Ilídio Vale, seleccionador nacional de sub-20, já deu a conhecer a lista de convocados para o Mundial da Colômbia, a realizar em Julho. No lote, há a registar a presença de jogadores formados no Benfica, e mesmo de um futuro reforço: Rafael Lopes – contratado ao Varzim.
Comecemos por este último caso. O “Fellaini da Póvoa” é um avançado possante, que joga bem de costas para a baliza, com faro de golo. Este ano subiu aos seniores, e ultrapassou a dezena de golos, depois de na época transacta, nos juniores, ter mostrado sinais inequívocos de que tinha potencial. Boa contratação encarnada, a pensar o futuro. Mas não deverá ser titular na Colômbia.
O camisola “9” deverá ser Nélson Oliveira. Trata-se do jogador, juntamente com Roderick Miranda, com mais possibilidades de se afirmar na equipa sénior encarnada. Alto, robusto e móvel, é dotado de boa técnica, e faro goleador interessante como ficou provado este ano em Paços de Ferreira. Foi campeão nacional sub-17 pelo Benfica, e 2º melhor marcador da época passada em sub-19, jogando apenas em metade da época!
No miolo, a presença encarnada também é importante. Lassana Camará rumou à Suiça para representar o Servette, depois de duas épocas como titular nos sub-19. Jogador rápido, de arranques bruscos, um pouco diferente de um mais tecnicista Sérgio Oliveira(F.C.Porto), o seu rival directo nas contas do Mundial. Também no miolo, o médio de transição Danilo Pereira: jogador robusto, de grande poderio físico, viu o seu potencial reconhecido pelo Parma, que o contratou esta temporada, emprestando-o posteriormente ao Aris de Salónica, da Grécia.
Do lado esquerdo, os dois laterais são benfiquistas: Luís Martins e Mário Rui. Mais hipóteses para este último – formado no Sporting e Valência antes de rumar à Luz – que rumou a Fátima esta temporada para confirmar os seus atributos: jogador rápido, que sobe bem e recupera em conformidade. Já Luís Martins foi o melhor na atribulada época sub-19 encarnada: inteligente na cobertura do flanco, tem uma característica que o difere de Mário Rui: cruza melhor. Foi o único benfiquista que fez parte do “11 ideal” do jornal “O Jogo”.
Falta Roderick Miranda. Faz parte de uma boa geração de centrais portugueses – acompanham-nos Aníbal Capela(Braga) e Nuno Reis(Sporting), e destaca-se pela forma como marca os adversários. Dá-lhes pouco espaço de manobra. E, sendo alto, é muito difícil de ultrapassar no jogo aéreo.
Neste “ramalhete” encarnado, só falta mesmo a posição de guarda-redes. Todavia, a não representação encarnada neste sector é justa: de facto, o Benfica não tem apostado em guardiões portugueses nos sub-19 e, quando o tem feito, os mesmos não têm tido o rendimento desejado. Neste aspecto, nada a dizer às escolhas de Ilídio Vale.
No rescaldo, dois jogadores “morreram na praia”: Ruben Pinto e Evandro Brandão. O primeiro é um médio – criativo, com faro de golo, que vai ter oportunidades de se mostrar a Jorge Jesus na pré – época. Já o segundo – que se formou no Manchester United e no Benfica – renasceu em Gondomar com muitos golos. Trata-se de um jogador que se desmarca bem, sobretudo entre os centrais. A ter em linha de conta para o futuro.
Gil Nunes
Colaborador do site Academia de Talentos
ex-membro do departamento de prospecção do SL Benfica