quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Árbitros e Juízes




Rui Santos revelou, recentemente, que, ainda jornalista de “A Bola”, chegou a propor que a apreciação aos árbitros nas crónicas dos jogos fosse eliminada, em defesa da transparência do futebol e de um ambiente mais urbano e civilizado. A proposta foi rejeitada. Segundo Rui Santos, em virtude de existir já um patrocínio contratado para o espaço editorial de apreciação da arbitragem.
Enquanto ouvia o comentador da SIC Notícias e colunista do "Record" e do "Correio da Manhã" reflectia sobre o objectivo dessas apreciações com atribuição de notas aos árbitros, hoje a merecer lugar de destaque no espaço dedicado à crónica do jogo.
Julgo que nada de positivo se ganha com essa orientação editorial. Apenas e só se criam mais pretextos de discórdia, conflitualidade, polémica gratuita. Como dizem os entendidos e os especialistas, um árbitro, sendo parte do jogo não deve ser parte do espectáculo – quanto mais despercebido, mais competente e eficaz.
Se assim é, porquê, então, esta necessidade de dar visibilidade à análise feita à arbitragem pelos jornalistas encarregues da cobertura do jogo? Nos últimos anos, uma nova rubrica surgiu no jornalismo desportivo: os “tribunais” arbitrais. Ex-árbitros analisam à segunda-feira, em meia dúzia de linhas, os lances mais polémicos.
No jornal “O Jogo”, o naipe de analistas é composto por Jorge Coroado, Soares Dias, Rosa Santos e António Rola. Independentemente do que pensarmos do seu passado como árbitros, que contributo dão estas análises para a pacificação do futebol português? Nenhum, pelo contrário.
Comentadores e “paineleiros” utilizam-nas, até, como armas de arremesso e para justificar o injustificável. E qual a ética a destes ex-árbitros que colocam em xeque o trabalho dos seus colegas, quando têm várias horas para ver todas as repetições televisivas dos lances e tecer o seu comentário? Como Rui Santos, pergunto: E não é possível expurgar os jornais destes corpos estranhos?


OBS: A manchete de hoje do jornal "A Bola", que revelava a provável ida de José Veiga para director-geral da SAD da União de Leiria, faz-me pensar nos critérios que devem presidir à escolha das pessoas para trabalharem nos clubes. Se a cor da camisola não deve substituir o mérito e a competência, o único critério válido será assim escolher quem junte as duas componentes. Quanto a Veiga, apenas uma nota: Quem sai aos seus...

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