quarta-feira, 8 de novembro de 2006

TRIO DE ATAQUE


António-Pedro Vasconcelos, Sérgio Godinho e Rui Moreira fazem o trio de ataque mais completo e mais profissional da Superliga portuguesa. O primeiro é o Miccoli dos comentadores, consistente mas irreverente, tolerante mas incisivo. O segundo assemelha-se ao João Moutinho, na maneira como trata a palavra, pausadamente, como quem pauta o jogo, reflexivamente, como quem canta “hoje é o primeiro dia do resto da tua vida”. O terceiro é um aristocrata, nos modos, mas um autêntico dragão na garra com que defende as suas cores.
Assim dá gosto “ouvir” o futebol, sem truques baixos, sem nada na manga, sem subterfúgios, sem piadas laterais, sem segundas leituras, sem ameaças veladas, sem pedras no sapato, sem “vocês sabem do que é que eu estou a falar”.
Um programa assim, que passa na RTPN, é um bálsamo para quem gosta do jogo pelo jogo. Para quem ama o futebol na sua essência, embora seja fanaticamente pelo Sport Lisboa e Benfica.
Não concordo com tudo o que diz o grande realizador português, que é o António-Pedro Vasconcelos. Discordo quase sempre do Sérgio Godinho, esse ícone da canção portuguesa (aquela que vale a pena ouvir) e do Rui Moreira, um “gentleman”, cujos textos de opinião me habituei a ler com atenção. Mas o que é adquirido é a sensação de ter aprendido, aprendido muito, quando o programa termina.
E a cereja em cima deste bolo chama-se Carlos Daniel, um jornalista como já há poucos, um profissional íntegro, independente, conhecedor, estudioso, atento. Porque é que em Portugal continuamos a tratar mal os nossos melhores? A resposta está no estado de País a que isto chegou…

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