
Conhecido pela sua avareza em emitir frases grandiloquentes, Camacho, por uma vez, quebrou essa regra. Foi para fazer as pazes com os adeptos, depois daquela “boutade”: “Benfica tem de ser grande como o Porto”, nas véspera do último jogo da “Champions” contra o Shaktar? Foi para entreabrir as portas da saída, sabendo que elevando a fasquia até ao limite sempre poderá argumentar que não tem “ovos” para atingir a meta proposta? Foi para pressionar a Direcção a abrir os cordões à bolsa? Foi para forçar a renovação com um argumento psicológico de peso em cima da mesa?
Qualquer resposta a estas questões é susceptível de explicar a afirmação de Camacho. O que é certo é que o treinador espanhol, em quase 6 páginas, fala de quase tudo. Se meias palavras, como é seu timbre, explica os ocasos de Cardozo, as intermitências de Di Maria e Freddy Adu, a época de Rui Costa, o “caso” Mantorras e do “caso” Léo, o atraso pontual face ao FC do Porto, as arbitragens.
Mas, curiosamente, não fala de José Veiga e do seu livro. E, mais do que este tabu, o que é de realçar mais na entrevista são dois facto evidentes: a amizade a Luís Filipe Vieira e o pedido, subliminar, de tempo. Leram bem, Camacho pede tempo…
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