segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Garrincha, a alegria do povo

Garrincha, alegria do povo, anjo das pernas tortas, ídolo esquecido. (Foto em www3.solar.com.br)

Chamaram-lhe “anjo das pernas tortas”, “alegria do povo” – eles, os poetas. Carlos Drummond de Andrade e Vinicius de Moraes, por exemplo. Os poetas, esses exagerados fingidores? Talvez nunca, como aqui, foram tão certeiros, tão pragmáticos, tão terrenos.
“Mané Garrincha”, é dele que se trata, morreu fez ontem 25 anos. A efeméride foi tratada nos jornais portugueses como apenas isso, uma efeméride. Notícias cinzentas, rotineiras, burocráticas.
Nenhum espanto. No Brasil, seu Mané foi esquecido. É isso aí, esquecido. O Botafogo, seu clube do coração, esqueceu a data; a CBF (Confederação Brasileira de Futebol), não se lembrou sequer de recordar o bicampeão mundial de 58 e 62. O seu túmulo, no Rio de Janeiro, está abandonado.
Garrincha, melhor dizendo Manuel dos Santos, como, curiosamente, Manolete, o toureiro divino, não faz parte da galeria vip, como Pelé. Veio do povo, jogava para o povo, foi a alegria do povo.
Há jogadores assim. Anti-vedetas. Génios e heróis improváveis. Meninos que nunca foram homens, como escreveu Soeiro Pereira Gomes, no lendário “Esteiros”. Como Garrincha e Eusébio e Maradona. Nunca Pelé, nem Beckenbauer.

1 comentário:

  1. Acho que cerimônias para recordar os aniversários de morte ou nascimento valeriam muito menos do que as várias vezes em que o Mané é lembrado e homenageado em comentários, reportagens e exibições de filmes sobre sua carreira.

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