quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Balanço de 2009; Um bom 2010

2009, DE A a Z

Pedro Fonseca em 29/12/09

Este é o meu último artigo de 2009. Aqui fica, por isso, o meu balanço do ano de A a Z.

A – Apito Dourado. A Justiça portuguesa no banco dos réus; B – Benfica. Uma segunda metade do ano à dimensão do clube; C – Campeão. Aquilo que queremos atingir em 2010; D – Défice. O do Estado é preocupante, o do Benfica não; E – Estádio. Uns às moscas, como Alvalade, outros, como a Luz, a bater recordes de assistência; F – Família. Direcção, Administração, Equipa Técnica, Jogadores, Adeptos, Casas do Benfica – uma família benfiquista unida; G – Golos. Goleadas, a imagem de marca a fazer recordar os tempos de Eusébio; H – Homenagem. A Robert Enke, paz à sua alma; I – Idiotas. Todos os comentadores e escrevinhadores que disseram que mal chegasse o Inverno o Benfica cairia. Viu-se!; J – Jorge e Jesus. Jorge Jesus. Mais que o novo Mourinho, o novo Eriksson; L – Luís Filipe Vieira. O Benfica tem um líder; M – Mantorras. Que possa aparecer, de novo, em 2010; N – Nuno Gomes. Um verdadeiro capitão; O – Operário. Foi Javi Garcia, uma das melhores contratações dos últimos 10 anos; P – Pablo Aimar. Rui Costa disse-o em privado e está a confirmar-se, Aimar é para 4 anos, não para 4 meses; Q – Queda. Do Papa ; R – Rui Costa. Depois do tirocínio, um director desportivo de classe mundial; S – Saviola. Um “coelho” de se tirar a cartola; T – Tacuara. Um goleador à moda antiga, não é senhor Quique Flores? U – Ultras. Há-os mais nos bastidores e nos túneis do futebol português que nas bancadas ; V – Vitórias. Muitas em 2009, muitas mais em 2010; X – Empate. Vale 1 ponto, mas são precisos 4; Z – Zandinga. Morreu há alguns anos, mas ainda há quem goste de bruxarias.

Post-Scriptum: publicado no blogue "Novo Benfica"

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Túneis

Mais de 20 anos depois, os túneis voltaram a marcar o quotidiano do futebol português. Na década de 80, o fcporto fez do túnel das Antas um dos símbolos mais paradigmáticos do seu domínio dos bastidores do futebol em Portugal.

Ficaram célebres as versões de vários intervenientes, jogadores, dirigentes, árbitros, sobre aquilo que se passava desde a saída do relvado até aos balneários, no intervalo ou no final dos jogos. Alturas houve que até no início se começava a desenrolar o processo.

Há 20 anos, não existiam ainda as “mangas”, uma espécie de “túnel” de lona que foi concebido para proteger os árbitros do público, no intervalo e nos finais dos jogos. Os jogadores e os árbitros entravam directamente nos esconsos corredores das Antas e passavam uma via sacra até chegarem ao balneário.

Como disse, o fcporto consolidou muita da sua hegemonia mantendo sempre uma pressão e tensão constantes nesses metros de corredor – o “túnel”. Com o advento de alguma modernidade, os túneis começaram a ter câmaras de filmar. O que serviu para inibir condutas de outros tempos.

No ano passado, as estratégias sempre diligente e inteligentemente montadas na zona da Avenida Fernão Magalhães, no Porto, quiseram criar factos futebolísticos à volta da presença de Rui Costa perto dos túneis. A estratégia visava penalizar o Benfica, como aconteceu com os castigos a Rui Costa e a jogadores, como Nuno Gomes, no final de um célebre Benfica – Nacional.

Recentemente, o Benfica viu-se envolvido noutra história de “túneis”, em Braga, cujas imagens, ao contrário do que se fez crer, não incriminam nenhum jogador do Benfica, ficando assim confirmado que a expulsão de Cardozo foi injustificada.

No final do Benfica – fcporto, os portistas regressam às acções nos túneis. Hulk e Sapunaru foram expulsos por alegadas agressões a pessoal de segurança do estádio. Estamos à espera das imagens. E o que mais surpreende é como jogadores profissionais têm atitudes como as dos jogadores do fcporto sabendo que estão a ser filmados.

Hoje, os túneis já não são espaços de conquista e consolidação de poder, utilizados para influenciar os jogos de futebol. Com as “mangas” e as câmaras de filmar, já nada pode ser escondido, como o foi durante 20 anos no “túnel” das Antas.

É por isso que mesmo que mesmo que o fcporto tenha saudades desses tempos e perceba que o domínio do futebol português lhe escapa como areia entre os dedos, nada voltará a ser como dantes. A Luz venceu a escuridão.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Sem comentários

Benfica - 1; fcporto - 0 (14ª jornada da Liga). Pontapés de canto: Benfica - 11; fcporto - 6; Remates: Benfica - 14; fcporto - 3; Remates perigosos: Benfica - 7; fcporto - 2. Sem comentários.

Post-Scriptum: Já agora, sugiro uma vista de olhos ao que escrevi no "Novo Benfica". Obrigado e um Feliz Natal a todos e um Ano 2010 cheio de êxitos para o nosso Benfica.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Os "mind games" de Jorge Jesus

Os nomes de Ramires e de Pablo Aimar na convocatória elaborada por Jorge Jesus para o jogo de hoje contra o fcporto, na Luz, eleva a sofisticação dos “mind games” do treinador do Benfica a um patamar nunca antes atingido por José Mourinho, o pioneiro desta forma de baralhar os adversários, fase preliminar do percurso até à vitória.

Das duas uma: ou Jorge Jesus está um ás na utilização dos “mind games”, já não baseados em afirmações que confundam o adversário mas em atitudes que escondam o jogo, ou o “bluff” é apenas uma forma de esperar até ao limite pela disponibilidade dos jogadores.

Certo é que Jesualdo tem também muito que pensar. Um Benfica com ou sem Ramires e Pablo Aimar?

Será que o departamento médico do Benfica passou a praticar padrões de excelência, ou Jorge Jesus está numa de utilizar todos os meios para atingir os seus fins? Falta pouco tempo para se saber.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Façam o favor de ser felizes!

Benfica – 2; AEK – 1 (fase de grupos da Liga Europa). A segunda linha deu uma prova insofismável de talento, determinação, garra e profissionalismo. Os segundos planos do Benfica, como Roderick ou Carlos Martins, disseram bem alto que estão à altura da responsabilidade de disputar o jogo de domingo, contra o fcporto, na Luz.

Se o jogo contra o AEK, uma das melhores e mais históricas equipas gregas, já não contava para a classificação do grupo na Liga Europa, com o Benfica e o Everton já apurados para os 16 avos de final, a partida ganhou, em virtude das circunstâncias ocorridas em Olhão, uma importância inusitada.

Jorge Jesus já tinha muito que pensar para escalar um onze com reais possibilidades de ganhar o jogo, como se exige sempre ao Benfica, sem colocar mais em causa o jogo de domingo, e à última hora sofreu mais um percalço com a lesão de Sidnei.

Num mar de contrariedades, Jesus fez apelo à capacidade de superação dos jogadores do Benfica. A sua voz fez-se ouvir no balneário e a motivação dos jogadores menos utilizados foi evidente.

Foi um Benfica igual a si próprio, quase que nem sentindo as ausências (claro, menos criatividade, menos classe, mas a mesma intensidade e tenacidade), com Roderick, Carlos Martins e Weldon em grande plano.

Acima de todos, no entanto, esse novo “enfant terrible” do futebol português chamado Di Maria. Que água na boca não deixou aos benfiquistas para domingo, não se desse o caso de por uma daquelas coisas que não se percebem ter sido expulso em Olhão e não poder deleitar a Catedral da Luz.

Sorte para o fcporto, azar para o Benfica, azar para os benfiquistas, azar para o espectáculo. Quem o substituir irá certamente fazer esquecer Di Maria, porque, ficou provado contra o AEK, o Benfica possui um plantel que garante qualidade, competitividade, solidariedade, mesmo com tantas contrariedades.

Os jogadores disseram a Jesus que pode contar com eles. E disseram bem alto que jogue quem jogar, o fcporto vai confrontar-se com uma equipa de raça, de classe, de talento puro. A vitória, ontem, face ao AEK fez, de novo, subir os índices de confiança, dentro e fora do relvado. Que ninguém duvide: domingo, vamos estar todos com a equipa. Para ganhar! Foto: Reuters/José Manuel Ribeiro

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Plano B

PLANO B

Pedro Fonseca em 14/12/09 | comentar | 9 comentários

in "Novo Benfica"

Olhão foi o costume. Já se previa. Em Braga foi igual. A estratégia tem anos e só os ingénuos é que caem. Jorge Jesus é tudo menos um ingénuo. Porquê, então, ter caído na esparrela? Os próximos tempos vão responder.

Percebeu, porém, que estava tudo preparado para mais uma cena no túnel e tomou precauções, impedindo os jogadores do Benfica de entrarem ao mesmo tempo que os jogadores do clube-satélite do fcporto. Chama-se Olhanense, como anos atrás se chamava Leça.

A história sempre se repete. Uma vezes em farsa, outras em comédia. A nota positiva do que aconteceu em Olhão é que agora Jorge Jesus já tem um Plano B. Obrigatoriamente. E se todos já conheciam a forma de jogar do Benfica, agora ninguém sabe que táctica vai JJ utilizar para o jogo de domingo na Luz.
Nem ninguém sabe que jogadores vai escalar para substituir Di Maria, Coentrão, Ramires, talvez Aimar. Jesualdo vai ter uma surpresa, oh se vai! Até lá pode ser que o CD da Liga se entretenha a investigar os insultos que Bruno Alves dirigiu ao fiscal de linha do jogo de Guimarães.
Não foi em nenhum túnel mais ou menos obscuro. Foi à vista de toda a gente e captados pelas câmeras da Sport TV. Como veêm, é muito fácil apanhar prevaricadores. As provas estão todas disponíveis, basta usá-las e julgar quem pisou o risco.
Post Scriptum: Lamento mas não vou especular sobre o Plano B de Jesus para domingo. Não dou armas ao adversário.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Olhão=Braga: será que não percebem?

Olhanense - 2; Benfica - 2 (13ª Jornada da Liga Sagres). Previsível, muito previsível. Quem anda nisto há anos, a ver a vergonha em que está transformado o futebol português, não ficou nada surpreendido com o que se passou, ontem, em Olhão. Só não vê quem não quer ou quem é cego.
O clube-satélite do fcporto tinha a lição bem estudada, antes do jogo na Luz contra o mesmo fcporto. A agressividade tornada violência gratuita para inibir os jogadores do Benfica dos comandados de Jorge Costa, onde estão uma meia-dúzia de emprestados do dragão, vem nos livros e nos compêndios há muito escritos no tempo do túnel das antas.
A somar a isto, estava bem de ver que tinha de arranjar confusões, zaragatas, escaramuças, como em Braga, lembram-se? E o resultado, para além dos 2 pontos perdidos, são mais 3 jogadores impedidos.
A culpa é toda do "sistema"? Não. A culpa também cabe ao Benfica por ainda não ter descoberto um antídoto eficaz contra estas jogadas de bastidores. E a culpa também é de alguns que não conseguem ter o necessário controlo emocional, como Di Maria.
Agora, no próximo domingo, só há um objectivo: ganhar. A minha proposta é esta: para o lugar de Di Maria, entra Urreta; para o lugar de Coentrão, entra Weldon; para o lugar de Ramires, entra Carlos Martins. E ainda há Nuno Gomes e Felipe Menezes.
Desta maneira, seria: Quim; Maxi, Luisão, David Luiz e César Peixoto (também pode jogar mais adiantado, entrando Shaffer para lateral-esquerdo); Javi Garcia, Carlos Martins, Aimar e Urreta; Saviola e Cardozo. Foto: Reuters/José Manuel Ribeiro (Portugal/Sport Soccer)

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Batota

A semana futebolística foi marcada não pela liga dos campeões; não pelo futuro Benfica – fcporto; não pelo regresso do sporting às vitórias, mas pelas declarações de Carlão e de André Santos.
Perguntam vocês: quem são o Carlão e o André Santos? São jogadores da União de Leiria. E, perguntam vocês de novo, o que é que eles disseram? Que estavam a ser assediados pelo sporting e que, no futuro, talvez rumassem a alvalade.
Agora, pergunto eu: sabem vocês com que clube joga a União de Leiria no próximo sábado? Voilá, com o sporting. É por isso que o futebol português é tão giro. Tão giro que, hoje, no Diário de Notícias, o jornalista Bruno Pires escreve o seguinte: “Não sei (nem me interessa) quem era o assistente que acompanhou o ataque do V. Guimarães na segunda parte do jogo com o fcporto. Esse senhor foi insultado duas vezes por Bruno Alves (malditos microfones da Sport TV) e nada fez. Sujeitou-se. A falta de civismo do atleta casa bem com o défice de coragem do assistente”.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Fim da rua

O jornalista da TSF, de que não memorizei o nome, estava eufórico com a vitória do fcporto frente ao Atlético de Madrid. E não se cansou de repetir, em altos berros, que se tratava de uma vitória sobre um adversário da Liga espanhola, que tinha na equipa Fórlan, Aguero, Maxi Rodriguez, entre outros.
Costa Monteiro, o comentador de serviço, ia deitando ,como podia, água na fervura. Que era certo ,mas que a defesa era fraquinha; que o Atlético estava em crise e que o fcporto já não ganhava em Espanha há mais de 4 anos.
Mas, na gaveta, ficou por dizer uma coisa tão simples como esta: o Atlético de Madrid é uma ficção de equipa, na qual só Simão se salva. As "vedetas" entram em campo para passear e a defesa é digna de passar nos "malucos do riso". Para além disso, o Atlético de Madrid está nos últimos lugares da tabela.
Não ouvi tanta euforia quando o Benfica esmagou o Everton, da fantástica Liga Inglesa. Sempre foram 7-0, contra os 5-0 do fcporto. Não fazia nada mal à TSF, uma rádio de qualidade e de referência, pedir a alguns dos seus profissionais mais contenção. É que tempo dos patriotismos bacocos já lá vai, mesmo estando em causa uma disputa com "nuestros hermanos".

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Regresso às goleadas

Benfica - 4; Académica - 0 (12ª Jornada). Longe de casa vi o nosso Benfica regressar às goleadas que têm marcada esta época. Quatro a zero à Académica, que nas duas últimas épocas tinha saído da Luz com vitórias, é facto de registo. Como de registo é o novo "hat-trick" de Óscar "Tacuara" Cardozo, que o coloca na liderança da Bola de Prata e, quem sabe, pode projectá-lo para a melhor marca do ano em golos marcados na Europa, atingindo assim a Bota de Ouro.
Aos pés de Jesus caiu o braço direito de Mourinho. André Vilas Boas, que disse não ao sporting, e é tido como o sucessor de Jesualdo no dragão, recebeu uma lição de táctica do "mestre" da mesma. Neste festival de futebol, num relvado pesado e sob uma chuva inclemente, duas últimas palavras para Saviola e David Luiz.
O atacante argentino voltou a mostrar a sua magia; o defesa brasileiro, com o amarelo que viu, fica em risco de exclusão para o jogo de dia 20 com o fcporto, na Luz. Muita atenção contra a Olhanense, David Luiz! Foto: AP/Photo (Armando França)

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

3 X Difícil

BATE Borisov - 1; Benfica - 2 (fase de grupos Liga Europa). O BATE Borisov tem um nome engraçado: Futbolniy Klub Borisov Works of Automobile and Tractor Electronic Equipment e uma história curta, pois foi fundado em 1973, mas para aqueles que se preparam para qualificar esta equipa de frágil, aconselhamos alguma ponderação.
O BATE esteve presente na anterior edição da Liga dos Campeões, onde acedeu à fase de grupos depois de eliminar o Valur, da Finlândia, o Anderlecht, da Bélgica, e o Levski de Sofia, da Bulgária.
Na fase de grupos, o BATE não fez história, mas mesmo assim empatou os dois jogos com a Juventus e apenas perdeu por 0-1, em casa, com o Real Madrid.
Como termo de comparação podemos referir que o nosso conhecido Ventspils caiu na 2ª pré-eliminatória aos pés do Brann.
O BATE tem ainda 7 internacionais da Bielorússia e é crónico campeão nacional. Foi assim um adversário difícil, num país difícil, num terreno difícil, num clima difícil.
Tudo o que se disser em contrário revela ignorância ou má fé. Foi, por isso, uma vitória do mérito, da competência, do talento e do sacríficio.
Até porque, o Benfica jogou desfalcado, sem Luisão, sem Sidnei, sem Aimar, sem Di Maria. Miguel Vítor foi seguro e consistente; Felipe Menezes esteve algo apagado até se habituar ao terreno e ao clima, pelo que na segunda parte teve momentos brilhantes; Fábio Coentrão pode muito bem ter carimbado o seu passaporte para a titularidade e para o Mundial de 2010.
Agora, que venha a Académica e os dezasseis-avos de final. Foto: REUTERS/Vasily Fedosenko (Belarus Sport Soccer).
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