sábado, 25 de novembro de 2006

OLHA PARA O QUE EU DIGO...


As “flash intervues” (entrevistas rápidas), obrigatórias no final dos jogos, são, na maioria das vezes, de uma banalidade desconcertante. Questiono-me porque são obrigatórias? E chego sempre à mesma conclusão: há que preencher espaço noticioso. No entanto, se as banalidades são a nota dominante, estes curtos momentos são bons avaliadores do carácter e da personalidade dos intervenientes, sejam eles treinadores, jogadores ou jornalistas.
Não me vou aqui debruçar sobre se o jornalista que entrevistou Nani no final do Inter-Sporting fez bem ou mal em abordar a questão de uma eventual transferência do jovem futebolista do Sporting para o futebol italiano, passando ao lado de perguntas sobre o jogo que acaba de terminar. Quanto a mim fez bem.
O meu alvo é outro e chama-se Ulisses Morais, mas, se calhar, podia chamar-se um qualquer nome de um treinador da Superliga. O treinador do Marítimo, no final do jogo de hoje contra o Benfica, na Luz, em que os insulares perderam por 2-1 fez afirmações que necessitariam de uma abordagem médico-científica, que não me sinto habilitado a realizar.
Portanto, apenas me vou cingir a um modesto comentário. O que disse Ulisses? «Perder é sempre mau, mas desta forma é penalizante. Sofremos um autogolo proveniente de falta que não existe, tivemos uma expulsão no início da segunda parte sem que tenha havido motivos para tal e o Benfica acabou por chegar ao 2-1 graças a um preciosismo do árbitro. Havia uma substituição a fazer, não nos foi permitido fazê-la, e sofremos o golo com nove homens em campo», afirmou Ulisses Morais, debaixo de algum nervosismo.

E acrescentou: «Com um jogador a mais e outras coisas a seu favor, o Benfica acabou por vencer. Só que poderia ser de outra maneira já que dominou sempre o jogo».
Ora bem, das três uma, ou Ulisses Morais não viu o mesmo jogo que nós, ou é cego ou é intelectualmente desonesto. Se factos são factos, vamos à estatística: o Benfica rematou 17 vezes, contra 3 do Marítimo, o Benfica teve mais de 60% da posse de bola, o Benfica teve 7 cantos contra 2 do Marítimo. Chega Ulisses Morais?
O único remate do Marítimo na primeira parte foi o golo de Marcinho, a 30 metros da baliza, um golo na vida. E já me falo das entradas a matar de Gregory e Kanu, nem da grande penalidade, aos 12 minutos da primeira parte, cometida por mão de Gregory na área a que o árbitro João Ferreira fez vista grossa.
Não me surpreendeu esta análise do treinador do Marítimo. Na pior das hipóteses, pode ser que Ulisses Morais goze a sua reforma num qualquer banco de um clube-satélite do Dragão, chame-se ele Leça, Infesta ou Dragões Sandinenses. Mais vale prevenir, não é meu caro Ulisses?
O que me surpreende é o Benfica não ter um discurso que contradite estas mentiras e reponha a verdade. Um discurso, não trauliteiro, mas incisivo e acutilante, que exija respeito, credibilidade e honestidade intelectual a todos os que pisarem aquela Catedral. A impunidade gera á-vontade e a permissividade permite todo o género de aleivosias. A boa educação não é incompatível com a frontalidade. Quando tem de ser, tem de ser…

3 comentários:

  1. Exactamente.Olha para o que digo...
    Falar da violencia dos maritimistas até deve dar vontde de rir.
    Contra o Porto lesionaram gravemente o Anderson.
    Contra o Braga o JVP.
    Um jogador brutal como o Petit ha muito que devia estar fora dos campos de futebol e ainda por la anda a distribuir pancada.
    E falam dos outros...

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  2. As estatísticas não ganham jogos! O Benfica até poderia ter tido 90 cantos e 120 remates...o que o Ulisses referiu foram factos...indesmentíveis!!

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  3. Parabéns pela Vitória sobre o Maritimo.
    O arbitro foi amigo,é certo,mas há sessenta anos que é assim e por isso nada de admirações.
    E facto de realce:pela primeira vez em muito tempo não lesionaram nenhum adversário.
    Embora o Petit,fiel a si próprio,se tenha esforçado bastante

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