O ex-treinador-adjunto do Manchester United arrisca-se, mais uma vez, a sair da Selecção principal pela porta pequena, depois de ter batido com porta em 1994. No jogo de sábado à noite, no Dragão, Queiroz abdicou das suas ideias para tentar fumar o cachimbo da paz com os adeptos da “equipa de todos nós”, como a classificou magnificamente esse enorme jornalista chamado Ricardo Ornelas.
No Dragão, Queiroz quis apelar à empatia com o público. Assim, no onze inicial estavam os seguintes jogadores com chancela azul e branca: Bosingwa, Ricardo Carvalho, Bruno Alves, Raul Meireles, Pepe, depois ainda fez entrar Deco, Rolando e Hugo Almeida. Ou seja, oito jogadores com raízes no Dragão.
O resultado final é desastroso. Cabe perguntar ao seleccionador se o jogo fosse na Luz, estariam escalados Nuno Gomes, Ruben Amorim, Jorge Ribeiro. Ou se fosse em Alvalade, a escolha recairia em João Moutinho, Nani, Tonel, Hélder Postiga, etc…
Isto mostra Carlos Queiroz no seu labirinto. A substituição de Tiago, que estava em grande, por Deco, foi lamentável. A entrada de Hugo Almeida colocou Portugal a jogar com menos um. A justificação de que Nuno Gomes não é titular no Benfica é falaciosa. Quantos jogadores foram chamados por Scolari não eram titulares nos seus clubes? E é sabido que Nuno Gomes tem sempre bons desempenhos na equipa nacional.
Enfim… agora é esperar por um milagre. O calendário é complicado, com três jogos fora e dois em casa. As deslocações à Dinamarca e à Hungria são de alto risco, e na Albânia o mínimo que se pode dizer é que será um jogo complicado.
O empate com a Suécia soube, assim, a pouco. E a verdade é que 12 anos depois (Mundial de 98, em França), Portugal arrisca-se a ficar de fora de um Mundial.