O Benfica pode estar a um curto passo de voltar a ser campeão europeu. Eu sei que o futebol é feito de muitos imponderáveis e de factores aleatórios e é isso que dá magia a este jogo. Mas há alturas em que pensar atingir, de novo, o topo do futebol europeu não passa de miragem fantasmagórica – como aconteceu o ano passado com Jesus a prometer o céu e a terra -, e outras em que sonhar é bom e há razões para isso.
Esta é uma dessas alturas. Não estou a dizer que a conquista de novo título europeu se vai concretizar este ano ou no próximo. Apenas afirmo, com base naquilo que vi ontem à noite na Luz, contra o Manchester United, que o Benfica tem condições para a curto prazo poder ambicionar lutar de igual por igual por essa conquista máxima.
Para isso, é incontornável que 3 factores se conjuguem nos próximos anos. 1 – Luís Filipe Vieira interiorize a necessidade de continuar à frente do Benfica na próxima década; 2 – Jorge Jesus manter-se pelo mesmo número de anos à frente da equipa de futebol (eu sei que não somos ingleses, somos latinos, e isso faz toda a diferença); 3 – A equipa de futebol garantir um núcleo duro de jogadores de excepção por um período entre 3 a 5 anos (outra condição difícil mas não impossível).
Claro que há outros factores a ter em conta. E talvez o principal resida na resolução do processo sobre as verbas a receber pela transmissão dos jogos. Essa é uma “jogada” que está toda focalizada na capacidade negocial de Vieira. E do seu sucesso muito dependerá o sucesso desportivo futuro do Benfica ao mais alto nível.