O Benfica deu ontem em Braga um passo decisivo para o título de campeão (0-1). O jogo foi paradigmático do que tem sido o Benfica desta época, no plano táctico e mental. Há muitas jornadas que tenho ouvido as mais inusitadas opiniões sobre a forma como agora joga o Benfica: pragmático, controlador, uma espécie de tiki taka à moda nacional, eficaz na gestão do esforço, etc.
Mas ainda ninguém disse o essencial: este Benfica joga à italiana (lembrem-se de Trapattoni). É um Benfica cínico e frio, cerebral e calculista. O mais curioso é que Jorge Jesus, um apaixonado da escola holandesa, e isso viu-se nos anos anteriores, com as cavalgadas em direcção à baliza contrária, foi inteligente o suficiente para ter feito uma alteração de monta na sua forma de pensar o jogo.
O Benfica deixou de jogar à holandesa e passou a jogar à italiana. É menos belo e atraente mas é mais eficaz e com maiores probabilidades de sucesso interno e externo. A interrogação que agora se coloca é se Jorge Jesus na próxima época vai regressar ao velho e belo estilo holandês, onde o futebol é uma cavalgada atacante cheio de notas artísticas, tão do seu agrado; ou vai manter este futebol feio, chato mas de uma eficácia demolidora. Eu cá por mim já decidi: prefiro o horrível futebol à italiana mas repleto de títulos, do que o belo futebol holandês mas com grandes probabilidades de morrer na praia.
Concordo. E mesmo jogando mais à Italiana não perdemos a capacidade de jogar à Holandesa. Basta ver o jogo com o Nacional em que quando precisamos de carregar conseguimos faze-lo muito bem, marcando 3 golos em 20 minutos.
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