3 de setembro de 2012 – o campeonato dava os primeiros
passos, é certo, mas, quando nada o fazia prever, Axel Witsel, que se tinha
tornado uma espécie de menino bonito do Terceiro Anel, dizia adeus à Luz, no
último dia de mercado (para a Rússia, o Zenit).
No último dia de agosto, ou seja, 3 dias antes, - o último
dia de mercado literalmente, exceptuando o campeonato russo, Javi Garcia, que
se tinha transformado numa espécie de base indestrutível de um Benfica que se
queria campeão, saía para o Manchester City.
Os que gostam de basquetebol sabem bem o que é um “base”
numa equipa. É “soul and heart”. Era isso que era Javi Garcia.
Os que gostam de voleibol sabem o que é um “distribuidor”. É
o “core business” de uma equipa, em se tratando de uma “empresa”. Era isso que
era Axel Witsel.
Foi o que aconteceu ao Benfica, há 1 ano e 4 meses. Perdeu,
de uma assentada, a “soul and the heart” e o “core business”. Perdeu a
base, o pilar, o distribuidor, a matéria de que se fazem os sonhos.
O montante encaixado, 70 milhões de euros, justificava todas
as areias introduzidas na engrenagem da máquina de futebol que era a equipa
principal do Benfica, mas, o Terceiro Anel, intoxicado pelos profetas da desgraça dos jornais, das televisões e das redes sociais, previa um desastre desportivo de
monta.
No final da época, sem Witsel e Javi, o Benfica tinha
realizado uma das mais entusiasmantes performances desportivas dos últimos
anos. Nada tinha ganho é certo. Mas todos sabemos o que foi a história, final
da Liga Europa incluída.
É por isso que me rio com satisfação quando vejo o regresso
dos mesmos profetas da desgraça, por causa da venda de Matic ao Chelsea. Se
calhar os mesmos que disseram e escreveram que tínhamos enfiado um barrete
quando o aceitamos na venda de David Luiz. Pois que seja muito feliz Matic. Outros o farão esquecer,
mais dia menos dia…
Post-Scriptum: mais 2 profetas da desgraça: Ribeiro
Cristóvão e Jorge Batista, comentadores da SIC Notícias. Os dois resolveram
zurzir em Jorge Jesus porque fez entrar Ivan Cavaleiro e André Gomes, já o jogo
com o Marítimo caminhava para os últimos suspiros. “Isto não se faz a ninguém”,
indignaram-se. Pouco tempo antes, José Mourinho tinha feito o mesmo a Matic, no
jogo contra o Manchester United. Enfim, critérios…