Em 1981 tive a felicidade de assistir a um concerto memorável na Praça de Touros da Póvoa de Varzim: Salada de Frutas, Táxi e Rui Veloso. Já no rescaldo dos “anos da brasa” e do PREC, o país explodia ainda num mar de rebeldia, de criatividade, de sensações – enquanto a “normalidade” político-democrática ia fazendo o seu caminho.
Naquela noite quente, em cima do palco, toda de branco vestida, ela prendeu todas as minhas atenções. Líder carismática do grupo musical “Salada de Frutas”, sex-symbol de um país a refazer-se, Lena d´Água, a Lena, cantou e encantou. Depois, entristeceu, como o país, desapareceu do “plateau”, ela que desde criança se habituou à lei da fama por ser filha de quem era – o grande capitão José Águas.
Regressa aos 51 anos à televisão, às revistas, aos jornais, com um disco de jazz gravado ao vivo no Hot Clube. Porque é filha de José Águas e irmã de Rui Águas; porque um país tem de ter memória e não pode desperdiçar os seus melhores; porque nunca deixamos de a adorar. Porque ela é nossa. Felicidades Lena.
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