
Eusébio da Silva Ferreira faz hoje anos. 65 anos. Longa vida Eusébio. Não sou benfiquista por causa de Eusébio, nem por causa de nenhum dos imortais heróis que vestiram a camisola vermelha do Glorioso. Nasci quase a meio da década de 60, pelo que não foram as epopeias geniais do Benfica que alucinaram a Europa durante esses anos que me fizeram preferir o clube da Luz. Também não foi a proximidade da Luz que me influenciou a escolha, nem tão-pouco pressões familiares. Cá longe, na província, refinei o gosto, o prazer e o orgulho de sentir o Benfica. Porquê, então? Porque sim, por algo inexplicável, por um sinal, por uma intuição, por um milagre.
Lembro-me bem, no início da década de 70, julgo que em 1971, com 8 anos de idade, contei os minutos até chegar a hora de ver, pela primeira vez em directo na televisão (coisa rara naqueles tempos), a preto e branco, a 2ª mão de uma eliminatória da Taça dos Campeões Europeus, desde o famoso Estádio Olímpico de Munique, Bayern – Benfica. Perdemos 3 – 1, com o nosso golo a ser marcado pelo barbudo, à época, do Néné.
É curioso como essa derrota, que nos eliminou depois de 0 – 0 na Luz, injectou em mim doses cavalares de benfiquismo. Ainda hoje parece que estou a ver Néné, após a marcação de um canto, a cabecear para o fundo das redes à guarda do mítico Sepp Maier.
Voltemos a Eusébio. Naquela época corria nas salas de cinema um filme portentoso. Chamava-se “Eusébio, a Pantera Negra”. Na minha cidadezinha de província, a matineé daquele sábado era imperdível. Lá estava anunciado, “comme il faut”, “Eusébio, a Pantera Negra”. Um parêntesis para referir que um dos maiores atentados culturais perpretados neste país tem sido a destruição dos antigos cine-teatros, perante a complacência das instituições que gerem a política cultural e o silêncio dos agentes de defesa do património arquitectónico.
Sentado no balcão, depois de rocambolescas peripécias para angariar os parcos escudos para a compra do bilhete, vejo diante de mim surgir o maior jogador português de todos os tempos e um dos melhores do Mundo de sempre. Revisitei as suas tardes e noites de glória, os altos e baixos, sempre com Flora a seu lado.
Hoje, neste dia tão especial, quero deixar aqui esta minha singela homenagem a Eusébio. Por tudo e porque o Rei faz anos. Parabéns “Pantera Negra”.
Não percebo a razão do Beira-Mar e do União de Tomar não se associarem ao aniversário de um antigo jogador... tal como faz o Benfica. Acho mal. Dizem os meus antepassados que parece que o rapaz corria muito e chutava com força à baliza.
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