quinta-feira, 9 de novembro de 2006

VERDADES INCONVENIENTES (1)

Jornal "A Bola", de 9 de Novembro de 2006, página 6

Sou suspeito, não de estar envolvido no "Apito Dourado", nem de ser amigo do Carlos Xistra, nem de almoçar com o Jacinto Paixão, nem de fazer festas ao Bobby e ao Tareco, nem tão-pouco de sair à noite com o Jardel. Sou suspeito, não de beber copos na Taverna do Infante, nem de jantar em Canal Caveira, nem de parar em Fátima, a caminho de Lisboa. Sou suspeito, não de acompanhar cânticos que incluem insultos a mim próprio, não de ter processos arquivados, nem de ter muitos outros à espera de sairem da gaveta. Sou suspeito, não de escrever com "a ironia do costume", nem de lançar graçolas de mau gosto. Sou suspeito, não de viajar para o Brasil e remeter a conta lá para os lados da Avenida Fernão Magalhães, às Antas, nem de mandar espancar jornalistas à porta de casa e à saída dos estádios.
Sou suspeito de gostar da Leonor Pinhão, da jornalista, da comentadora, da cinéfila, da benfiquista. Gosto, e ponto final. De (quase) tudo. Às vezes menos (mas só um bocadinho) quando os artigos são elaborados com base em diálogos fictícios. Para classificar tudo o resto, só uma palavra: Soberbo.
Além de jornalista íntegra, nunca independente (o que é isso?), corajosa, incisiva, autêntica, Leonor Pinhão escreve como muito poucos. Leio-a compulsivamente. N´ "A Bola", claro, a "Bíblia", mas também na Revista "Única", no "Expresso", onde faz parelha com Miguel Esteves Cardoso, que bela dupla.
Leio-a, às vezes de um fôlego, outras como quem degusta um vinho de qualidade, um "vintage", raro, como quem sorve um "cimbalino" bem tirado, como quem aspira um "puro", um Cohiba. "A Bola" de 5ª Feira vale pela sua crónica. Espero por ela todas as 5ªs com a mesma ansiedade com que, na minha adolescência, esperava o jornal, então trissemanário, pela camioneta que o trazia do Porto até ao quiosque da minha terra, Santo Tirso. Era então o jornal de Carlos Pinhão, de Aurélio Márcio, de Vítor Santos, de Vítor Serpa, de Carlos Miranda, de Alfredo Farinha, de Cruz dos Santos, de Santos Neves, de Homero Serpa - a "Bíblia". Contado, ninguém acredita, minha amiga Leonor...

3 comentários:

  1. O autor deste blog está a perder qualidades. Depois de ter feito post's sobre Luccino Visconti, Francisco José Viegas e Chico Buarque faz agora um sobre a "isenta" e pseudo-intelectual Leonor Pinhão. Só falta agora fazer um posto sobre essa grande figura intelectual conhecida por "Barbas".

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  2. A Senhora Leonor encara aquilo que de tão mau têm os benfas:provocadora e irritante

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  3. Veiga,Vieira e (Leonor) Pinhão,como pode o SLB ser campeão ?

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