriores.
O que fez Domingos? Olhou para o chão?. Não, de olhos fixos no relvado, deixava perceber um levezinho sorriso entre os lábios e lançou um suspiro. De alívio?

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Venha o Marselha


Um jogo friorento. Um relvado impróprio. Uma desadaptação clara às cambiantes da partida. Um apagamento de Saviola e Ramires. Um resultado que dá a passagem para os oitavos-de-final. Um guarda-redes a precisar de uma exibição em cheio (e, porque não, Moreira?). Um treinador sempre “on fire”, como se quer. Uns adeptos benfiquistas do melhor. Um Javi azarado. Um Luisão imperial. Um David Luiz a merecer uma final europeia. Um Cardozo sempre presente. Um Di Maria a fazer sonhar os argentinos. Foi assim o Hertha – 1; Benfica – 1. E agora que venha o Marselha. Foto: AP Photo / Kai-Uwe Knoth

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Um livro para Rui Moreira

Acabo de ver o programa da RTPN “Trio d ´Ataque”. Mete-me nojo como pessoas inteligentes e civilizadas como Rui Moreira, por quem tenho estima, carregue na tecla das arbitragens que prejudicam o fc porto e impute ao Benfica o benefício das mesmas.
Veio Rui Moreira com o “Caso Calabote”, livro que apresentou recentemente, e que António-Pedro Vasconcelos brilhantemente desmontou e provou à saciedade que se trata de um “caso” risível, em que na verdade foi o Benfica o prejudicado nesse campeonato da década de 50.
Quanto a Rui Moreira, faltou responder-lhe com Carlos Calheiros, Martins dos Santos, Soares Dias, Jacinto Paixão, Augusto Duarte e tutti quanti – livros que chegavam para encher a Torre do Tombo.
Espero que no próximo programa, A-PV ofereça a Rui Moreira o livro-maldito “Golpe de Estádio”, assinado por um jornalista corajoso chamado Marinho Neves, que teve de se exilar por ter chamado os bois pelos nomes.
Faltou dizer a Rui Moreira – ele não tem culpa, mas às vezes as pressões dragonianas obrigam-nos a fazer uma figura menos própria – que o processo Apito Dourado apontou o dedo acusador ao fc porto por manigâncias ao longo de anos. Onde está a autoridade moral deste clube para dizer o que quer que seja sobre arbitragens? Decoro precisa-se.
Aliás, esta telenovela só existe porque o fc porto vai em 3º lugar e provavelmente fica fora da Liga dos Campeões. O desespero que vai pelo dragão justifica tudo. Mas já não justifica que pessoas que reputo como idóneas, como Rui Moreira, se deixem embalar pela espuma dos dias.
Quanto a A-PV, envio-lhe um abraço de amizade e de estima, e de parabéns pelo excelente filme “A Bela e o Paparazzo”, sinal de que o cinema português tem futuro quando é assumido por profissionais de excepção.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Q.B.

Benfica – 1; Belenenses – 0 (19ª jornada da Liga). Q. B. (Quanto Baste). Foi isso que o Benfica fez contra o Belenenses. Gestão de esforço, utilizando uma visão mais pragmática, mais utilitária, do jogo. O Benfica das goleadas, o Benfica mais romântico, mais espectacular, mais ópera e menos operário, não esteve na Luz – uma Luz com quase 50 mil, ao sol bonito de Lisboa, fria e quente.
Não houve Saviola, mas houve Ramires; não houve Aimar, mas houve Cardozo; não houve Di Maria, mas houve Coentrão. Três operários em detrimento de três fantasias. No fim, mais 3 pontos no bornal, em velocidade supersónica rumo ao título. Foto: Francisco Seco (AP/Photo)

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Beto regressa ao local do crime


Faz quase um ano que o fc porto foi a Matosinhos para defrontar o Leixões, a equipa sensação da Liga 2008/2009. O jogo era tido como fundamental para as aspirações dragonianas em atingir o título. O Leixões inspirava cuidados acrescidos, até porque tinha vencido o fc porto no dragão por 3-2 e um percalço no estádio do Mar entregava a liderança ao Benfica.
A 7 de Março de 2009, jogava-se assim a 21ª jornada da Liga, com o Benfica a 2 pontos do líder. Nos dias anteriores ao Leixões – fc porto começaram a sair notícias do interesse azul-e-branco na contratação de Beto, guarda-redes do Leixões. Os jornais mais próximos do dragão escreviam mesmo que a contratação estava fechada.
Beto estava numa grande forma e era tido como o melhor guarda-redes da Liga e com provável chamada à Selecção. O jogo, que acabou com a vitória por 4-1 do fc porto foi marcado por vários casos, que o árbitro Rui Costa, do Porto, julgou sempre a favor do fc porto – uma agressão de Bruno Alves a Jorge Gonçalves que passou impune e um penálti mal assinalado a favor do fc porto.
Mas a surpresa maior estava focalizada em Beto, cuja exibição deixou muito a desejar, com o guarda-redes leixonense a ter culpas graves em muitos dos golos do fc porto. Esta época Beto veste de azul-e-branco e pouco tem jogado. Amanhã regressa ao Estádio do Mar para ver do banco de suplentes (ou da bancada) o Leixões – fc porto. É como regressar ao local do crime.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

O divã de alvalade

sporting - 1; Benfica - 4 (meias finais da Taça da Liga). O divã de alvalade serviu às mil maravilhas para recuperar animicamente os infelizes do Bonfim: David Luiz e Cardozo. A goleada podia ter sido mais expressiva, não se desse o caso de Di Maria estar exagerar nos seus slalons individuais. Muitos deles excepcionais, garantes de um espectáculo de qualidade superior, mas muitas vezes ineficazes.
Di Maria está a precisar de um divã e cabe a Jorge Jesus exercer uma das suas qualidades: um competente psicólogo. O extremo argentino vai ficar de fora do jogo com o Belenenses, pelo que entrará Fábio Coentrão. Pode ser que o tempo de descanso lhe refresque as ideias.
Por isso, foram 4, mas podia ser o dobro. Como os benfiquistas podiam ser o dobro daqueles que ocuparam todo um topo de alvalade. Mais de 6 mil, mas que podiam ter sido mais de 12 mil e assim ocupar as cadeiras vazias deixadas pelos sportinguistas desde o início do jogo, ou desde a meia-hora, quando Ramires fez o 0-2.
O resto foi uma gestão coerente de jogo jogado e de banco. Entrando de início com Éder Luis e Kardec, Jesus fez a gestão do plantel que se impunha e, na melhor oportunidade fez 3 substituições de uma assentada, entrando o trio maravilha: Cardozo, Aimar e Saviola – e a música passou a ser outra.
O sporting pode assim dar-se por satisfeito. Eu sei que o divã de alvalade não chega para joão pereira, mas a sua ficha médica indiciava que era um paciente de risco. Teve uma recaída grave e pode já não vir a ser consultado na áfrica do sul.
Enfim, Bettencourt tem muitos medicamentos para prescrever. A ressaca vai ser dura, mas nada que o tempo não cure. 4-1 é um resultado giro, mas a nossa alegria é comedida, bem sabemos que a compaixão é uma virtude e nunca gostamos de calcar quem está no chão. Afinal, joão pereira há só um. Foto: Francisco Seco (AP/Photo)

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

De boa cepa

Em dia de derby, mais que falar em problemas e polémicas, vou privilegiar uma história de vida, contada, ontem, no DN, página 13, na primeira pessoa por um idoso de 88 anos da Régua.
Chama-se José Alves, este duriense de cepa recta e de antes quebrar que torcer. Estava, na sua provecta idade, com graves problemas de visão e foi operado no Centro Hospitalar de Trás-Os-Montes e Alto Douro, uma unidade hospitalar que em 9 meses operou aos olhos 3.700 pacientes, acabando assim com a lista de espera – um sucesso no interior do país.
Estava eu a contar que o senhor José Alves foi operado, em 10 minutos e sem anestesia, como reza a notícia, com enorme sucesso. Após lhe terem retirado os pensos dos olhos, exclamou: "Já vejo! Agora posso ver melhor os meus netos e o Benfica”.
O nosso abraço ao senhor José Alves. Que dure muitos e muitos anos, para ver o nosso Benfica muitas vezes campeão!

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Estás perdoado Tacuara!

V. Setúbal - 1; Benfica - 1 (18ª Jornada da Liga Sagres). Caro Óscar Cardozo, eu imagino como ainda te deves sentir depois de teres falhado a grande penalidade no Bonfim, que daria a vitória ao nosso Benfica sobre o V. Setúbal.
Escrevo-te só agora porque tal como tu, eu e milhões de benfiquistas passamos mal aquela noite e hoje ainda dói um bocado recordar os 2 pontos perdidos.
Eu sei que o Setúbal e todas as outras equipas fazem o jogo da vida contra nós, triplicam de motivação e determinação e não foi por acaso que Manuel Fernandes lhes chamou heróis.
Apesar de não termos feito um grande jogo, podíamos e devíamos ter ganho. Quero mandar daqui um grande abraço ao David Luiz. A infelicidade dele também nos dá um grande nó na garganta.
Mas, Tacuara, quero que saibas que hoje estive no balneário da Luz e tirei uma fotografia junto ao teu cacifo. Estás perdoado. Todos os benfiquistas te perdoam porque tu foste mais uma vez gigante, na humildade de juntar as mãos pedindo desculpa aos adeptos. Estás desculpa. Força campeão! Foto: Francisco Seco (AP/Photo)

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

A teoria da conspiração

As estratégias da política servem para o futebol. A dramatização parece que resolveu assentar de estaca neste pobre país. O objectivo é claro: criar cortina de fumo. Deixemos a política, vamos ao mais importante.

Mário Crespo disse que este era “o país do palhaço”. Discordo. Este é o país dos palhaços. Custa ver um clube com a história do SC de Braga ser manietado e telecomandado à distância de 50 quilómetros mais para o litoral.

Na selva em que vivemos todos os meios são justos para se atingirem os fins. Na cabeça da liga, por mérito próprio, o SC Braga descobriu agora uma teoria da conspiração para explicar porque é que foi eliminado da Taça e passou para segundo.

A explicação não teria nada de grave e seria entendida como mero instrumento de estratégia interna, não fosse o caso dos antecedentes. E quais são os antecedentes? Desde logo, os ataques subliminares de início da época de Domingos Paciência, ex-glória do fc porto, ao seu antecessor, nem mais nem menos que Jorge Jesus, agora no Benfica.

Antes ainda, as frases incendiárias de António Salvador, presidente do SC Braga, e de Mesquita Machado, presidente da AG da Liga e da Câmara de Braga, após o célebre Benfica – SC Braga da época passada.

Frases que nunca se ouviram, nem a um nem a outro quando o SC Braga foi prejudicado em jogos contra o fc porto. Os dois, Salvador e Mesquita, regressaram ontem à boca de cena. O segundo apostando outra vez nas frases incendiárias, esquecendo-se dos cargos que ocupa, no futebol e na política. O primeiro, com uma carta aberta, de todo em todo invulgar no panorama do futebol português.

A teoria da conspiração, segundo eles, assenta no facto, único facto, do Benfica estar por detrás de toda a tramóia que dizem estar o Braga a ser alvo. Nem um nem outro desmentem as imagens do célebre túnel do estádio Axa – que como diz o acórdão da CD da Liga são “claras e inequívocas”.

Neste frémito anti-Benfica, Salvador e Mesquita, consciente ou inconscientemente, estão a esquecer que na vertigem pró-fc porto podem estar a estender a passadeira vermelha aos dragões no acesso à pré-eliminatória da liga dos campeões. É ou não uma bela teoria da conspiração?

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Os 4 tenores

Benfica – 3; U. Leiria – 0 (antecipação da 20ª jornada da Liga Sagres). Qual Scala de Milão!. Ópera a sério só na Catedral da Luz. Ontem, foi noite de gala. Daquela de “smoking” e vestido de noite debruado a lantejoulas. Não era para menos. Afinal, após a saga magnífica dos três tenores – José Carreras, Luciano Pavarotti e Plácido Domingos – o Benfica tem em cena, desde o início da época, os fantásticos quatro tenores – Di Maria, Pablo Aimar, Óscar Cardozo e Javier Saviola.

Querem espectáculo “vintage”, a pedir bis e a esgotar em poucas horas? Marquem já lugar para dia 13, sábado, na Luz, contra o Belenenses. Não se atrasem nem se distraiam. A procura é muita e os lugares limitados.

Ou, sabendo que os grandes artistas não se desculpam com o palco, comprem bilhete já para terça-feira, para o pobrezinho teatro de Alvalade, onde se deslocam os quatro tenores. Antes ainda, os magníficos vão dar um pequeno salto à margem sul, ali a Setúbal, onde no histórico palco do Bonfim prometem fazer vibrar a plateia.

Foto: Hugo Correia (Reuters)

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Na primeira pessoa


Já tem quase uma semana, mas tratando-se de Eusébio, é sempre notícia, como dizia o saudoso jornalista Alves dos Santos. Em entrevista à revista Tabu, do Sol, numa altura em que completa 68 anos, o Pantera Negra resolve corrigir a história e contar toda a verdade, para desgosto de alguns aprendizes de revisionistas.

“(…) Marquei alguns golos pelo Sporting de Lourenço Marques, mas sem emoção. Estava desgostoso, eu não era do Sporting (…).

Mas acabou por ir para o Sporting?

Não comia e só chorava. Andava muito desgostoso porque só queria jogar no Desportivo e o treinador nem me deixava treinar (…)”.

A 17 de Dezembro de 2010 faz 50 anos que o Eusébio chegou a Lisboa. Dizem que foi raptado. Isso é verdade?

É triste. Isso é tudo mentira. O Sporting queria que eu viesse à experiência. O Sporting é que me queria raptar. O Hilário é que pode testemunhar. (…) Ainda por cima, eu não gostava do Sporting. Toda a gente sabe, em Moçambique, que eu era do Desportivo, a filial do Benfica. Sempre fui do Desportivo e do Benfica. (…)

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

A Organização

Um administrador, com o pelouro das finanças, mostra desagrado interno pelo rumo das contas e ameaça demitir-se – a situação é relatada em meios de comunicação social hostis; um jogador é contratado, viaja desde o Brasil, chega para assinar mas afinal faltava concluir os detalhes – regressa ao Brasil; um jogador do plantel é dispensado e emprestado, na certeza daquela contratação, e logo é chamado à base porque, afinal, a contratação tida como certa falhou; o capitão de equipa, verdadeiro nº 2 na gíria do clube, pega-se à estalada com um colega no treino. Chama-se a isto Organização.
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