segunda-feira, 18 de março de 2013

O que é que o Cardozo tem?


O que é que a baiana tem? A música, irmotalizada por Carmen Miranda, a portuguesa de Marco de Canaveses que se fez mito no Brasil, bem podia ser adaptada a Óscar Cardozo, o nosso Tacuara.
Há 6 anos que está na Luz a marcar golos. Golos e mais golos. Nem mesmo na época de Quique Flores, quando o desastrado técnico espanhol resolveu implicar com o paraguaio, Cardozo deixou de marcar a um ritmo elevado.
Não vou fazer aqui as estatísticas do goleador. Para isso, o Google serve muito bem. Apenas vou sublinhar que Óscar “Tacuara” Cardozo é um dos mais eficazes pontas de lança da História do Benfica.
Claro que não é Eusébio, nem José Águas, nem Vítor Baptista, talvez nem Magnusson. Mas tem com Néné e com Maniche uma panache comum: é um mal-amado. Devo dizer que sempre gostei de mal-amados.
 Adorava Néné, e o seu jeito para fuzilar as balizas azuis e brancas. E adorava Magnusson – e o seu 33 (os golos que marcou numa das épocas em que cá esteve, não interessa qual). Menos Maniche, que ficou sempre a perder com a comparação com o loiro sueco. Apreciava César, 2º atacante brasileiro do Benfica (depois de Jorge Gomes), que foi um meteorito na Luz, mas fica para sempre ligado ao golo que marcou ao fcporto na final da Taça no início da década de 80.
E podia desfiar avançados e mais avançados (se calhar até tinha de falar de Artur Jorge, cruzes credo), que marcaram, por isto ou por aquilo, o seu nome na História Gloriosa do Benfica. Mas Cardozo vai marcar a sua passagem com golos.
Repito: golos e mais golos. Eu sei que muitos benfiquistas não gostam do avançado paraguaio. Até me irritam vários comentários que ouço de outros consócios. Mas eu gosto de Cardozo. Gosto do seu jeito imperfeito. Do seu ar estranhamente melancólico (surpresa ontem em Guimarães, com aquela dança vibrante de euforia). Do seu alheamento do jogo, do mundo, sei lá. Da sua natureza tímida. Das suas “entrevistas rápidas” no final dos jogos, onde não disserta, onde diz apenas o essencial, o mínimo, a síntese. Fala como joga.
Cardozo pode ficar mais uma, mais duas épocas ou para sempre. Eu espero que seja para sempre. Seja como for, já ninguém lhe tira o lugar na História Centenária. Não será o 1º, nem o 2º, certamente nem o 3º. Mas daqui a 10 anos, quando o Terceiro Anel suplicar um golinho caído do céu, vamos todos lembrarmo-nos de Óscar Cardozo. O nosso tacuara.

3 comentários:

  1. Brilhante.

    " Gosto do seu jeito imperfeito. Do seu ar estranhamente melancólico (surpresa ontem em Guimarães, com aquela dança vibrante de euforia). Do seu alheamento do jogo, do mundo, sei lá. Da sua natureza tímida. Das suas “entrevistas rápidas” no final dos jogos, onde não disserta, onde diz apenas o essencial, o mínimo, a síntese. Fala como joga."

    Resumindo, marca e marca e marca e ainda mais marca GOLOS!
    Tudo síntese tudo mínimo e tudo aquilo de que o meu povo gosta! GOOOOOOOLOOOOOOOOOOOO!

    RC

    ResponderEliminar
  2. Também assino por baixo e quantas vezes me irrito com alguns comentários de benfiquistas no estádio.
    Este Cardozo é tão irritante para eles, afinal que avançado tão mau que "só" sabe marcar golos....
    Deus perdoa, Tacuara não!

    ResponderEliminar

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...