Com o “fogo” apagado, é tempo de reflectir sobre duas ou três coisinhas a mais sobre o derby. A primeira tem a ver com o comportamento recorrente dos jogadores do Sporting: desde o início do campeonato que qualquer decisão punitiva ao Sporting, justa ou injustamente, é recebida com um grande indignação dentro e fora das 4 linhas.
Os jogadores verdes amontoam-se à volta do árbitro a reclamar qualquer decisão por mais inócua que seja. Parece-me que tal atitude, alimentada pela reacção dos adeptos leoninos na bancada, é treinada no seio do balneário. O Sporting faz assim jus ao epíteto de “calimero” do futebol português. Tenho dúvidas da eficácia de tal estratagema.
A segunda coisinha tem a ver com os dirigentes do Sporting. Quando as coisas não correm como eles querem, atropelam-se no final do jogo para dar voz à sua indignação junto da comunicação social: é vê-los, um a um, a reclamar os 15 segundos de fama.
No final do jogo da Luz: Carlos Freitas e Paulo Pereira Cristóvão e, por comunicado, Godinho Lopes. Em jornadas passadas foi possível ver-se e ouvir-se Luís Duque, que, curiosamente, agora remeteu-se ao silêncio e mostra-se desaparecido em combate. Ele lá saberá as razões… É tão ridículo este folclore que não sei se é cómico se é trágico… para o Sporting.
Terceira e última coisinha. O Sporting, mais uma vez, confirmou que não aprende com os erros. As suas cúpulas são de um amadorismo total. Começaram por criar o “caso” dos bilhetes; avançaram para o “caso” da caixa de segurança; terminaram com o “caso” das “condições pré-históricas”. Conclusão: pré-históricos são os dirigentes do Sporting; pré-históricos são os adeptos do Sporting. Uma lição para o futuro: os maus pirómanos ateiam o fogo mas são eles que ficam queimados.